O Inbound Marketing precisa de pessoas criativas

O Inbound Marketing precisa de pessoas criativas

A internet morre enquanto a gente conversa.

Bom, se não de maneira literal, pelo menos é de tédio: quantas vezes, só hoje, você se deparou com um conteúdo que não queria ler?

Ou até deu uma chance, mas não conseguiu chegar ao último parágrafo porque até a ideia de ter a cabeça atingida por uma bigorna seria melhor do que terminar de ler aquilo?

Isso ocorre, na maioria das vezes, porque empresas e pessoas estão lendo a proposta de maneira errada. Todo mundo quer se dar bem com o marketing de conteúdo, mas poucos parecem querer, de fato, fazer conteúdo. Os motivos para isso são infinitos:

Se formos listar tudo o que falta, não escreveremos uma única linha. O problema é que a escrita não precisa de muita coisa para acontecer, só de duas: um redator atento e um bom entendimento do conceito de capricho.

De acordo com Mário Sergio Cortella, escritor e educador brasileiro, “capricho é fazer o melhor que você pode, nas condições que tem, até que tenha condições melhores de fazer melhor ainda”. O que o conteúdo quer é exatamente isso: alguém que se doe o suficiente para colocar, em um texto de internet, sua melhor percepção da vida – incluindo sobre o assunto a ser tratado.

Textos criativos, feitos com a melhor essência de seus criadores, atraem e prendem a atenção do leitor, cobrando dele o preço mais caro: o tempo. É preciso ter responsabilidade com o que se escreve, e com a qualidade com que se faz, porque o tempo que as pessoas dedicam ao que você produz nunca mais volta.

Se não houver impacto entre você e esse texto, por exemplo, podemos concluir que duas pessoas perderam minutos preciosos de sua vida ao dar uma chance para ele: eu e você.

Como o marketing de conteúdo se pauta não apenas por, mas boa parte em blog posts, e se espelha no princípio da reciprocidade do Inbound Marketing (ajudar as pessoas com artigos de valor), é preciso dedicar a ele toda nossa seriedade e criatividade.

Escrever para emocionar, e não apenas engajar. O marketing é um lugar gigantesco onde cabe todo mundo, ainda que apenas os mais preparados se destaquem. Contudo, fazer com que o leitor, o cliente, o comprador se lembre de quem você é, é pra poucos. E, geralmente, apenas para os criativos.

Como levar a escrita criativa para o Inbound Marketing

A verdade: todo mundo nasceu criativo. Todo mundo pode criar, como te contamos no nosso e-book sobre escrita criativa. Mas nem sempre é fácil trazer a criatividade para o trabalho, principalmente quando temos que escrever dezenas de artigos em curto espaço de tempo.

Não é fácil, mas também não é impossível. Passa longe disso.

Se o que você tem em mãos é o pedido de artigos, posts de redes sociais, roteiros para vídeos ou qualquer outro tipo de conteúdo que envolva as técnicas de Inbound Marketing, a primeira coisa que deve fazer para não ser sugado pela gritaria das entregas urgentes é se organizar.

Uma vez que ninguém é tão especial a ponto de fazer seu dia ter mais horas, o jeito é mexer nas horas que já temos e extrair o melhor delas. Para isso, é necessário estabelecer uma rotina criativa com algo que muita gente já se esqueceu que existe: o ócio.

Vai por mim, esse conceito, criado por Domenico de Masi, cientista e sociólogo italiano, no ano 2000, é real/oficial. A ociosidade programada é muito diferente da procrastinação e faz milagres ao cérebro cansado.

Redatores e escritores têm a imaginação como principal ferramenta de trabalho, e escrever com a mente atribulada é similar a sair para uma obra e esquecer a principal ferramenta em casa. No fim das contas, o projeto pode até ser concluído, mas não com a rapidez ou qualidade que teria se o construtor estivesse usando as ferramentas corretas.

Tendo organizado seu dia – e pegado apenas as demandas que realmente dá conta de cumprir, com capricho, dentro do prazo –, siga essas dicas para levar a criatividade para o Inbound:

1. Construa repertório

Muita gente quer escrever sem parar, para ganhar dinheiro juntando as letrinhas do teclado. #quemnunca? Acontece que, para que isso se torne verdade, é preciso desenvolver uma técnica criativa muito importante chamada leitura.

