Roteiro de vídeo: aprenda como fazer o melhor script da sua vida

Saber como criar um bom roteiro de vídeo é algo que pode transformar seus conteúdos, deixá-los mais dinâmicos e interessantes para o público que deseja atingir — além de, claro, aumentar a sua produtividade e transformar você em alguém profissionalmente mais eficiente.

Contudo, muitas pessoas ainda têm dúvidas a respeito de como fazer esse trabalho e conquistar um bom resultado. Pois é exatamente sobre esse assunto que vamos tratar neste post.

Quer saber como escrever um roteiro matador para os seus vídeos? Então, você não pode deixar de ler os próximos tópicos. Vamos lá?


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    O que é um roteiro de vídeo

    Podemos definir o roteiro como um texto (ou documento) que descreve os aspectos ligados a uma produção audiovisual do início até o fim. Ele serve como um norte para que todos os envolvidos saibam o que fazer antes, durante e depois de uma produção. Isso diz respeito a diversos aspectos, como:

    • cenas utilizadas;
    • diálogos realizados;
    • tom de voz que deve ser adotado;
    • locais de gravação;
    • equipamentos adequados;
    • indicações de edição de vídeo.

    Portanto, em resumo, o roteiro de vídeo é a transcrição da produção no papel. Você consegue imaginar um diretor coordenando toda a equipe de profissionais na mesma direção sem nenhum script? Pois é.

    Não são apenas produções cinematográficas que merecem um bom roteiro

    Se você acha que apenas grandes filmes são dignos de um roteiro, é aí que se engana! Se o seu objetivo é gravar excelentes vídeos, investindo pouco dinheiro, por um bom custo-benefício e, sobretudo, com qualidade profissional, está na hora de pensar nessa etapa com mais carinho.

    Por que ele é tão importante para uma estratégia de marketing

    Não precisamos de pesquisas para entendermos como esse formato é amplamente utilizado, certo? Basta observar os nossos perfis de navegação e perceber como dificilmente saímos da internet sem assistir a, pelo menos, um vídeo — principalmente nas redes sociais.

    Se, ainda assim, você é do tipo de pessoa que precisa de fatos, vamos a alguns deles. Veja alguns dados importantes da Dash em 2022:

    • 96% das empresas usam vídeo como ferramenta de marketing;
    • 87% dos profissionais de marketing afirmam que o vídeo gera um ROI positivo e ajuda a aumentar vendas;
    • 70% dos usuários acessaram os anúncios do Instagram Stories para acessar um site ou produto promovido

    Você pode avaliar outras estatísticas importantes sobre o vídeo marketing aqui!

    Como podemos ver, esses números são bem expressivos e mostram a força do vídeo em uma estratégia de marketing, além do apelo que ele tem com o público. Entretanto, não basta apenas realizar uma gravação de forma amadora e sem cuidado com o roteiro.

    Podemos até arriscar um palpite e dizer que todas as porcentagens acima foram conquistadas com a criação de produções profissionais, uma estratégia focada em resultados positivos e, portanto, com uma elaboração bem cuidadosa do roteiro — que foi a base para que o conteúdo alcançasse o seu propósito.

    Dicas para produzir um roteiro de sucesso

    Agora que você já sabe melhor do que se trata um roteiro de vídeo e como ele é importante para os negócios, é hora de aprender como elaborar uma produção de sucesso. Para isso, veja as dicas a seguir!

    Faça um planejamento

    Investir parte do tempo criando um bom planejamento é a fase mais básica de qualquer tarefa bem-sucedida. Ao definir os objetivos e conseguir delimitar o tema que será abordado no roteiro, você consegue manter o foco na mensagem que precisa ser passada e evita abordar temas desinteressantes para o público naquele momento.

    Assim como em uma redação, é necessário elaborar uma narrativa que contenha início, meio e fim.

