[INFOGRÁFICO] 102 erros de português mais comuns para você nunca mais cometer!

Os erros de português podem minar a autoridade de um texto da web. Analisamos centenas de textos aqui na Rock Content e listamos os erros gramaticais mais comuns para que você possa evitá-los. Confira a nossa lista!

Erros de Português

Às vezes você tem a sensação de que a língua portuguesa só existe para “trollar” quem tenta usá-la? De que não importa o quanto você se dedique, procure ficar por dentro de todas as exceções das regras gramaticais e passe seu texto em trinta corretores ortográficos diferentes, ela sempre vai conseguir pegá-lo em uma armadilha?

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Então temos três motivos para ajudá-lo a ficar mais tranquilo.

Primeiro: pode relaxar, porque a não ser que seja Guimarães Rosa (o que, no caso, implicaria que você voltou dos mortos só para ler este post — que honra!), você não é o único.

Segundo: nós temos a solução para o seu problema. E, como esse problema não é nada fácil de resolver, criamos uma explicação simples e bastante gráfica que irá te ajudar a se preparar na prevenção de erros de português! Confira:

Como evitar erros de português

Terceiro: já disse que temos a solução para todos os seus problemas? Ok, talvez não para todos, mas pelo menos para 102 deles. Quer ver? Prenda a respiração e conte com a gente!

Gêmeos do mal

1. “Mal” e “mau”

Por que “gêmeos do mal”, com “L”? É que “mau” com “U” é um adjetivo, enquanto “mal” pode ser advérbio ou substantivo. Olha só:

  • A luta entre o bem e o mal nunca acaba.
  • Comemos muito mal durante a viagem.
  • Nas histórias, as madrastas sempre são más, isto é, têm o coração mau.
  • Quem é mal-humorado está sempre de mau humor!

2. “Bem” e “bom”

Quer uma dica? “Mal” é o contrário de “bem” e “mau” o de “bom”, ou seja, “bem” pode ser usado nas mesmas situações em que se usa “mal”, e “bom” naquelas em que você colocaria “mau”. Assim:

  • Ficamos de bom humor (ou bem-humorados) depois de comer tão bem no restaurante!
  • Fritura é muito bom, mas infelizmente não faz bem.

3. “Independente de” e “independentemente de”

Mais uma da série advérbios versus adjetivos, a diferença entre esses dois é que “independente” pode ser uma qualidade ou um estado (isto é, um adjetivo), enquanto “independentemente” é um advérbio de modo, que quer dizer a mesma coisa que “de forma independente”. Confira os exemplos e entenda melhor:

  • Com que idade um jovem se torna independente dos pais?
  • Independentemente da nossa idade, todos podemos precisar do apoio da família em algum momento.
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4. “A princípio” e “em princípio”

A palavra “princípio” pode se referir tanto a ideologias e valores como ao começo de alguma coisa, certo? Pois, a chave para a diferença entre essas duas expressões está justamente aí: com “a” ela tem sentido de início, e com “em” de valor ou essência. Espie:

  • A princípio, pensava-se que a Terra era o centro do universo.
  • A poesia é, em princípio, a arte de escrever em versos.

5. “Há” e “a”

Um é um verbo, o outro uma preposição, mas por causa da pronúncia idêntica, é fácil se embananar na hora de escrevê-los, não é? A dificuldade aumenta quando “há” (que, para quem não se lembra, é do verbo “haver”) é usado para indicar o tempo passado, se confundindo com a preposição “a”, que só marca uma distância (temporal ou espacial). Fica assim:

  • Há muito tempo, os dinossauros foram extintos.
  • O supermercado mais próximo fica a 10 minutos daqui.
  • No ano passado, comprei meus presentes com antecedência: a 2 meses do Natal.

6. “Haver” e “a ver”

Outro irmão do mal de “haver” é a expressão “a ver”. Apesar de soarem iguaizinhas, as duas palavras, na realidade, não têm nada em comum: a primeira é um verbo, mas a segunda indica uma afinidade (ou não) entre duas coisas. Confira:

  • Quando chove muito, pode haver enchentes na cidade.
  • É possível que dois gêmeos sejam bem parecidos ou, pelo contrário, não tenham nada a ver um com o outro.

7. “Haja” e “aja”

Sim, há ainda mais uma forma de fazer confusão com o verbo “haver” (haja paciência, não é?!), mas não precisa desistir de usá-lo para sempre, não! Na verdade, é bem fácil distingui-lo de “aja”, do verbo “agir”: é só ver se dá para trocar por “existir”. Veja só:

  • Mesmo que haja (ou exista) algum risco, vale a pena investir nesse setor.
  • Para que a empresa se recupere da crise, é preciso que a administração aja imediatamente.

8. “Vem” e “veem”

Os dois são verbos, mas se o primeiro (com um “e” só) é de “vir”, o segundo (com dois) é conjugação de “ver”. Entenda:

  • Você prometeu que vem me visitar amanhã.
  • Eles não veem a hora de se encontrar de novo.

9. “A gente” e “agente”

Junto ou separado? A resposta é simples: se for o mesmo que “nós”, é separado; se for a profissão (tipo 007), é junto. Fique de olho:

  • James Bond é o agente secreto mais famoso do mundo.
  • Por que você não vem com a gente ao cinema?

10. “Acerca de” e “cerca de”

“Acerca de” é o mesmo que “sobre” ou “a respeito de”. Já “cerca de” vem da expressão em latim circa, podendo significar tanto “perto de”, quanto o velho e bom “mais ou menos”. Veja só:

  • Preciso falar com você acerca de um problema pessoal.
  • Estima-se que a população mundial tenha chegado, hoje, a cerca de 7,4 bilhões de pessoas.

11. “De trás”, “atrás” e “detrás”

Enquanto “detrás” e “atrás” podem ser usados como sinônimos, “de trás”, separado, aparece quando é necessário empregar a preposição “de”. Confuso? É só pensar assim: se a pergunta for só “onde”, responda com “atrás” ou “detrás”. Agora, se for “de onde”, o certo vai ser “de trás”. Fica desse jeito:

  • Onde está o cofre secreto? Atrás do quadro.
  • Onde foi parar meu casaco? Está pendurado detrás da porta.
  • De onde saiu esse rato? De trás do armário da cozinha.

12. “Aparte” e “à parte”

“Aparte” pode ser o imperativo do verbo “apartar” (que quer dizer separar ou desviar) ou um substantivo masculino (que significa um comentário isolado, como se fosse um parêntese em um discurso). Já “à parte” é aquilo que já está ou vai ser separado. Veja se entende melhor com os exemplos:

  • Ele não consegue manter sua linha de raciocínio e faz apartes desnecessários o tempo todo, de modo que ninguém entende o que diz.
  • Ontem fui chamado para uma conversa à parte com minha chefe.
  • Minhas compras pessoais precisam ser feitas à parte em relação às da empresa.

13. “Decerto” e “de certo”

A dica aqui é tentar substituir a expressão pela palavra “certamente”. Se funcionar, use “decerto” junto. Se não, é “de certo” separado. Desse jeito:

  • De certo modo, seu conselho me ajudou mais do que eu esperava.
  • Depois de estudar tanto, você decerto conseguirá uma boa nota na prova!

14. “Propício” e “propenso”

Eles são parecidos, mas o significado não é o mesmo. “Propício” indica que uma situação pode favorecer alguma outra coisa, mas não necessariamente que há uma tendência, como indica “propenso”. Basicamente, é o seguinte:

  • Um ambiente silencioso é mais propício (ou apropriado) para os estudos.
  • Mas se você não estiver propenso (ou tendendo) a estudar, o silêncio não vai fazer diferença.
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15. “Senão” e “se não”

“Se não” separado aparece em frases em que você poderia inserir alguma coisa entre o “se” e o “não”. Já “senão” junto pode aparecer como substantivo ou no sentido de “mas sim”, “do contrário” e “exceto”, sem que você possa separar os dois elementos. Teste nessas frases e entenda:

  • Aceito seus termos, com um senão: preciso de um prazo maior.
  • Se não conseguir chegar a tempo ao cinema, eu compro seu ingresso e espero-o na entrada das salas.
  • Tente chegar pontualmente, senão perderemos o início do filme!

