Orgulho LGBTI+: mercado de trabalho, protagonismos e interseccionalidades

Hoje se encerra o mês do orgulho LGBTI+. Apesar de alguns avanços, as pautas relacionadas à sexualidade e suas variações ainda tem muito a evoluir - principalmente no que tange a raça, gênero e classe. Entenda, por meio da perspectiva de freelancers Rock Content, um pouco mais de como essa situação se desdobra.

Orgulho LGBTI+: mercado de trabalho, protagonismos e interseccionalidades

O mês de junho é marcado pela celebração do Orgulho LGBTI+ mundo afora. Nesse mês, se comemora o aniversário da Revolta de Stonewall, que aconteceu em resposta à repressão policial contra a comunidade LGBTI+ e à extorsão de comerciantes que tinham bares frequentados por ela (à época, havia proibições legais para venda de bebidas para esse público).

Stonewall é tida como a primeira Parada do Orgulho e como o marco inicial do ativismo LGBTI+ e influenciou grupos ao redor de todo o mundo – incluindo o Brasil, que começou a ter suas movimentações nesse sentido organizadas na época da ditadura militar, com publicações escritas que questionavam o sexismo na sociedade (tais quais os jornais Lampião da Esquina e Xana com Xana).

Alguns avanços significativos aconteceram de lá pra cá, e as Paradas do Orgulho hoje tem um caráter bem mais plural. Hoje o Orgulho também diz respeito à celebração das conquistas e direitos legais da comunidade, à auto-aceitação e à auto-afirmação, ao reconhecimento da comunidade LGBTI+ como componente social e à continuidade da luta pelos direitos ainda não alcançados. 

No mesmo passo, novas discussões ganharam espaço nas tratativas sobre a diversidade sexual. Uma das principais delas é a perspectiva das interseccionalidades – ou seja, da forma como os sistemas de dominância se sobrepõem ou se cruzam diante de outras identidades sociais minorizadas. 

O que siginificam as letras da sigla LGBTI+?

Seguindo a orientação do Manual de Comunicação LGBTI+ da rede GayLatino e da Aliança Nacional LGBTI, a Rock Content adotou por convenção a sigla LGBTI+. Mas há variações válidas para definir a comunidade. Uma das mais extensas é a versão LGBTQIAP+ cuja explicação de cada letra é:

  • L — representa as pessoas lésbicas, foi trazida para a frente do termo para dar mais visibilidade às pautas das mulheres;
  • G — representa os gays, sendo uma das pautas mais conhecidas e debatidas;
  • B — representa pessoas bissexuais, aquelas que sentem atração sexual por ambos os sexos biológicos (feminino e masculino);
  • T — representa pessoas transexuais (que não se identificam com o sexo biológico que nasceram), travestis (termo típico de países latinos, pessoa do sexo biológico masculino que se identifica com o gênero feminino, mas não sente desconforto com sua genitália) e transgêneros (que não se identificam com o papel de seu gênero na sociedade);
  • Q — representa pessoas queer, sendo este um termo mais comum nos EUA para designar qualquer pessoa que foge à heteronormatividade;
  • I — representa pessoas intersexuais, sendo essas nascidas com alguma diferenciação biológica em sua sexualidade (não necessariamente nos genitais);
  • A — representa pessoas assexuais, ou seja, que não sentem atração sexual ou que não exploram sua libido;
  • P — representa pessoas pansexuais (que sentem atração sexual por todos os sexos e gêneros) e poliamores (que se envolvem romanticamente com mais de uma pessoa ao mesmo tempo e com o consentimento de todos os envolvidos na relação).

Compreender essas nuances é importante para entender as novas necessidades e demandas da comunidade e do ativismo LGBTI+, especialmente em uma época em que a discussão está aflorada. A percepção social e a vivência de pessoas LGBTI+ variam muito de acordo com essas diferenças, assim como por sua classe social, seu gênero, sua raça ou etnia. 

