Como um bom profissional, você entende bem a necessidade de aprender sempre. Afinal, é preciso aprimorar talentos e desenvolver novas habilidades para acompanhar as exigências do mercado.
Mas é claro que o aprendizado não acontece só por obrigação. Afinal, você talvez tenha vontade de estudar assuntos variados que não têm relação com a sua profissão, como música, desenho, fotografia, astronomia, idiomas exóticos, entre muitas outras coisas.
Acontece que, ao pensar nas coisas que você quer aprender, talvez venha à sua mente que será difícil, talvez por causa de alguma dificuldade de memorização.
Em primeiro lugar, saiba que a sua dificuldade de memorizar pode ter um motivo, que não é de todo ruim: você é muito inteligente e tem muita coisa na cabeça. Assim, ao esquecer as coisas, é culpa do seu cérebro, que fica otimizando a sua memória.
Quem diz isso — em outras palavras, claro — são alguns pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá.
Assim, seu cérebro tende a se esquecer de coisas menos importantes do ponto de vista do inconsciente, como o vencimento da conta de luz ou a lista de coisas que você deve comprar no mercado na volta do trabalho. Mas isso não significa que vai ser difícil aprender algo novo.
Na verdade, existem ferramentas que podem ajudar muito, como é o caso dos mapas mentais. Já ouviu falar neles? Continue a leitura para conhecer melhor essa ferramenta que pode aumentar a sua capacidade de aprender, criar e planejar.
O que é mapa mental?
Mapa mental é um diagrama que pode ser feito à mão ou com a ajuda de aplicativos. Trata-se de uma representação visual estruturada que ajuda, por exemplo, a compreender e resolver problemas, registrar brainstormings, memorizar e aprender.
Os mapas mentais visam a registrar informações com riqueza de detalhes, além de indicar a relação entre diversas ideias fragmentadas. Assim, você consegue representar pensamentos e conceitos, dando a eles forma e contexto.
Com a ajuda de um mapa mental, é possível enxergar, de forma clara, causa, efeito, semelhança e simetria entre ideias. Assim, você praticamente consegue tocar conceitos abstratos, o que ajuda a criar, planejar, memorizar e aprender.
Por que os mapas mentais funcionam?
O educador André Luiz Brasil explica, em seu ótimo livro Mega Memória — explore todo o potencial de sua mente, que o lado direito do cérebro é o mais criativo, além de ser mais dado a imagens e fantasias. É estimulado por emoções, cores e imagens — principalmente as que têm elementos absurdos.
Quanto ao lado esquerdo, é o cara certinho que ajuda você a pagar a fatura do cartão e a analisar o preço do maracujá no verão em relação ao preço dele no inverno.
Os métodos tradicionais de ensino nos instruem a estudar cada assunto de forma lógica e linear, baseando-nos em pensamentos concretos. O problema, porém, é que isso deixa de lado o potencial da nossa criatividade.
Os mapas mentais, por outro lado, nos ajudam a unir os poderes de ambos os lados do cérebro: o esquerdo, com sua maneira lógica e concreta de raciocinar, e o direito, que não pensa de forma estruturada e linear, mas de maneira criativa e sem limites.
Inclusive, mapas mentais têm uma estrutura muito parecida com a dos pensamentos. Afinal, em vez de lineares, eles são sistêmicos, podendo ser representados com um diagrama parecido com uma árvore.
Aliás, já que vários pensamentos podem se interligar, é natural que um mapa mental também tenha entrelaçamentos de ideias, como acontece nas árvores.
Ou seja, mapas mentais são uma ferramenta que une os poderes dos dois lados do cérebro, criando um todo cujo resultado da soma 1+1 é maior que 2.
Qual é a utilidade de um mapa mental?
O que é mais rápido: o pensamento ou a escrita? O pensamento ou a fala? Claramente, pensar é muito mais rápido que escrever ou falar. Então, o que acontece quando você limita o processo criativo à velocidade da escrita ou da fala?