    Introdução

    Nesse momento, o assunto do vídeo é apresentado. Você pode, por exemplo, falar da dor da persona e adiantar o assunto informando que o conteúdo ajudará a solucionar tal problema.

    Desenvolvimento

    Essa é a fase de se aprofundar nas informações que foram expostas inicialmente, ou seja, explorar melhor o tema apresentado ao público.

    Conclusão

    Nessa fase, geralmente é feito um resumo do que foi apresentado no vídeo — você também pode aproveitar para indicar outros vídeos, materiais, produtos e levar a persona a outra ação.

    Foque na objetividade

    Já sabemos que os vídeos são um excelente recurso para atrair a atenção do público e alcançar um objetivo. Porém, para isso, eles precisam cumprir o objetivo a que se propõem, senão, ficam prolixos e cansativos.

    Alguma vez você já se deparou com algum tutorial no YouTube em que a pessoa falava demais ou demorava para introduzir o passo a passo e, no final das contas, um vídeo de 8 minutos poderia ser resumido em 4?

    Ele pode até cumprir o objetivo (ensinar a fazer algo), mas, do ponto de vista do público, torna-se cansativo e reduz as chances de que a pessoa volte ao canal quando precisar de outra informação — e não é isso que queremos, ?

    Por isso, foque em criar um roteiro claro e objetivo, com introduções menores e com o desenvolvimento bem explicado (usando exemplos práticos sempre que for possível), mas sem torná-lo muito extenso.

    Lembre-se que há pessoas com comportamento imediatista, principalmente na internet, ambiente no qual desejam obter a informação que precisam o mais rápido possível.

    Escreva cenas equilibradas

    Equilíbrio é tudo nessa vida! Essa máxima também se aplica à produção de um roteiro de vídeo. Isso significa que você precisa seguir um padrão, mas também deve contar com a criatividade. Desenvolva um script fluído, mas com atenção à sincronização do tempo das falas com as imagens. A seguir, entenda melhor o que queremos dizer.

    Siga um template

    Dentro de uma estratégia de marketing digital, as pautas de conteúdos voltados para a elaboração de um script de vídeo têm um espelho a ser seguido. Em geral, trata-se de uma tabela dividida em três colunas.

    A primeira, da esquerda, deve conter o número da cena. Nas linhas referentes a ela, você pode colocar o segundo exato em que uma fala se inicia. Na segunda, chamada de locução, é a que se utiliza para detalhar a narração.

    Já a terceira registra a descrição das cenas. Aqui, você precisa detalhar os elementos que pretende incluir no vídeo. A ideia é, realmente, descrever tudo que deve aparecer. Porém, é necessário tomar certo cuidado de não incluir elementos demais e complicar o trabalho do motion designer.

    Não deixe de seguir o padrão dessa tabela para criar os seus roteiros de vídeo. Assim, o trabalho segue um fluxo único e facilita para todos os envolvidos — desde a etapa de redação até a locução e a finalização do material.

    Crie um equilíbrio

    Na hora de desenvolver as locuções e as descrições, opte por frases mais curtas e diretas. Apostar em textos mais sucintos vai ajudar a locução a ser mais clara e rápida, ao mesmo tempo em que as cenas têm a duração ideal.

    Por outro lado, não se esqueça que o texto também precisa ser descritivo. Isso significa que você precisa, em poucas palavras, transmitir as ideias mais importantes ao longo do vídeo.

    O equilíbrio está justamente aí: fazer um texto mais objetivo, mas que, ao mesmo tempo, seja bem descritivo e passe a mensagem adequadamente. Um fator não pode se sobrepor ao outro.

    Aposte na padronização

    Já que falamos de padronização, também é preciso ressaltar a importância dela na hora de criar as descrições das cenas do script. Pegue como base a principal referência que vai usar para construir o seu roteiro e veja como elas podem ser bem distribuídas.

    A ideia, aqui, é que as cenas tenham mais ou menos o mesmo tempo. Isso não pode ser feito se uma frase é mais longa e a outra tem apenas 5 palavras, concorda?

