Reconhecida como uma solução de ERP (enterprise Resource Planning) utilizada pelas maiores empresas do mundo, a SAP, visando crescimento, tem mirado novos mercados e focado em alcançar Pequenas e Médias Empresas (PMEs).
Contudo, para atingir esse objetivo, a companhia alemã tenta desmistificar a visão de que sua solução é robusta e gera engessamento de processos, assim como causa aumento de head counting — provocado pela necessidade de mais pessoal para operar o ERP.
Paralelamente aos esforços para superar essa visão que afugenta o mercado de PMEs, a SAP busca convencer mais atuais clientes a migrarem para o S/4 Hana, última versão do software de gestão da multinacional alemã. De acordo com pesquisa da Rimini, 35% dos pesquisados não têm planos de migrar e 32% estão indecisos sobre essa mudança.
Como destaca o Baguete, é válido analisar esses dados com olhar crítico, “uma vez que as cifras são uma ótima notícia para a própria empresa, que vive de vender suporte terceirizado para clientes SAP e Oracle que não querem fazer upgrades”.
Todavia, como também aponta o Baguete, a cifra de refratários e indecisos é mais ou menos a mesma da última pesquisa, divulgada em 2017. As principais razões citadas para não migrar incluem “falta de recursos”, “nenhuma justificativa comercial” e uma preferência por “maximizar o investimento em aplicativos atuais”. Essas respostas evidenciam a necessidade de a SAP aprimorar a comunicação a respeito dos benefícios de suas soluções.
O fim do suporte para o Business Suite 7 está programado para 2025, o que ressalta os números da pesquisa da Rimini como um problema real para a SAP em ações para incrementar a adoção do S/4 Hana.
De acordo com o estudo da Rimini, quase 80% das empresas que possuem licença de produtos SAP planejam manter seus sistemas SAP customizados e estáveis pelo menos ou além da data de manutenção planejada de 2025 da SAP para o SAP Business Suite 7.
Como é a migração para o SAP S/4HANA
Segundo o diretor geral de Business Development Suite do SAP HANA e aplicativos SAP HANA, Uwe Grigoleit, o SAP S/4HANA “é uma geração inteiramente nova do SAP Business Suite, caracterizado por simplificações, eficiência extraordinariamente maior e recursos atraentes, como opções de planejamento e simulação em várias transações convencionais”.
“O SAP S/4HANA indica um distanciamento do sistema transacional, que simplesmente registra dados, para dar aos usuários suporte ativo a decisões em tempo real, com base em dados de fontes internas e externas”, complementa Grigoleit.
Em relação especificamente à migração para o SAP S/4HANA, o diretor assegurou que é possível migrar personalizações específicas da empresa. “Em princípio, sim. Quando desenvolvemos soluções, tomamos cuidado especial para garantir que elas sejam compatíveis com versões anteriores”.
“Em outras palavras, o cliente pode manter as personalizações e continuar a usá-las após a migração. Entretanto, isso nem sempre se aplica a modificações. Faça uma analogia com uma casa e imagine que o cliente não só adicionou uma varanda, mas também modificou a construção. Nesse caso, a função da casa pode ser afetada, enquanto as “varandas” ficarão bem”, explicou.
Ainda de acordo com Uwe Grigoleit, nesse processo de migração, o caminho inicial é migrar para o SAP Business Suite on SAP HANA e, em seguida, implementar pacotes que contenham as simplificações.
Investimentos da SAP em CRM
Em 2018, a companhia alemã lançou também o C/4Hana, seu novo CRM. Em um mercado dominado pela Salesforce, a SAP tem visto a perda de market share ao longo da última década.
Neste ponto, novamente, a SAP encara obstáculos em relação à visão de consumidores sobre suas soluções serem robustas e engessadas, enquanto a Salesforce se destaca, justamente, por seu dinamismo.
Em meio a esse cenário, a SAP espera que o C/4Hana impulsione outras soluções. O novo CRM é a aposta da alemã para abrir portas com PMEs. “Provavelmente vamos entrar nessas empresas menores não pelo ERP, mas com o C/4Hana. Investimos na suite justamente pra chegar em empresa de qualquer tamanho. Os clientes não precisam comprar a suite inteira, mas partes dela. Temos casos que começam com um módulo e depois vão expandindo”, destacou Cristina Palmaka, presidente da SAP no Brasil.
Diante da competência e do histórico de sucesso em várias frentes da SAP, é difícil imaginar que a companhia alemã não consiga desmistificar as visões que impedem o avanço de suas soluções. Enquanto concorrentes como Totvs e Oracle investem em estratégias de digital, é interessante observar como a companhia alemã utilizará esse canal para aprimorar a comunicação sobre seus produtos.
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