Nos últimos anos, a presença de anúncios nas redes sociais tem se tornado cada vez mais predominante.
As plataformas de mídia social estão constantemente buscando maneiras de otimizar a entrega de publicidade, garantindo que os anunciantes obtenham o máximo de retorno sobre o investimento (ROI).
Ao mesmo tempo, um dos principais indicadores que as redes sociais sempre buscam é o tempo de uso por usuário. Métrica muito importante, pois, quanto maior o tempo de uso, mais anúncios são vistos e, ao mesmo tempo, ela está extremamente associada à experiência do usuário na plataforma.
Nesse contexto, o Instagram está experimentando uma nova forma de exibir anúncios: os anúncios “não puláveis”. Essa novidade promete impactar significativamente tanto os usuários quanto os anunciantes.
A nova era dos anúncios no Instagram
Os “ad breaks” do Instagram, como estão sendo chamados, são pausas obrigatórias durante a navegação no feed, nas quais os usuários são obrigados a assistir a um anúncio de 3 a 10 segundos antes de continuar rolando.
Esse tipo de anúncio lembra muito os anúncios não puláveis do YouTube. Uma realidade bem estabelecida na plataforma de vídeos.
O teste dessa funcionalidade foi confirmado por Matthew Tye, porta-voz do Instagram, ao site The Verge.
Segundo Tye, o Instagram está sempre testando novos formatos que possam gerar valor para os anunciantes, e essa nova estratégia é um exemplo claro disso.
Ao contrário dos anúncios tradicionais, que podem ser ignorados facilmente, os “ad breaks” garantem que o usuário tenha que assistir ao anúncio por completo antes de voltar ao conteúdo desejado.
A lógica por trás dos “Ad Breaks”
A introdução dos “ad breaks” visa resolver um dos maiores desafios enfrentados pelos anunciantes: a garantia de que seus anúncios estão sendo de fato vistos.
Atualmente, embora o Instagram consiga entregar anúncios para uma audiência massiva, não há garantia de que os usuários estão realmente prestando atenção neles, já que a maioria pode simplesmente ignorá-los.
Com os “ad breaks”, a plataforma oferece uma garantia ao anunciante, aumentando a probabilidade de engajamento.
Essa nova funcionalidade não apenas potencializa o valor percebido pelos anunciantes, mas também pode resultar em um aumento significativo na receita publicitária do Instagram.
Desde 2021, o Instagram conseguiu superar o faturamento do YouTube, destacando o Instagram como um dos principais motores de receita dentro do ecossistema da Meta.
Engajamento: um desafio e uma oportunidade
Sim, o engajamento é uma métrica crucial para qualquer plataforma de mídia social.
No entanto, a introdução de anúncios não puláveis pode apresentar desafios nesse sentido.
Um estudo realizado pelo TikTok revelou que mais de 70% dos espectadores se envolveriam mais com a experiência de um anúncio se tivessem a opção de ignorá-lo.
Isso sugere que forçar os usuários a assistir a um anúncio pode, paradoxalmente, levar a uma diminuição do engajamento.
Por outro lado, os anúncios não puláveis podem aumentar a visibilidade e o impacto das campanhas publicitárias, levando a um maior reconhecimento de marca e, potencialmente, a mais conversões.
A chave será encontrar um equilíbrio entre manter os usuários engajados e maximizar o retorno para os anunciantes.
YouTube Ads vs. Instagram Ads
Comparar os anúncios do YouTube com os do Instagram é inevitável.
Quem nunca passou pela experiência ser forçado a ver uma publicidade (muitas vezes, nada a ver) no momento do refrão da sua música favorita?
No YouTube, os anúncios não puláveis já são comuns. Eles aparecem antes e durante os vídeos e, recentemente, a plataforma expandiu esses anúncios de 30 segundos para sua aplicação na TV.
O objetivo, é claro, é o de capturar a atenção dos espectadores, pelo menos por um curto período, e aumentar a visualização dos vídeos, assim como o sucesso das campanhas.
Já o Instagram sempre adotou uma abordagem mais integrada e menos intrusiva com seus anúncios.
Por outro lado, é claro, a plataforma preferiu aumentar o espaço disponível para anúncios, mostrando um maior número de publicidade para os usuários.
No entanto, a introdução dos “ad breaks” representa uma mudança significativa nessa abordagem, tornando os anúncios muito mais intrusivos e impossíveis de ignorar.
Essa mudança pode ser vista como uma tentativa do Instagram de competir diretamente com o YouTube em termos de eficácia publicitária.
Apesar de o YouTube ter uma audiência maior (2,5 bilhões de usuários em comparação com os 2 bilhões do Instagram), a receita publicitária do Instagram é significativamente maior.