Eu poderia render a discussão enquanto profissional de diversidade, mas não é justo que esta abordagem se resuma apenas à essa perspectiva (ou à minha visão pessoal, como uma pessoa negra e gay). Por isso, teremos a seguir dois relatos produzidos por freelancers LGBTI+ da nossa comunidade, que vão corroborar esta questão a partir de suas experiências pessoais.

Como o meu orgulho LGBTQI+ foi influenciado pela comunidade negra (por Orquídea Martins)

Na minha infância, vivida nos anos de 1990, eu tinha certeza de duas coisas: que eu era uma menina negra e que eu gostava de outras meninas, assim como de meninos. A bissexualidade sempre esteve presente em mim, mesmo que eu não soubesse o que isso significava àquela época.

Como muitas crianças brasileiras, cresci assistindo aos programas da televisão aberta. Aos sábados, A Praça é Nossa era um dos preferidos, principalmente quando Jorge Lafond, a Vera Verão, entrava esvoaçante com sua roupa colorida e salto alto. Eu pulava do sofá e esperava o momento que ela gritaria “EPAAAA” para fazer a encenação junto.

Vera Verão em um dos episódios do programa A Praça é Nossa

Apesar de Jorge Lafond sofrer preconceito contra sua cor e sua sexualidade, um homem abertamente gay, ele dizia que não se importava com as críticas, mas entendia quem não conseguia conviver tão bem com isso quanto ele. A drag queen Vera Verão até hoje me inspira nisso, mas principalmente na questão de criar meu próprio palco.

Foi porque Jorge Lafond deu sua “careca à tapa” lá atrás, que outros artistas encontram um caminho mais favorável, embora ainda difícil. Foi porque ele nunca se contentou com o papel que lhe era dado, que podemos criar nossa própria trajetória onde quisermos trilhar. Assim, vemos hoje Pablo Vittar e Glória Groove, assim como outros membros orgulhosos da comunidade LGBTI+.

Eu gostaria de apresentar brevemente algumas personalidades negras e LGBTI+ que hoje desfrutam e praticam a mesma máxima de Vera Verão: criar o próprio palco de espetáculo para o mundo as ver e compreender. Elas são:

  • Erica Malunguinho: deputada estadual de São Paulo, sendo a primeira deputada trans eleita no Brasil e a primeira negra trans eleita no mundo todo. É autora do projeto que transforma a “Transcidadania” em um programa estadual;
  • Ludmilla: cantora de funk e celebridade pop, além de ativista negra e lésbica. É uma artista carioca com grande projeção na música internacional;
  • Linn da Quebrada: é uma artista trans, sendo cantora e atriz, tendo trabalhado em séries da TV Globo e no cinema. Suas músicas retratam sua sexualidade e outras questões da população trans brasileira;
  • Liniker: mulher trans e artista musical que usa sua imagem e corpo como palco da arte LGBTI+, seu visual é construído para desmistificar e ampliar os horizontes do que é ser homem e o que é ser mulher na sociedade moderna;
  • Artur Santoro: é um jovem gay soteropolitano criador do projeto Batekoo, sendo este uma plataforma de entretenimento e empreendedorismo focado nas populações negras, periféricas e LGBTI+.

Dançarina conhecida como Lacraia em um de seus shows

Eu não poderia deixar de falar da dançarina travesti Lacraia, que fazia dupla com o MC Serginho e encantou o Brasil no início dos anos 2000 com os hits “Éguinha Pocotó” e “Vai Lacraia”. Moradora da favela do Jacarézinho, conheceu o parceiro de trabalho nos bailes funk da comunidade e em 2002 emplacaram a dupla e seus sucessos musicais.

Infelizmente, a dançarina Lacraia engrossa a estatística de baixa expectativa de vida para a população trans, tendo morrido de tuberculose com apenas 34 anos. A falta de acesso à tratamentos de saúde adequados é uma das marcas da discriminação que a comunidade negra e LGBTQI+ trazem em suas trajetórias.

