Minha história como redatora web começou de um jeito diferente da maioria da pessoas que inicia nessa forma de trabalho. Não tenho formação em nada relacionado ao marketing ou à comunicação, mas sim em psicologia. Também nunca havia, antes, ganhado dinheiro com algum tipo de trabalho escrito. Entrar nessa vida também não foi algo planejado, no qual fiquei traçando metas e sonhando em trabalhar no conforto da minha casa. De certa forma, caí de paraquedas.
Não foi uma queda com tanta maestria assim, já que passei por algumas dificuldades e inseguranças no começo. Eu até havia me preparado, alguns dias antes, para ela, com os cursos que a Rock oferece. E, com isso, eu até tinha uma leve ideia de como o paraquedas funcionava. Mas ter a certeza de que ele vai abrir na hora certa é outra história.
De qualquer forma, acredito que foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. Até então, era como se eu vivesse no Mundo Invertido, onde eu tinha de lutar, incansavelmente, com um Demogorgon. E mesmo sem muito ânimo, eu continuava caminhando por essa realidade paralela, tentando encontrar algum portal da saída.
Olhar para essa possibilidade de fazer um trabalho freelancer remoto foi como se eu encarnasse a Eleven. Então, com superpoderes psíquicos, consegui abrir um portal para o Mundo Freela.
Bem, ao fazer minha travessia para esse outro mundo, aprendi várias lições que me fizeram refletir sobre, digamos, o Freela, a Vida, o Universo e Tudo Mais. E é sobre algumas das respostas às quais cheguei que quero conversar.
Spoiler: minha mente humana não chegou à resposta 42, mas as análises que fiz podem ser úteis a você, mesmo assim.
1. O caos pode ser um empurrão para a mudança
Atravessar um furacão de emoções costuma ser desesperador. A impressão é que a qualquer momento nos deixaremos vencer pela força da tempestade. No entanto, é ilusório esperar que só tenhamos tempo bom pela frente.
Mas passar por um temporal pode ser, ainda, um incentivo para reforçar aquele telhado, ou a estrutura, da nossa casa. Pode ser, também, um estímulo para mudarmos de vez, para outro lar que possa nos dar mais acolhimento. Sabe aquilo que sempre tínhamos vontade de ajeitar ou de fazer ou de largar para trás, mas tínhamos a mania de adiar?
Desejamos somente brisas, mas não nos damos conta de que não são elas que nos fazem parar um pouco e refletir se nossa caminhada está, realmente, nos levando ao melhor que poderíamos chegar. Um clima sem vento tende a nos deixar na inércia. E a inércia não nos ajuda a evoluir.
Às vezes, o momento de caos pode ser exatamente aquilo que a gente precisava para pegar um impulso de fazer uma mudança na vida. Mudanças não são necessariamente ruins. Elas nos fazem crescer, tornam-nos mais fortes para os outros desafios da vida e podem nos levar a lugares que não poderíamos imaginar que existiam se não fossem pelos infortúnios que passamos.
2. É possível ganhar dinheiro com um hobby
Um trabalho não precisa ser aquilo que provoca um sentimento de aflição, em um domingo de noite. Ouvir a voz do Faustão na TV não precisa ser a causa do seu desânimo, por perceber que a segunda-feira se aproxima.
É possível, sim, sentir aquele misto de expectativa e alegria, por saber que no dia seguinte você terá objetivos agradáveis para cumprir e passará algumas horas fazendo exatamente aquilo que você gosta.
Além disso, por que não tentar seguir mais de uma carreira ao mesmo tempo? Quem disse que somos obrigados a ser uma única coisa para o resto da vida? Já que estamos sempre mudando e transformando nossa mente e nossa visão sobre o mundo, por que permanecer fazendo exatamente a mesma atribuição em todos os dias até a aposentadoria? Se um advogado gosta de pintar quadros, por que não profissionalizar esse hobby, tornando-o remunerado e conciliar esses dois trabalhos?
Ao longo desse último ano, tive contato com muitos freelancers e cada um com uma história de vida mais incrível que a outra. Alguns são freelas full time, uns part time, outros são nômades digitais, mas a maioria entrou por ter a escrita como um hobby.
