Na última década, o smartphone tornou-se uma das principais portas de acesso à informação para milhões de pessoas em todo o mundo.
Sua adoção foi tão grande que as projeções desde 2016 indicavam que ele poderia se tornar a fonte mais importante de busca até 2025.
Mas… parece que era apenas uma questão de tempo até que a projeção se desfizesse.
Nem Nostradamus ou nem mesmo Os Simpsons conseguiram prever a queda acentuada no tráfego mobile (nem uma pandemia que nos fez ficar em casa por vários meses), mas é exatamente isso que o relatório State of Mobile 2022 da Semrush mostrou.
É possível que um futuro apocalíptico esteja se aproximando e que, como profissionais de Marketing, devamos abandonar todos os nossos esforços mobile?
Vamos com calma.
Nos últimos dois anos da pandemia, nos adaptamos ao “novo normal”. Esse normal nada mais era do que se acostumar a ver a dinâmica do consumo e da comunicação mudando com mais frequência.
As previsões que tínhamos para o tráfego mobile correspondiam a tendências que não contemplavam quão radical seria uma pandemia como a que estamos vivendo em 2020, 2021 e nos próximos anos. 😬
A princípio, não queríamos aceitar ou entender que a pandemia duraria tanto tempo. Tampouco coube em nossas cabeças que, quando ela acabasse, nossas rotinas e visão de mundo mudariam a ponto de ser impossível retornar ao pensamento que nos governava em março de 2020, quando a pandemia foi formalmente decretada.
Naquela época, o tráfego mobile ocupava grande parte de nossos esforços estratégicos de comunicação e tenho certeza de que continua fazendo parte de nossas rotinas de análise e investimento.
Sendo assim, por que há tanto terror com a queda do tráfego mobile? A seguir, vou contar o que a Semrush encontrou em seu estudo e o que isso significa para o Marketing Digital.
O que o estudo da Semrush de 2022 diz sobre o tráfego mobile
O mundo já falava sobre a importância de cuidar do público mobile. Desde 2016, essa tem sido a prioridade, graças a estudos que indicam que os smartphones seriam a principal fonte de busca de informações, o que justifica o alto investimento em seu crescimento.
No entanto, a chegada da pandemia nos deixou com um certo distúrbio comportamental, que depois de dois anos ainda nos afeta.
O que a pandemia tem a ver com esse tráfego? 2020 foi o ano em que vimos a primeira queda no tráfego móvel. As restrições para sair de casa, a princípio, pareciam estar ligadas ao aumento do uso do computador para buscas orgânicas.
Chegamos a meados do ano de 2022 com restrições de tráfego mais flexíveis e com a esperança de que o tráfego mobile ressurgisse. No entanto, isso não aconteceu. Agora, em meados de 2022, o tráfego mobile continua a diminuir, destruindo assim a equação que dizia que estar em casa estava intimamente associado ao uso do computador.
O estudo da Semush também mostrou que o fenômeno mobile foi afetado por cortes orçamentários nas empresas, mídia paga e políticas rígidas de rede social.
Vamos continuar descobrindo o que aconteceu com o tráfego mobile, de acordo com o estudo.
Tráfego mobile VS. pandemia
Algo que devemos ter em mente é que a queda no tráfego mobile NÃO é sinônimo do fato de termos deixado de usar o smartphone.
Apenas pense por um segundo: quando foi a última vez que você se lembra de ir ao banheiro sem o celular?
Sim, é verdade que a pandemia nos levou a fazer uso mais frequente do computador. Sinceramente, trabalhar, estudar ou buscar informações continua sendo mais confortável no computador. Mas esse não é o principal motivo da queda no tráfego mobile.
As empresas, diante da nova dinâmica de consumo, passaram a investir em mais tecnologias que lhes permitissem sobreviver ao futuro econômico incerto. A pesquisa de mercado mostrou que os usuários não estavam apenas usando mais smartphones, mas que estávamos gerando ainda mais apego ao dispositivo.
Por que, então, o tráfego mobile está em declínio?
O Instituto Federal de Telecomunicações (IFT) do México demonstrou em uma pesquisa o aumento do uso da Internet móvel para videochamadas, compras online, transações bancárias e muito mais.
A necessidade de gerenciar as atividades da vida por meio de smartphones aumentou em 200%, apenas para o uso mais específico de aplicativos.
Aqui está o cerne da questão.
Antes de 2020, os aplicativos passavam por um momento difícil, mas, após o início da pandemia, houve uma recuperação considerável em que os downloads de aplicativos aumentaram em uma média de 25% e assim permanecem até hoje.
O uso móvel foi dividido: 49% do tempo para uso de aplicativos de comunicação como redes sociais, 36% para consulta de e-mail, o restante para uso de aplicativos financeiros, saúde, educação, notícias, alimentação em casa, jogos, streaming, entre outros.
O que quero dizer com essas estatísticas?
Que o smartphone está sendo usado mais do que nunca. Mas a tendência de uso se afastou um pouco da busca orgânica móvel para dar espaço ao negócio de aplicativos, no qual as políticas rígidas dos algoritmos incentivam a criação de conteúdo e divulgação exclusiva dentro do aplicativo.
Como é o caso das redes sociais, com suas estratégias para evitar que as marcas afastem os usuários de suas plataformas.
O uso mobile segue em outra direção
A preocupação com o crescimento mobile continua tão forte quanto desde o anúncio do Google em 2016.
O que o estudo da Semrush indica é que a experiência de uso está mudando para outras alternativas, resultando em um convite às equipes de Marketing para pensar em conteúdo e comunicação de uma forma diferente do que foi originalmente projetado.
Da mesma forma, a Semrush nos mostra que a batalha pelo tráfego mobile não está perdida.