16. “A fim” e “afim”

“Afim” junto vem de afinidade, enquanto “a fim” é a preposição “a” ligada ao “fim” no sentido de finalidade. Para saber qual dos dois usar, então, é só parar para pensar qual dessas duas ideias você está tentando passar. Veja:

  • As duas empresas se uniram para atingir interesses afins (ou semelhantes).
  • Você está a fim de sair hoje à noite?
  • Precisamos passar no banco a fim de fazer um depósito.

17. “Perca” e “perda”

Mais um parzinho fácil de distinguir: “perda” é substantivo, enquanto “perca” é verbo. Ou seja: se puder colocar artigo antes (“a perda” ou “uma perda”) é com “d”. Sacou? Então confira:

  • Não perca tempo: compre já o nosso produto!
  • Acabe com a perda de tempo usando nossa técnica para ser mais produtivo!

18. “Descriminar” e “discriminar”

“Discriminação”, com “i”, é separar as coisas, e por vezes tratar as pessoas ou questões de forma desigual por causa de algum preconceito. Já “descriminar” é tirar a culpa de um crime (daí o prefixo “des”, de negação, como em “descolorir”, por exemplo). Acompanhe:

  • Você já sofreu algum tipo de discriminação racial no trabalho?
  • O júri descriminou o réu após um julgamento que durou meses.

19. “Absolver” e “absorver”

Por falar em descriminar, um de seus sinônimos que também gera alguma confusão é “absolver”, que quer dizer tirar a culpa, perdoar, etc. Diferentemente de absorver, que é fazer desaparecer um líquido (pensou em fraldas?) ou assimilar algo. É simples:

  • Os padres ouvem as confissões dos fiéis para absolver seus pecados.
  • Em uma aula expositiva, nem sempre é fácil absorver todo o conteúdo dado.
  • Alguns tecidos ajudam a absorver melhor o suor na prática de atividades físicas.

20. “No lugar de”, “ao invés de” e “em vez de”

Pense em trigêmeos, mas com dois dos irmãos sendo iguaizinhos e um deles bem diferente. A ovelha negra é “ao invés de”, que só serve para contrastar ideias opostas (tipo alto e baixo, frio e quente, etc.). Os outros dois contrastam coisas diferentes, mas que não se excluem mutuamente (como manga e melancia, azul ou branco, etc.). Repare nos exemplos:

  • Decidimos fazer uma mousse para a sobremesa no lugar do bolo. (mousse e bolo não são necessariamente opostos)
  • Não vamos viajar mais para o Japão. Em vez disso, vamos para a Nova Zelândia. (idem)
  • Ao invés de sair, resolvemos ficar em casa. (ficar em casa e sair podem ser consideradas coisas opostas, certo?)

21. “Na medida em que” e “à medida que”

Se “na medida em que” tem sentido de causa e pode ser trocada por “porque” ou “visto que”, sua expressão gêmea, “à medida que”, indica uma progressãoproporcional. Veja como:

  • O calor vai aumentando à medida que o verão se aproxima.
  • As casas dos países de clima temperado precisam ser construídas com mais cuidado na medida em que (ou porque) sofrem mais com as oscilações de temperatura a cada estação.

22. “De encontro a” e “ao encontro de”

Parece mesmo bobagem, mas trocar o “a” e o “de” de lugar em torno da palavra “encontro” pode, sim, fazer toda a diferença! Isso porque “de encontro a” é algonegativo, que indica uma oposição. Já “ao encontro de” é positivo, é mostra a afinidade entre duas coisas. Fica assim:

  • A ascensão da sustentabilidade no cenário mundial vai de encontro aos interesses das empresas que preferem explorar o meio ambiente a cuidar dele.
  • As feiras de alimentos orgânicos vão ao encontro dos produtores locais, que conseguem vender seus produtos a preços melhores.

23. “Viajem” e “viagem”

Parece pegadinha, mas não é: com “g”, “viagem” é substantivo, enquanto com “j” é verbo. O truque, então, é checar se dá para usar artigo (“a” ou “uma”): se der, acerte com o “g”. Confira:

  • Vou fazer uma viagem para o exterior nessas férias.
  • Espero que vocês viajem muito durante o intercâmbio!

24. “Seção” e “sessão”

Com “ç”, “seção” tem sempre a ver com uma divisão ou subdivisão. Já com “ss”, se refere a um evento que dura um tempo determinado (como no cinema, uma reunião, assembleia, consulta médica, etc.). Olha só:

  • Foi convocada uma sessão extraordinária no congresso para esta semana.
  • A lei que você procura está na última seção do regulamento.

25. “Comprimento” e “cumprimento”

O “cumprimento”, com “u”, é a saudação, o aperto de mãos, etc., além do substantivo do verbo “cumprir” (como o cumprimento ou descumprimento da promessa). Já o “comprimento”, com “o”, é a medida. Fica assim:

  • Essa sala tem 3 metros de comprimento.
  • O não cumprimento da lei pode acarretar multas.
  • Dê meus cumprimentos ao seu irmão pela formatura.

26. “Descrição” e “discrição”

“Descrição” vem de “descrever”, enquanto “discrição” é de “discreto”. Não é difícil diferenciar esses dois, veja só:

  • Em uma entrevista de emprego, o ideal é se vestir com mais discrição.
  • Nas vendas pela internet, é sempre bom contar com uma descrição detalhada do produto.

27. “Hora” e “ora”

Todo mundo sabe o que “hora” quer dizer, certo? A dúvida, então, se concentra geralmente mais no caso de “ora” sem “h”, que além de fazer parte de algumas expressões fixas, pode significar “agora” e “além disso”. Confira:

  • A que horas você pretende chegar? Tenho um compromisso depois.
  • Isso é hora de estar de pé em um dia de semana? Está tarde!
  • Você disse que está enfrentando problemas pessoais? Ora, não me venha com essa, eu conheço bem a sua situação.
  • O clima está mesmo louco: ora faz um calor insuportável, ora um frio de gelar até os ossos.
  • Ora, ora, você por aqui?
  • Por ora, acredito que essa seja a melhor solução.

28. “Tachar” e “taxar”

“Taxar” está relacionado a taxas, tarifas, pagamentos, etc. Por outro lado, “tachar” é atribuir qualidades negativas a alguém ou, ainda, censurar algo, colocando uma tacha (como aqui). Veja:

  • É normal taxar produtos importados para estimular o consumo interno.
  • Depois de cometer um erro fatal no primeiro dia de trabalho, João foi tachadode incompetente.

29. “Meio” e “meia”

“Meia”, com “a”, só pode ser duas coisas: a metade ou a meia que calçamos antes dos sapatos (além do número 6, numa redução de “meia dúzia”). Já “meio” pode ser, além de metade, um advérbio, significando algo como mais ou menos. Assim, podemos dizer:

  • Beba água por toda a manhã, de meia em meia hora, até meio-dia e meia.
  • Deixe a janela meio aberta para que o ar circule.

30. “Eminente” e “iminente”

“Eminente” é algo excelente, importante, superior. Já “iminente” é algo imediato, que está por acontecer em breve. Entenda:

  • Guimarães Rosa foi um autor e homem eminente.
  • Quem mora em regiões onde acontecem tsunamis fica em perigo iminenteapós um terremoto.

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31. “Embaixo” e “em cima”

O erro aqui não é o significado, claro, mas a escrita. Para ajudar a se lembrar disso, vale pensar na letra “V”, que tem duas pontas em cima e apenas uma embaixo. Assim, você não se esquece de qual dessas duas expressões tem duas palavras e qual tem apenas uma.

32. “Em cima” e “acima”

Decorou que “em cima” se escreve separado? Ótimo, mas não confunda com “acima” (e “abaixo”!), que é uma palavra só, ok?

33. “Saber” e “conhecer”

Talvez por causa da relação desses dois termos com o inglês know, tem acontecido por aí de se usá-las de maneira intercambiável, principalmente na web. No entanto, “saber” e “conhecer”, pelo menos em português, não são exatamente sinônimos, não! Afinal, nem sempre é preciso conhecer alguma coisa (no sentido de compreendê-la mais a fundo) para saber sobre ela (no sentido de estar ciente). Veja alguns exemplos em que não dá para trocar um pelo outro:

  • Não conheço os detalhes por trás dessa lei, mas sei que se desobedecê-la serei punido.
  • Para conhecer as causas de um problema, é preciso, primeiro, saber que ele existe.
  • Aproveite a oportunidade para conhecer nossa loja e saber mais sobre nossos serviços!