Como o mercado de trabalho lida com o orgulho LGBTQI+?

Como uma mulher bissexual e cisgênera (em conformidade com meu sexo biológico e gênero) eu tenho o privilégio de não ter minha sexualidade julgada quando participo de uma entrevista de emprego. Embora a cor da minha pele seja mais clara que o tom retinto tipicamente associado à raça negra, o racismo e discriminação de gênero se fazem presentes no trabalho.

Apesar disso, eu assisti colegas negros e LGBTQI+ sofrerem com piadas, deboches e detrimento. Àquela época, o mundo do call center e do teleatendimento era a saída para nós, porque pelo telefone ninguém precisaria ver nosso rosto com traços característicos negros, nem nosso cabelo ou trajes. Bastava uma voz simpática e educação para falar, a vaga de telemarketing era nossa.

Por muitos anos eu tentei me encaixar no que a sociedade determina como “normalidade” para as pessoas da minha etnia, do meu gênero e da minha classe social. Por muitos anos eu sufoquei em ansiedade e depressão por não conseguir esse “encaixe perfeito” com o que o mundo dita como regra para todos nós.

Depois de uma crise de ansiedade muito forte que levou a um episódio psicótico, eu decidi não mais tentar esse encaixe. Fui em busca do que realmente queria e precisava para ser bem-sucedida — o meu tipo de sucesso, ser feliz.

Girl Cosplaying GIF

Mulher negra com os trajes da heroína Supergirl

Hoje, 3 anos depois que minha saúde mental chegou no fundo do poço, eu consigo dizer que estou no caminho certo. Eu me sinto como no gif acima, uma Supergirl.

O orgulho negro e LGBTQI+ como ferramenta combativa

A sociedade branca nos discrimina por sermos negros. Os negros nos discriminam por sermos LGBTQI+ (sim, existe lgbtfobia na comunidade negra). E alguns LGBTQI+ nos discriminam por sermos feminilizadas, masculinizadas ou indecisas (como alguns chamam os bissexuais). Essa experiência de vida, a qual chamamos de vivência, é indivisível entre nossa raça, sexualidade e gênero.

Agora sim eu consigo responder a pergunta inicial deste post: o que é o orgulho LGBTQI+? Trata-se de nunca se envergonhar de quem somos realmente e nunca parar de buscar por igualdade entre o “nós” da comunidade e o “nós” da sociedade.

Ter orgulho de ser negro e de ser LGBTQI+, independentemente da sigla que você se identifica, é uma forma de resistir. Simplesmente por existirmos, já resistimos e nos tornamos ativistas da nossa causa: viver com dignidade sendo uma pessoa negra e fora da heteronormatividade.

Se pensarmos no ditado que diz “o trabalho edifica o homem (ser humano)”, podemos concluir que nos fazer presentes em todas as faces da sociedade com o nosso trabalho, também é uma forma de resistência. Enfrentar o sistema normativo do mercado de trabalho é uma forma de ser ativista da sua causa.

Seja onde você estiver, seja como você se identifica, use sua vivência como ferramenta combativa para promover a transformação no mundo que você quer ver daqui há 10, 20 ou 30 anos. A mudança começa agora e com você.

O que é ser trans, hoje, no mercado de trabalho? (por Alex Fernandes)

O mês do orgulho LGBTQI+ traz uma série de conversas que parecem ficar engavetadas em outros momentos — o que não deve acontecer, uma vez que a diversidade está sempre presente. Ainda assim, é um período importante para compartilhar histórias e fazer com que a sociedade se lembre que nós estamos aqui o tempo todo.

Eu sou um homem trans. Isso significa que, quando nasci, o gênero designado a mim foi o feminino, pois é assim que a maioria das pessoas entende que deve acontecer ao ver uma vulva. Só que o gênero feminino não me contempla, independentemente do tipo de corpo que possuo.

