O cenário das empresas vem se transformando progressivamente para se manter inovando e isso não diz respeito somente aos avanços tecnológicos. Cada dia mais, a diversidade e inovação se fazem essenciais nos ambientes corporativos.
A princípio, essa ideia pode não parecer óbvia. No entanto, é preciso considerar que a inovação não é algo apenas processual, mas que deve fazer parte da cultura organizacional para que uma empresa se mantenha sempre na frente.
Assim, o que notamos é que muitas delas estão valorizando grupos minoritários e mostrando publicamente mais inclusão em suas ações, com mais mulheres, negros, pessoas LGBTQ+, idosos e PCDs fazendo parte da equipe.
Porém, essa vantagem competitiva não pode se dar somente como uma estratégia de marketing, a fim de melhorar a imagem e expandir o público consumidor: ela deve ser real. O maior benefício em realmente incluir está na capacidade de pensar adiante, considerando que a diferença diversifica os pensamentos e é daí que surgem as melhores ideias.
Desse modo, o objetivo estratégico deve considerar o propósito social. Diversidade e inovação estão conectadas e é essencial acompanhar esse movimento na sua empresa.
Diversidade e inclusão não se restringem ao marketing
Diversas campanhas que incluem grupos minoritários já estão sendo divulgadas e se mostrando essenciais em estratégias de marketing, o que é um grande passo na comunicação das empresas e dá representatividade a grupos até então invisibilizados.
No entanto, mesmo que isso tenha um impacto positivo e promova mais aceitação, é preciso internalizar o discurso e não manter apenas a fachada atrativa para o público. Se não houver transparência no ambiente de trabalho e ele não for coerente com a imagem que a organização quer passar, eventualmente a reputação da empresa pode acabar manchada.
Com mais acesso a dispositivos e redes sociais, mensagens podem viralizar em questão de segundos. Nos últimos anos, várias empresas e artistas sofreram represálias por não manterem um posicionamento consistente. É o caso do Itaú, que sofre até hoje com um escândalo de 2017, e da cantora Anitta, que foi uma pauta da cultura do cancelamento.
Assim, é necessário dar atenção às demandas dos consumidores, que exigem mais transparência, diversidade, inclusão e sustentabilidade, e torná-las questões centrais. Do contrário, isso pode sair à tona e trazer danos ainda maiores nas relações públicas.
Hoje a cobrança é tão alta que existe até mesmo um índice para metrificar as práticas de diversidade e inclusão, considerando também o desenvolvimento de pessoas e notícias controversas. Criado em 2016, o ESG Index atua apenas em grandes empresas, mas indica a todo o mercado quais são os padrões de qualidade a serem seguidos.
Tendo uma equipe com profissionais diversificados, tal qual seus consumidores e em sintonia com eles, é possível fazer estratégias de marketing verdadeiras, eficientes, com maior impacto social e grande receptividade do público.
Inclusão promove ambientes mais inovadores
É importante ressaltar que a inovação não se resume à tecnologia e suas ferramentas. Claro, elas são importantíssimas para continuar crescendo, mas o pensamento por trás é o fator de desenvolvimento.
Assim, quanto mais pessoas com experiências diferentes fazendo parte de uma mesma equipe, é mais provável ter ideias distintas, o que é ótimo para um brainstorming. Desse modo, é possível chegar a um resultado nunca pensado antes e que traga uma bagagem riquíssima consigo.
Em seu relatório Getting to Equal 2019: Creating a Culture That Drives Innovation, a Accenture, maior empresa de consultoria do mundo e eleita a mais diversa pelo ESG Index, comprova isso. Segundo ela, companhias que contam com diversidade e inclusão em sua equipe são 11 vezes mais inovadoras, e seus colaboradores são 6 vezes mais criativos do que os dos concorrentes.
A inovação e a criatividade são vantagens competitivas, então não é nenhuma surpresa que abrir espaços para as diferenças aumenta em até 15% a lucratividade de um negócio , conforme aponta uma pesquisa da McKinsey & Company.
Dessa forma, as empresas devem buscar montar uma equipe diversa atraindo os melhores talentos e já preparar uma força de trabalho pronta para o futuro.
Cultura organizacional tem relação direta com diversidade e inclusão
Criar um ambiente empoderador e dar dispositivos para que os colaboradores tenham um alto senso de pertencimento e de aprendizagem também é extremamente necessário. Para isso, nada melhor do que contar com a cultura organizacional e colocar as pautas de diversidade e inclusão como um de seus pilares.
A cultura de igualdade dentro de uma organização deve respeitar a individualidade e também promover a criatividade e flexibilidade no trabalho, criando um ambiente onde todos se sintam bem. Logo, torna-se possível criar mais oportunidades de crescimento e progresso na carreira.
Quando os profissionais se sentem valorizados e como parte do negócio, eles são estimulados a dar o melhor de si, o que reflete na performance e permite que todos cresçam em conjunto. Por isso, é importante levar em conta que eles buscam aceitação e, sobretudo, reconhecimento pelos seus esforços.
Mais livres para criar e com uma visão de crescimento, voltamos ao ponto da inovação. De acordo com o relatório da Accenture, 85% das companhias que impulsionam uma cultura de igualdade não têm medo de errar para inovar.
Propósito social também é objetivo estratégico
Para garantir que diversidade e inovação comecem de fato a serem trabalhadas, é preciso pensar em propósito e como ele deve guiar os negócios.
Definitivamente, ele não é criado somente no discurso das relações públicas e nas estratégias de marketing, mas apenas se revela nelas. O propósito deve integrar o posicionamento das empresas e ampliar a missão e visão delas, definindo a razão de existirem e trabalharem.
