Líderes de todo o mundo tentam manter a competitividade do seu negócio em meio à pandemia do coronavírus. Nesse contexto, é importante lembrar que garantir que os colaboradores estejam seguros e saudáveis não diz respeito apenas aos aspectos físicos.
À medida em que o isolamento se estende, o burnout no home office pode colocar em xeque o desempenho dos profissionais. Logo, fazer tudo que estiver ao seu alcance para apoiar o seu time emocionalmente também é uma medida necessária.
Sem dúvidas, este é um momento desafiador para todos. Porém, empresas com menos trabalhadores estressados tendem a se fortalecer e prosperar mesmo nos cenários de crise.
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Burnout em casa
A preocupação com o coronavírus e a necessidade de minimizar os seus efeitos negativos nas empresas é um tema que vem desafiando a todos os empreendedores nos últimos meses.
Porém, ao contrário do que muitos podem imaginar, o problema vai além da pressão para manter bons resultados financeiros. Com as mudanças no ritmo de trabalho e a complexidade de adaptação ao ambiente remoto, o burnout no home office pode ser tornar um dos grandes sabotadores do seu negócio.
A seriedade do tema levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a atualizar a definição do burnout para “síndrome conceitual resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”, podendo atingir os indivíduos nas seguintes dimensões:
- sentimentos de exaustão ou exaustão de energia;
- aumento da distância mental do trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao trabalho;
- eficácia profissional reduzida.
A nova definição coloca em foco a necessidade de conscientização sobre os efeitos tóxicos desse desconforto emocional e ajuda a encontrar soluções que aliviam os sintomas do burnout.
Afinal, funcionários desmotivados, com ansiedade financeira, medo do que está por vir e sentindo-se esgotados produzem menos, e com níveis de qualidade menor.
Por isso, a questão emocional dos funcionários deve receber o mesmo tratamento que os aspectos técnicos. Não adianta ter um time com os melhores talentos, se eles estão abalados psicologicamente.
O resultado de uma pesquisa divulgada pelo CNBC aponta que 51% dos entrevistados admitiram sofrer burnout no home office durante a pandemia do coronavírus.
O que fazer para lidar com o problema
O primeiro passo para lidar com as adversidades do burnout é procurar fazer um diagnóstico se os funcionários da empresa estão com a síndrome e como está esse cenário.
A partir daí, fica mais fácil obter o suporte adequado, direcionar suas ações para as principais dores dos funcionários e recuperar a clareza das prioridades.
Uma dica que funciona muito bem para todos os tipos de negócios é promover o engajamento desses colaboradores com o trabalho remoto — fazer com que eles se sintam à vontade em relação à nova cultura e destacar os benefícios gerados. Por exemplo:
- flexibilidade de jornada;
- economia de tempo e dinheiro com deslocamento;
- qualidade na convivência com a família.
É interessante que os líderes incentivem, mesmo que virtualmente, o diálogo entre as equipes, crie momentos de descontração e estimulem pausas para o autocuidado ao longo do dia.
Procure saber quais dos seus trabalhadores estão regularmente exaustos, seja no campo físico, seja no campo emocional — se apresentam falta de energia e/ou tem problemas para dormir; se têm preocupações excessivas; se estão mais nervosos, tristes ou sem esperança.
Para tanto, a empresa pode realizar questionários frequentemente, e inovar suas ações de acordo com as informações levantadas. Quantos gestores já pararam para analisar comprometimento deles e do time durante a crise do coronavírus? O nível de desapego dos membros de uma empresa pode dizer muito sobre suas emoções.
Caso não exista mais alegria pelas coisas que costumavam deixar os integrante da equipe satisfeitos, ou eles não conseguem socializar pelas ferramentas online, é preciso inovar e criar novos pontos de conexão.
Lembramos que a sensação de não estar contribuindo com algo significativo como antes ou de ineficácia do seu trabalho árduo também é um forte indício de burnout no home office.
Algumas pessoas podem sofrer mais nesse momento
Outra curiosidade sobre o burnout no home office é que ele costuma afetar cada perfil de trabalhador de um jeito diferente. E não é surpresa que as mulheres relatem níveis mais altos de desgaste. Na maioria das vezes, as desigualdades de gênero no local de trabalho é um elemento-chave que afeta a saúde mental ocupacional.
Apesar de todos os avanços na nossa sociedade, as mulheres ainda enfrentam níveis mais baixos de autoridade nos processos de decisão, mesmo sendo qualificadas em seus papéis. Assim, existe uma frustração que já vem dos ambientes corporativos, o que acaba levando à sensação de menos satisfação no trabalho.
E com a transferência do escritório para casa, elas sofrem um acúmulo de funções dentro do mesmo ambiente — mãe, esposa, dona de casa, profissional. A tendência é que as responsabilidades se acumulem na figura da mulher; independentemente de estarem trabalhando ou não.
A coach executiva Ellen Keithline Byrne e seus parceiros de negócios estimam que aproximadamente 20% das mulheres participantes dos seus cursos intensivos de liderança estão expressando alguns dos sintomas de desgaste.
O burnout no home office é um fenômeno ocupacional que pode surgir lentamente e prejudicar bastante o bom desempenho de qualquer profissional. É um estresse em que a pessoa se esforça para sair da situação, mas não encontra ânimo e começa a se sentir infeliz com o seu trabalho.
No fim das contas, o burnout reflete prejuízos para a força de trabalho dos negócios. Portanto, esforçar-se para oferecer o melhor cenário de atividades durante a pandemia é um dos segredos para o sucesso a curto e longo prazo.
Embarcar no desenvolvimento de diretrizes sobre o bem-estar mental no local de trabalho deve ser uma prioridade nas empresas daqui para frente. Entender como lutar contra fadiga de reuniões no home office ajuda nessa missão.
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