Propósito. Poucas palavras fazem mais sucesso hoje no mercado de trabalho. Boa parte dos trabalhadores não quer mais saber só de ganhar mais dinheiro ou de planos de carreira robustos.
Eles querem incentivos que vão além do que é tangível. Mais que isso, querem viver agora e não esperar para aproveitar a vida com suas famílias e amigos daqui a vários anos.
As grandes empresas, acostumadas a encarar produtividade como sinônimo apenas de maior volume de trabalho, têm de se adaptar a essa mudança. Porém, como fazer isso?
Existem alguns princípios que norteiam a nova relação dos profissionais modernos com o trabalho.
Neste artigo, mostraremos como oferecer o equilíbrio entre vida social e trabalho que os maiores talentos precisam para brilhar.
Colaboradores querem equilibrar vida social e trabalho
Quando falamos em equilíbrio entre vida social e trabalho, entenda que os colaboradores não querem mais passar pela rotina desgastante que há alguns anos era considerada normal.
Ela incluía:
- carga horária longa e pesada;
- muitas horas extras;
- poucas chances de efetivamente tirar férias;
- entre outros problemas.
Verdade seja dita, essa ainda é a realidade de milhões de trabalhadores no Brasil. Porém, o problema tem ficado cada vez mais em evidência e cada vez mais pessoas têm exigido tratamento diferente para seguir nas empresas.
O que está envolvido em equilibrar vida social e trabalho? Em resumo, os colaboradores querem uma divisão clara do expediente profissional e o tempo de afazeres pessoais.
Esse tempo pessoal engloba coisas como:
- passar tempo com a família;
- aproveitar hobbies;
- estudar (por livre escolha, não por imposição do chefe).
Em outras palavras, o colaborador quer fazer o que bem entender em seu tempo livre, sem ser interrompido com questões profissionais que nunca têm fim.
Será que o colaborador moderno é indisposto?
A necessidade de limites claros entre vida pessoal e profissional não deve ser confundida com preguiça ou falta de ambição. Pelo contrário.
Os crescentes casos de crises de ansiedade e estafa pelo excesso de trabalho mostram que viver em função do emprego não ajuda na produtividade.
Em casos extremos, profissionais competentes até recorrem ao uso de substâncias controladas para dar conta do ritmo acelerado e da pressão por alto desempenho.
Por outro lado, quem consegue se distanciar do trabalho tem maior facilidade de oxigenar as ideias e produzir de forma mais atenta e criativa.
Diante disso, muitas empresas têm percebido a necessidade grande de se adaptar e oferecer melhores condições de trabalho aos colaboradores.
Horários flexíveis e home office ajudam a ter equilíbrio
Existem duas alternativas ótimas para as empresas que desejam oferecer maior equilíbrio aos colaboradores. Obviamente essas não são as únicas soluções viáveis.
Para algumas funções em grandes empresas, nem é totalmente possível oferecer qualquer das duas. Entretanto, sempre que isso se encaixa, a ideia é mais que válida: são os horários flexíveis e permitir o Home Office, ou seja, trabalhar de forma remota. Muitas empresas até unem as duas alternativas para fortalecer mais suas propostas de equilíbrio aos profissionais.
Confiança na capacidade produtiva
Tanto os horários flexíveis quanto o home office priorizam a entrega em vez de a presença e demonstram algo que atrai todo colaborador: confiança na sua capacidade de realizar o que lhe foi delegado.
Um dos maiores exemplos disso é o Google, que prioriza as entregas de tarefas em vez de focar em que hora os funcionários entram e saem do escritório.
Aliás, nem é requisito aparecer. Tudo pode ser feito de casa ou de outro local, remotamente — e quem pode negar que o Google é uma potência em desempenho e resultados?
Menos distração e interrupções
Oferecer um ambiente mais flexível ajuda, em muitos casos, a diminuir as distrações e interrupções tão comuns ao ambiente físico da empresa.
É claro que os profissionais terão de lidar com esses elementos em casa também, mas para quem consegue manter a disciplina pode ser bem mais fácil de trabalhar.
Quando isso acontece os resultados vêm até de forma mais expressiva sem desgastar ninguém além do limite.
Maior capacidade de contratar e reter
Outro benefício de usar o modelo home office, que talvez passe despercebido pelos gerentes das grandes empresas, é o espectro maior de opções de contratação.