34. “Eficaz”, “efetivo” e “eficiente”

De longe essas três palavrinhas parecem mesmo muito semelhantes, e até intercambiáveis, não acha? Mas basta uma olhada mais cuidadosa para ver que, na verdade, elas não são assim tão parecidas. Enquanto alguma coisa eficaz deve simplesmente cumprir com o esperado, algo eficiente precisa fazê-lo de forma a gastar a menor quantidade de energia e recursos possível. Já efetivo tem relação apenas com efetivar, isto é, concretizar algo. Sendo assim, podemos afirmar o seguinte:

Fixar um quadro à parede com fita adesiva no lugar de pregos pode ser eficiente, já que é muito mais simples do que furar a parede. Além disso, é efetivo na medida em que realiza o desejo de fixar o quadro. Contudo, essa solução provavelmente não é a mais eficaz, pois não cumprirá com o objetivo de manter o quadro fixado ali por muito tempo, não é?

Saiba mais e veja outro exemplo muito interessante aqui.

35. “Qualquer”, “algum” e “nenhum”

Esse é outro trio de palavras que parecem intercambiáveis de longe, mas têm suas diferenças de perto. O principal erro, aqui, é trocar “nenhum” por “qualquer” em frases negativas, já que o segundo termo não tem esse sentido. A confusão parece vir de uma tradução ao pé da letra do inglês any. Quanto ao “algum”, ele pode ser usado no sentido negativo quando vem logo depois de um substantivo. Fica assim:

  • Escreva: Não há nenhum problema.
  • Escreva: Não há problema algum.
  • Escreva: Há um problema qualquer.
  • Não escreva: *Não há qualquer problema. (O asterisco indica que essa frase é agramatical!)

36. “Simples” e “fácil”

Achou que eram sinônimos? Pois bem, em alguns casos, pode ser que algo seja simples e fácil, de modo que essas palavras possam ser substituídas uma pela outra sem problemas. No entanto, seu significado não é bem o mesmo. Para entender melhor, vale pensar em “simples” no sentido de humilde, sem muita ornamentação, singelo. Por outro lado, fácil é aquilo que, mesmo se envolver diversos passos, não demanda muita habilidade. Veja como isso é possível:

  • Passar um bife é simples: basta temperá-lo e jogá-lo na frigideira bem quente.
  • Entretanto, conseguir deixar a carne no ponto certo não é nada fácil: alguns minutos a mais podem deixá-la dura e ressecada, e alguns a menos, crua.

37. “Este” e “esse”

Já ficou em dúvida sobre dizer “este ano” ou “esse ano”? Essa realmente é uma questão um pouquinho complicada, mas dá para resumi-la dizendo o seguinte: “este” se refere ao que está perto de quem está falando, ao tempo presente e ao que queremos dizer a seguir. Já “esse” faz justamente o contrário: se refere ao que está longe de quem fala, ao tempo futuro ou passado, e ao que já dissemos antes. Confira três exemplos em que esse contraste fica evidente:

  • Daqui a alguns meses, neste verão, provavelmente não vamos ter férias tão boas quanto estamos tendo agora, nesse inverno, já que precisaremos nos preocupar com problemas de final de ano.
  • Este instrumento que estou tentando usar não serve, por favor, me passe esse que está ao seu lado.
  • Depois dessas palavras que acabei de pronunciar, gostaria ainda de acrescentar esta citação: “…”

Entendeu agora? Então vale lembrar que a mesma regrinha se aplica ao par “isto” e “isso”.

38. “Por que” e “porque”

A maioria das pessoas conhece a regrinha que diz que “por que” separado é para a pergunta, e “porque” junto é para a resposta, certo? Mas nem sempre ela funciona, já que às vezes a gente acaba precisando usar o “por que” separado em frases com ponto final também, sabia? Isso acontece quando ele pode ser substituído por “por que razão” (ou algo com o mesmo sentido), mas não por “pois”. Confira:

  • Eu não sei por que meu chefe faltou ao trabalho hoje, imagino que esteja doente.
  • Precisarei sair mais cedo porque tenho uma consulta médica.
  • Por que você não avisou que precisaria de ajuda?

39. “Por quê” e “porquê”

Passemos ao próximo nível dos porquês: quando tem acento e quando não tem? Separado, “por que” aparece com acento quando está no final da frase. Já “porquê”, junto e com acento, é um substantivo, podendo ser usado com artigo (“o porquê”). Quer ver?

  • Você chegou atrasado hoje e eu quero saber por quê.
  • Meu computador não está funcionando por quê?
  • Gostaria de saber o porquê dessa algazarra.
Nota do editor:
Confira nossa videoaula Segredos do Português e aprenda como identificar erros camuflados no texto, maneiras de aprender a detectá-los, além de conhecer algumas ocorrências e por que elas estão erradas — ou não! 😉

Concordância e regência

40. “Havia” e “haviam”

Sim, lá vem o tal “haver” de novo, mas prometemos que é sua última aparição neste post! O erro, aqui, é colocar o verbo no plural quando está sendo usado no sentido de existir. É que, nesse caso, ele faz uma oração sem sujeito, não devendo, portanto, concordar com a coisa que existe ou deixa de existir. Quando usado como auxiliar, no entanto (isto é, quando aparece junto com outro verbo e pode ser substituído pelo auxiliar “ter”), o plural está liberado. Veja só:

  • Há três flores no jardim.
  • Havia nove alunos na sala.
  • Eles haviam mudado de casa no ano anterior.
  • Nós havíamos colocado seu nome na lista.

41. “Faz” e “falta”

Lembra-se de quando falamos da diferença entre “há” e “a” e vimos que o “há” é usado para marcar uma distância em relação ao passado? Pois é exatamente essa função que também exerce o “faz”, e como no caso do “há”, ele também vai ficar nosingular nesse tipo de sentença, mesmo que o tempo que venha depois (como 7 duas ou 2 horas) esteja no plural. Por outro lado, quando usamos “faltar” para marcar uma distância em relação ao futuro, o tempo é sujeito da oração, por isso o verbo vai poder ir para o plural. Complicado? Não se preocupe, é só conferir os exemplos e você vai entender:

  • Faz nove meses que mudei de cidade.
  • Faltam nove meses para que eu me mude novamente.

42. “Tem” e “têm”

Esse erro é bem simples, por isso não é difícil remediá-lo: é só saber que o verbo “ter”, quando conjugado na terceira pessoa do plural (“eles” e “elas”), leva acento circunflexo. Fica assim então:

  • Ele tem muito dinheiro.
  • Eles têm muito dinheiro.

A mesma regrinha também vale para o verbo “vir”: “ele vem” e “eles vêm”. Só não confunda com “veem” como falamos mais acima, ok?

43. “Mantém” e “mantêm”

O caso de “manter” é bem parecido com o de “ter” e “vir”, só que aqui, na terceira pessoa do singular (“ele” e “ela”), o verbo já leva um acento agudo, que vai então apenas se transformar em circunflexo no plural:

  • Ele mantém suas coisas em ordem.
  • Eles mantêm suas coisas em ordem.

O mesmo vale para “contém” e “contêm”!

44. “Lembrar-se de” e “lembrar”

Trata-se aqui de um erro de regência verbal, isto é, de saber quando um verbo precisa de uma preposição ou não. No caso, é só saber que, quando o verbo é pronominal (“lembrar-se” no lugar de só “lembrar”), precisa vir acompanhado da preposição “de”. Veja como:

  • Por favor, me lembre de agendar uma consulta médica mais tarde.
  • Você está se lembrando de que vamos nos encontrar hoje?
  • Eu lembrei que você não gosta de chocolate.
Essa regra também é multiuso: se aplica da mesmíssima forma a “esquecer” e “esquecer-se de”, viu?

