Vida de freelancer: será que você ficou livre do burnout?

burnout

Quando alguém encara a vida de freelancer e as coisas começam a dar certo, uma euforia toma conta do profissional. Vem à cabeça aquela pergunta: “por que eu não fiz isso antes”?

Nessa vida sem chefe e amolação, tudo parece lindo, utópico! Mas, de repente, a grana encurta e o profissional se sente sozinho, sem ninguém para trocar uma ideia. Ou então, chega um momento em que ele percebe que está abrindo a caixa de e-mail de cinco em cinco minutos, até mesmo no casamento do seu brother de infância.

O que está acontecendo? Para onde foi toda a prometida tranquilidade? Por que não está sendo tão agradável trabalhar no home office? Você chutou o balde, saiu do emprego formal e agora está vivendo os mesmos males que tanto te fizeram sofrer?

Respire fundo e desfrute dessa verdade: o estresse não está só na empresa e na função exercida, mas principalmente na forma como você se relaciona com elas emocionalmente.

Pegou a lição da história? É isso mesmo, freelancers também sofrem pressões e estresses e perdem alguns fios de cabelos com preocupações do trabalho. Mas se trago verdades, também venho com soluções! Neste post, apresento algumas soluções para você dar uma esfriada nos ânimos e se ver livre do temido burnout.

O quê? Você não sabe o que é burnout?

Calma, vou te explicar, porque existe uma grande diferença entre não saber o que é e nunca ter sentido. E acredite, se você já soltou aquela célebre frase “não sabia que na vida adulta era assim“, já deve ter flertado com o tal do burnout.

Na verdade, infelizmente ele não é exclusividade da vida adulta. Trazendo a ciência para o conteúdo deste post, podemos dizer que existe não apenas um burnout, mas três tipos dele para você se livrar.

Burnout de sobrecarga

É o mais famosinho, aquele que te faz olhar a caixa de e-mail de cinco em cinco segundos. Acontece que, consciente ou inconscientemente, o indivíduo começa a trabalhar cada vez mais freneticamente para conquistar sucesso e recompensas, mas de uma forma que compromete sua saúde física, mental e emocional.

Ou seja, ele entra em um foco único de performar no trabalho, se cobra muito e esquece das demais áreas de sua vida. Para um freelancer que escolheu ou foi direcionado para essa vida para ter liberdade e flexibilidade, muitas vezes isso significa começar a trabalhar às 5h da manhã e terminar próximo de meia-noite sem ter almoçado direito ou tomado banho (estou aqui na torcida para que você não tenha pulado o banho por causa do burnout, mas o fato é que sabemos que alguns colegas do coworking já podem estar nesse estágio, não é mesmo?).

Burnout por falta de desafios

Um dos combustíveis motivacionais mais importantes para os profissionais é amar o que fazem, e é justamente movidos pelo desejo de amar as segundas-feiras de trabalho que alguns deles decidem investir na carreira de freelancer.

Porém, a falta de desafios, poucos parâmetros para identificar um crescimento e poucas possibilidades de aprendizagem fazem o freelancer entrar em uma estafa mental. Ele começa a enxergar sua rotina e trabalho com certa indiferença, repelindo responsabilidades e deixando de ter compromisso com a qualidade, porque tudo parece ser muito fácil.

Nessa onda de desapegar e achar tudo fácil demais, um redator deixa de revisar seus conteúdos porque acha impossível errar a escrita de sua língua materna, por exemplo.

Para quem não vive esse sentimento, ele pode parecer superficial, mas a verdade é que ele cria emoções contraditórias no profissional. Seus efeitos podem gerar reações físicas e em seu comportamento, como irritabilidade, depressão, falta de criatividade, baixa imunidade etc.

Burnout por autossabotagem

Esse tipo de burnout é quase o contrário dos demais. Se no primeiro o profissional valoriza mais que tudo seu trabalho e no segundo ele se sente pouco desafiado pela execução das tarefas, nesse terceiro tipo, sua percepção é de que é incapaz de realizá-las.

Freelancers que decidem ingressar em áreas diferentes de sua formação original, por exemplo, podem viver esse sentimento de forma exacerbada. É o caso de alguém que tem formação superior em cursos relacionados à saúde e deseja começar a escrever conteúdos otimizados para blogs, por exemplo.

Ao menor desafio, o profissional que vive esse tipo de burnout quer abandonar seu projeto de vida por se considerar inapto para as tarefas.

A má notícia é que você pode viver um ou mais deles ao mesmo tempo, mas a boa é que existem maneiras de identificar quais tipos estão afetando sua relação com o trabalho e buscar soluções para amenizá-los.

