Pense em um mercado avaliado em pouco mais de um bilhão de dólares e com uma projeção de crescimento na casa dos 60% até 2022.
Some a isso: atletas profissionais, premiações milionárias, campeonatos durante todo o ano e estádios lotados. Não, não estamos falando sobre futebol, basquete ou vôlei, mas sim de eSports.
Os esportes eletrônicos são cada vez mais populares em todo o mundo e, consequentemente, movimentam cifras ainda maiores.
Para as empresas que estão atentas ao comportamento e às tendências do mercado, e querem fortalecer a autoridade da sua marca, os eSports podem ser um excelente caminho para aplicar diferentes estratégias de marketing.
Você pode até se perguntar qual é o sentido de patrocinar ou divulgar a sua marca em jogos de videogame e computador, porém, vamos mostrar neste artigo os números cada vez mais atraentes dos eSports e, é claro, como aproveitar as possibilidades de marketing dentro desse universo. Continue a leitura para saber mais!
O que são eSports?
Antes de falarmos sobre como as marcas podem aproveitar as oportunidades de marketing dentro dos eSports, é importante compreender, de fato, como funciona e o que esse mercado tem a oferecer, certo?
Os videogames fazem parte do cotidiano de jovens e crianças desde a década de 1970, porém, agora, estão cada vez mais profissionalizados.
Na prática, portanto, os eSports — eletronic sports, ou esportes eletrônicos — são uma forma de competição como qualquer outro esporte.
Entretanto, quadras, campos, bolas e traves dão lugar aos videogames. Nessa plataforma, os jogadores se enfrentam para ver quem é o melhor em um jogo virtual de futebol, batalha ou tiros.
Trata-se de uma prática que teve um dos seus primeiros registros em 1972, quando estudantes da universidade de Stanford, nos Estados Unidos, se reuniram para disputar um torneio do rudimentar Spacewar. O prêmio para o vencedor? Uma assinatura gratuita válida por um ano da revista Rolling Stone.
Em 1980, a primeira grande competição foi organizada: o Campeonato Nacional de Space Invaders. Organizado pela própria Atari — a produtora do jogo —, o evento reuniu mais de 10 mil participantes de diferentes partes dos Estados Unidos. À medida que os jogos foram se tornando mais avançados, o número de participantes foi crescendo.
Na década de 1990, a Nintendo, empresa japonesa de videogames, começou a popularizar essas competições realizando tours por várias cidades dos Estados Unidos para reunir diversos jogadores dentro de uma competição. Nessa época, também começou a se popularizar o confronto direto entre os competidores.
Afinal, com os jogos mais básicos, os vencedores dos torneios eram definidos, por exemplo, pela pontuação que cada um registrava em sua própria máquina. Com jogos como Street Fighter e Marvel vs. Capcom oferecendo a possibilidade de disputa entre dois jogadores na mesma tela, as competições passaram a se tornar ainda mais atraentes.
O grande crescimento dos eSports, porém, veio com a popularização da internet, permitindo a conexão — e a competição — entre jogadores de diferentes partes do mundo.
O jogo Counter Strike é um exemplo disso: os usuários se enfrentam em confrontos entre terroristas e contraterroristas, cada um com seus objetivos.
Hoje, porém, as coisas mudaram e esse universo se torna cada vez mais popular, estabelecendo-se como um excelente mercado para ser explorado pelas empresas. A transformação digital converteu, definitivamente, os eSports em um grande negócio, reunindo interessados de todas as partes do mundo.
Quais são as principais modalidades de eSports?
Para compreender melhor o que são eSports, é importante entender quais são as principais modalidades e, consequentemente, os tipos de games.
Por isso, separamos quatro modalidades muito populares e os seus respectivos jogos que mais fazem sucesso entre os espectadores. Confira!
FPS
Os FPS (First Person Shooter, que, em uma tradução livre, seria Tiro em Primeira Pessoa) são um tipo de jogo que está entre os mais comuns do esporte.
A única referência visual do jogador é a sua arma e, além do sucesso, os jogos dessa modalidade pagam muito bem: CS:GO é o segundo no ranking de maiores premiações distribuídas no eSports.
Fonte: divulgação Steam
MOBAs
Os MOBAs (Multiplayer Online Battle Arena) também são um sucesso no universo dos games. Na mistura de estratégia com RPG, o jogador controla um personagem e, com a sua equipe, precisa acabar com a base rival.
Os principais exemplos são: DotA 2 e League of Legends (LoL), respectivamente, o primeiro e terceiro lugar no ranking de premiações.
Fonte: divulgação LoL
Simuladores
Os esportes físicos, como futebol (FIFA), basquete (NBA 2K) e futebol americano (Madden NFL) também fazem parte do mundo dos eSports.