    Portanto, organize as informações para que elas sejam distribuídas de maneira mais uniforme ao longo do roteiro de vídeo e das descrições das cenas.

    Fique de olho no tempo

    Nesse caso, o conceito do equilíbrio está muito presente. Porém, aqui, falamos da sincronização das falas com as cenas. O objetivo é fazer com que ambas tenham tempos bem semelhantes.

    Senão, corre-se o risco de a locução terminar antes de a cena ser concluída ou vice-versa. Consegue perceber como todos os pontos ligados à criação do script estão muito conectados e fazem sentido dentro do conjunto?

    Quando pensamos em roteiros de vídeo, a concisão é um dos elementos mais importantes. Ser conciso não é somente ser direto, mas buscar qualidade associada à menor quantidade de palavras usadas. 

    Afinal, uma boa descrição não depende necessariamente da quantidade de palavras, mas do nível de imaginação. Como o texto é responsável por indicar a fala em uma locução para vídeo, o foco é em quais palavras são usadas — e isso importa mais do que a quantidade delas!

    Use a quantidade adequada de palavras

    É crucial ir direto ao ponto, reduzindo os trechos ao seu essencial para comunicar algo diretamente e de forma precisa. Frases mais curtas possuem o poder de dizer algo com ênfase e veemência, praticamente sem dar espaço para leitores ou espectadores respirarem. No caso dos vídeos, isso pode ser usado como um recurso para prender a atenção.

    Em locuções, todavia, as frases também não podem ser curtas demais, pois isso indica mais pausas na fala e, portanto, mais tempo de vídeo. Então, é importante procurar a frase certa, com tamanho adequado, que diga muito sem ser grande nem pequena demais.

    Em suma, fuja das descrições longas. Tente reestruturar suas ideias de uma forma simples, com o cuidado de não sacrificar a lógica e o sentido principal, claro! 

    Entenda a relação tempo X número de palavras

    Quem redige um roteiro deve ter sempre em mente a relação entre o tempo do vídeo e o número ideal de palavras. Quando você segue um padrão para isso, consegue produzir vários roteiros com uma boa noção do que cabe e do que não cabe. 

    Aqui na Rock, temos este padrão de palavras por duração de vídeo:

    • 30 segundos: 55 a 60 palavras;
    • 60 segundos: 100 a 110 palavras;
    • 90 segundos: 150 a 160 palavras;
    • 120 segundos: 200 a 215 palavras

    Essa margem de tempo pode variar um pouco por conta da complexidade da língua com que trabalhamos. O português apresenta palavras muito distintas em termos de extensão e até de entonação que demandam um tempo maior em uma narração. Por isso, essa questão de definir uma margem nunca é algo indiscutível. 

    Além de seguir esse indicativo, recomendamos utilizar as calculadoras de tempo para saber se há uma adequação entre o texto falado e o tempo geral. É importante que o tempo de locução seja, pelo menos, 5 segundos mais curto do que o tempo definido para o vídeo, pois sempre pode haver acréscimo de segundos na hora de a real locução acontecer.

    Mantenha a sua criatividade “na linha ”

    Quando falamos de vídeos com descrições e personagens — que tendem a ser mais elaborados e complexos do que vídeos com letterings — é imprescindível ter um cuidado especial quanto ao tempo.

    O segredo aqui é imaginar cenas simples, curtas, diretas e que comuniquem exatamente o que se deseja, sem enrolação ou caminhos sinuosos. 

    Há redatores que se empolgam em propostas personalizadas de vídeo e deixam a criatividade correr livre. Contudo, é preciso estabelecer um filtro, pensando nas limitações desse tipo de conteúdo e na finalidade geral. 

    Precisamos frisar que a pauta deve ser um bom auxiliar para que redatores consigam desenvolver um roteiro de qualidade. Nela, é fundamental listar todas as orientações relevantes, com relação a tempo, limites e outras exigências. 

