Neste post, você vai tirar todas as suas dúvidas sobre uma classe gramatical que costuma gerar muitas dúvidas: o pronome. Por aqui, falaremos sobre:
Confira quanta coisa importante vem por aí!
1. O que é pronome
Pronomes são palavras que acompanham os substantivos, podendo substituí-los (direta ou indiretamente), retomá-los ou se referir a eles. Alguns exemplos de tipos de pronome são: pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, relativos e indefinidos.
Quando você diz “eu estou com fome”, manifesta algum desejo que começa com “eu quero…”, entre outras situações, está usando a palavra “eu” para substituir seu nome, certo? Voilà! você acabou de fazer o uso de um pronome!
Isso porque eles são aquelas palavras que substituem ou acompanham outras, principalmente os substantivos (por mais que você tenha um nome único e que seja só seu, sim, ele é um substantivo).
Na dúvida, é só analisar a palavra cuidadosamente, pedaço por pedaço. Afinal, “pro” significa “em função de”. Logo, é possível concluir que “pronome” é sinônimo de algo que está “em função do nome”.
2. Funções gramaticais de um pronome
Os pronomes existem para remeter, retomar ou qualificar outras palavras expressas no seu texto. Sem eles, muitas orações e frases ficariam confusas e longas demais. Quer um exemplo?
Vamos supor que você tem um amigo chamado João, e que, neste momento, ele começa a falar de sua mãe:
“Fernanda é mãe de João. Fernanda canta muito bem”.
Soa no mínimo estranho, certo? Afinal, quem falaria sobre si mesmo na terceira pessoa? Além disso, por que repetir o nome da mãe duas vezes?
Por isso é possível imaginar que, se você realmente tivesse uma amigo de verdade chamado João, ele provavelmente falaria a mesma frase da seguinte forma:
“Fernanda é minha mãe. Ela canta muito bem”.
Para facilitar o entendimento do que foi dito, João usou os pronomes “ela” e “minha”. Percebeu como usar esse tipo de estratégia pode deixar o texto bem mais simples?
Pense em todas as palavras que podem ser usadas com essas mesmas funções! São muitas, não é mesmo?
Os pronomes que atuam como substantivos (no caso: ‘ela’) são conhecidos como pronomes substantivos, e os que acompanham essa classe (no caso: ‘minha’), qualificando-a ou especificando-a, chamam-se pronomes adjetivos.
No entanto, além dessa classificação principal, existem muitas outras determinações que caracterizam os tipos de pronomes existentes na língua portuguesa. Está preparado para conhecê-los?
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3. Tipos de pronomes
De acordo com o que determina a nossa gramática normativa, existem seis tipos de pronomes: os pessoais, demonstrativos, interrogativos, possessivos, relativos e indefinidos.
Pronomes pessoais
A melhor maneira de entender esses tipos de pronomes é pensar neles como elementos-chave na construção de um diálogo ou discurso. Continue a imaginar que você está conversando com seu amigo João, sobre sua mãe. Os pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas na conversa:
- O locutor (ou quem fala): 1ª pessoa, que seria “eu” (no singular) ou “nós” (plural);
- O interlocutor (com quem se fala): 2ª pessoa, que seria “tu/você” (singular) ou “vós/vocês” (plural);
- O assunto (de quem ou do que se fala): 3ª pessoa. que seria “ela/ele” (singular) ou “elas/eles” (plural).
Estes são os pronomes pessoais, ou seja: aqueles que indicam as três pessoas do discurso (eu, tu, ele, nós, vós, eles). Como aqui no Brasil o “vós” raramente é empregado em conversas informais e situações cotidianas, muita gente utiliza “vocês” para substituí-lo. Nunca se esqueça que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos também.
Esse tipo de pronome é classificado entre retos e oblíquos, de acordo com a função que desempenham na oração. Os pronomes do caso reto exercem função de sujeito, ou seja, na afirmação “ela canta muito bem” a palavra “ela” é um pronome pessoal do caso reto.
Os pronomes pessoais do caso oblíquo, por outro lado, exercem função de objeto de um verbo, como um complemento. Para todo pronome reto, há um correspondente no caso oblíquo. Quer ver só?
- Eu → mim, me, comigo;
- Tu → te, ti, contigo;
- Ele → se, o, a, lhe, si, consigo;
- Nós → nos, conosco;
- Vós → vos, convosco;
- Eles → si, os, as, lhes, se, consigo.
Por isso, quando você diz “conversei com João e ele me disse que sua mãe canta bem”, é possível concluir que, nessa afirmação, a palavra “ele” é um pronome pessoal reto, e “me” é um pronome pessoal oblíquo.
Pronomes possessivos
Os pronomes possessivos, como você já deve imaginar, são aqueles que você usa para falar de algo que indica posse em relação à alguém da conversa. Um exemplo claro está na afirmação de João: “Fernanda é minha mãe”. Fácil, não é mesmo?
Você sempre pode usar esses tipos de pronomes para falar de alguma coisa que você ou outro(s) têm. Pode ser um objeto, um sentimento, uma relação, um espaço etc. Veja abaixo a relação de cada pessoa do discurso com seus pronomes possessivos:
- Eu → meu, minha, meus, minhas.