Não vou dizer que é a coisa mais fácil do mundo conciliar várias obrigações ao mesmo tempo. Até porque sou mãe e esse papel sempre foi o principal na minha vida. Os outros, eu só fui encaixando onde (e quando) dessem. Para ser bem sincera, têm vezes em que eu termino o meu dia com a sensação de que eu falhei em algumas coisas.
Não acho que a vida seja cor de rosa nem estou te incentivando a fazer loucuras. Eu sei que o dinheiro nos ajuda a sobreviver e, algumas vezes, precisamos fazer algo que não gostamos tanto por causa dele.
Talvez, tentando conciliar tudo, você até não consiga ter um super desempenho em todas as coisas que faz. Mas se algo não te realiza tanto, por que não buscar outras formas de ser um pouco mais feliz?
3. Você pode se reinventar a qualquer hora e sem regras
Você já reparou o quanto as pessoas ao nosso redor estão sempre cheias de regras de como devemos viver nossas vidas? O emprego tem de ser CLT, você precisa se formar logo e sair da cada dos pais antes dos 30, filhos só depois do casamento. Já teve filho? Ah, você precisa dar um irmãozinho para ele!
Esses são exemplos mais banais das situações que acontecem, mas com certeza você conhece outros. É claro que não é errado decidir seguir uma vida assim. Contanto que você viva isso porque te faz bem, e não apenas para seguir os preceitos que alguém decidiu que são verdades universais.
Se não estamos felizes com alguma coisa, precisamos desconstruir alguns paradigmas ou preconceitos internalizados, mesmo correndo o risco de sermos julgados. A verdade é que não existe idade certa para a gente se reinventar.
Então, por mais que cause certa angústia e receio em mudar depois dos 30 anos (ou dos 40, ou dos 50, ou dos 60), se é o que você imagina que vai te fazer bem, por que se preocupar tanto com o que vão pensar? Afinal, ninguém nunca passou um dia dentro do seu corpo, sendo você, convivendo com os seus problemas e tentando manter o equilíbrio da mente ao tentar lidar com todas suas angústias.
4. Qualquer profissão pode se beneficiar como redator freelancer
No começo, eu me sentia meio insegura por ter vindo de uma profissão totalmente diferente para tentar me encaixar nesse trabalho freelancer. Isso porque, como fazemos tudo pela internet, precisamos estudar um pouco de marketing digital. E junto com esses conhecimentos vêm algumas noções específicas, como estratégias de divulgação, SEO, copywriting, inbound marketing e funil de vendas.
No entanto, essas definições não são tão complicadas de entender, sério. E, no geral, os trabalhos que fizermos vão exigir apenas um entendimento disso tudo, e não mestrado.
Além disso, tem se tornado mais comum clientes darem preferência por um redator que tenha um conhecimento grande em uma área, como Direito, Engenharia, Pedagogia. Isso porque é importante que os trabalhos produzidos tenham conteúdo relevante para os leitores, e não que sejam apenas cópias de outro. Se você já fez alguma pesquisa pelo Google e percebeu que quase todas as páginas falavam praticamente a mesma coisa, você deve entender o que quero dizer.
As empresas que contratam redatores não querem mais isso. Ter uma formação diferente pode ser uma qualidade. Assim, quanto mais diferenciado e autêntico, mais valor o seu trabalho tem.
5. Nós e os nossos resultados não somos constantes
Nossa vida é um ciclo. Temos dias muito bons, outros nem tantos. Às vezes, falamos coisas agradáveis, outras desagradáveis. Rimos ou choramos.
Por mais que você goste muito do que faz, em alguns trabalhos você não terá um rendimento tão bom e deixará um pouco a desejar. Motivos? Milhares. Você não estava no seu melhor momento, a pauta não estava tão clara, você não domina tanto aquele assunto, ou, por algum outro motivo, simplesmente não estava no gosto do cliente.
Mas também você vai conseguir fazer artigos encantadores, como se todos os deuses da criatividade e da concentração estivessem ao seu redor, naquele instante de produção, segurando as suas mãos. Vai receber elogios e sentir que ganhou seu dia.