    Utilize ferramentas de mensuração de tempo

    Existem ferramentas gratuitas que ajudam a testar a locução e avaliar se o texto está adequado para o tempo da cena. A seguir, mostramos as principais delas.

    Puta Sacada

    O site também tem uma seção destinada ao cálculo do tempo de leitura de um texto. A utilização é semelhante à do Copywritely: você só precisa colar o texto na caixa, selecionar “Leitura rápida (160 palavras/minuto)” e clicar em “Calcular”.

    Words To Time

    Essa aplicação é muito simples e rápida. Consiste basicamente em um site que indica o tempo aproximado para ler um determinado número de palavras que o usuário digita. Você pode escolher também a velocidade de leitura, entre lento, médio e rápido. Para facilitar o seu trabalho, há uma tabelinha com respostas rápidas e comuns por lá.

    Locutores online

    Essa ferramenta traz uma caixa de texto que permite que você escreva ou cole um conteúdo para calcular o tempo médio de locução. Mostra o número de palavras e de caracteres, além do tempo. Também possibilita definir a velocidade, entre normal, pausada e rápida. Do lado, você encontra também um cronômetro para contar o tempo da sua própria leitura.

    Text Converter

    O Text Converter é uma ferramenta simples, no padrão das contadoras de tempo: uma caixa de texto, configurações para velocidade e um indicador do tempo médio. Ainda permite escolher o tipo de fala, entre discurso e locução. 

    Sagicapri Produtora

    A solução da Sagicapri Produtora é ainda mais simples e direta do que as anteriores. Possui apenas um local para inserir o texto e um botão de calcular o tempo. A página, então, mostra a quantidade de palavras e o tempo necessário em segundos. É uma aplicação muito usada e recomendada para animações. 

    Construa cenas contínuas e fluídas

    Na hora de elaborar a descrição das cenas, evite a sugestão de movimentos em 3D e recursos, como:

    • tirar algum objeto do bolso;
    • girar algum elemento;
    • cortes bruscos;
    • aproximar ou afastar.

    Lembre-se que a ideia é criar algo mais simples e que facilite o entendimento por parte do espectador. Isso é especialmente importante para vídeos menores, como os de 30 e 60 segundos.

    Cenas muito complexas podem desviar a atenção e fazer com que o vídeo perca o propósito de ser informativo.

    Tome cuidado com a narrativa escolhida

    Via de regra, vídeos produzidos para contemplar uma estratégia de marketing digital têm personas bem definidas. As informações referentes a elas são suficientes para que a redação e a ilustração das cenas sejam feitas adequadamente.

    Isso significa que você não precisa descrever os personagens e os cenários com riqueza de detalhes, a menos que isso seja muito importante e faça sentido dentro da narrativa criada.

    Defina uma duração ideal para o vídeo

    A melhor forma de criar um roteiro de vídeo de sucesso — sem fugir da objetividade e, ao mesmo tempo, sem deixar tudo sucinto demais — é estimando a duração ideal do material. Conhecer o perfil das personas e o tipo de conteúdo que será apresentado (além de conversar com seu cliente, se for o caso) ajuda a ter uma ideia do período necessário.

    A partir daí, elabore seu texto e avalie se ele cabe na programação que foi definida. Se for curto demais, você já sabe que poderá complementá-lo com outras informações relevantes. Por outro lado, se ficar muito grande, pense na possibilidade de excluir trechos que não agregam valor à persona.

    Estabeleça um ritmo

    Sempre aposte no equilíbrio, sobretudo durante a narração. Falar rápido demais pode fazer com que algumas pessoas não entendam o que é dito, mas lentidão nesse ponto também é prejudicial — não queremos ninguém com tédio e saindo do seu conteúdo para procurar outras fontes de informação, certo?

    A dica aqui é manter a fala entre 100 e 110 palavras por minuto. Dependendo da informação que foi passada, dê uma breve pausa para que as personas tenham tempo de absorver o conteúdo — isso vale especialmente para temas técnicos ou muito complexos.

