O coolhunting é considerado uma das profissões do novo milênio, e o cool hunter é uma carreira que tem tudo para crescer nos próximos anos. Estamos falando do profissional que está atento às mudanças sociais para indicar caminhos de inovação para as empresas.
Essas inovações podem ser em diferentes etapas do processo:
O cool hunter é, sobretudo, um profissional de pesquisa, que coleta informações preciosas que serão usadas na estratégia da empresa.
Ficou curioso para entender mais sobre essa profissão e saber como você pode aplicá-la na sua empresa? Nosso artigo explica tudo que você precisa saber para colocar os pés nesse mundo! Boa leitura!
O que é coolhunting?
As primeiras menções ao coolhunting foram feitas na década de 1990. O artigo do jornalista Malcolm Gladwell para a revista New Yorker com o título “The Coolhunt” é considerado um dos marcos dessa nova atividade. Para entender o que é essa prática, precisamos começar das bases, esclarecendo o conceito de “cool”.
Segundo o pesquisador holandês Carl Rohde, da Universidade Fontys, “cool é tudo aquilo que é atraente e inspirador, com potencial de crescimento futuro”. Rohde é professor do curso de International Lifestyle Studies, e é considerado uma das referências na área.
O coolhunting, então, é a prática de ir atrás de sinais cool. Isso pode ser feito tanto ao caminhar pelas cidades quanto em pesquisas com um olhar atento pela internet. Há, inclusive, sites especializados no assunto.
No que consiste essa prática
Essa “caça” aos sinais cool serve para identificar mudanças no comportamento das pessoas. Por isso, ela está muito relacionada à pesquisa de tendências. O objetivo do cool hunter é identificar essas transformações ainda nos primeiros sinais e interpretá-las.
Ou seja, além de conseguir enxergar o que é cool, ele precisa entender bem o que está por trás disso e estabelecer relações com outros sinais — que, muitas vezes, estão tão distantes quanto a gastronomia e a arquitetura.
Com essas análises e interpretações, o cool hunter consegue orientar a empresa a promover inovações para estar sempre na vanguarda do mercado.
Surgimento, banalização e retomada
No início da atividade, no começo do século XXI, a prática estava muito associada à moda. De câmera fotográfica nas mãos e olhares atentos, os caçadores de tendências saíam às ruas em busca de novos estilos e apropriações de objetos da moda.
O problema foi que, nessa época, aconteceu uma banalização da prática do coolhunting. Muitas pessoas se intitulavam cool hunters, mas não eram capazes de fazer as associações entre os sinais e fornecer insights interessantes para as empresas. A atividade acabou caindo em descrédito.
Na segunda década deste século, novos teóricos e pensadores retomaram a prática, dessa vez, descrevendo melhor uma metodologia. Foi assim que o coolhunting tornou-se novamente uma ferramenta importante no estudo de tendências.
O que faz o cool hunter?
Acima de tudo, o cool hunter é um profissional de pesquisa. Ele utiliza diversos métodos de coleta de dados para começar a identificar os sinais cool. Esses métodos podem ser mais convencionais, como enquetes e pesquisas de opinião.
Também podem ser mais experimentais, como a prática de caminhar pela cidade com o objetivo de captar os significados expressos nos diversos elementos das ruas. Esses métodos podem até ser pesquisas sistemáticas na internet, em sites variados.
O importante é que essas investigações forneçam sinais cool para a análise, que nada mais são que objetos ou comportamentos que indicam mudanças no inconsciente coletivo.
Eles podem se manifestar sob a forma de produtos, comportamento de compras, novos locais na cidade que, de repente, entram no hype, hábitos, entre outras possibilidades. Por esse motivo, é preciso ter um olhar sempre muito atento. O cool pode estar em qualquer lugar.
Depois de coletar os sinais, o cool hunter precisa interpretá-los e encontrar padrões entre eles. O objetivo é entender quais são as mentalidades por trás de cada sinal. A partir dessa análise, o profissional conseguirá fornecer insights para a empresa promover as suas inovações.
Quais as formas de atuação do cool hunter?
Hoje em dia, o cool hunter conquistou espaço no mercado e atua em segmentos variados. Vamos explorar alguns deles a seguir. Acompanhe!