Os simulares desses esportes são muito populares e têm até ligas próprias e circuitos profissionais, porém, não têm a mesma relevância — em audiência e premiações — em relação às outras modalidades.
Fonte: divulgação EASports
Battle Royale
Comandado pelo Fortnite, o Battle Royale é uma das modalidades mais recentes dos eSports e já faz muito sucesso. O objetivo desse game é sobreviver, explorar e utilizar os recursos disponíveis dentro do mapa.
O vencedor — que pode ser um grupo ou apenas um jogador — é quem sobrevive até o final.
Fonte: divulgação Epic Games
Qual o tamanho dos eSports no mundo?
De acordo com dados da agência Newzoo, a movimentação financeira envolvendo eSports no mundo vai superar o seu primeiro bilhão de dólares em 2019. A estimativa é de que 82% desse valor seja referente aos direitos de mídia vendidos para a transmissão dos eventos, bem como propagandas e patrocínios.
Esses valores comprovam a tendência de que as empresas precisam passar a olhar para os eSports como uma excelente plataforma para divulgarem as suas marcas.
Pouco mais de 10% do bilhão de dólares desse mercado é originado pela venda de ingressos e produtos referentes aos jogos, atletas e equipes das modalidades.
Com a internet fazendo parte do dia a dia de qualquer pessoa, os eSports se estabeleceram como uma febre mundial.
Os campeonatos não ficam restritos ao local em que estão sendo realizados, visto que as empresas de comunicação, mediante credenciamento, podem cobrir os eventos, assim como nos esportes físicos.
Afinal, o interesse e a participação dos usuários só aumentam. O mesmo estudo da Newzoo indica que o eSports, em 2019, vai atrair uma audiência global na casa dos 453 milhões de espectadores, um aumento de 15% em relação ao ano passado. Essa audiência é dividida em duas: entusiastas (44,3%) e espectadores ocasionais (55,7%).
Dos entusiastas dos eSports, cerca de 57% deles estão na Ásia-Pacífico e, apesar de representar apenas 12% dos fãs mais próximos das modalidades, a América do Norte ainda é a região que mais movimenta recursos quando o assunto é eSports. Em 2019, a receita envolvendo o mercado no continente vai superar os 400 milhões de dólares.
Qual a relevância dos eSports no Brasil?
Apesar da grande concentração da audiência nas duas regiões que mencionamos, o Brasil não fica para trás no interesse pelos eSports.
Quando separamos por país, os entusiastas brasileiros ficam em terceiro lugar no ranking mundial, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, com 7,6 milhões de pessoas assistindo aos campeonatos profissionais mais de uma vez por mês.
Fonte: divulgação Blast
Para você ter uma ideia, 5,3% dos brasileiros online são entusiastas dos eSports. Um bom número, mas que evidencia também as diversas possibilidades de crescimento e expansão desse mercado no país.
As projeções da Newzoo indicam que, em 2021, cerca de 30 milhões de pessoas no Brasil vão consumidor eSports de alguma maneira.
Assim, é um mercado aquecido no país e que vai, aos poucos, atraindo mais olhares de empresas e grandes players do Brasil.
O ex-jogador de futebol Ronaldo, por exemplo, se tornou investidor do CNB eSports Clube, uma equipe voltada para FIFA, League of Legends (LoL) e Arena of Valor.
Além disso, alguns clubes de futebol perceberam essa mudança do público local e passaram a investir em equipes de eSports.
Flamengo e Santos, por exemplo, têm diversos atletas sob contrato, que utilizam uniformes dos clubes — com patrocínios exclusivos para os eSports —, recebem salários e têm as suas obrigações e responsabilidades.
Essa popularidade se reflete no sucesso dos jogadores com o público. Dois dos principais atletas de eSports do Brasil, Gabriel Toledo, o FalleN, e Felipe Gonçalves, o BrTT, somam, juntos, quase dois milhões de seguidores em suas contas no Twitter. O tamanho da popularidade das modalidades aparece também nos eventos cada vez mais cheios.
Os videogames são, portanto, uma realidade cada vez maior no mercado brasileiro e, como os números mostram, as possibilidades de crescimento são enormes.
Quais são os principais campeonatos desse mercado?
Assim como os esportes físicos são divididos em diversas modalidades, categorias e campeonatos, quando falamos em eSports não é tão diferente.
Afinal, são diversos tipos de games que fazem sucesso entre os usuários e, consequentemente, se transformam em campeonatos tão assistidos e prestigiados em todo o mundo.
Por muito tempo, eles se restringiam a competições menores e locais, envolvendo apenas os moradores de determinada região participando. Hoje, porém, muitos campeonatos se tornaram grandes eventos, reunindo milhões de fãs em uma cidade e atraindo entusiastas de outras localidades.