Essa categorização foi proposta por um estudo feito em 2014 pela Universidade de Zaragoza, na Espanha, e muitos outros reforçam ou complementam suas ideias, como é o caso dos 12 estágios do burnout do artigo publicado na Scientific American. Veja se você se identifica com algum deles:

  1. compulsão por autoafirmação: quer ser considerado o melhor dos freelancers das plataformas de conteúdo, por exemplo;
  2. trabalha arduamente: não consegue desligar a “chavinha” ou desacelerar no fim de semana;
  3. negligencia suas necessidades primárias: alô, banho! Também não dorme nem se alimenta direito;
  4. deslocamento de problemas: você começa a ter problemas em outras áreas da vida e uma sensação de pânico começa a aparecer sem uma razão aparente;
  5. mudança de valores: começa a achar que se relacionar com familiares, passear com o cachorro e tomar aquela água de coco no fim do dia na praia são coisas irrelevantes, muito mais maneiro é ficar colado nos jobs;
  6. negação do problema crescente: se alguém menciona que você está muito estressado e mantendo uma relação nada saudável com o trabalho, discorda fervorosamente;
  7. adeus à vida social: você se retira da vida social, preferindo outras maneiras de aliviar o estresse da rotina que também não fazem bem para sua saúde;
  8. mudanças drásticas do comportamento: a preocupação dos parentes e amigos é crescente em relação às suas mudanças comportamentais e de valores;
  9. despersonalização: você deixa de se enxergar como um indivíduo, entra no modo automático e não vê mais valor em outras atividades e relações. Está bem próximo de um zumbi;
  10. sensação de vazio: nenhuma atividade dá prazer ou parece agregar valor a você, então, começa a buscar experiências muito além do convencional para encontrar satisfação;
  11. depressão: sente-se perdido, incerto, exausto e sem perspectivas para o futuro; e
  12. Síndrome de Burnout: os sintomas tornam-se uma desordem mental, com efeitos físicos alarmantes, sendo necessária uma intervenção médica.

Você não necessariamente viverá todas elas, mas qualquer identificação deve ligar o alerta para que soluções sejam tomadas.

O que me faz sentir assim e o que fazer a respeito?

Uma das melhores formas de lidar com isso é atacar as raízes dos problemas que te fazem querer trabalhar 24 horas por dia ou não se sentir capaz, por exemplo:

Não saber quanto vai ganhar no fim do mês

Profissionais que atuam no mercado convencional sabem quanto ganharão no fim do mês, ou, pelo menos, têm uma base mínima garantida. Já o freelancer, nem sempre. Se isso gera uma certa insegurança em você, tente organizar seu trabalho e ganhos de forma adiantada.

Ou seja, organize seus recebimentos para que aquilo que você produz em junho custeie suas despesas de agosto, assim, no mês vigente, não será necessário criar expectativas pelo pagamento de algum cliente que esteja em atraso.

Trabalhar isolado

Trabalhar sozinho também pode ser uma fonte de estresse e burnout. É possível solucionar essa questão escolhendo um bom coworking ou conhecendo outros freelancers em comunidades como a da Rock Content no Facebook (a.k.a. THE BEST), por exemplo.

Não enxergar uma evolução na carreira

Se seu burnout for daquele decorrente da falta de desafios, crie metas e indicadores de desempenho específicos para você.

É possível estabelecer, por exemplo, índices de satisfação dos clientes que oferecem notas para seu trabalho. Não existem médias que não possam ser melhoradas, não é mesmo? Também é possível estipular métricas de produtividade ou de tempo de execução.

Só tome cuidado para não direcionar exageradamente seu foco para seu desempenho e cair no burnout de sobrecarga, viu?!

Ter um custo de vida alto

Avaliar suas despesas e reduzir custos também pode ser uma maneira eficiente de driblar o burnout, pois a partir do momento em que suas obrigações financeiras são menos sufocantes, sua relação com o trabalho e sua remuneração volta a ser mais saudável.

Assim, em vez de achar que precisa ganhar como o menino Neymar todo mês, você fica mais tranquilo com o que ganhava antes, e ainda com um pouco sobrando para poupar.

Esquecer de outras esferas da vida

Se você só sabe focar no trabalho, permita-se fazer algumas paradas estratégicas para maratonar na Netflix e praticar atividades físicas, por exemplo. Pode ser que no início você as enxergue como remédios amargos, mas elas funcionarão como pausas criativas fundamentais.

Parar de estudar

Não importa se você mudou de área, estudar e aprimorar seus conhecimentos é o melhor remédio, principalmente se você está sabotando seu potencial.

Além de adquirir mais conhecimentos, isso também proporcionará novos ciclos sociais, mais confiança em suas atividades e desejo por outras áreas da vida. Ou seja, dá para trabalhar todos os tipos de burnout voltando para a sala de aula ou mesmo fazendo uns cursos online, como os oferecidos pela Rock University.

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Estou sozinho nessa?

Você já pode concluir que não, afinal de contas, até mesmo os profissionais que atuam no mercado formal têm uma relação conflituosa entre expectativa e realidade com o trabalho. Mas também não precisa sair publicando pelas redes sociais afora fotos tristes com a hashtag #infelizmentenãoétãobom.

É preciso lembrar que, como freelancer, sua imagem profissional e branding são construídos nesses ambientes também. Em vez disso, coloque essas dicas para se livrar do burnout em prática, procure por profissionais como você e descubra como eles lidam com tais situações.

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