O índice de turnover nas empresas brasileiras é de 40%, segundo levantamento do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Ministério do Trabalho).
O resultado se deve a uma série de fatores que se estendem desde as mudanças da sociedade e do mercado a novos modelos de comportamento e carreira, um quadro que está motivando as organizações a pensarem além do marketing e investirem mais em seus colaboradores.
Um processo eficiente e bem estruturado de retenção de talentos envolve melhorias do ambiente de trabalho, estratégias de endomarketing e políticas de incentivo, e é sobre isso que falaremos neste artigo.
Confira os tópicos que abordaremos neste conteúdo:
- Quais os maiores desafios enfrentados para garantir a retenção de talentos?
- Como realizar um bom processo de retenção de talentos?
- Como a rotatividade pode fazer a diferença para uma empresa?
- Como encontrar novos talentos?
Continue a leitura para conferir!
Quais os maiores desafios enfrentados para garantir a retenção de talentos?
Há algumas décadas, os trabalhadores ingressavam no mercado de trabalho em busca de carreiras sólidas e empregos estáveis. Era comum o desejo de se manter em uma mesma empresa ao longo de toda a sua carreira e, inclusive, se aposentar nela.
Atualmente, entretanto, tais expectativas perderam espaço para um mercado de trabalho extremamente fluido e competitivo.
O “trabalhador do conhecimento” —termo cunhado por Peter Drucker para definir os profissionais do século XXI — se distingue por estar sempre em busca de melhores oportunidades e novos projetos.
Essa mudança de comportamento está relacionada ao aumento do custo de vida na maioria das regiões, insegurança econômica, dificuldades no desenvolvimento da carreira e piora nas condições de trabalho, além de uma maior disponibilidade para mudar de cidade e maior tempo de estudo, o que instiga a busca por oportunidades melhores.
Observa-se também uma preocupação mais esclarecida com a qualidade de vida e a valorização do trabalho, que muitas vezes sobrepõem a estabilidade financeira, principalmente entre os mais jovens.
Esse cenário está motivando empresas de todos os tamanhos a investirem ativamente em ações de retenção e engajamento, considerando que a entrada e saída de funcionários está geralmente relacionada à:
- maior oferta de emprego;
- condições inadequadas do local de trabalho;
- discordância com os valores e a política da empresa;
- novas oportunidades de carreira;
- descontentamento com salário e benefícios oferecidos;
- interesse em novos desafios
- baixa produtividade;
- mudança de área ou função;
- mudança de município ou região;
- insatisfação com o clima organizacional.
Como realizar um bom processo de retenção de talentos?
Existem diversas medidas que podem ser tomadas para favorecer a retenção de talentos e, a seguir, você confere as principais delas.
Garanta a saúde dos seus colaboradores
A Pirâmide de Maslow é uma ótima ferramenta para se planejar o ambiente de trabalho, pois nos ajuda a identificar as necessidades mais críticas de qualquer ser humano, inclusive dentro de uma empresa.
A saúde, por sua vez, é um dos elementos que constituem a base da pirâmide e, portanto, jamais deve ser negligenciada pelos gestores. As condições de trabalho não devem comprometer a saúde de um colaborador, e não falamos apenas da segurança do trabalho em grandes instalações industriais, mas principalmente da saúde mental das pessoas.
O mundo enfrenta uma crise generalizada de ansiedade e depressão, um fenômeno mais acentuado e perceptível nas novas gerações, mas não restrito a elas. Uma empresa atenta a esses fatos, que demonstra preocupação e oferece suporte psicológico aos seus colaboradores, certamente será muito mais valorizada e respeitada por todos eles.
Faça com que se sintam parte da empresa
As empresas ostentam marcas, produtos e serviços de sucesso, mas o que torna tudo isso realidade são seus colaboradores. Entretanto, não é interessante que essas pessoas se percebam como meras peças em um grande maquinário frio e mecânico. Afinal, uma organização é orgânica e seu capital humano deve ser promovido.
O objetivo, portanto, é fazer com que o colaborador se sinta confortável e tenha orgulho de atuar no negócio em que trabalha.
Para isso, primeiramente, a empresa precisará apresentar uma mensagem bem clara sobre sua identidade, seus valores e seus objetivos.
Tudo isso estimula a empatia, assim como um bom ambiente de trabalho capaz de fazer cada indivíduo se sentir valorizado e acolhido.
Construa um ambiente de trabalho de qualidade
O ambiente de trabalho é a segunda casa das pessoas e, na maioria das vezes, toma mais tempo útil delas do que as suas próprias residências. Sendo assim, se queremos criar um clima agradável ao longo do expediente, é imprescindível oferecer um local com boa infraestrutura, além de um visual e acabamentos bonitos.
Começando pelo básico, temos os banheiros que devem ser funcionais e limpos, assim como a cozinha ou o restaurante — caso a sua organização disponibilize.
Em escritórios, existe muita preocupação com o cafezinho, mas antes dele vem a água, que deve estar sempre disponível e acessível.
Em seguida, precisamos pensar na qualidade geral do ambiente de trabalho. Odores desagradáveis como do cigarro, da umidade e até de alguns alimentos são suficientes para desanimar seus colaboradores, bem como um local sujo, pouco arejado e mal conservado.
Outro fator importantíssimo, mas nem sempre discutido, é a qualidade dos móveis e equipamentos. Em uma indústria, o uso de máquinas e ferramentas modernas motiva os profissionais a realizarem um trabalho bem-feito, assim como mesas, cadeiras e computadores de qualidade são essenciais para garantir a produtividade nos escritórios.