Nada na vida é constante. Seus resultados também não vão ser.
Outro ponto, sobre agradar/ desagradar alguém com o nosso trabalho: você já se deu conta de que essa opinião pode ser subjetiva? As pessoas podem adorar o que você faz pelo exato motivo que outras não gostam. Você pode receber elogios pela mesma razão que recebe críticas. Guarde isso. Vale para a vida, vale para os freelas!
Claro que, também, não vamos usar isso como desculpa para continuar fazendo a mesma coisa. Afinal, nosso trabalho tem de causar satisfação para quem o contrata. Assim, voltando ao tópico sobre o caos, isso também pode ser um motivador para você não se estagnar e, então, procurar sempre melhorar.
6. Proatividade e dedicação diferenciam você
Existem muitas formas de conseguir jobs nesse modo de trabalho. As plataformas que fazem a interseção entre clientes e redatores podem ser boas opções e costumam ser a preferência de quem está iniciando, já que elas se tornam responsáveis pelo pagamento e, assim, o processo de trabalho se torna mais confiável.
Mas independentemente de como conseguir uns freelas e ainda que ser freelancer seja considerado algo um pouco mais informal que outras formas de atuar no mercado, é necessário ter proatividade para ir atrás daquilo que você quer e disposição para realizar o serviço bem feito, bem como entregar algo de valor.
É comum ver em grupos do Facebook clientes lamentando terem contratado um redator, que acabou sumindo sem entregar o que havia prometido (o que me dá uma vergonha alheia desses meus colegas que falharam desse jeito). É comum, também, ver freelancers reclamando que estão sem jobs, mas ainda não tentaram algo de diferente para mudar a circunstância.
Para se dar bem nas duas situações, a atitude e a dedicação são o match perfeito para tornar um profissional bem visto em qualquer lugar. Você não suja seu nome com os clientes e diminui as chances de ficar sem ter o que fazer.
7. É melhor ajudar do que competir
Eu não sei a experiência profissional que você teve até chegar aqui. Mas na minha área de formação, o que eu percebi foi muita competição. Muitos profissionais pareciam ter receio de compartilhar seus conhecimentos ou de dar aquela mão amiga para ajudar o outro a conquistar um espaço.
É como se houvesse uma disputa para um não roubar os clientes do outro. Ou como se não quisessem correr o risco de você ser melhor que ele. Não sei se isso é algo que realmente acontece na especialidade mesmo. Pode ter sido apenas uma impressão pessoal (apesar de outros colegas também terem me relatado esse mesmo sentimento).
Quando entrei no Mundo Freela, até me assustei com a recepção calorosa de outros redatores e com a paciência e disponibilidade que eles tinham para tirar dúvidas uns dos outros. O pessoal no grupo da Comunidade da Rock, principalmente, estava sempre disposto a diminuir qualquer incerteza e ajudar os colegas a realizarem um trabalho com qualidade.
O resultado que eu percebi nesse modo de agir é que esse comportamento de ajudar começa a ser contagiante. Se no começo você é ajudado, com o passar do tempo você é capaz de trocar seus conhecimentos, suas experiências e tem vontade ajudar também. E todos ganham com isso: o trabalho se torna mais rico e o espaço profissional mais saudável.
Bem, fazer reflexões como essas, sobre o Freela, a Vida, o Universo e Tudo Mais, nem sempre é simples. A nossa existência é complexa e única, e cada um de nós sentimos as coisas de maneira singular. Então, não entre em pânico se você ainda não encontrou as suas verdades. No fundo, a realidade é que elas estão vez ou outra mudando e, assim, vamos ressignificando vários conceitos.
E se você ficou com vontade de conhecer como é esse Mundo Freela, entre no nosso banco de talentos!
Isabela Sartor
Psicóloga por formação. Amante de gatos por vocação. Perita em Hogwarts por diversão. Faço poções mágicas, juntando palavras com SEO, para atrair pessoas e aumentar taxa de conversão.
Essa foi a história da Isabela Sartor.Você tem alguma história de vida como freelancer que gostaria de compartilhar com a gente? Confira o form abaixo.
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