    Fale diretamente com o público

    Certamente você tem um objetivo a ser alcançado com o vídeo — pode ser concretizar uma venda, deixar a sua audiência mais informada, ensinar alguma coisa etc.

    Entretanto, antes disso, vem outra meta ainda mais importante: fazer o público se identificar com a mensagem e terminar o vídeo com a sensação de que as dúvidas (ou o problema) foram solucionadas.

    Mais uma vez, ter a persona bem definida e conhecer o seu perfil é essencial para uma estratégia efetiva. Nesse contexto do roteiro de vídeo, é isso que ajuda a criar conteúdos mais eficientes, que falem diretamente com as pessoas que você deseja alcançar.

    Descubra quais são os interesses da sua persona

    Falar sobre a importância de produzir um conteúdo de qualidade é, como diziam as nossas avós, chover no molhado. Para os menos íntimos aos ditados de vó, vamos usar outra frase: é bem óbvio.

    Contudo, como isso pode ser feito? Descobrindo os interesses das pessoas e elaborando roteiros alinhados a essas preferências. Portanto, o mais recomendado é fazer pesquisas relacionadas aos assuntos mais procurados pela sua persona. Para tal, você pode contar com ferramentas, como:

    Mantenha o conteúdo mais pessoal

    Use as emoções do público a seu favor. Aposte na empatia e na solução do problema para tornar as pessoas mais próximas. Uma dica que pode ajudar bastante nessa missão: sempre tente entender de que forma o seu conteúdo servirá para a sua audiência e como ele será usado para solucionar o problema que a levou até ali.

    Defina um tom de voz adequado

    Esse é outro ponto que pode ser bem executado se você conhece a sua audiência. Porém, independentemente de ser necessário adotar uma linguagem mais formal, técnica, informal ou próxima, adote o uso de “você” para se referir às pessoas.

    Como o vídeo passa a ideia de diálogo, essa tratativa ajuda a tornar a conversa mais próxima e, consequentemente, alcançar um engajamento maior.

    Questione-se para descobrir mais sobre sua audiência

    Todo o trabalho fica infinitamente mais fácil se já existe uma persona mapeada. Porém, se você (ou o negócio) começou agora e ainda não fez esse trabalho, tente responder a algumas perguntas — como as listadas abaixo.

    • Quem é a pessoa que vai consumir o meu produto ou o meu serviço?
    • Quais são os principais problemas, as dores e as dúvidas que ela tem?
    • Quais são os tipos de conteúdo que ela consome na internet?

    Com as respostas, haverá um norte para criar uma mensagem mais acertada e obter mais chances de sucesso. Ao longo do tempo, fica mais fácil realizar esse trabalho, já que você passa a ter um conhecimento mais profundo sobre quem assiste e compartilha os vídeos — além da possibilidade de realizar algumas pesquisas com a audiência.

    Lembrando que o acompanhamento dos comentários também pode fornecer ótimos insights para a produção de roteiros para os próximos vídeos.

    Use lettering com moderação

    O lettering, no roteiro de vídeo, consiste na utilização de texto na edição das imagens. Ele pode ser um recurso bem útil para alguma explicação. Contudo, se não for empregado adequadamente, pode deixar o material poluído e confundir a persona, principalmente se aparecer junto à narração.

    Quando ele for usado, não se esqueça que o tempo entre o espectador ler e assimilar o que está escrito pode ser o dobro da locução. Então, se for necessário adotá-lo, dê preferência para que isso seja feito apenas com as palavras-chave, como forma de suporte para a narração.

    Indique os enquadramentos — quando for necessário

    Para roteiros personalizados e storyboards, é fundamental saber como indicar enquadramentos. Nesse tipo de vídeo, a produção se torna mais elaborada e até cinematográfica, então faz-se necessário pedir emprestado um pouco do conhecimento e das técnicas da sétima arte.