- Tu → teu, tua, teus, tuas.
- Ele → seu, seus sua, suas.
- Nós → nosso, nossos, nossa, nossas.
- Vós → vossa, vosso, vossos, vossas.
- Eles → seu, sua, seus, suas.
Pronomes demonstrativos
Estes são usados para indicar a localização de seres, seja no espaço, seja no tempo. Não há muito segredo: se você pensa em uma palavra que sirva para situar algo na sua conversa, provavelmente vai fazer uso desse tipo de pronome.
Quando o assunto está situado próximo ao locutor ou interlocutor, os pronomes demonstrativos usados podem ser os seguintes:
- 1ª pessoa → isto, este, esta, estes, estas.
- 2ª pessoa → isso, esse, essa, esses, essas.
Se o assunto estiver distante do locutor ou interlocutor, pode-se usar os seguintes pronomes:
- 3ª pessoa → aquilo, aquele, aquela, aqueles, aquelas.
Pronomes interrogativos
Quando você pergunta que horas são, qual é o dia certo para entregar um trabalho, quem vai na sua festa de aniversário ou quando essa pessoa sairá de casa, está fazendo o uso de pronomes interrogativos. Esses auxiliares servem para formular perguntas, tanto diretas quanto indiretas.
As palavras que fazem parte desse grupo são: que, quem, qual, quais, quanta, quanto, quantas e quantos.
Pronomes relativos
Você já sabe que os pronomes em geral possuem a função de substituir ou remeter uma palavra à outra, certo? Os pronomes relativos usam termos específicos para que o texto fique menos repetitivo e mais direto. Veja alguns exemplos:
- O remédio que preciso custa caro.
- Esta é a menina de quem te falei.
- A casa onde ela mora é muito pequena.
São eles: onde, que, quem, o qual, a qual, os quais, as quais, quanto, quantos, cujo, cuja, cujos, cujas, quantas, etc.
Eles retomam substantivos, substituindo-os na oração seguinte. Você pode não perceber, mas faz uso de todos eles constantemente, em provavelmente todos os seus textos.
Pronomes indefinidos
Quem nunca viu alguma mensagem sem a especificação do destinatário nas redes sociais? As famosas “indiretas” servem para criticar, alertar ou desabafar, e geralmente começam com pronomes indefinidos. Quer ver alguns exemplos?
- Certas pessoas só dão valor depois da perda.
- Algumas meninas veem defeito em tudo, menos nelas mesmas.
- Tantos comentários ruins por aqui que a minha vontade é de ficar só offline.
- É cada pessoa querendo aparecer…
Essas palavras (algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, tanto, quanto, qualquer, alguém, ninguém, tudo, nada, cada, demais, algo) que se referem a substantivos de modo impreciso ou genérico são os pronomes indefinidos.
Um macete para especificar esse tipo de pronome na sua cabeça é sempre se lembrar das “indiretas”, pois os indefinidos se referem sempre à 3ª pessoa do discurso. Ou seja, são usadas para falar de alguém (ou algo) sem dizer de forma clara quem é.
Vale lembrar que os pronomes indefinidos também podem aparecer na forma de locuções ( cada um, cada qual, qualquer um, seja qual for, seja quem for, todo aquele que, etc.).
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4. Curiosidades/erros comuns
Com tantas classificações e detalhes, é comum acabar se confundindo. Por isso, o conhecimento extra é sempre bem-vindo para evitar possíveis erros gramaticais.
Ambiguidades com pronomes possessivos
Algumas formas flexionadas de pronomes possessivos podem deixar o leitor confuso. Veja os exemplos:
- Encontrei minha irmã perto da sua casa ontem ( a casa do interlocutor ou da irmã?)
- Falei com a mãe da noiva que se acidentou (quem se acidentou? A noiva ou a mãe dela?)
- Lá vem o moço do carro vermelho que precisa de água (quem precisa de água? O moço ou o carro?)
Para evitar estas ambiguidades, é possível usar outras variações do mesmo tipo de pronome. Exemplo: encontrei minha irmã perto da casa dela ontem.
“Eu” e “mim”
Como você já aprendeu, o pronome pessoal “eu” desempenham a função de sujeito, diferente de “mim”, que exerce a função de objeto indireto. Sendo assim, a palavra “eu” geralmente é usada seguida de uma ação, enquanto “mim” é sempre acompanhado de preposição. Exemplos:
- Eu devo sair às seis horas.
- Esse caderno é um presente para mim.
Por isso, jamais use “mim” para acompanhar verbos, evitando frases como: “tinham muitas coisas para mim fazer” ou “preciso de um feriado para mim descansar”. Apenas o “eu”, “tu”, “ele/ela”, “nós”, “vós” e “eles” conjugam verbos.
Agora que você já viu de perto a importância do pronome para as interações verbais e o processo de construção da coesão em um texto, não deixe de aplicar o que aprendeu na sua produção de conteúdo! A prática é a melhor forma de aprender a escrever corretamente e garantir bons resultados!
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