O dia que passei a me enxergar como uma empresa

Coluna Freela - Angela Antunes

Quando comecei a trabalhar como redatora, meu objetivo era juntar a paixão por escrever a algo que rendesse uma graninha e ocupasse meu dia. Só não imaginava quanto isso poderia dar certo.

Hoje, um ano depois, tenho a minha própria empresa! (me lembrou Betina agora, rs). Mas como aqui o tempo corre a meu favor, vou chamar sua atenção para algo muito importante: talvez você também tenha a sua e nem tenha percebido.

Como assim? Vem comigo que eu te conto!

Por onde andei enquanto você me procurava

Assim como muitos freelas desta área, também comecei minha carreira de redatora depois de fazer os cursos da Rock Content.

Minha ideia era finalizar todos os gratuitos — Produção de Conteúdo; Marketing de Conteúdo; Inbound e Outbound Marketing — antes de mandar minha candidatura. Mas, sabe como é, a ansiedade para começar era tanta que assim que concluí o de Produção já me candidatei para Saúde e Bem-estar.

Escolhi essa categoria porque sou Técnica em Enfermagem (sim, nada a ver!), mas o fato de entender bastante sobre o tema me dava segurança para escrever.

Alert spoiler: se também estiver nesse início, saiba que com o tempo aprendemos sobre variados temas, abrindo um leque de opções com as quais podemos trabalhar, sem nenhum problema. Tenha coragem, estude muito e se arrisque!


Se fiquei esperando meu amor passar

Mas a aprovação da candidatura demora um tempinho para chegar e para não enlouquecer enquanto isso, montei um portfólio e resolvi ir à luta.

Angela, sua loka, como assim um portfólio sem nunca ter trabalhado? Simplesmente escrevi dois textos freestyle, coloquei minhas certificações da Rock, fiz um resumo sobre mim e pronto! A ideia era que possíveis clientes, ao menos, vissem como era minha escrita, estilo e “trabalho”.

Com tudo pronto, entrei nos grupos de redatores e freelancers do Facebook e ofereci meu serviço. Como não tinha experiência, disse que aceitava escrever mesmo sem remuneração, pois era uma forma de ter meus textos publicados e “engordar” meu portfólio. Porém, disse também que, se alguém quisesse pagar, lógico que eu aceitava. E rolou!

No primeiro dia consegui um cliente pago e a oportunidade de escrever para o blog de uma psicóloga de forma gratuita — mas ela teve toda a atenção e carinho de colocar meu nome em todos os textos, inclusive com foto.

Era real! Eu estava trabalhando como redatora!


Foi verdadeiro, mas sincero

Assim seguiram meus dias: textos e novas candidaturas para a Rock, posts de psicologia e clientes remunerados que foram chegando.

Aquele mesmo portfólio também foi o responsável pelo convite que recebi dias depois de uma agência de comunicação. Porém, eles pediam que os freelancers emitissem nota fiscal, e foi nesse momento que começou minha trajetória como microempresária (e eu nem tinha me dado conta!).

Me tornei MEI — Microempresária Individual — e com meu CPNJ nas mãos passei a atendê-los como Pessoa Jurídica (PJ).

Para minha surpresa e alegria, pouco depois eles me chamaram para ser interna deles: passaria de freela para “funcionária”. A proposta era um contrato como PJ, home office, remuneração fixa e sem exclusividade, ou seja, eu poderia continuar não só com a Rock, mas como todos outros clientes.

Se eu aceitei ? ÓBVIO! Entretanto, por mais maravilhosa que tenha sido a oportunidade e tudo que veio com ela, com o passar dos dias, comecei a ver as coisas de outra forma.

As atividades da agência tomavam 90% do meu tempo (o que era justo, pois estava recebendo para isso) e nos 10% restantes eu tentava manter os clientes que tinha antes. Comecei a me sentir culpada por fazer isso: ter um fixo e continuar com outros jobs.

Naquela hora percebi que, a partir do momento tenho um CNPJ sou uma empresa e, como tal, não poderia ter apenas um cliente.

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Você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui


Então voltei a ser apenas freela deles. Não me chame de louca, vou explicar! Precisava ser honesta comigo e, por mais que eles nunca tivessem cobrado nada sobre os outros clientes, era a minha visão do processo que estava me causando incômodo.

Informei que precisava atuar mais como empresa, e fui atrás disso. No dia em que meu contrato terminou, eu estava com tudo pronto: logotipo, company page no LinkedIn, currículo e portfólio atualizados.

Dica: se você pretende seguir essa mesma vertente, tenha uma logo exclusiva e uma company page! Sabe quando você coloca no LinkedIn o local onde trabalha, mas se não tem uma página oficial fica aquele quadradinho cinza sem graça ao lado do nome da empresa? Pois é, isso não passa muita credibilidade aos futuros clientes.

Percorri milhas e milhas

Também criei um ofício para enviar os conteúdos, passei a oferecer a opção de pagamento via boleto, atendimento por WhatsApp e comecei a me apresentar como uma empresa de produção de conteúdo web, e não “apenas” uma redatora.

Minhas funções atuais incluem, além de escrever: enviar orçamentos, fazer reuniões online, emitir notas, controlar entradas e saídas e tudo mais que uma empresa precisa para funcionar bem, independentemente do tamanho.

Sim, minha renda mensal caiu no início, mas como diz Guns N’ Roses em November Rain: “but lovers always come and lovers always go” — no caso, em uma tradução livre e adaptada, “mas clientes sempre vêm e clientes sempre vão.” Assim, sigo um dia de cada vez.

É importante dizer que também teve um ponto negativo: houve quem achasse que, por ser uma empresa, eu não daria conta da demanda de textos que ele tinha. Por outro lado, alguns clientes consideraram que esse modo de oferecer o trabalho passou mais confiabilidade.

Se me arrependo? De forma alguma! Hoje, sou redatora e revisora como PJ aqui na Rock, além de manter outros clientes diretos.

Ainda há a necessidade de a função de redator ser vista de maneira mais profissional, até pelos próprios redatores. Se frequenta grupos dessa área, sabe que existem ofertas absurdas de valores, diminuindo totalmente o que fazemos.

Já pensou que o texto que você faz aí, da sua casa, é um dos responsáveis por aumentar os lucros de diversas empresas? Por isso, é preciso entender que não somos apenas uma pecinha lá no final do projeto do cliente, mas sim uma parte muito importante de sua estratégia de marketing.

Tem CNPJ? Então, como disse lá no início, você também tem a sua empresa! Por que não se ver como tal?

Essa é a minha história como freela, agora, quero saber a sua! Clique aqui e divida sua experiência! Certamente, ela também vai ajudar muita gente.

Angela Antunes

Sabe aquela pessoa que resolve mudar de carreira para fazer aquilo que gosta? Prazer, eu!

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