No último ano, estima-se que o Instagram gerou US$ 39 bilhões em receita de anúncios, superando os US$ 31 bilhões do YouTube.
Impacto dos “Ad Breaks” na experiência do usuário
A introdução de anúncios não puláveis afetará inevitavelmente a experiência do usuário no Instagram.
Muitos usuários podem se sentir frustrados por serem forçados a assistir a anúncios, o que pode levar a uma percepção negativa da plataforma.
No entanto, é importante lembrar que o Instagram, como qualquer outra rede social, precisa equilibrar a satisfação do usuário com a necessidade de gerar receita.
A resposta dos usuários aos “ad breaks” será crucial para determinar o sucesso dessa nova funcionalidade.
Se os usuários aceitarem bem essa mudança, o Instagram poderá consolidar ainda mais sua posição como líder em receita publicitária.
Caso contrário, a plataforma poderá enfrentar uma reação negativa significativa, o que poderia impactar de maneira negativa seu engajamento e, eventualmente, sua receita.
Novos formatos de anúncios intrusivos no Instagram Stories
Além dos anúncios não puláveis, aparentemente, o Instagram está testando novos formatos de anúncios.
Esses também se mostram mais intrusivos para os usuários.
O Instagram começou a testar pop-ups que apareceriam sobre os Stories.
Até então, foram vistos apenas anúncios voltados ao jogo “Super Rumble” da Horizon Worlds, plataforma de realidade virtual da Meta.
Parece que o problema é um erro técnico, possivelmente decorrente da tentativa da Meta de promover o jogo “Super Rumble”, lançado em 2023 para o Meta Quest.
É possível, também, que o anúncio tenha sido acionado por engano em contas do Instagram. No entanto, alguns usuários temem que possa ser um vírus ou um erro dentro do próprio aplicativo do Instagram.
E pensando nessa novidade dos anúncios não puláveis do Instagram, o cenário não está muito favorável para a rede social. Se for efetivada e não apenas um erro, essa introdução de pop-ups nos Stories representa, certamente, um novo desafio para o Instagram.
Os usuários acessam os Stories para ver atualizações rápidas e envolventes de amigos e marcas que seguem.
Essa sobreposição de anúncios pode ser vista como uma interrupção não bem-vinda, reduzindo a fluidez da experiência.
Futuro dos anúncios no Instagram
A resposta a essas novas estratégias publicitárias será um indicativo importante do futuro dos anúncios no Instagram.
A plataforma deve monitorar de perto a reação dos usuários e dos anunciantes para ajustar suas abordagens conforme necessário.
Se os “ad breaks” e os pop-ups nos stories resultarem em uma queda significativa no engajamento do usuário, o Instagram poderá ser forçado a reconsiderar ou modificar essas estratégias.
Papel da feedback do usuário
O feedback do usuário será crucial para o Instagram nesta fase de experimentação.
A plataforma deve estar atenta às opiniões e sentimentos dos usuários para garantir que não alienem sua base de usuários.
Implementar canais claros para receber e agir sobre o feedback pode ajudar o Instagram a equilibrar a necessidade de gerar receita com a manutenção de uma experiência de usuário positiva.
Considerações finais
A introdução dos “ad breaks” no Instagram representa uma mudança significativa na forma como a plataforma lida com a publicidade.
Embora essa nova funcionalidade possa oferecer benefícios claros para os anunciantes, garantindo que seus anúncios sejam vistos, ela também apresenta desafios em termos de engajamento do usuário e percepção da plataforma.
Pessoalmente, acredito que a introdução de anúncios não puláveis é uma faca de dois gumes.
Por um lado, eles oferecem uma maneira eficaz de garantir que os anúncios sejam vistos, o que é extremamente valioso para os anunciantes.
Por outro lado, forçar os usuários a assistir a anúncios pode levar a uma experiência de usuário negativa, o que poderia prejudicar a longo prazo.
Então, o sucesso dessa nova estratégia estará muito ligada à forma como o Instagram equilibra essas duas necessidades conflitantes.
Se a plataforma conseguir implementar os “ad breaks” de uma maneira que não aliena os usuários, ela poderá não apenas manter, mas aumentar seu engajamento e receita publicitária.
Do contrário, a reação negativa dos usuários poderá superar os benefícios potenciais dessa nova funcionalidade.
Logo, temos que aguardar, pois a resposta a essa nova abordagem publicitária só será conhecida com o tempo e com a observação das reações tanto dos usuários quanto dos anunciantes.
Até lá, a introdução dos “ad breaks” no Instagram será um tema de grande interesse e debate na comunidade de marketing digital.
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