Ofereça um salário justo
Sim, o dinheiro importa e todos nós sabemos disso. Ainda que as novas gerações demonstrem uma procura maior pela valorização do trabalho e pela qualidade de vida, sabemos que viver em uma sociedade como a nossa envolve muitos custos e ninguém quer se prender a eles.
As pessoas também querem investir, construir patrimônio, comprar produtos, morar em um local seguro e confortável, se divertir nos fins de semana e viajar — e tudo isso demanda dinheiro.
O salário não é o único motivo, mas está entre as principais razões para encorajar profissionais a mudarem de emprego, principalmente nos momentos de “virada” das suas vidas pessoais, como o casamento, filhos ou grandes oportunidades de carreira.
Vale ressaltar que um salário justo não é importante apenas para a retenção de talentos, mas também na atração de bons profissionais.
Encoraje as pessoas
No entanto, se você realmente deseja conquistar os talentos na sua empresa, será preciso ir além do salário. O ser humano não quer ser compreendido e tratado como uma máquina, ele está ansioso por boas experiências, crescimento pessoal e realizações.
O endomarketing entra nesse tópico como uma excelente ferramenta de motivação e engajamento e um dos seus propósitos é justamente eliminar o tédio e a insegurança que, entre outros fatores, pode comprometer a disposição para o trabalho.
No entanto, não pense que promover eventos corporativos é o suficiente. O endomarketing também deve ser trabalhado no dia a dia da empresa com ações de incentivo, pequenas celebrações e também treinamentos que contemplem tanto as atividades da empresa quanto a vida pessoal dos colaboradores.
Apresente oportunidades e desafios
Os seres humanos são estimulados por oportunidades e objetivos, por isso, a estagnação está sempre entre as causas mais citadas para o desânimo, a infelicidade e a baixa autoestima. As empresas que não apresentam perspectivas de melhoria e crescimento a seus funcionários são frequentemente abandonadas e trocadas por outras que o fazem.
Até mesmo a velha política de promoções é capaz de instigar os colaboradores, porém, ela nem sempre é o suficiente. Planos de carreira, abonos salariais e cargos de maior autoridade são importantes.
No entanto, leva a melhor a empresa que, além disso, consegue instigar suas equipes na rotina diária com metas e suas devidas honrarias e comemorações.
Contudo, lembre-se de que essas metas e objetivos precisam ser equilibrados e, acima de tudo, plausíveis. Quando são modestos demais, não são capazes de instigar. Por outro lado, quando são demasiadamente ousados e agressivos, o resultado é muito estresse e sobrecarga de trabalho.
Melhore a comunicação interna
Estruturas organizacionais muito verticais — nas quais os gestores são distantes e inacessíveis e os colaboradores são praticamente ignorados na tomada de decisão — estão perdendo espaço para modelos horizontais por diversas razões.
É imprescindível conhecer as pessoas e ouvi-las se deseja mantê-las trabalhando na sua empresa. Um trabalhador engajado deseja participar, contribuir, questionar e, uma vez que as portas são abertas para isso, ele estará disposto a fazer ainda mais pelo seu negócio.
Quando a direção de uma organização se aproxima de seus colaboradores facilitando o contato direto e valorizando as suas ideias, além de conseguir aumentar a retenção de talentos, ela também tem a chance de aprimorar suas operações, melhorar o ambiente social e, ainda, otimizar seus produtos e serviços a partir das opiniões e da criatividade de todos.
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Como a rotatividade pode fazer a diferença para uma empresa?
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, índices de rotatividade nulos ou muito baixos também não são desejáveis, pois sugerem que a empresa está estagnada e, portanto, não está sendo nutrida com profissionais mais atualizados e ideias novas.
Por outro lado, altos níveis de rotatividade exigem custos acentuados, principalmente em programas de seleção, cursos de capacitação e acertos de contrato.
Um equilíbrio relativamente saudável nessa situação foi proposto em um estudo da Watson Wyatt Inc que mostra que não devemos nos preocupar tanto com a quantidade, mas sim com a qualidade da rotação de funcionários.
Existem empresas que, em virtude do seu próprio modelo de negócios, sempre servirão como ponte para profissionais de determinada área. O segredo nesse caso é garantir que novos colaboradores estarão sempre chegando.
Em todos os outros, porém, é desejável que uma organização sempre substitua membros menos produtivos por profissionais de melhor desempenho e foi exatamente isso que o estudo da Watson demonstrou: as empresas com uma taxa de rotatividade de aproximadamente 15% apresentaram melhores resultados que todas as outras.
Como encontrar novos talentos?
Os dados mudam a nossa visão sobre a retenção de talentos, mas o principal desafio permanece: encontrar bons profissionais.
A boa notícia é que existem muitas ferramentas disponíveis hoje para auxiliar empresários e recrutadores nessa importante tarefa, como portais de empregos, currículos digitais, redes sociais especializadas como o LinkedIn e até estratégias completas de Marketing de Conteúdo.
É também aconselhável que as empresas não se prendam a velhos procedimentos e estejam em busca de competências, não apenas experiências. Uma boa gestão de Recursos Humanos não deve se preocupar apenas com a qualificação técnica dos candidatos, mas também com seu perfil comportamental e seus objetivos pessoais.
O fato, porém, é que um novo colaborador será sempre um experimento, porém os esforços da empresa em termos de auxílio, engajamento e retenção de talentos são instrumentos capazes de instigar os novos membros a darem o melhor de si, seja qual for o seu trabalho.
Este post fica por aqui, mas ainda temos muito conteúdo para te ajudar a melhorar ainda mais a produtividade dos seus colaboradores. Continue conosco e descubra agora como trabalhar a cultura e o clima organizacional da sua empresa!
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