Para a maioria dos países, o tráfego de busca orgânica ocupa o segundo ou terceiro lugar em importância. Portanto, é fundamental continuar investindo na estratégia. Ao mesmo tempo, precisamos desenvolver comunicações que fortaleçam outros canais de aquisição de tráfego, como o direto e o de referência.
Como especialista em SEO, essas estatísticas não me deixam muito feliz, pois meus objetivos dependem desse terceiro canal orgânico. Ao mesmo tempo, o estudo me ajudou a pensar nas dificuldades que estamos enfrentando com SEO, diante de tantos novos canais poderosos de aquisição de tráfego.
Esse cenário acabou sendo o principal motivador para continuar estudando a fundo algoritmos, entidades linguísticas e o comportamento local das pessoas e do mercado.
Com o gráfico da Semrush, também fica claro para nós a importância de trabalhar mais o reconhecimento da marca (tráfego direto) e nas alianças estratégicas com propostas de negócios direcionadas (tráfego de referência).
O convite, portanto, é que, como SEOs e profissionais de Marketing, aprendamos a cuidar dos demais canais de aquisição.
As fontes de informação diversificaram-se e o smartphone continua a ser o pilar destas mudanças.
Como estamos nos adaptando na Rock Content
Estamos passando por um momento crítico para o tráfego em geral. E isso não apenas nós, para outras empresas também.
Durante anos, nós da Rock Content investimos sabiamente em nosso tráfego orgânico. Então não é de graça que temos a capacidade de impactar 7 milhões de pessoas todos os meses, com nossos blogs em inglês (EN – EUA), português (PT – Brasil) e espanhol (ES – México).
Mas não podemos mentir, também nos acostumamos com a dinâmica imprevisível de 2020 onde nosso tráfego cresceu 200%, após 8 anos de blog. Agora, em 2022, estamos sofrendo porque os números estão se comportando mais como em 2019, em vez de continuar o ritmo frenético que a pandemia trouxe para o tráfego como um todo.
Por outro lado, ao analisar nossos canais de aquisição de tráfego, descobrimos que o engajamento móvel em si não mudou tão drasticamente quanto a Semrush sugeriu no estudo.
2022
2021
Como podemos ver, vimos muito crescimento para o tráfego do nosso blog em inglês (EUA), mas em termos de porcentagem de participação por mídia, o mobile permaneceu praticamente intocado.
Observamos um comportamento semelhante em nossos blogs em português e espanhol.
Então, na realidade, apesar de o estudo ter identificado uma queda significativa no tráfego mobile, em nosso cenário, o estudo serviu como motivo para continuarmos trabalhando nas propostas de mídia nas quais já estávamos investindo esforços desde 2021: nosso plano de mídia e nossa intenção de diversificar as fontes de tráfego.
Certamente, continuaremos trabalhando para nosso crescimento orgânico de 20% trimestralmente nos Estados Unidos para nosso blog em inglês. Mas também estamos criando estratégias para fortalecer as buscas diretas por nossa marca, conteúdo e serviços.
Dentro da estratégia, criamos uma seção de conteúdo de opinião muito forte com as principais tendências de Marketing, Negócios e Vendas da semana — e esse tipo de conteúdo, que não é feito para estratégias de SEO, está crescendo 100% no tráfego para os Estados Unidos, 188% no Brasil e 198% no México e trazendo mais de 30 mil visitas por mês. E não vamos parar por aqui.
Também criamos nossa newsletter totalmente interativa: The Beat; que está crescendo em usuários registrados em 15% ao mês. E no número de acessos, há um crescimento de 50% para os Estados Unidos e 164% para o Brasil. México, aqui vamos nós! 😉
E sim, os números ainda parecem baixos em comparação às magníficas 7 milhões de visualizações orgânicas, mas esses números estão crescendo e se conectando com as pessoas da maneira que o consumo de informações de hoje exige.
Então, parabéns à equipe de conteúdo da Rock Content! Certamente não demoraremos a continuar explorando maneiras de participar também das tendências mobile.
O que fazer para cumprir os padrões mobile atuais?
Ser digital é um trabalho diário e com isso quero dizer que precisamos estar conectados com a realidade de nossos usuários para entender se as previsões de mercado coincidem com as de nossos nichos específicos.
Ouvir as tendências é muito importante para ter ideias e ficar conectado com o mundo. Mas ouvir seu público e acompanhar seus problemas diários é o que nos levará a tomar as decisões certas para não ter que correr atrás de um tráfego que não necessariamente impacta nossos resultados.
A Semrush nos convida a pensar sobre a dinâmica mobile. Mas quanto do mobile realmente impacta sua estratégia digital?
É verdade que o tráfego mobile e geral levou uma surra, mas ainda existe e representa uma boa porcentagem de visitas ao seu site ou blog. O comportamento dos usuários deve deixar de ser medido em função da pandemia, e sim relacionado às necessidades e realidades do nicho que visamos.
As mudanças que testemunhamos durante 2020 e 2021 foram o novo normal por dois anos. Agora, vamos esperar com cuidado para ver o que vem a seguir no mundo das comunicações e do consumo digital.
Ter bons dados, acompanhar de perto sua concorrência e as boas referências do setor, por meio de benchmarks, sempre nos trará melhores perspectivas de resultados atuais, mais do que apenas seguir ondas de tendência sem motivo. Ainda mais em um momento como a pandemia, que trouxe, sobretudo, questionamentos fortes que estão nos fazendo repensar o que queremos da sociedade.
Continue lendo o conteúdo na nossa seção de newsletter (se você ainda não é inscrito, recomendo fortemente que o faça abaixo), e treine sua reflexão sobre diversos temas, com base nas opiniões de nossa equipe de profissionais de Marketing.
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