    Nas opções de projetos personalizados isso geralmente é uma demanda, diferentemente daqueles com template. Os com template são mais simples e restritivos, por isso, não há necessidade de detalhar tanto.

    De qualquer forma, mesmo pessoas que escrevem roteiros menos elaborados devem conhecer enquadramentos e saber como enquadrar uma cena.

    Os enquadramentos são definidos com base nestas 3 características que abordaremos a seguir:

    • tipos de plano;
    • altura do ângulo ;
    • lado do ângulo.

    Tipos de plano

    Um plano é qualquer imagem que surge entre dois cortes. Estabelece, portanto, as composições que vemos em qualquer vídeo, o que mostra informações a serem compreendidas e interpretadas. Existem diferentes tipos de planos, com diferença principal para o tamanho deles e para o que eles querem mostrar.

    Plano geral (PG)

    O plano geral é um plano maior, aberto, que traz informações gerais acerca de um cenário. É muito útil para explorar e demonstrar a geografia de um lugar, como indicar onde exatamente a cena se passa. Pela sua amplitude, pode exibir muitas informações ao mesmo tempo, o que demanda maior esforço do espectador ao decifrar o que acontece.

    Contudo, também há o caso de planos gerais que mostram relações entre poucos elementos, de modo a dizer como um está pequeno com relação ao outro (como um plano geral com um único personagem sendo “engolido” por uma cidade ou paisagem).

    Plano Geral em “Lawrence da Arábia” (1962) — Reprodução YouTube.

    Plano Conjunto (PC)

    Também é um plano mais aberto, que explora bastante o cenário, mas geralmente abarca mais de um personagem ao mesmo tempo. É menor do que o geral, mas intenciona mostrar indivíduos de corpo inteiro. Geralmente, apresenta um esquema visual com as pessoas arranjadas para determinar relações entre elas que sinalizam algo sobre seus personagens.

    Plano Conjunto em “O Poderoso Chefão Parte II” (1974) — Reprodução YouTube.

    Plano Médio (PM)

    Trata-se do plano que pega o corpo do personagem por completo, com pequenos espaços de “respiro” nos cantos inferiores e superiores da imagem. Tenta mostrar mais intimidade com o indivíduo e gerar mais ênfase no que ele fala, faz ou veste.

    Plano Médio em “Django Livre” (2012) — Reprodução YouTube.

    Plano Americano (PA)

    Temos também o plano americano, que mostra pessoas do joelho para cima. Tem esse nome por ser um plano muito comum no cinema norte-americano, principalmente nos filmes de faroeste.

    Plano Americano em “Três Homens em Conflito” (1966) — Reprodução YouTube.

    Meio Primeiro Plano (MPP)

    Avançando nos planos, temos o meio primeiro plano, que enquadra uma pessoa da região da cintura para cima, podendo enfatizar bem as interações de um personagem com algum objeto, por exemplo.

    Meio Primeiro Plano em “O Grande Lebowski” (1988) — Reprodução YouTube.

    Primeiro Plano (PP)

    Há também o primeiro plano, ou close, que enfoca as pessoas do peito para cima. É uma abordagem que valoriza o gestual e chama atenção para as falas dos personagens. Por isso, costuma ser uma boa pedida em cenas de diálogo.

    Primeiro Plano em “Corra!” (2017) — Reprodução YouTube.

    Primeiríssimo Plano (PPP)

    Esse é um plano que traz detalhes e expressões nos rostos das personagens. Enquadra a pessoa a partir dos seus ombros, comunicando algo acerca do que ela sente e pensa. Também pode explorar detalhes, como gotas de suor ou cicatrizes.

    Primeiríssimo Plano em “Uma Noite Alucinante 3” (1992) — Reprodução YouTube.