O resultado é que algumas ideias preciosas se perdem, porque elas dão uma passadinha em nossa mente e, se não forem capturadas imediatamente, logo vão embora.
Prova disso é que uma das coisas que prejudicam a velocidade de um redator no processo de escrita é passar muito tempo em um trecho, editando e revisando. Isso nos ajuda a entender por que é melhor escrever desvairadamente e sem escrúpulos, deixando para lixar e dar acabamento no texto só depois que ele já tiver sido construído.
Aplicando esse princípio aos mapas mentais, quando se trata de colocar a criatividade para trabalhar, vemos que o melhor é capturar as ideias aladas e prendê-las rapidamente na gaiola do mapa mental.
Veja algumas utilidades dos mapas mentais.
Criar
Um dos motivos de as crianças serem criativas é que elas dão vazão imediata às ideias que vêm à mente. Entretanto, muitos de nós perdem isso com o tempo. Aí, quando precisamos de uma ideia, acabamos criticando quase todos os nossos pensamentos, talvez dizendo a nós mesmos: “não faz sentido”, “é absurdo” ou “não vai dar certo”.
O mapa mental é uma ferramenta que ajuda a evitar os julgamentos do nosso consciente, já que o objetivo é escrever imediatamente qualquer ideia que surgir, sem avaliar se faz sentido ou se vai dar certo.
Isso é muito útil quando você vai dar início a um projeto e precisa pensar nos vários detalhes relacionados. Nesse momento, simplesmente coloque tudo no papel para depois selecionar as melhores ideias.
Aprender
Quando estamos fazendo um curso ou lendo um livro para aprender a fazer algo diferente, ou mesmo para aprimorar algo que já sabemos fazer, normalmente grifamos o material no celular, no tablet ou no computador. Na hora de fazer anotações, geralmente usamos um aplicativo de notas.
Embora isso colabore para você localizar as informações depois, por estarem destacadas, esse tipo de marcação não ajuda tanto na memorização.
Por outro lado, escrever usando papel e caneta ajuda muito no aprendizado. Acontece que escrever com a mão requer que o cérebro se esforce mais do que ao digitar em um computador ou celular.
Esse foco aumentado do cérebro ajuda muito no aprendizado e na memorização. Sem contar que, durante uma palestra, por exemplo, anotar força você a resumir o assunto e captar as palavras-chave, o que ajuda na fixação da matéria.
Planejar
Imagine que você vai dar início a um projeto bem complexo. Sua intenção é criar um blog e usá-lo para ganhar dinheiro, o que envolverá, por exemplo, definir os pilares de conteúdo e os conteúdos satélites, pesquisar palavras-chave, criar títulos e pautas e escrever os conteúdos.
Será preciso produzir conteúdos de topo, meio e fundo de funil. Materiais ricos serão usados para formar uma base de leads e, para cada ebook, será preciso criar um fluxo de nutrição. Você também vai precisar de uma oferta, que será feita no último email do fluxo. E, falando em base de leads, qual plataforma será usada para armazenar essas informações?
Percebe que o pensamento está levando você linearmente em uma direção, mas outras coisas necessárias estão ficando para trás? É preciso hospedar o blog, bem como escolher um template do WordPress e personalizá-lo. Então você lembra que é preciso criar um nome para o blog, o que significa voltar na linha do tempo mais uma vez.
Um mapa mental facilita isso demais, já que ele tem uma estrutura parecida com a dos pensamentos, que se ramificam de forma similar à dos ramos de uma árvore. Quando o mapa está pronto, você sabe exatamente por onde começar o seu blog e como dar sequência ao projeto.
Agora que já ficou claro o quanto os mapas mentais são úteis, veja um passo a passo para criar o seu.
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Como fazer um mapa mental?
1. Escolha uma palavra-chave
Embora nossos pensamentos flutuem em nossa mente de maneira não linear, isso não significa que nosso mapa mental vai ficar desorganizado. Afinal, as ideias do seu brainstorming convergem a uma ideia central, que é o ponto de partida do diagrama que será criado.
