Sem receber tanta atenção da mídia quanto o Instagram, o crescimento do Pinterest segue a passos largos. Alicerçada no compartilhamento de fotos e ideias, a rede social tem uma estratégia de desenvolvimento discreta.
Em abril de 2019, a empresa abriu capital na bolsa de valores dos Estados Unidos, com uma oferta inicial de ações no valor de US$ 11,3 bilhões. Desde então, os seus números continuaram evoluindo e impressionando o mercado nos últimos meses.
Ficar de olho no desenvolvimento do Pinterest é interessante tanto para as empresas que fazem parte do mesmo segmento quanto para aquelas que podem usufruir das funcionalidades da plataforma.
Pinterest caminha para se transformar em uma marca global
Lançado no ano de 2010, o Pinterest destaca-se como uma plataforma que possibilita a criação de mood boards, que nada mais são do que quadros visuais com diferentes temas, como decoração, comida, estilo de vida e viagens.
De acordo com uma pesquisa encomendada pela própria rede social à TalkShoppe, a plataforma já tem mais de 300 milhões de usuários ao redor do mundo. Assim sendo, a rede demonstra um grande potencial para se tornar uma marca global, considerando que há uma tendência cada vez mais forte de investimento em conteúdo visual.
Segundo informações da Slyce, o uso da busca visual já tem aumentado a visualização dos produtos em 48%, garantindo uma taxa de permanência no site de empresas em 5%, o que contribui para um aumento de 9% no ticket médio.
As organizações que investem em recursos visuais devem aumentar as suas margens de lucro em até 30% em 2021, conforme evidenciado no estudo desenvolvido pela Criteo.
CMO da companhia está tranquila em buscar crescimento
Embora as empresas concorrentes estejam preocupadas com a expansão do Pinterest, a CMO da plataforma, Andréa Mallard, tem enfrentado esse processo com tranquilidade.
Em entrevista ao portal de consultoria eMarketer, Mallard afirma que a sua prioridade em 2019 foi identificar quais eram os princípios de marcas a serem vivenciados na empresa. A intenção era diferenciar a empresa das demais plataformas, utilizando uma estratégia única e que fosse sustentável ao longo dos anos.
Para isso, ela teve que criar uma lista de projetos e ideias de marca, a fim de ilustrar como a estratégia deveria funcionar no mundo real.
A CMO demonstra cautela para que o crescimento da empresa seja bem-sucedido. ‘’Também estou focada em não arriscar os negócios ao longo do caminho. Por ser a primeira CMO, tenho que garantir que estamos aumentando o negócio de maneira responsável, à medida que crescemos. Isso exige um aprofundamento dos dados, a compreensão de quais tipos de anunciantes e Pinners queremos atrair para a plataforma de uma maneira eficiente e com o maior alcance possível’’, disse.
Desse modo, o negócio tende a se desenvolver de forma sustentável, sem adotar medidas radicais que a princípio podem parecer lucrativas, mas posteriormente possam acarretar prejuízos para as finanças e para a marca em si.
Número de usuários do Pinterest também tem aumentado
O Pinterest não para de atrair novos usuários. Os dados do eMarketer revelam que a plataforma ultrapassou o Snapchat, se tornando a terceira maior rede social dos Estados Unidos em 2019.
A empresa encerrou o último ano com 82,4 milhões de usuários no país, enquanto o Snapchat desacelerou o seu ritmo de crescimento em decorrência do avanço do TikTok e do Instagram Stories, ficando com 80,2 milhões de usuários neste período.
Fatores que estimulam a adesão ao Pinterest
Há diversas particularidades que explicam o crescimento do Pinterest. Uma das principais é o seu apelo universal em diferentes faixas etárias — enquanto o Snapchat, por exemplo, é voltado para o público jovem.
Diferentemente das outras redes sociais em que os usuários lidam com a polarização política e demais polêmicas, no Pinterest não se encontra esse clima hostil. Afinal, os seus usuários não estão atrás de debates ou discussões, preferindo utilizar a plataforma para inspirações e compartilhamentos sobre decoração, receitas, arte, compras, entre outros assuntos amenos.
Outro fator interessante é o cuidado que a rede tem com o bem-estar dos seus usuários. Se alguém pesquisa por temas delicados, como depressão e ansiedade, o Pinterest exibe resultados com imagens de atividades que ajudam a melhorar essas questões.
Focada no futuro, esta é a única rede social que não tem timeline temporal, logo não se atém ao passado ou ao presente nas publicações de conteúdos. Como se trata de uma rede para a criação de painéis inspiracionais, a plataforma prefere ser uma opção para planejar e antecipar as tendências do futuro.
Facebook quer entrar na mesma área da plataforma, mas não deve ser uma ameaça
Com o intuito de frear o crescimento do Pinterest, o Facebook lançou o aplicativo Hobbi, cujo funcionamento é similar, porém não deve impactá-lo.
O motivo para isso é o fato de o Pinterest já ser visto como uma forte ameaça para o Instagram — que é considerado o principal mecanismo de crescimento do Facebook. A rede social de Mark Zuckerberg tem realizado ações para monetizar o Instagram a partir de anúncios e recursos que possibilitam “compra sociais”, como postagens para compras e check-in no aplicativo.
Com a implementação dessa estratégia, seria possível converter o Instagram em uma plataforma de conteúdo eletrônico. No entanto, somente 10% dos usuários desta plataforma usam o aplicativo para pesquisar por produtos, em comparação com 48% dos usuários do Pinterest, conforme o levantamento da Cowen & Co.
Consciente da sua força em relação a pesquisas de produtos, o Pinterest tem ampliado as suas ofertas de anúncio, oferecendo carrosséis de diversos pinos: de instalação de aplicativos, de compra e de história, que possibilitam aos comerciantes adicionar 20 páginas de pinos, texto e links, além de incentivar que os varejistas façam upload dos seus catálogos completos na plataforma.
Sem muito alarde, com uma estratégia discreta, o crescimento do Pinterest está impactando o mercado. Se por um lado os concorrentes precisam correr para competir com a plataforma, por outro a rede de compartilhamento de imagens se torna uma poderosa vitrine para os negócios voltados ao visual.
Para as empresas que atraem clientes por meio de conteúdo visual, trata-se de uma ótima oportunidade para fazer branding, divulgações e aumentar o número de vendas.
As redes sociais têm sido aliadas para inovações estratégicas no mundo dos negócios. Entre as tendências para os próximos anos, estão os influenciadores digitais não humanos para melhorar o posicionamento da marca e o relacionamento com o cliente.
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