45. “Assistir”

O verbo “assistir” pode aparecer com diferentes sentidos (como presenciar algo, ajudar alguém, apoiar uma causa, etc.), mas o problema só acontece quando ele se confunde com o verbo “ver”, referindo-se a coisas como espetáculos, televisão, filmes, e por aí vai. Isso porque, no uso consagrado da língua, o correto é que o objeto seja precedido da preposição “a”, mas na medida em que pode ser trocado por “ver”, ele acaba fugindo dessa regrinha na linguagem oral, e já começa até a ter esse uso sem a preposição adotado na literatura. Mesmo assim, para não correr nenhum risco, a gente recomenda que você escreva assim:

  • Vou assistir a um filme hoje à noite.
  • Vou ver um filme hoje à noite.

 46. “Implicar”

Outro verbo que pode confundir até os mais experientes quando o assunto é a regência é “implicar”. Afinal, ele pode vir acompanhado de nada menos que três preposições diferentes, dependendo do seu sentido na frase. Vamos ver:

  • Os alunos implicaram com a professora nova. (No sentido de não gostar.)
  • O novo funcionário já se implicou em fofocas e confusões. (Envolveu-se.)
  • Grandes poderes implicam grandes responsabilidades. (No sentido de ter por consequência ou requisito.)

47. “Acarretar”

Um exemplo de verbo transitivo direto e indireto (que pode vir acompanhado de um objeto com e outro sem preposição), “acarretar” costuma aparecer incorretamente associado à preposição “em”. No entanto, na verdade quem o rege é a preposição “a”, e mesmo assim é opcional adicionar esse segundo objeto indireto. Veja por quê:

  • O acidente acarretou perdas [ao produtor].
Não há preposição entre “acarretou” e “perdas” (primeiro objeto), mas ainda que haja “a” antes de “o produtor”, essa parte da frase, destacada entre colchetes, é opcional, concorda?

48. “Onde”, “aonde” e “de onde”

A preposição diz tudo: se “onde” é o lugar onde alguma coisa está, “aonde” implica um movimento a algum lugar (como quando usamos “ir” ou “chegar”), e “de onde” demanda a origem de algo. Confira:

  • Você viu onde está minha carteira?
  • Não estou entendendo aonde eles pensam que vão.
  • Não sei de onde veio o barulho.

49. “Em que” e “onde”

Ainda da série do “onde”, é bom aprender a diferenciá-lo de “em que”. Para quem não sabe, “onde” só serve para representar lugares físicos, enquanto “em que” pode ser usado para falar de locais mais abstratos. Isso acontece em situações como as seguintes:

  • Ontem vi um filme em que o universo é dominado por forças do mal. (O filme não é um lugar físico.)
  • No filme, o lugar onde as forças do mal se concentram é uma nave do tamanho e formato de um planeta. (Ainda que não exista de verdade, a nave seria um lugar físico.)

50. “Que” sem preposição

Quando o assunto é regência, mais um errinho daqueles que a gente comete inocentemente, quase sem se dar conta, é se esquecer das preposições na hora de usar o “que”. Quer ver quando isso acontece? Confira se você se lembraria de colocar as preposições marcadas na frase a seguir ou se escreveria apenas “que” no lugar dos termos em negrito:

  • Sua dúvida tem a ver com o assunto de que a gente falou na aula passada.
  • Os livros de que eu mais gosto estão na parte de cima da estante.
  • Aquele homem com quem eu estava conversando ontem é o professor.
  • O jeito com que você disse aquilo me ofendeu.
  • A história em que os protagonistas são bruxos é a melhor.

E aí, você teria acertado?

51. “Cujo”

Outro pronome que costuma ser esquecido em prol do tão eclético “que” é o “cujo”, equivalente a “de que”, “de quem” ou “do qual”. Você sabe quando e como deveria usá-lo nas suas frases? Então confira aqui:

  • O rapaz cuja camisa é vermelha.
  • A sala cujas paredes estão manchadas.
  • O filme cujo final não é feliz.
  • As calças cujos bolsos estão furados precisam ser consertadas.

52. “Lhe” e “o”

Tanto “lhe” quanto “o” são pronomes pessoais oblíquos. Porém, enquanto o primeiro serve para substituir objetos indiretos, isto é, que precisam de preposição, o segundo só é usado para os objetos diretos, ou seja, sem preposição. Compare, a seguir, três frases com o verbo “enviar” (que pode ter objeto direto e indireto), e entenda a diferença:

  • Enviei o resultado a seu assistente. (“o resultado” não tem preposição, por isso é objeto direto; “ao seu assistente” tem preposição “a”, então é objeto indireto)
  • Enviei-o a seu assistente. (o objeto direto é substituído por “-o”)
  • Enviei-lhe o resultado. (o objeto indireto é substituído por “-lhe”)

53. “Você” e “te”

Na linguagem oral, apesar de a gente empregar, na maior parte do Brasil, o “você” para se referir à 2ª pessoa, não é raro misturarmos seu uso com o “te”, dizendo “te encontro mais tarde” a alguém que não tratamos por “tu”, por exemplo, não é verdade? Na escrita, contudo, é bom se lembrar de que o “te” não é o pronome que corresponde ao “você” gramaticalmente, já que “você” é um pronome de tratamento (assim como “senhor” ou “Vossa Excelência”) e, por isso, concorda com a 3ª pessoa no lugar da 2ª. Assim, no lugar de “te” ou “teu”, usamos:

  • Você tem alguma dúvida? Este livro pode ajudá-lo!
  • Ei, você, esta não é sua carteira?
  • Você quer que eu o espere?

54. Ênclise de “o”

No primeiro exemplo ali em cima, você deve ter reparado que “-o” apareceu em uma forma diferente: “-lo”. Pois acontece que quando “-o” vem ligado depois do verbo (ou seja, em ênclise), ele precisa mudar de forma em dois casos diferentes: depois de verbos que terminariam em “r”, “s” ou “z”, quando se transforma em “-lo”; e depois de verbos que terminam em sons nasais (com “m” ou til), quando vira “-no”. Confira os exemplos:

  • Você terá que trazê-los amanhã. (trazer)
  • Encontramo-la embaixo da mesa. (encontramos)
  • Fi-lo sem segundas interções. (fiz)
  • Descobriram-na por acidente. (descobriram)
  • Põe-no sobre a cômoda. (põe)

55. Mesóclise de “-lo”

Última dica sobre “-o” para você ficar totalmente craque no uso desse pronome oblíquo (e suas declinações, claro!): sabia que quando ele aparece com verbos nofuturo do presente (tipo “farei”, “comerei”, etc.) ou no futuro do pretérito (tipo “adoraria”, “faríamos”, etc.) precisa ser colocado no meio do verbo e ainda aparece sempre como “-lo” (e declinações)? Então veja só:

  • Venderei esses produtos amanhã. Vendê-los-ei amanhã.
  • Queria sua resposta o quanto antes. Querê-la-ia o quanto antes.
  • Conseguiremos esse dado em breve. Consegui-lo-emos em breve.
  • Você aprenderá a língua rapidamente. Você aprendê-la-á rapidamente.

56. “Dele” e “de ele”

Ninguém tem dúvida na hora de juntar “de” e “ele” em “dele” ou “em” e “ele” em “nele”, certo? Mas nem sempre se deve fazer essa contração! Quando o pronome reto da 3ª pessoa (“ele” e suas declinações) for o sujeito de um verbo no infinitivo, a contração não vai acontecer. É o caso de:

  • O fato de ele ser o chefe não lhe dá o direito de maltratar os funcionários.
  • Antes de ela sair, todos estavam em silêncio.
  • O problema está em eles desobedecerem às ordens.

57. “Dele” ou “seu”

Como aqui no Brasil usamos o “você” com muita frequência, em algumas situações, podem ocorrer ambiguidades em que “dele” e “dela” ajudam a esclarecer a quem determinado elemento se refere. Mesmo assim, quando não há risco de mal-entendido, a regra é usar “seu”. Veja só:

  • Ana tem três cadernos em sua mochila.
  • Para lidar com seus problemas, a empresa recorreu a uma solução simples.
  • O homem recolheu seus pertences e foi para casa.

A não ser que existisse algum motivo que levasse o leitor dessas frases a suspeitar que elas fazem referência a sua própria mochila, seus próprios problemas ou seus próprios pertences (e não aos do sujeito) não há razão para trocar “seu” por “dele” ou “dela”, certo?