    Plano Detalhe (PD)

    O Plano Detalhe é um close-up extremo, que foca muito em uma parte específica do rosto de uma pessoa, como um plano que mostra os detalhes de um olho ou de uma boca. Busca sensações além do que se fala e, em alguns casos, retrata um sentimento de claustrofobia para o personagem.

    Pode, também, ser um plano fechado e próximo de algum objeto visualizado ou manipulado em cena.

    Plano Detalhe em “Cidade dos Sonhos” (2001) — Reprodução YouTube.

    Altura do ângulo

    A altura do ângulo diz respeito à forma como visualizamos pessoas ou objetos em cena. Isso estabelece informações implícitas acerca da importância do personagem ou do que a audiência precisa sentir com relação a esse indivíduo.

    Ângulo Normal

    O ângulo normal olha para as pessoas em cena em uma altura próximo ao nível dos olhos dos personagens. Não há distorção do tamanho dos elementos em cena, por isso, nada implícito.

    Ângulo Normal em “Chinatown” (1974) — Reprodução YouTube.

    Plongée

    Aqui, a câmera olha de cima para baixo, como se o espectador estivesse acima da pessoa ou do objeto em cena. Estabelece que o personagem está vulnerável ou, até mesmo, menor em termos de importância.

    Plongée em “Hellboy II — O Exército Dourado” (2008) — Reprodução YouTube.

    Contra-plongée

    O contrário do plongée é o contra-plongée. Nele, a câmera olha de baixo para cima, com um ou mais personagens retratados de forma maior, mais importante, imponente e com autoridade em cena.

    Contra-plongée em “Exterminador do Futuro 2 — O Julgamento Final” (1991) — Reprodução YouTube.

    Lado do ângulo

    Podemos definir um plano pelo lado do ângulo também, que se refere às partes daquele elemento que aparecem em cena.

    Frontal

    A posição frontal consiste na câmera olhando para os elementos de frente. É uma decisão de enquadramento neutra e padrão.

    Posição Frontal em “Alien — O 8º Passageiro” (1979) — Reprodução YouTube.

    ¾ 

    Há também a posição ¾, em que a câmera estabelece um ângulo de 45 graus com o nariz da pessoa, explorando a profundidade e as nuances do seu rosto.

    Posição ¾ em “Desafio no Bronx” (1993) — Reprodução YouTube.

    Perfil

    Em complemento, temos a posição perfil, com a câmera filmando os elementos de lado.

    Posição Perfil em “Miami Vice” (2006) — Reprodução YouTube.

    Nuca

    Outro lado possível é a filmagem a partir da nuca, que enfoca os personagens por trás. Pode ser útil em cenas de diálogo, para gerar expectativa, criar a sensação de que uma pessoa é acompanhada pelo espectador ou por alguém em cena etc.

    Posição Nuca em “Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres” (2011) — Reprodução YouTube.

    Determine o Call to Action (CTA) que será utilizado

    Assim como em uma redação, você precisa pensar em uma chamada para ação, o famoso CTA, indicando o que se espera da audiência depois de assistir ao vídeo. Entre as mais variadas opções estão:

    • entrar em contato;
    • incentivar comentários;
    • assistir a outro vídeo.

    Tudo que contribui para elevar o tempo de permanência na página (aumentando o tráfego orgânico) ou adquirir produtos e serviços, por exemplo, é uma excelente estratégia para alcançar objetivos. Lembre-se de usar o CTA somente quando for necessário e de não utilizar linkagens no roteiro.

    Não se esqueça de revisar o texto

    Você já conhece a sua persona, traçou os seus objetivos e escreveu um roteiro de vídeo supimpa para sua audiência. Trabalho finalizado com sucesso, certo? ERROOOOUUU!

    Não deixe de revisar o seu roteiro, de preferência em voz alta. Assim, você consegue perceber que algumas ideias (que eram muito boas na sua cabeça) não soam tão bem quando ditas para todo mundo ouvir.

    Isso também é excelente para testar a duração do tempo decorrido com a leitura, identificar os momentos mais adequados para indicar as pausas e fazer com que o vídeo pareça mais natural.