Ser trans é estar em desacordo com essa primeira definição que nos é dada ao nascer. Isso pode significar que você vai diretamente ao contrário do que lhe foi imposto (como é o meu caso), ou até que vai só um pouco fora da norma. O espectro de gênero é grande e pode ser explorado de muitas maneiras.

Olha só o exemplo desenhado de forma didática pela Secretaria da Cultura de São Paulo:

Veja como gênero, sexualidade, sexo e expressão são coisas diferentes e amplas! Há ainda um detalhe a ser corrigido na imagem: a definição de sexo biológico é de genitálias consideradas masculinas e femininas, não algo simplório como “homem e mulher”. Afinal, eu sou homem, ainda que eu caia no lado feminino dessa linha.

Desenvolvimento e descoberta

Tudo bem se você não entender esses conceitos todos de uma vez. Eu mesmo não entendia! É por isso que cada pessoa tem seu tempo para se descobrir, explorar e aceitar. Uma das pautas do orgulho LGBTQI+ é justamente isso: permitir que todos tenham liberdade para se conhecer.

No meu caso, a descoberta veio quando eu já estava no final da adolescência. Muitos aspectos me impediram de me entender transgênero mais cedo, desde situações familiares até o desconhecimento da própria palavra. Como se reconhecer em algo que você nem sabe que existe?

Com a internet, expandi minhas redes de contato e descobri muito sobre as possibilidades de gênero. Foram alguns anos analisando, experimentando, percebendo que eu estava cada vez mais no lado masculino do espectro. Em algum momento, encontrei o lugar onde mais me sentia confortável e tudo pareceu fazer sentido.

Quando você tem um incômodo sem nome, é comum atribui-lo a inúmeras razões que podem ou não ser as corretas. Não tem como eu saber, agora, o que minha infância e adolescência teria sido se eu tivesse me descoberto trans antes. O que eu sei é que esses períodos foram pontuados por problemas de auto-estima, insegurança e dependência. Talvez não tivessem só a ver com o gênero, talvez sim.

O importante é que o momento de me ver como homem trans chegou e se firmou na minha identidade. Com isso, surgiram outras coisas a serem resolvidas, já que eu passei a caminhar no mundo, conscientemente, como parte de uma minoria silenciada. Os desafios vieram.

Orgulho LGBTQI+ e o mercado de trabalho

Todo membro da comunidade LGBTQI+ enfrenta transtornos na entrada e permanência no mercado de trabalho. Algumas áreas são mais progressivas que outras, mas é inevitável que a intolerância permeie diversos ambientes, se não houver uma luta ativa contra isso em todos os lugares.

Para pessoa trans, a situação muitas vezes acaba antes mesmo de começar. Nossa luta é pela nossa própria identidade, em todos os sentidos, inclusive no civil. Se as empresas não estão preparadas para nos receber (e geralmente não estão), ficamos com a escolha terrível de mentir sobre quem somos ou não ter emprego. É algo impossível de se sustentar para a maioria das pessoas.

É por isso que o mercado informal se tornou uma opção popular de trabalho para muitos, inclusive para mim. Atuar como freelancer permite que você tenha o controle das burocracias que envolvem nomes e documentos, dentro dos limites legais. Também faz com que você se apresente aos outros da forma como preferir.

Ou seja, não há nenhum sistema organizacional impedindo que você se expresse, use seu nome social ou qualquer outra coisa. É claro que lidar com clientes ainda é um desafio — a transfobia não some completamente enquanto for preciso se conectar com outras pessoas. Mas fica mais fácil.

No caso da Rock Content, os freelancers nem precisam se preocupar com esse contato direto, o que torna tudo ainda melhor. Ser autônomo, nessa situação, é vender suas habilidades e responsabilidade exclusivamente. É extremamente libertador se concentrar no desenvolvimento profissional, sem preocupações quanto à própria segurança física e mental ao exercer um trabalho.