Quando ele está claro e mostra a contribuição para a sociedade, é possível gerar valor, seja para acionistas, funcionários ou clientes, e então criar relações autênticas e de confiança com todos esses públicos.
Bem além da filantropia — também algo essencial —, ter propósito é uma garantia de vantagem competitiva e sustentabilidade na própria empresa, o que é fundamental para ter êxito financeiro em longo prazo.
Sabendo que já existem índices para tornar esses critérios claros para o público, é preciso começar logo e já se colocar como uma empresa diversa e inclusiva no mercado.
Como aumentar a diversidade e inclusão na sua empresa
Mesmo que faça parte do propósito da empresa, são necessárias algumas ações para que diversidade e inclusão se concretizem e de fato aumentem. Não só como política de integração, essa agenda deve fazer parte das ações diárias.
Além disso, a responsabilidade é de todos. Caso contrário, não haveria um propósito e uma cultura organizacional compartilhada. Assim, o compromisso deve estar desde o topo até às demais dimensões do negócio, refletindo-se até mesmo na escolha de fornecedores e parceiros.
Abaixo, há destaques de algumas ações que empresas líderes no mercado já estão implementando.
Adotar políticas de inclusão
O primeiro passo para a inclusão é abrir espaço para a diversidade na empresa. Por isso, é preciso criar um ambiente de respeito para que os colaboradores que já fazem parte da equipe fiquem à vontade e possam compartilhar mais de si.
A política de inclusão deve se estender sobretudo ao processo de recrutamento, que precisa ser remodelado para atrair talentos diversos, e não necessariamente ser tão duro nos requisitos — considerando o cenário de desigualdade que diversos grupos enfrentam.
No Google, por exemplo, o programa de estágios retirou a obrigatoriedade do inglês e tem estimulado os participantes com bolsas para aprendizado da língua, o que dá chance para pessoas que não tiveram essa oportunidade.
Respeitar as necessidades e compromissos dos funcionários
Quando se trabalha com pessoas diversas, as demandas também são assim. No caso, uma PCD pode ter uma necessidade que impacte o trabalho no dia a dia. Então, é preciso respeitar o seu modo de trabalhar e estimulá-lo positivamente.
Os compromissos também podem variar, uma vez que dependem da vida pessoal de cada colaborador, e é essencial ser flexível quanto a eles, permitindo trabalho remoto, por exemplo. Basta imaginar uma mãe, que pode precisar de uma rotina ajustável — e não há nada de errado com isso.
Ter um grupo de líderes diversificado
Os colaboradores se inspiram na liderança, isso é natural. Afinal, crescer na profissão é um objetivo, e para isso é preciso ficar atento em como chegar lá.
Pensando nisso, uma boa prática é manter o grupo de líderes o mais diversificado possível, servindo de inspiração aos demais funcionários e mostrando que todos são capazes de liderar.
Levando pessoas além, o projeto Conexão Negra, do Ministério Público do Trabalho, tem como objetivo que 20% das contratações de média e alta gerência sejam compostas por negras e negros dentro de agências de comunicação, entendendo a publicidade como um vetor para a transformação.
Dar liberdade para criatividade e inovação
Como apontamos, um dos maiores benefícios da diversidade e inclusão é o aumento na criatividade, que leva à inovação. Então, com colaboradores tendo diferentes experiências, é preciso dar espaço para que todos possam se manifestar de forma efetiva.
Por isso, deve-se dar liberdade nos processos da empresa, até mesmo os operacionais, e ser mais aberto para testes e aplicações práticas. Com isso, a equipe se sente motivada a criar, empreender e inovar.
Promover grupos de afinidade
Como parte de um grupo minoritário, é ótimo fazer um esforço maior para que o funcionário se sinta acolhido e confortável na empresa. Uma forma de fazer isso é promovendo o encontro de pessoas para que elas se unam em suas afinidades.
Em algumas empresas, existem grupos femininos que permitem que as mulheres dialoguem e possam fazer demandas mais igualitárias, assim como também existem grupos afro, LGBTQ+ ou para PCDs, incentivando um espaço melhor para todos com mais práticas e vivências compartilhadas.
Na Rock Content, por exemplo, essas práticas são adotadas e há grupos com voz e representação no time de Recursos Humanos, além de eventos para que as pautas de diversidade e inclusão sejam discutidas.
Mensurar os resultados das ações de diversidade e inclusão
Por fim, lembre-se da importância de mensurar o máximo possível. Sem saber os resultados das atividades, é impossível acelerar o processo de inclusão.
Pense em medir a quantidade de líderes e colaboradores como parte de grupos diversos em relação ao total da empresa, ou então a participação e engajamento nas iniciativas que promovem as pautas de igualdade. Basta definir as métricas de acordo com o que está sendo feito.
Diversidade e inclusão não podem e nem devem se limitar a ações de marketing. É preciso ter um propósito e uma cultura organizacional que abracem essa pautas para continuar inovando e sendo referência no mercado. E, claro, agir de verdade e colocar tudo isso em prática, a fim de aproveitar todos os benefícios da relação entre diversidade e inovação.
Quer começar uma iniciativa diversa e inclusiva agora mesmo? Saiba como comunicar isso da melhor forma possível.
CONTEÚDO CRIADO POR HUMANOS
Encontre os melhores freelancers de conteúdo no WriterAccess.
CONTEÚDO CRIADO POR HUMANOS
Encontre os melhores freelancers de conteúdo em WriterAccess.