E não é só isso: com a transformação digital, as portas se abriram — ou melhor, se escancaram — para os milhões de jogadores, fãs e espectadores dos jogos virtuais acompanharem torneios em qualquer parte do mundo.
Ou seja, além de ginásios e arenas lotadas, a audiência nos diferentes canais de comunicação também é enorme.
Jogadores profissionais também são atletas?
Para quem não entende muito sobre o mundo dos eSports, um questionamento muito comum é se os jogadores profissionais são, de fato, atletas.
Muito por conta da imagem equivocada de que quem gosta de games representa o estereótipo de um nerd, criou-se a ideia de que os jogadores não são atletas.
Antes da profissionalização dos eSports, isso talvez fosse verdade. Hoje, porém, a realidade é completamente diferente. Jogadores de variadas modalidades são, cada vez mais, equiparados a um atleta de futebol, basquete ou qualquer outro esporte do mundo físico.
Os atletas de equipes de eSports têm técnicos, salários e até mesmo “centro de treinamentos”.
O time do Flamengo, por exemplo, precisa comparecer aos treinamentos em uma sala reservada exclusivamente para isso, com horários a serem cumpridos e recursos disponíveis para o treinamento, além do estudo tático e dos adversários.
Afinal, além de uma estrutura mais profissional, as premiações e patrocínios permitem que os atletas tenham uma rotina exclusivamente dedicada aos eSports. O alemão Kuro Takhasomi, conhecido como KuroKy, é o atleta mais bem pago da história e, até hoje, acumulou pouco mais de 4 milhões de dólares em premiações jogando DotA 2.
Além disso, a popularidade dos atletas é tamanha que, além de patrocínios para as equipes, empresas começaram a perceber o valor de investirem na imagem de cada atleta. Essa tendência mostra como os eSports oferecem um mundo de oportunidades para ações e campanhas de marketing para empresas dos mais variados setores.
Como aproveitar as oportunidades de marketing nos eSports?
Com tudo o que foi apresentado neste artigo, fica evidente as diversas oportunidades de marketing presentes no mundo dos eSports.
Afinal, o mercado tem o apoio maciço de empresas — seja como anunciantes, seja como patrocinadores —, canais de comunicação interessados em cobrir os eventos e, mais importante, uma participação cada vez maior do público.
Como, então, ignorar esse cenário tão propício para o investimento das empresas? Algumas, inclusive, já começaram a se movimentar.
A Clear, por exemplo, além de contar com uma das principais estrelas do futebol mundial, Cristiano Ronaldo, nos anúncios dos seus produtos, investiu também no brasileiro FalleN, jogador de CS:GO.
O chinês Jian “Uzi” Zihao, por exemplo, estrelou uma campanha da Nike ao lado de um dos maiores nomes do basquete, o norte-americano LeBron James. Tudo isso mostra como as empresas precisam, cada vez mais, olhar para as diferentes modalidades dos eSports e investir os seus recursos do marketing.
Além de uma enorme audiência, os fãs de eSports consomem produtos e serviços relacionados. Somente na América do Norte, por exemplo, os 24 milhões de entusiastas vão gerar, em média, US$ 17 cada um.
Uma das conclusões de outro estudo da Newzoo é de que, em 2022, com o mercado mais amadurecido, a receita por fã em todo o mundo, que hoje está na casa dos US$ 5,50, deve chegar aos US$ 6,60.
Outro dado interessante é em relação ao uso das redes sociais. O estudo da Newzoo no Brasil mostra que, dos entusiastas de eSports no país, 72% deles estão presentes regularmente no Instagram.
Investir em alguma modalidade pode significar, por exemplo, em uma maior relevância da sua marca com estratégias de Marketing Digital.
Fonte: reprodução Newzoo
Algumas marcas já estão participando não só com patrocínios aos atletas, mas também aos campeonatos e torneios.
A tabela do relatório da Newzoo, por exemplo, mostra quais são as marcas que já estão atuando nos eSports e quais segmentos podem se aproveitar do vazio no mercado.
O mercado dos eSports é, portanto, cada vez mais propício para o investimento e a participação de empresas e negócios.
Os números comprovam o potencial que essas modalidades oferecem para patrocinadores e anunciantes, especialmente no Brasil, com um público mais fiel e engajado dentro do mundo dos games.
Agora que você já sabe como os eSports estão crescendo, e que existem diversas oportunidades de marketing disponíveis no setor, que tal conferir um exemplo de um jogo que modificou completamente o mercado? Leia o nosso artigo e saiba como o Fortnite saiu da esfera dos games e se transformou em um sucesso de marketing!
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