E é o que sempre deveria acontecer, não acham? O importante para que algo seja bem feito é a capacidade do profissional, não suas características pessoais como gênero ou sexualidade. Organizações que possuem esse pensamento são mais abertas e ganham um leque de possibilidades, já que permitem a ingressão de funcionários diversos.

O posicionamento de cada empresa é fundamental para que o mercado de trabalho seja mais receptivo. Isso quer dizer que aceitar profissionais trans é o bastante? Não!

Todas as minorias sociais sofrem, hoje, com um histórico de centenas de anos de opressão. Seria ótimo se pudéssemos apenas acolher todo mundo e acabar com o preconceito, mas não é assim que funciona na prática. É por isso que o orgulho LGBTQI+ vai muito além de uma comemoração.

Lutamos para que o próprio sistema que dificulta nossa existência seja alterado. Ou seja, além de pensarmos em oferecer oportunidades de emprego para pessoas trans, precisamos analisar se o ambiente de trabalho está preparado para aceitar e respeitar a diversidade. Precisamos cuidar da saúde mental de quem já enfrenta a intolerância diariamente.

Além disso, existem inúmeras pessoas trans, principalmente mulheres, em situações de vulnerabilidade. Isso torna muito mais complicado que elas se capacitem para ocupar bons cargos. Uma boa forma de ajudar é investir em ONGs e iniciativas que oferecem cursos gratuitos ou a baixo custo para essa população específica.

Quer um exemplo? TransEmpregos é um projeto de empregabilidade para pessoas transgênero, idealizado por Maite Schneider e pelo Grupo Esperança. A ideia é fazer a ponte necessária entre empresas inclusivas e profissionais trans.

Outra iniciativa de grande importância é o Transcidadania, da prefeitura de São Paulo. Por meio de auxílio financeiro, acompanhamento psicológico, jurídico e principalmente pedagógico, o programa abriga pessoas trans e travestis em vulnerabilidade e as prepara para reinserção social.

Conclusão: para que haja orgulho, é preciso haver protagonismo

Ao longo dos meus 10 anos de carreira desde a saída da faculdade, eu fiz algumas transições de carreiras, e aprendi com todas elas. Na mais recente, ao aceitar o desafio de direcionar meu trabalho para a inclusão da diversidade, o maior aprendizado que tive foi que as pessoas podem se tornar protagonistas de suas histórias quando elas têm protagonismo

Relatos como os da Orquídea e do Alex me confirmam esse aprendizado, e mantém meu foco em trabalhar para que mais oportunidades se abram. Por essas e outras que eu afirmo que realizar suas ações mantendo sua autenticidade e sendo uma pessoa honesta consigo abre espaços enormes para transformações enormes – e estar apto a isso sempre será seu maior motivo de orgulho.

As trajetórias de todos e todas nós continuam depois de junho, assim como o orgulho LGBTQI+, que sentimos por enfrentar todos os dias uma estrutura que não nos abre espaço. Este artigo é uma amostra de como é possível conseguir esse espaço, mesmo que seja difícil — então não desista! O futuro depende da nossa presença em todos os lugares. Juntes. (Alex Fernandes)

Eu consegui juntar os destroços que fizeram do meu orgulho negro e LGBTQI+ e reconstruir meu caminho. O trabalho remoto com o marketing de conteúdo me ajudou muito nessa etapa da minha vida. Queria deixar as palavras da Beyoncé em seu discurso para a classe de formandos de 2020, mas que serve muito bem para todos nós: orgulhe-se de quem você é, construa sua própria mesa para sentar-se e convide outros com menos voz que você para fazer parte da sua criação. (Orquídea Martins)

E você, como enxerga as interseccionalidades que permeiam a comunidade LGBTI+? Você é LGBTI+ e já passou por algo parecido em sua carreira, mesmo como freelancer? Compartilhe com a gente nos comentários.

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