Assim, escreva a palavra-chave — ou a expressão-chave — no centro do papel e faça um círculo em volta. Por exemplo, se você está planejando a criação de um blog, o termo principal pode ser “blog”, ou mesmo o nome dele, se você já tiver criado.
Caso esteja fazendo anotações de uma palestra, anote o título. Se sua intenção é absorver melhor as ideias de um livro, escreva o nome dele. Ou seja, essa palavra ou expressão principal será o ponto de onde brotam os galhos e os ramos da sua árvore.
2. Crie ramificações
Uma característica muito interessante dos mapas mentais é a possibilidade de condensarmos as ideias de uma palestra ou de um livro em uma única folha de papel.
Afinal, para lembrar de todo o conteúdo, você precisa mesmo é só de algumas palavras-chave, que servirão como ganchos que recuperação o restante das informações que estão armazenadas em sua memória.
Assim, o próximo passo é começar a incluir os pontos principais em ramificações. Atribua uma hierarquia às ideias, talvez diminuindo o tamanho da letra à medida que você se afasta do ponto de partida e chega aos ramos mais extremos da árvore.
O próprio fato de resumir ideias para escrevê-las em pouquíssimas palavras já é uma ajuda e tanto para a memorização, de forma que você acabará guardando na mente boa parte das informações que estão sendo registradas no mapa mental.
3. Use cores, muitas cores
Se você gosta de estudar e tem um home office arrumadinho, talvez existam em sua mesa canetas coloridas, lápis de cor e marca-textos, certo? Então você vai amar fazer mapas mentais, já que eles devem ser coloridos.
Lembra que o lado direito do cérebro gosta de emoções, cores e fantasias, né? Então, para ajudar nossa mente a memorizar e compreender o assunto, nada melhor do que usar cores. Assim, você poderá destacar algumas das ideias mais importantes e colorir ramos de acordo com algum padrão de cores que você definir.
4. Deixe a criança interior brincar de desenhar
Imagine que você tenha que comprar, na volta para casa, muçarela fatiada, pães, feijão, sabonete e bananas. Memorizar essa sequência de itens pode ser difícil, a não ser que você crie uma história com eles.
Por exemplo, você chega em casa e o Batman diz a você com aquela voz rouca:
“I’m Batman. Cadê a muçarela?”
Você diz que se esqueceu de comprá-la e ele tenta forçá-lo a comer um sabonete de banana. Para acalmá-lo, você pergunta:
“Que tal comermos pão com feijão? Não é mais gostoso?”
Se você pensar em uma história assim, não a esquecerá facilmente. Quando chegar ao mercado, é só repassá-la na mente e ir se lembrando dos itens. Sabe por que isso funciona? Porque imagens, de preferência absurdas, têm um efeito muito mais impactante em nosso cérebro.
Sendo assim, por que não usar imagens nos mapas mentais? Sempre que possível, faça desenhos para representar conceitos, tendo o cuidado de não desenhar certas coisas só para enfeitar. Na verdade, cada desenho deve cumprir o objetivo de ajudar você a se lembrar de determinada ideia.
Defina uma hierarquia para os desenhos também, criando-os com tamanhos cada vez menores, à medida que se afastam da ideia central.
4. Desenvolva um assunto de cada vez
É melhor evitar escrever as ideias de vários ramos simultaneamente, visto que, se houver muitas informações, elas podem acabar inibindo você. Assim, é preferível desenvolver um tópico por vez e, quando aquele assunto estiver completo, passar para o próximo galho da árvore.
Na hora de estudar, a lógica é a mesma. Parta do centro e repasse as informações seguindo cada ramo do mapa mental.
Como este conteúdo mostrou, os mapas mentais são excelentes ferramentas para aprender, memorizar, planejar e criar. Por isso, usá-los pode fazer uma grande diferença em sua vida profissional e pessoal. Inclusive, além de papel e caneta, você pode usar aplicativos como o MindMeister, que é uma plataforma online, e o miMind, que está disponível para Android e iPhone.
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