58. “Mim”, “me” e “eu”

Parecido com o problema de trocar “lhe” por “o” (e vice-versa), para solucionar a confusão entre “mim”, “me” e “eu”, é preciso parar para descobrir qual é a função desse elemento na oração. Se for sujeito, opte sempre por “eu”; se não houver preposição, use “me”; se houver preposição, “mim” será a resposta certa. Confira:

  • Preciso que você me envie os dados para eu fazer a análise. (apesar do “para”, “eu” é sujeito de “fazer”)
  • Preciso que você envie os dados para mim. (“mim” é objeto indireto de “enviar”, com preposição “para”)
  • Preciso que você me envie os dados. (“me” é objeto indireto de “enviar”, mas não há preposição)

59. “A maioria”

A expressão está no singular e até tem artigo definido, mas se o que vier depois estiver no plural (como geralmente está), com o que o verbo deve concordar? Nesses casos, a regra é flexível: você pode escolher! Mesmo assim, para evitar mal-entendidos, nosso conselho é preferir manter o singular, optando pela chamadaconcordância gramatical (por oposição à atrativa, que concorda com o elemento mais próximo). Suas frases então vão ficar assim:

  • A maioria das pessoas gosta de chocolate.
  • O governo procurou atender aos pedidos que as maiorias fizeram.
  • O mesmo vale para outras expressões partitivas (como “a maior parte”, “a minoria”, “metade de”, “o resto de”, etc.):
  • A maior parte dos funcionários almoça na empresa.
  • O restante dos trabalhadores ficará por aqui.

60. Porcentagens

Outra dúvida parecida é esta aqui: na hora de concordar um verbo com um sujeito em que há uma porcentagem, em que você deve se basear, no número ou no substantivo? A resposta é que o substantivo sempre vai mandar mais que o número, a não ser que haja um artigo antes da porcentagem ou que o número seja de apenas 1%. Fica assim:

  • 40% das pessoas concordaram que Matemática é difícil.
  • Entre 10 e 15% dos candidatos do concurso erraram a questão.
  • Apenas 1% dos investimentos teve retorno.
  • Os 30% que discordaram da ideia se retiraram da sala.

61. “Um dos”

E quando juntamos singular e plural com a expressão “um dos que” (ou “uma das que”), com quem o verbo deve concordar? Com o plural! Veja:

  • O jogador foi um dos que mais se destacaram nessa Copa.
  • Esse filme é um dos que menos chamaram a atenção no Oscar.

62. Sujeito indeterminado

O sujeito indeterminado aparece quando não sabemos quem executa a ação ou, ainda, quando não há necessidade em sabê-lo. Quando isso acontece, há duas opções possíveis para a conjugação do verbo: na 3ª pessoa do plural (eles); ou do singular (ele) com o verbo acompanhado do pronome “-se”. A dúvida, geralmente, aparece mais na segunda opção, mas é só se lembrar que o “-se” vai exigir o verbo no singular, ok? Repare como em todas estas frases o sujeito não é conhecido:

  • Dizem que eles estão tendo um caso, mas não se sabe ao certo desde quando.
  • Picharam o muro da escola. Ainda não se descobriu quem foi.
  • Precisa-se de garçons com experiência.

63. Cores variáveis

Quando o assunto é a concordância entre um nome e uma cor, é bom saber que nem sempre a vida é tão cor-de-rosa quanto parece. Isso porque enquanto algumas cores são adjetivos, podendo concordar com o nome sem problemas, outras são substantivos, permanecendo invariáveis. Entre as cores variáveis, isto é, que concordam com o nome em gênero e número, estão as seguintes:

  • As folhas são verdes, amarelas e marrons.
  • O colar tem miçangas azuis, roxas, vermelhas e brancas.

64. Cores invariáveis

As cores invariáveis são aquelas que tiram seu nome de outros substantivos, como rosa, cinza, gelo, açafrão, vinho, ferrugem, etc. Assim, ao empregar essas cores, não há variação, independentemente do número e gênero do nome que elas qualificam:

  • Passe-me essas almofadas vinho e malva.
  • Experimente essas pulseiras cinza com aqueles lenços creme e pastel.
Na hora do aperto, é sempre bom consultar um dicionário para saber se a cor que você usou é apenas um adjetivo ou se vem de um substantivo!

65. Cores compostas

Além das cores invariáveis e variáveis, outro tipo de palavra costuma deixar qualquer um encucado na hora de fazer a concordância: as cores que formam palavras compostas. Felizmente, a regra é simples: só as cores em que não há nenhum substantivo flexionam, e apenas o segundo termo da palavra faz a concordância. O que acontece, portanto, é o seguinte:

  • Vou encomendar essas flores vermelho-claras e estas azul-turquesa.
  • Gostaria de levar as peças cor de goiaba e castanho-escuras.
  • O tratamento é feito com ajuda de raios infravermelhos e ultravioleta.

66. Azul-marinho e azul-celeste

A exceção à regra anterior? Esses dois. Embora sejam compostos exclusivamente por adjetivos, “azul-marinho” e “azul-celeste” permanecem invariáveis em qualquer contexto:

  • Suas roupas eram feitas com faixas azul-marinho.
  • Placas azul-celeste indicavam o caminho até o centro.

Acentuação

67. “À”

Ao escrever ou mesmo falar, você tem alguma dúvida sobre quando usar “ao” (como em “vou ao supermercado”)? Então pode ficar tranquilo, porque o “a” com crase nada mais é que a versão feminina de “ao”! Afinal, se “ao” é “a” (a preposição) mais “o” (o artigo), “à” é exatamente a mesma coisa, só que com o artigo feminino.

Ou seja: na dúvida, substitua a palavra (que, claro, tem que ser feminina) que você não sabe se precisa preceder de “à” por um substantivo masculino e confira se deveria dizer “ao”. Se sim, não tenha medo da crase:

  • Assine nossa newsletter na coluna à esquerda.
  • Desligue o celular quando estiver à mesa.
  • Gostaria de pedir uma pizza à moda da casa.

68. Crase antes de nome de lugar

Em geral, não se usa crase antes de nome próprio, no entanto, “à” pode ter que ser empregado antes de nomes de lugar que vêm usualmente acompanhados de artigo feminino, sbaia disso? Veja alguns exemplos e entenda:

  • Meu sonho é ir à França. (colocamos artigo feminino antes de França)
  • Meu cunhado foi à Argentina no mês passado. (colocamos artigo feminino antes de Argentina)
  • Nunca fui ao Japão. (usamos artigo masculino para Japão)
  • Nessas férias, irei a Portugal. (não usamos artigo antes de Portugal)

69. “Àquele”

Agora que você entendeu a lógica por trás da crase em “à”, saiba que ela também pode aparecer em “aquilo”, “aquele” e “aquela” quando essas palavras precisarem ser precedidas da preposição “a”. Assim, na união dos dois “As” (da preposição e do pronome), surge de novo a crase:

  • Seu discurso fez referência àqueles de seus predecessores. (fazer referência aalgo)
  • Assistimos àquilo horrorizados. (assistir a algo)
  • Prestaram socorro àquela pessoa imediatamente. (prestar socorro a alguém)

70. Palavras proparoxítonas

Para quem não sabe, palavras proparoxítonas são aquelas cuja tônica fica na terceira sílaba de uma palavra, contando da direita para a esquerda, isto é, da última para a primeira sílaba. Pois absolutamente todas as palavras assim têm um acento exatamente nessa sílaba, quer ver? Cheque esses exemplos e faça as contas:

  • Dúvida (dú-vi-da);
  • Família (fa-mí-li-a);
  • Referência (re-fe-rên-ci-a);
  • Anônimo (a-nô-ni-mo);
  • Pirâmide (pi-râ-mi-de).

71. Paroxítonas em “oi” e “ei” na nova ortografia

Talvez você não se lembre disso, ou talvez não saiba ainda que a regra mudou, mas as palavras paroxítonas (com a tônica na segunda sílaba da direita para a esquerda) com ditongos abertos em “oi” e “ei” perderam o acento que tinham antes do novo Acordo Ortográfico. Assim, se a tônica estiver em “oi” e “ei” e ainda houver alguma sílaba depois disso, não coloque acento:

  • Ideia (i-de-ia);
  • Paranoia (pa-ra-no-ia);
  • Estreia (es-tre-ia);
  • Joia (jo-ia);
  • Jiboia (ji-bo-ia).

