Consumer to consumer: o que é o modelo de comércio eletrônico C2C

O C2C é uma modalidade de e-commerce em que consumidores comuns, outrora apenas compradores, atuam como pequenos comerciantes vendendo produtos e serviços para outros consumidores. Mas como essa “democratização” do comércio realmente funciona e quais oportunidades e desafios ela traz? Continue a leitura e descubra!

Atualizado em: 12/02/2021
C2C

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Consumer to Consumer, ou Consumidor para Consumidor, comumente citado apenas como C2C, é um modelo de negócio no qual dois ou mais consumidores realizam transações diretamente. Essa prática é comum em feiras de usados, casas de leilão e classificados de jornais, mas só ganhou destaque com as plataformas de e-commerce.

Empresas como eBay, Aliexpress, Mercado Livre e OLX ajudaram a promover esse modelo disponibilizando ambientes virtuais cada vez mais robustos e seguros para pessoas comuns trocarem e comercializarem produtos com usuários de qualquer local do país ou do mundo.

Hoje, o C2C é um dos modelos de comércio eletrônico mais importantes do mercado, embora represente uma fatia pequena no total das lojas virtuais. Entenda agora como tudo isso começou, as inovações e funcionalidades das plataformas e os enormes potenciais desse tipo de e-commerce!

Como surgiu o comércio C2C?

Em essência, o modelo “consumidor para consumidor” pode descrever o comércio primitivo, antes da invenção das entidades jurídicas. Entretanto, o termo C2C surgiu, de fato, como uma referência para o comércio eletrônico em que ambas as partes, vendedor e consumidor, são pessoas físicas.

A princípio, o que as primeiras plataformas prometiam era a Transformação Digital das vendas diretas comuns, como a troca de bens entre pessoas próximas, os classificados, o comércio porta em porta etc. Entretanto, o desenvolvimento dos e-commerces ampliou as possibilidades dos usuários em termos de visibilidade, publicidade, alcance e confiança.

No Brasil, o Mercado Livre sempre foi a principal referência em comércio eletrônico C2C durante toda a trajetória do modelo no país. Iniciou suas atividades nas terras brasileiras em 1999 e, atualmente, abriga mais de 200 milhões de usuários, entre eles pessoas físicas, jurídicas e até grandes marcas do varejo nacional e internacional.

A exemplo dos marketplaces internacionais, a companhia argentina também foi pioneira no Brasil ao oferecer uma plataforma de pagamentos online que ampliava as funcionalidades do e-commerce e aumentava a segurança dos negócios ao intermediar, também, as transações financeiras realizadas pelo site.

Como esse tipo de comércio eletrônico funciona?

Embora descreva uma operação direta entre dois consumidores finais, o C2C depende de um terceiro elemento para que o negócio aconteça. Tal como as casas de leilões e as feiras de automóveis, as plataformas C2C são um ponto de encontro entre pessoas que se beneficiam da sua popularidade e dos seus recursos para pesquisar, divulgar, comprar e vender produtos.

Porém, quando falamos em comércio eletrônico, esses intermediadores são muito mais importantes, pois disponibilizam uma infraestrutura de compra e venda profissional com serviços de publicidade, ferramentas de Marketing Digital e mecanismos de pagamento sofisticados.

No Mercado Livre, por exemplo, o valor pago pelo comprador é transferido para o Mercado Pago, o sistema de processamento de pagamentos da plataforma, e somente após a confirmação da entrega e a conferência do cliente, os valores da transação são repassados ao vendedor.

Essa é apenas uma das inovações que tornaram esses marketplaces mais confiáveis e popular. Podemos citar também as melhorias em segurança nas transações financeiras online, o aumento das opções de pagamento e parcelamento e, principalmente, a expansão e a inovação das operações logísticas.

Quais as principais vantagens do comércio C2C?