Só quem lê muito é capaz de escrever muito, de forma ágil, com extrema qualidade. A leitura nos dá aparato, argumento e faz com que a gente construa um repertório único de experiências, pontos de vista e conhecimento, além de nos fazer entender a língua portuguesa, que é riquíssima e maravilhosa. E não merece nenhuma vírgula fora do lugar.

2. Converse com pessoas

Um dos motivos pelos quais a internet anda chata é porque nós, redatores, desenvolvemos o terrível hábito de sair reproduzindo o que lemos em outros sites, apenas mudando as palavras. De salvadores da pátria viramos papagaios de repetição.

A única forma de parar com isso é conversando com quem entende do assunto que estamos falando. Se quisermos contar ao leitor cinco passos para trocar o chuveiro, podemos olhar três ou quatro sites que nos ensinam ou, simplesmente, perguntar para nosso engenheiro eletricista favorito:

–    E aí, como posso ensinar uma pessoa que nunca trocou o chuveiro a fazer isso sem risco de morte?

Isso vale pra tudo: turismo, política, moda, engenharia, comércio, TI, B2B, B2C, Beyoncé. Tudo fica muito melhor escrito quando contamos com o guia de alguém que entende mais daquilo do que a gente. Perguntar, inclusive, nos salva de espalhar um montão de fake news.

3. Não chateie o leitor

A pessoa tá cansada de ir pra internet buscar a resposta para seus problemas e só ler texto que não cumpre com o prometido. Um texto que atrai pelo título e não cumpre pelo conteúdo não só não é lido como, também, não cumpre nenhum objetivo estratégico de sua comunicação. Ele, simplesmente, chateia o leitor, e faz com que ele pare, gradualmente, de ler na internet.

Usando o exemplo do chuveiro, que demos ali em cima, a regra é clara: se você quer ensinar uma pessoa a trocar o chuveiro, escreva o artigo de forma que, ao final, ela consiga trocar a droga do chuveiro. Nem mais, nem menos. O leitor não te pediu um ensaio acadêmico sobre eletricidade ou um poema épico sobre resistores.

Ele apenas quer trocar o chuveiro. Ajude o cara, ao invés de chateá-lo.

4. Desenvolva a técnica

A criatividade só vai casar direitinho com o Inbound Marketing se você souber como fazer Inbound Marketing. Não é simples, mas existem milhares de textos – bem legais, inclusive – que te guiam por esse mundo mágico do marketing de persuasão, de reciprocidade.

Quem só domina a técnica corre o risco de cair no lugar comum e fazer só textos chatos, mas quem domina a técnica e desenvolve sua criatividade através do ócio programado, da criação de repertório com leitura, da apuração e conversa com especialistas, vai conseguir resultados bem melhores, porque tem a faca e o amolador em mãos.

5. Não pule etapas

O marketing de conteúdo trouxe para a vida de milhares de redatores a possibilidade de fazer renda e carreira com o Inbound Marketing. Isso é perfeito. O que não pode acontecer é ir com sede ao pote, já que pular qualquer uma das etapas descritas acima pode ser um fim trágico para uma vontade promissora.

Escrever de qualquer jeito, não prestar atenção nas novidades da área, não ser mais leitor do que escritor são as melhores formas de fazer conteúdos chatos que vão afastar as pessoas das suas palavras. Ninguém paga ninguém para ser repelente de leitor.

Pular etapas mostra o despreparo profissional com o mercado e acaba deixando o público cético quanto aos blog posts em geral. Assim, quanto mais conteúdo ruim houver por aí, menos as pessoas vão procurar os bons, pois será como encontrar agulha no palheiro.

Seja a agulha no estojo de costura. A ferramenta na maleta. Seja o capricho que leva criatividade, imaginação e exclusividade aos artigos da estratégia de Inbound. É assim, e só desse jeito, que a internet será um lugar melhor, e mais lucrativo, para todos.

Conteúdo produzido pela Laís Menini da Profissas.

E se quiser seguir aprendendo mais sobre o assunto, confira o nosso guia da escrita criativa desenvolvido em parceria com a Profissas especialmente para você!

Guia da escrita criativa

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