72. Oxítonas em “oi” e “ei”

Entendeu agora por que “ideia” não leva mais acento? Joia! Mas antes que você saia tirando todos os acentos das palavras com “oi” e “ei” que conhece, não se esqueça de que aquela regrinha só vale para as paroxítonas. Palavras oxítonas (com a tônica na última sílaba da palavra) continuam acentuadas, ok? Confira:

  • Herói (he-rói);
  • Dói (dói);
  • Papéis (pa-péis).

73. O trema

Outra novidade trazida pelo Acordo Ortográfico é a perda do trema (sim, “trema” é um substantivo masculino) em palavras como “cinquenta”, “linguiça”, “frequência”, etc. Agora, elas só aparecem em palavras de origem estrangeira e seus derivados: como Dürer e düreriano, por exemplo. Veja só:

  • Max Müller foi um linguista, orientalista e mitólogo alemão.
  • A obra mülleriana The sacred books of the East tem cinquenta e um volumes.

74. Verbos com pronome em ênclise

Sabe aqueles verbos no infinitivo que perdem a última letra quando vêm antes de “-lo”, como vimos ali em cima? Pois então: depois de serem contraídos, eles sempre levam acento na última sílaba. A exceção são os verbos terminados em “ir” que nãotêm acento no “i” quando conjugados no presente do indicativo na 1ª pessoa do plural (nós). Complicado? Os exemplos vão ajudar você a entender:

  • Excluí-lo (nós excluímos);
  • Destruí-lo (nós destruímos);
  • Despi-lo (nós despimos);
  • Apagá-la;
  • Vendê-los.

Ficou claro? Na dúvida, confira a conjugação em sites como este.

75. “Álcool” e “alcoólico”

Como última dica sobre acentuação, vale chamar a atenção para duas palavrinhas que costumam gerar certa insegurança em sua ortografia: “álcool” e “alcoólico”. Para não errar, lembre-se de que todas as duas são proparoxítonas, por isso precisam de acento na terceira sílaba contada da direita para a esquerda! Confira:

  • Ál-co-ol;
  • Al-co-ó-li-co.

Pontuação

76. Vocativo

O vocativo é um termo isolado do resto da oração, que serve para se dirigir ao interlocutor ou chamar a pessoa (ou pessoas) com quem você está falando. E justamente por não ter relação com outras partes da frase, esse elemento precisa vir separado do restante por vírgulas. Veja que diferença faz:

  • Isso vai ser um problema pessoal. (sem vocativo)
  • Isso vai ser um problema, pessoal. (com vocativo)
  • Você já conheceu minha amiga Ana? (sem vocativo)
  • Você já conheceu minha amiga, Ana? (com vocativo)

77. Aposto

Outro elemento que deve sempre vir isolado por vírgulas em uma oração é o aposto, que serve para inserir uma pequena explicação dentro de um período. Ele é algo dispensável (que, quando retirado, permite que a frase continue fazendo sentido) e pode ser composto por uma palavra só ou mesmo uma oração inteira:

  • Leon Tolstoi, autor de Guerra e Paz, nasceu em 1828.
  • Ana, que já tinha terminado o dever, saiu para brincar lá fora.
  • A diretora da empresa, Maria, se pronunciou hoje sobre o assunto.

78. Enumeração em itens

Principalmente ao escrever para a web, as enumerações em bullet points são bastante populares, mas você sabe com que pontuação terminar cada um dos itens? Há duas opções: o ponto final ou o ponto e vírgula. Veja como funciona a primeira:

  • É mais recomendada para frases longas, com vírgulas e pausas dentro de cada item.
  • Nela, o ideal é começar com letra maiúscula a cada nova linha.

Na segunda opção, você pode:

  • usar itens mais curtos;
  • escolher entre começar cada item com letra maiúscula ou com minúscula;
  • separá-los por ponto e vírgula;
  • e finalizar o último com ponto final.

79. Enumeração dentro de um mesmo período

Já nas enumerações que acontecem dentro de um mesmo período, ou seja, onde não há bullet points, o ideal é separar cada item apenas por vírgula, unindo os dois últimos por “e”. Nesse caso, não pode haver vírgula entre o último e o penúltimo item, ok? Se precisar acrescentar informações entre um item e outro, use mais vírgulas, parênteses ou travessão (que você pode criar pelo atalho alt + 0151). Confira:

  • Maria tem em sua mochila um lápis, dois cadernos, três canetas, uma borrachae um livro.
  • Dentro desta caixa, guardo alguns clips enferrujados, retratos da minha infância (roubados de um álbum de fotos da minha avó), uma meia sem pé eoutras lembranças.
  • Para montar o bolo coloque o primeiro disco de massa sobre o prato, cubra com o recheio — que já deve ter esfriado —, acrescente o segundo disco de massa e finalize com a cobertura.

80. “Etc.”

E quando a enumeração termina com o velho e bom “etc.”? Nesse caso, cabe sempre colocar uma vírgula logo antes dessa palavrinha, ok? Além disso, saiba que não é preciso duplicar o ponto final nas frases terminando com “etc.”, não se deve usar reticências após a expressão e, ainda, não se deve colocar “e” antes dela, apenas a vírgula! Veja aqui:

  • Trouxe lápis, borracha, papel, etc. para podermos escrever.
  • Compre todo o necessário para o café da manhã: pão, manteiga, café, leite, etc.
  • As cores cujos nomes derivam de outro substantivo (rosa, turquesa, goiaba, etc.) são invariáveis.

81. Orações conclusivas

As orações conclusivas são aquelas em que há conjunções ou locuções como “portanto”, “logo”, “assim”, “consequentemente”, “por conseguinte”, “assim sendo”, etc. Em todas elas, é preciso destacar a conclusão por meio de vírgulas, seja logo antes da conjunção (à sua esquerda) ou mesmo depois dela. Quer ver como fica?

  • Estou aprendendo, logo ainda cometo erros.
  • Não gosto de flores. Assim sendo, não me presenteie com elas.
  • Não sei se teremos dinheiro de sobra no final do ano. A princípio, então, não viajaremos.
  • Não sabia de qual deles você gostaria mais, por isso trouxe todos.

82. “Pois” conclusivo ou explicativo

“Pois” pode funcionar como conjunção explicativa, quando pode ser substituído por “porque” (junto!), ou como conjunção conclusiva, no sentido de “portanto”, “assim”, etc. No primeiro caso, a vírgula antes da conjunção é opcional, mas no segundo, é obrigatório que o termo venha isolado por vírgulas na oração e ainda apareça logo depois do verbo. Entenda:

  • Não trouxe guarda-chuva, pois estava fazendo sol. (vírgula opcional, sentido de “porque”)
  • Vim mais cedo pois fiquei com medo de perder o ônibus. (vírgula opcional, sentido de “porque”)
  • O rapaz estudou muito para a prova. Recebeu, pois, uma nota excelente. (vírgulas obrigatórias, sentido de “portanto”)
  • Estou ocupada agora. Não quero, pois, lidar com interrupções. (vírgulas obrigatórias, sentido de “portanto”)

83.Orações adversativas

As orações adversativas são aquelas em que há um contraste ou uma oposição entre uma frase e outra, marcadas por conjunções como “mas”, “todavia”, “porém”, “entretanto”, etc. Nelas, deve haver uma vírgula (ou ponto final) à esquerda, ou duas vírgulas em torno da conjunção. Confira:

  • Não é meu sabor favorito, porém também não é aquele de que menos gosto.
  • Queria ter corrido. Mas minhas pernas estavam fracas demais.
  • Segui as instruções à risca, no entanto, nada funcionou.
  • Gostaria de poder dizer que sim, mas sabemos que isso não seria verdade.