As plataformas C2C oferecem uma vasta gama de recursos aos usuários e algumas dessas vantagens merecem ser destacadas. São elas:

  • possibilidade de atuar como vendedor e consumidor;
  • facilidade para encontrar e comparar diferentes vendedores em um mesmo lugar;
  • custos de divulgação baixos ou inexistentes;
  • acesso a recursos de pagamento e publicidade profissionais;
  • grande comunidade de usuários;
  • alcance nacional e internacional.
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Por que essas plataformas fazem tanto sucesso?

O C2C é frequentemente citado como a “terceira onda” das vendas online, seguido pelos modelos B2B (business to business) e B2C (business to consumer), e seu grande diferencial é o poder que proporciona ao cidadão comum.

As plataformas transformam seus usuários, instantaneamente, em empreendedores digitais, sem a necessidade de registros legais, comprovantes ou contratos, e ainda oferecem ferramentas de publicidade e venda completas para divulgarem e comercializarem seus produtos.

Esse tipo de comércio eletrônico, portanto, é uma ótima oportunidade para pessoas comuns se livrarem de itens parados em casa, comprarem produtos usados com segurança, fazerem uma renda extra com pequenas vendas ou encontrarem preços mais atrativos com comerciantes distantes ou menores.

Além do C2C, as maiores plataformas também oferecem espaço para as companhias B2B e B2C, agregando empresas de todas as modalidades, vendedores particulares e milhões de consumidores em uma mesma comunidade.

Existem estratégias de marketing C2C?

Essa é uma boa pergunta: se o vendedor não é uma empresa, mas apenas um consumidor comercializando itens ocasionalmente, faz sentido falar em Marketing quando tratamos do comércio C2C?

A resposta é sim. Porém, entre todas as modalidades de comércio eletrônico, essa é a menos estudada. Como na maior parte dos casos são pessoas comuns transacionando mercadorias usadas, há uma percepção de que esses negócios aconteçam de forma “natural” (boca a boca), ainda que, na prática, as coisas não aconteçam exatamente assim.

Embora o usuário que deseja apenas vender alguns itens não esteja disposto a desenvolver uma estratégia completa de Marketing de Conteúdo, por exemplo, ele conta com sites de classificados, grupos em redes sociais, fóruns e as próprias ferramentas de publicidade das plataformas para aumentar o alcance dos seus anúncios.

Algumas empresas, inclusive, oferecem orientações para seus anunciantes, literalmente educando-os sobre boas práticas de venda, negociação e até SEO (otimização para motores de busca).

Por outro lado, empreendedores B2B e B2C também enxergam vantagens em anunciarem suas marcas, produtos e serviços dentro dessas plataformas, levando-se em conta um dos princípios de sucesso do marketing moderno: promover uma empresa onde seus consumidores estão.

Quais os desafios dessa “nova onda” dos negócios online?

Tal como outros segmentos da economia compartilhada, em especial os liderados por grandes empresas como Uber e Airbnb, as plataformas que facilitam a comercialização de produtos e serviços entre pessoas físicas são observadas com atenção por autoridades em todo o mundo.

O primeiro desafio é estabelecer a barreira entre pequenas vendas corriqueiras e as atividades comerciais ativas que estão sujeitas a regulamentações e impostos. Além da aparente facilidade para sonegação e aplicação de golpes, outro problema é a ausência de normas claras para a circulação de mercadorias entre países que adotam políticas e leis comerciais distintas.

Apesar de tudo isso, não há dúvidas de que vivemos um momento intrigante da economia no qual modelos de negócio inovadores desafiam o status quo de grandes mercados e promovem uma forte relação de confiança entre indivíduos de diferentes partes do mundo.

A internet se tornou um verdadeiro universo de possibilidades de empreendimento para pessoas, marcas, entidades e governos, e é fundamental conhecer essas oportunidades de perto para desenvolver as estratégias mais adequadas para cada uma delas.

Agora que você já sabe como funciona o comércio eletrônico C2C, leia nosso artigo que explica as diferenças entre um e-commerce B2B e B2C!

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