    Se depois de tudo isso ainda bater a insegurança, solicite ajuda às pessoas próximas. Peça que elas leiam o seu roteiro e deem opiniões a respeito do conteúdo. Pergunte se o objetivo seria alcançado. Se ainda existirem dúvidas, vale a pena rever alguns pontos e melhorar a explicação — assim, você cria algo mais acessível e permite que qualquer um entenda a sua mensagem.

    Checklists

    Ok, vamos agora ao checklist para garantir que você não esqueça o que é importante na produção de um roteiro de vídeo. Separamos, a seguir, os itens que devem ser abordados em scripts personalizados e naqueles com template; confira!

    Roteiros personalizados

    • Título: veja se está com a tag de roteiro, se possui cerca de 70 caracteres e se foi otimizado para resultados do Google e do YouTube;
    • Direcionamento: o conteúdo está alinhado à persona, ao estágio do funil e aos elementos da pauta (objetivo geral, tópicos tratados e função do roteiro);
    • CTA: foi incluído ao final do vídeo, seguindo as orientações da pauta. Lembrando que não devem ser realizadas linkagens, mas uma mensagem com uma chamada para a ação precisa ser escrita. Ex: compartilhamento do vídeo, incentivar comentários etc;
    • Elementos: os principais elementos do roteiro foram contemplados de forma satisfatória (personagens, contexto, linguagem, ideia-chave, introdução, eventual texto de referência etc.);
    • Objetividade: o roteiro foi escrito de forma objetiva com indicações do que deve ser mostrado enquanto cada frase aparece? É importante, todavia, evitar frases muito curtas, já que elas induzem o locutor a fazer mais pausas — e, quanto mais pausas surgirem no conteúdo, haverá mais tempo de áudio.
    • Duração: a relação entre a duração e a quantidade de palavras respeita o padrão abaixo:
    • 30 segundos: 55 a 60 palavras;
    • 60 segundos: 100 a 110 palavras;
    • 90 segundos: 150 a 170 palavras;
    • 120 segundos: 200 a 235 palavras.

    Roteiros com template

    • Título: está com a tag de roteiro, possui cerca de 70 caracteres e foi otimizado para resultados do Google e do YouTube.
    • Direcionamento: o conteúdo está alinhado à persona, ao estágio do funil e aos elementos da pauta (objetivo geral, tópicos tratados e função do roteiro).
    • CTA: não foi incluído, já que a última tela do vídeo sempre será institucional (com o logo e link do blog, site ou número de telefone da empresa).
    • Elementos: os principais elementos do roteiro foram contemplados de forma satisfatória (linguagem, ideia-chave, introdução, eventual texto de referência etc.).
    • Objetividade: o roteiro foi escrito de forma bem objetiva e sucinta.
    • Duração: a relação entre a duração e a quantidade de palavras respeita o padrão abaixo:
    • 30 segundos: 55 a 60 palavras;
    • 60 segundos: 100 a 110 palavras;
    • 90 segundos: 150 a 160 palavras;
    • 120 segundos: 200 a 215 palavras.

    Criar um roteiro de vídeo de sucesso é algo que demanda, principalmente, planejamento e bastante conhecimento a respeito da sua audiência — quem são as personas e quais são os perfis de consumo de material online de cada uma delas. É claro que, ao longo do tempo (e com mais prática), as coisas ficam mais fáceis e você se tornará, cada vez mais especialista no assunto.

    O que achou deste artigo? Ficou mais fácil, com essas dicas, começar um roteiro do zero sem medo de ser feliz?

    Outro artifício que pode ser muito bem utilizado para desenvolver bons roteiros é o storytelling e, para aprender sobre o assunto, aproveite para conferir o nosso minicurso gratuito sobre a incrível arte de contar histórias!

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    Gabriel Sacramento
    Autor

    Gabriel Sacramento

    Redator de Marketing

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