84. “Mas sim” e “e sim”

Quando usamos as expressões “mas sim” e “e sim” (assim como “senão” junto), não é obrigatório, mas pode ser interessante precedê-las de vírgula para marcar o contraste entre os dois elementos que você está colocando em oposição. Veja se não concorda:

  • Não quero esta cor, mas sim aquela.
  • Não são eles que receberão o benefício, e sim as pessoas ao seu lado.
  • No caso de “e não”, a vírgula é totalmente optativa:
  • Quero esta cor e não aquela.
  • Quero esta cor, e não aquela.

85. “Isto é” e “ou seja”

Elementos explicativos, dentre os quais podemos destacar “isto é”, “ou seja”, “digo”, “vale dizer”, “por assim dizer”, “isto sim”, “a propósito” e “ou melhor”, entre outros, também precisam ficar isolados na oração. Veja só:

  • Esta super-heroína, diga-se de passagem, está entre as mais poderosas desse universo.
  • Ler sobre a linguagem e estudar para melhorar sempre, isto sim, é ser um bom redator.

86. “Bem como” e “assim como”

Geralmente, essas duas expressões (e “como”, quando usado no mesmo sentido) assumem na frase a mesma função da conjunção “e”, de modo que não se coloca vírgula nem antes nem depois delas. Contudo, quando contribuem para adicionar um sujeito à oração, sem que o verbo seja por ele modificado, vêm entre vírgulas. Fica assim:

  • A professora, como seus alunos, saiu da sala apressadamente.
  • A professora como seus alunos saíram da sala apressadamente.
  • O padre, assim como os fiéis, fez o sinal da cruz.
  • O padre assim como os fiéis fizeram o sinal da cruz.

Perceba que quando há vírgula, além de o verbo concordar apenas com o primeiro sujeito, a impressão é de que as ações não necessariamente foram realizadas ao mesmo tempo, concorda?

87. Vírgula entre sujeito e predicado

Para finalizar, vamos a um dos maiores pecados quando o assunto é pontuação no português: separar, em uma oração, o sujeito do predicado por vírgula. Embora seja possível inserir elementos entre vírgulas no meio dos dois (como o aposto, vocativo ou as orações explicativas), não se deve colocar uma vírgula entre um e outro, por mais longo que o sujeito seja. Confira:

  • A ausência de vírgulas entre o sujeito e o predicado de uma oração é uma regra na língua portuguesa.
  • A existência de vírgulas entre o sujeito e o predicado, a não ser em caso de elementos que podem ser retirados da oração sem prejuízo para a mesma, éproibida no português.

Outros

88. Gramas

Todo mundo concorda que “grama” pode se referir tanto ao gramado sempre mais verde dos seus vizinhos quanto ao peso do presunto fatiado que você compra na padaria, certo? Mas o que você talvez não saiba é que, se no primeiro caso a palavra é feminina, no segundo (a medida), ela é masculina, igual quilograma! Observe:

  • Não chove há tanto tempo que a grama está até amarelando.
  • De quantos gramas de queijo você precisa?
  • São necessários duzentos gramas de manteiga nessa receita.

89. Redundância

Não é raro que a gente às vezes use, na linguagem oral, alguma forma de enfatizar uma expressão sem que haja alguma mudança real no seu significado. Porém, na hora de escrever, seja para a web ou outro meio de comunicação, evite esse recurso, já que ele pode pegar mal. Confira algumas redundâncias comuns das quais você deve fugir:

  • “A grande maioria”;
  • “Subir para cima” ou “descer para baixo”;
  • “Sair para fora” ou “entrar para dentro”;
  • “Planejar antecipadamente”.
Quer ver outros exemplos de redundância? Entre neste post sobre vícios de linguagem!

90. “Semirreta” e “inter-regional”

Talvez você já esteja por dentro das mudanças que a nova ortografia trouxe para a hifenização de palavras, mas você sabe por que aquelas duas ali são escritas de maneira diferente? A questão é que as regrinhas que mandam nesses dois casos são bem diferentes:

  • Na primeira, trata-se de dobrar o “r” de “reta” ao adicionar um prefixo que termina em vogal (no caso, “semi”). O mesmo acontece com palavras começadas com “s” e adicionadas de prefixo terminado em vogal: monossilábico, autossatisfação, minissaia, etc.
  • Já a regra que manta separar “inter” e “regional” por hífen é a que diz que palavras compostas cujo primeiro termo termina com a mesma letra com que começa o segundo devem ser hifenizadas. É o caso, ainda, de: micro-ondas, sub-bibliotecário, anti-imperialista, e por aí vai.

91. Plural de substantivos compostos

Por falar em hífen, já te aconteceu de ter que passar um substantivo composto para o plural e você não saber se coloca “s” no final dos dois elementos, só do último ou só do primeiro? Pois agora vamos solucionar esse mistério:

  • Os dois termos são flexionados quando são: ou dois substantivos ou um substantivo e um adjetivo. É o caso de: criados-mudos, couves-flores, obras-primas, carros-chefes, etc.
  • Só o substantivo flexiona quando a palavra é composta por um substantivo e um verbo. Estamos falando de: guarda-chuvas, porta-copos, para-brisas, guarda-roupas, etc.
  • Só o primeiro elemento flexiona nas palavras compostas unidas por preposição (com ou sem hífen): pés de moleque, pães de ló, pimentas-do-reino, cravos-da-índia, e assim por diante.
  • Exceções (achou que não ia ter?!): arco-íris, mapas-múndi e ave-marias, entre outros.

92. Plural de adjetivos compostos

Não se desespere! O plural dos adjetivos compostos não é tão complicado quanto o dos substantivos. Nele, a regra é única: só o último elemento flexiona, independentemente de haver hífen ou aglutinação. Dê uma olhada:

  • Populações afro-americanas.
  • Questões político-econômicas.
  • Fatores histórico-culturais.
  • Práticas socioambientais.

93. “No qual”, “o qual”, “do qual”, “pelo qual”

O pronome “qual” traz problemas para muita gente, principalmente por vir sempre precedido por preposição (pelo qual, do qual, no qual) ou por artigo (o qual). Uma dica interessante é contar o número de sílabas da preposição: se forem duas ou mais, usa-se “qual”, e não “quem” ou “que”. Por exemplo:

  • Falamos sobre um assunto importante. O assunto sobre o qual falamos é importante.
  • Ele passou por uma situação difícil. A situação pela qual ele passou foi difícil.
  • Esta é uma estátua antiga, a qual foi construída há 100 anos.
  • Estes são os livros sobre os quais lhe falei ontem.

94.  “Medeia”, “anseia”, “incendeia”

Há uma dica simples para nunca mais errar a conjugação dos verbos irregulares. Existem apenas quatro deles: mediar, ansiar, incendiar e odiar. Portanto, basta compará-las com o verbo “odiar”. Por exemplo:

  • Jonas medeia todos os debates das reuniões.
  • Ainda anseio por um encontro com ele.
  • As festas de carnaval incendeiam as ruas da cidade.

95. “Através” e “Por meio de”

“Vou buscar meus direitos através dos meios jurídicos”: essa frase está incorreta, e você provavelmente já ouviu alguém utilizar esse termo de maneira errônea. Isso porque “através” explicita a ideia de atravessar. Por exemplo:

  • Ela olhava atentamente através da janela.
  • Venho, por meio desta carta, solicitar uma reunião.

96. “A meu ver” e “Ao meu ver”

Essa é fácil: a expressão “ao meu ver” simplesmente não existe. Simples, né?

  • A meu ver, os resultados foram satisfatórios.

97. “Há alguns anos atrás”

Essa frase é redundante. Há duas maneiras corretas para relatar eventos do passado:

  • Eu a conheci há dez anos.
  • Eu a conheci dez anos atrás.

98. “Ratificar” e “Retificar”

Ambos os verbos, muitas vezes, são utilizados com semântica oposta, fazendo deste um erro muito cometido. O termo “ratificar” implica confirmação, comprovação. Já “retificar” significa corrigir.

  • Após analisar os dados, ratifico tudo que disse antes.
  • Após analisar os dados, retifico algumas falhas não percebidas antes.

99. “Mas” e “Mais”

Muitas pessoas confundem esses termos, já que suas grafias são muito semelhantes. “Mas” é uma conjunção adversativa, e pode ser substituído por “porém”. “Mais”, por sua vez, é um advérbio de intensidade.

  • Fui até o local indicado, mas não encontrei Paulo.
  • Paulo deveria ter sido mais claro.