Marketing
O marketing é um dos segmentos que expressam primeiro os sinais cool e ajudam a difundi-los para um grande número de pessoas. No marketing, o cool hunter trabalha para entender qual a forma mais eficiente de se comunicar com as pessoas naquele contexto geográfico e temporal.
Mercado alimentício
Os sinais cool se manifestam ainda na alimentação — afinal, o que comemos é uma parte importante da nossa cultura.
O cool hunter do mercado alimentício entende quais são as prioridades das pessoas em termos de alimentos (praticidade, saúde, sustentabilidade etc.) para orientar os negócios do ramo a terem produtos que estejam no topo da lista das prioridades dos consumidores.
Mercado de cosméticos
Aqui, é preciso cuidado para não confundir: no mercado de cosméticos, o cool hunter não é o profissional que dita qual será a cor do batom do próximo outono.
Muito mais que isso, ele é o especialista que identifica o que é importante para o consumidor naquele momento. A partir dessas informações, a empresa poderá elaborar produtos que se enquadrem nesse nicho de mercado.
Tecnologia
A tecnologia é um dos grandes mercados para os cool hunters, pois, ao mesmo tempo, é fruto e geradora de mudanças sociais.
O profissional desse setor é responsável por captar necessidades que não são atendidas e repassar para que as empresas de tecnologia transformem em um produto que ofereça a solução para esse problema.
Moda
A moda foi o primeiro domínio dos cool hunters e segue sendo um dos principais campos de atuação desses profissionais.
Muito mais do que apontar qual será o tecido do verão ou a cor do inverno, o cool hunter de moda tenta entender o que as pessoas comunicam com suas roupas, o que faz sentido para elas e quais as suas necessidades que a moda não está atendendo.
Como a sua empresa pode implementar o coolhunting?
Em todo o mundo, grandes empresas têm não só um profissional, mas uma equipe de coolhunting e gestão de tendências para orientar suas ações de inovação. Nas pequenas empresas, esse cenário precisa ser adaptado à realidade do negócio.
Há muitos casos em que o próprio fundador se coloca na posição de cool hunter. Em outros, é o diretor de marketing quem assume essa tarefa. Ambas as estratégias podem gerar bons frutos para a empresa.
Porém, um aspecto não pode ser deixado de lado: o coolhunting é uma atividade que demanda tempo de pesquisa constante. Por isso, é bom analisar se a sua agenda vai permitir que você dedique o esforço necessário para conseguir informações relevantes, que levarão a bons insights para a empresa.
Outra possibilidade é contratar uma consultoria de tendência, que faça essa análise para um objetivo específico — como o lançamento de uma nova linha de produtos ou um rebranding.
Com o tempo e o crescimento da empresa, você pode passar a considerar a contratação de um profissional com dedicação exclusiva para fazer o coolhunting e a gestão de tendências da sua organização.
Como tornar-se um cool hunter?
Em renomadas universidades do mundo, existem cursos que habilitam um profissional a ter uma carreira como cool hunter. Dependendo da sua disponibilidade, você pode escolher entre palestras e cursos rápidos, ou formações mais completas.
No início do texto, mencionamos o curso de “International Lifestyle Studies”, da holandesa Universidade Fontys, em Tilburg. Trata-se de um curso de graduação de 4 anos, que habilita o aluno a praticar o coolhunting, traçar e analisar as tendências que observa.
Na Universidade de Lisboa, o mestrado do programa em Cultura e Comunicação oferece uma linha de pesquisa em Gestão de Tendências e da Cultura. Uma das possibilidades de pesquisa é o aluno se aprofundar na prática do coolhunting.
Outra opção de curso na área é a “Pós-Graduação em Coolhunting, Design e Tendências Globais” da ELISAVA (Escola Universitária de Barcelona Design e Engenharia). Com duração de um ano, o curso ensina as técnicas do coolhunting e princípios dos estudos de tendências.
Além de fazer cursos de longa ou curta duração, você também deve se preparar para estudar muito por conta própria.
Para ser um bom cool hunter, o profissional deve ter uma cultura geral ampla, boas noções de história e geografia, e estar sempre atualizado sobre o que está acontecendo no mundo — que inclui desde o vizinho da porta ao lado até o Japão.
Gostou de entender mais sobre essa profissão fascinante e já quer saber como pode colocá-la no seu CV depois que se especializar? Então, leia nosso post com modelos de currículos para fazer bonito na próxima entrevista de emprego!
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