Se a vaga tiver a possibilidade de trabalho 100% remoto, profissionais do mundo todo poderiam ser contratados. Isso significa chances muito maiores de encontrar o melhor talento disponível e retê-lo por um longo tempo.
Cultura da empresa contribui para expectativa dos funcionários
Como frisamos bem antes, flexibilizar a jornada e o local de trabalho não são, nem de longe, as únicas formas de equilibrar a vida pessoal e o trabalho. A cultura da empresa também tem um grande papel nisso.
Porém, cultura não é, de forma alguma, um conjunto de regras coladas em alguma parede ou mural. Não é algum tipo de mantra repetido pelos líderes para os colaboradores.
Antes, é o comportamento geral das pessoas dentro da empresa. A cultura começa com os líderes, mais pelo exemplo do que pelas palavras, e se espalha para todos, em cada setor da companhia.
Como a cultura dá o tom das expectativas
Numa empresa cuja cultura é vender acima de tudo, como acha que os colaboradores vão se sentir com respeito a pedir por descanso?
Provavelmente se sentirão acuados e intimidados, já que um discurso comum é de que “você precisa ser a pessoa que trabalha mais para conseguir os resultados que ninguém tem”.
A cultura dá o tom das expectativas que os funcionários terão sobre o que podem ou não fazer e isso deve ser um ponto de cuidado para tentar motivar os colaboradores. A linha entre conseguir resultados expressivos não pode ser embasada pela ideia de trabalhar sem parar.
Como criar uma cultura equilibrada?
Em primeiro lugar, é importante que os profissionais em posição de liderança saibam equilibrar as próprias vidas, entre o lado pessoal e o profissional.
Além disso, não adianta nada oferecer opções de equilíbrio aos colaboradores e pressioná-los de maneira informal para não fazerem uso delas.
Cada recurso disponibilizado tem de ser real, legítimo. Caso contrário o efeito de cansaço e frustração dos colaboradores pode se tornar ainda maior.
Atitudes constantes
O que cria a cultura da empresa não é só um pequeno gesto de vez em quando, mas também não é só uma grande iniciativa tomada a cada ano. É preciso mesclar atitudes grandes e pequenas, constantemente.
Se os líderes querem uma empresa humana, que trata o cliente como prioridade, precisam mostrar isso a toda a empresa em cada decisão estratégica.
Se desejam que os colaboradores se sintam felizes e motivados, precisam tomar ações diárias para mantê-los engajados e cuidar bem deles. É um trabalho contínuo e meticuloso.
Recompensa pelo trabalho demonstra busca saudável por resultados
A forma de recompensar os colaboradores também diz muito sobre o que é prioridade para a empresa. Se a única recompensa é dinheiro, as pessoas irão perceber que essa é a única coisa que importa para a instituição.
Por outro lado, se algumas das recompensas pelo trabalho bem-feito estiverem relacionadas ao bem-estar dos profissionais, a mensagem de que eles são importantes será bem entendida. Além disso, algumas empresas enxergam como recompensa o ato de dar mais trabalho aos colaboradores.
Atitudes do tipo “Vocês fizeram um trabalho tão bom que vão receber o dobro de responsabilidade no próximo projeto” causam desânimo e ansiedade. Recompensa é algo prazeroso, não pesado. Se as pessoas sob a sua supervisão associarem um bom desempenho apenas para receber mais trabalho depois, por quanto tempo os resultados continuarão positivos?
É papel dos líderes criar um ambiente em que todos se sintam parte de algo grandioso, e não que se sintam manipulados e usados por uma máquina inescrupulosa de ganhar dinheiro.
Diversidade e respeito também são ganhos importantes
A diversidade e o respeito precisam existir no nível das ideias e oportunidades. Qualquer pessoa deve ter o direito de contribuir de forma ampla para o desenvolvimento da empresa. Isso significa não restringir as oportunidades de crescimento a quem já faz parte da liderança estratégica, mas abrir caminhos para que todos avancem.
Quando um colaborador percebe isso é provável que seu desejo de continuar na empresa aumente. De forma geral, o equilíbrio entre vida social e trabalho deve ser uma das prioridades para as grandes empresas desde já.
Nesse mesmo caminho, muitas companhias já acreditam que combater a síndrome de Burnout pode melhorar os resultados. Essa notícia te ajuda a entender o porquê.
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