100. “Trás” e “Traz”

Embora sejam palavras foneticamente semelhantes, há diferenças em sua utilização. “Trás” é sinônimo de parte posterior, enquanto “traz” é a conjugação do verbo “trazer”.

  • Olhei para trás e vi duas pessoas me perseguindo.
  • Todas as quintas, ela traz bolinhos e chá.

101. “Para eu” e “Para mim”

“Para eu” deve ser utilizado quando o sujeito for seguido de qualquer verbo no infinitivo, indicando uma ação. Já “para mim” é um pronome pessoal oblíquo, e sempre precedido de preposição. Ou seja, como complemento de uma oração.

  • Preciso fazer compras para eu comer.
  • Ela olhou para mim e sorriu.

102. “Encima” e “Em cima”

Outro erro de português muito comum se refere aos dois termos acima. Ambos existem, mas enquanto o primeiro vem do verbo “encimar”, o segundo significa que algo está em um lugar mais alto que o outro.

  • O boné encima a cabeça do homem.
  • Os quartos ficam em cima da casa.

Dicas para aprender a evitar erros de português

Ufa! Você deve ter percebido que a língua portuguesa é complexa, mas isso nos traz também uma grande variedade de recursos. Não é por menos que a nossa literatura é tão recomendada ao redor do mundo, não é mesmo?

Mas com tantas variações e regras, é difícil fixar tanto conteúdo. E ninguém gosta de andar por aí com uma gramática no bolso.

Por isso, a seguir, confira algumas dicas essenciais para facilitar o seu aprendizado e se tornar um verdadeiro professor Pasquale sem ter que apelar para a decoreba e, é claro, vencer todos os jogos de adedanha de agora em diante!

Estude uma parte da gramática por vez

Como dito, o estudo da língua portuguesa não é algo que você pode aprender da noite para o dia. Isso, certamente, exige tempo e dedicação, por outro lado traz benefícios a longo prazo.

Depois de fixar o conteúdo, seus textos ficarão melhores, você falará melhor com parceiros de negócios e poderá impressionar as pessoas com o seu conhecimento.

Mas tenha calma! Não tente abraçar o mundo com as pernas. A recomendação aqui é estudar uma parte de cada vez, dando um tempo para que o cérebro seja capaz de processar as informações adquiridas.

Uma boa ideia é começar pelo estudo das classes gramaticais. Adjetivos, interjeições, advérbios, conjunções, preposições, artigos, verbos… Pois é, são muitas as classificações, mas elas são a base da norma culta. Portanto, devem ser o primeiro passo.

Depois disso, você deve partir para um aprendizado mais aprofundado, como fonologia e estruturação de palavras. A partir disso, será capaz de compreender melhor a classificação das palavras em orações, assim como seus elementos, como objeto direto, indireto, sujeito, adjunto adverbial, adnominal, entre outros.

Por fim, temos a temida gramática. Pontuação, acentuação e outras regrinhas mais específicas. Além, é claro, da regência, concordância, figuras de linguagem e expressões idiomáticas.

Entenda o motivo da diferença entre palavras parecidas

Muitas pessoas, ao terem alguma dúvida, recorrem ao dicionário ou ao Google para saná-las. Mas não adianta tapar o sol com a peneira. É preciso ir a fundo e compreender o porquê da dissemelhança entre as palavras.

Nosso idioma possui diversas palavras parecidas e, às vezes, até mesmo fonemas idênticos. A elas, chamamos parônimos, e podem causar uma tempestade na mente de qualquer pessoa que tente entender a língua portuguesa.

Você provavelmente já se deparou com confusões na utilização de trás ou traz, comprimento ou cumprimento, tráfego e tráfico, assento e acento ou cauda e calda, não é verdade?

Então quando essas dúvidas surgirem, dê um passo adiante. Vá mais a fundo e descubra os motivos pelos quais elas possuem uma escrita diferente. Certamente, será muito mais fácil fixá-las ao saber as razões da diferenciação.

Pratique a interpretação de texto

Que atire a primeira pedra quem nunca leu um texto chatíssimo obrigatório para passar em uma matéria escolar. Pois é, isso acontece muito. Ler não significa que você compreenderá o material e, portanto, pode ser uma perda de tempo. É preciso interpretar.

Esse é um dos melhores meios para fixar o conteúdo na cuca, além de trazer melhoras significantes para a comunicação. Nem só de regras são compostas a escrita e a fala.

Um dos recursos mais valiosos para qualquer interlocutor são as figuras de linguagem. É preciso ter cuidado ao usar a ironia em um texto, por exemplo. Sua utilização pode ter o efeito reverso e o processo de comunicação não atingirá seu objetivo.

Mas existem outras: metáfora, comparação, metonímia, paradoxo, antítese, prosopopéia, hipérbole, eufemismo, elipse, zeugma, polissíndeto, pleonasmo, assíndeto, anáfora, onomatopeia, gradação, sinestesia e aliteração. Cada uma delas possui uma função e podem enriquecer (ou empobrecer, quando utilizadas de maneira errônea) a sua mensagem.

Desenvolva o hábito da leitura prazerosa

“Ler é o melhor remédio para a mente”. Você provavelmente já se deparou com essa frase em algum lugar. Ela é totalmente verídica, pois estimula a criatividade e alimenta o conhecimento do indivíduo.

Nos dias atuais, com o advento da internet e serviços cada vez mais velozes de banda larga, esse hábito acabou se tornando mais raro. Há muito conteúdo visual e sonoro em produção, e os artigos são lidos de maneira escaneável, selecionando as partes mais importantes.

Pense bem: qual foi a última vez que você sentiu prazer ao ler algo? Tanto a literatura quanto a leitura técnica podem ser extremamente valiosas para o desenvolvimento pessoal. Não apenas as ideias, mas a maneira como as palavras e orações são construídas e utilizadas.

Tenha calma. O mundo pode correr, mas você não precisa fazer o mesmo. Separe alguns momentos do seu dia para ler sobre o que gosta e aproveite o momento. Ao mesmo tempo, desenvolva seu raciocínio e questione as razões pelas quais o autor utilizou determinados termos e estruturas.

Nossa mente também precisa de tempo para absorver as informações da maneira correta. Com essa prática, certamente os erros diminuirão e você será capaz de aprender melhor.

Exercite a redação

Agora você já entendeu a importância da leitura, mas existe outro ponto a ser tratado: a escrita. Praticá-la é mais do que necessário para não cometer erros e desenvolver um senso autocrítico sobre o que você redige.

Comece pelo que gosta. Um diário pessoal pode ajudá-lo com isso. E, sim, é recomendado que você compartilhe os seus textos. Assim, é possível aprender com os erros e ainda coletar um feedback dos leitores.

Você pode criar um blog e apenas divulgar suas ideias por aí ou até mesmo monetizá-lo. Plataformas como o Medium, o WordPress e o Blogger são superfáceis de administrar e não exigem investimento financeiro.

Mas é claro, existem outros locais específicos para compartilhamento de conteúdo textual. O Wattpad é uma comunidade de livros extremamente intuitiva, onde é possível criar ebooks e compartilhá-los na rede. Na Amazon, Kobo e Livrorama, é possível, inclusive, realizar a venda do seu livro.

O importante é que você se arrisque. O conhecimento empírico certamente trará a sabedoria necessária para aprender a evitar erros.

Baixe um app para consultas

 

Essa é uma dica funcional. Antigamente, para esclarecer dúvidas, era necessário consultar um livro grosso de gramática ou um dicionário. Atualmente, as coisas funcionam diferente. Com uma vasta quantidade de aplicativos sendo criados, há alternativas à distância de um clique para auxiliar nessa tarefa. Veja alguns deles:

E aí, leitor, chegou até o final do post ou se perdeu no meio do caminho? Independentemente de você ter absorvido todas essas regrinhas, salve este link nos seus favoritos para consultar sempre que preciso.

Fique à vontade também para comentar e compartilhar!

Para aumentar ainda mais o seu arsenal de ferramentas contra os erros dessa língua pra lá de traiçoeira, aproveite para baixar nosso guia gratuito com 63 erros para evitar na escrita e dicas simples de como evitá-los!

 

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