Ao contrário do que aconteceu com MySpace, Orkut e outras redes sociais que desapareceram, o Facebook continua crescendo. Após 16 anos do seu lançamento, a plataforma criada por Mark Zuckerberg segue surpreendendo e angariando mais usuários ao redor do mundo. Como isso é possível? A resposta para esse questionamento está na capacidade de inovação que a empresa tem demonstrado no decorrer da sua história.
O desenvolvimento de novos serviços é uma das principais estratégias da companhia para manter o interesse e fidelidade do seu público. No entanto, a empresa também tem enfrentado alguns desafios relacionados à privacidade de dados e ao surgimento de concorrentes poderosos.
Facebook não encolheu
A maior prova de que o Facebook continua crescendo é o seu bom desempenho na Bolsa de Valores. De acordo com o balanço divulgado pela empresa, a sua receita cresceu 18% no primeiro trimestre de 2020, gerando um lucro de US$ 17,7 bilhões. Mesmo diante da pandemia do coronavírus, a companhia tem apresentado bons resultados no mercado.
Apesar de o crescimento do aplicativo principal do Facebook ter entrado em um ritmo mais lento nos últimos anos, a companhia segue conquistando usuários rapidamente em outras plataformas. Na atualidade, aproximadamente 1,8 bilhão de pessoas usam pelo menos um serviço fornecido pela empresa, como Facebook, WhatsApp, Instagram ou FB Messenger.
Em relatório apresentado no início do ano, a empresa obteve US$ 20,88 bilhões em vendas, o que significa um crescimento de 23%, se comparado ao mesmo período de 2019. A previsão é de que o lucro por ação cresça 6% ao decorrer deste ano.
Além disso, no primeiro trimestre, o número de usuários mensais do Facebook atingiu a marca de 35 milhões em todo o mundo. O destaque fica por conta da conquista de 3 milhões de novos usuários na América do Norte, que anteriormente havia registrado uma queda.
Expansão da empresa
Um dos principais fatores que possibilitam o crescimento do Facebook é a sua capacidade de dar respostas rápidas às mudanças do mercado. A empresa usa a estratégia de identificar potenciais concorrentes e, quando percebe que o seu negócio pode ser prejudicado por eles, tenta comprá-los.
Porém, nem sempre o competidor está disposto a se desfazer do seu negócio. Diante dessa circunstância, a companhia coloca em prática o seu plano B, que consiste em criar a sua própria versão do produto oferecido pelo concorrente, a fim de eliminá-lo ou diminuir a sua força no mercado.
Entre as tentativas de aquisições está o Snapchat, que permite o envio de fotos que são apagadas automaticamente. O aplicativo se destacou no mercado, fazendo com que Zuckerberg tentasse adquiri-lo. Mas, o proprietário não quis vendê-lo. Assim, a empresa investiu no desenvolvimento e aperfeiçoamento do Messenger, que passou a ter as mesmas características que o concorrente.
Ao se tratar das aquisições bem-sucedidas, um bom exemplo é o Instagram, que foi comprado dos desenvolvedores Mike Krieger e Kevin Systrom por US$ 1 bilhão, quando o aplicativo era comandado apenas por 13 funcionários. A proposta foi feita após o Facebook notar que o público jovem estava migrando para o Instagram para compartilhar fotografias.
Outro bom exemplo de compra feita pelo Facebook é o WhatsApp, que foi comprado por US$ 16 bilhões em 2014. Hoje, o aplicativo é considerado a maior ferramenta de mensagens instantâneas do planeta, somando mais de 1,5 bilhão de usuários.
Foco nos dispositivos móveis
A tela do smartphone é a mais utilizada pelos usuários de aplicativos nos tempos atuais. Nesse sentido, o Facebook foi pioneiro em seguir uma estratégia de desenvolvimento denominada ‘’celular primeiro’’, que se baseia em pensar todos os seus produtos para dispositivos móveis, como tablets e celulares, e, posteriormente, adaptá-los para desktop.
Essa filosofia foi implementada por Mark Zuckerberg, que desde o início da empresa já previa o potencial dos smartphones. A companhia convida grupos de usuários de mobile para testar os seus aplicativos antes de lançá-los no mercado e, com isso, recebe feedbacks consistentes para aprimorar as funcionalidades e realmente atender às necessidades do usuário final.
Desse modo, a empresa está sempre um passo a frente das tendências relacionadas à tecnologia, o que explica a sua sobrevivência e crescimento no ambiente tecnológico, pois as organizações que não se atualizam são mais facilmente ultrapassadas pela concorrência.
Rede social ainda tem problemas com o público
O avanço da tecnologia fez com que as pessoas se preocupassem mais com a proteção dos seus dados online, o que se deve ao crescimento dos cibercrimes e da postura inadequada de organizações que frequentemente são flagradas utilizando os dados dos seus usuários de forma incorreta.
Em 2018, o Facebook foi denunciado pelo The Guardian e The New York Times por permitir que as informações de mais de 50 milhões de usuários fossem utilizadas sem autorização pela empresa estadunidense Cambridge Analytica para fins políticos.
A empresa acessava os dados por meio de um aplicativo de teste psicológico disponibilizado na rede social. Basicamente, os usuários que realizavam o teste entregavam à Cambridge Analytica as suas informações pessoais, bem como os dados dos seus amigos na plataforma.
Segundo uma pesquisa feita pelo OpenVNP, com 1.000 entrevistados, 71% dos usuários afirmam que mudaram a sua visão quanto a credibilidade do Facebook depois desses escândalos, sendo que 31% passaram a confiar menos na empresa por acreditar que ela não trata os seus dados com a devida segurança.
Em decorrência dessa exposição, o governo dos Estados Unidos e de demais países estão impondo uma regulamentação mais severa para a empresa. Assim sendo, o desafio atual do Facebook é atender às exigências dos países em que está disponível e recuperar a credibilidade diante do seu público para manter o seu bom desempenho no mercado.
TikTok ameaça domínio do Facebook
Com apenas 2 anos de mercado, o TikTok já é visto como uma grande ameaça para o domínio e crescimento do Facebook. Isso porque é um concorrente direto do Instagram, que pertence à empresa de Zuckerberg.
O TikTok apresenta números impressionantes, como 1,5 bilhão de downloads na App Store e no Google Play, 1 bilhão de usuários ativos por mês, além de estar presente em mais de 150 países e disponível em 75 linguagens. Em 2019, o aplicativo foi o quarto mais baixado do mundo, deixando o Instagram na quinta posição.
Para conter o crescimento explosivo do concorrente, o Facebook tentou comprar um dos aplicativos que deram origem ao TikTok — o Musical.ly, mas não obteve sucesso. Perante a negativa, a empresa lançou o aplicativo semelhante chamado Lasso, que causou pouco impacto. Recentemente, a nova aposta é o Reels, que se aproxima do aplicativo chinês.
Ao longo de sua existência, o Facebook construiu um verdadeiro império, se mantendo na liderança do segmento das redes sociais. Mesmo diante das adversidades, a empresa preserva o bom desempenho e isso está relacionado à sua estratégia de inovação, que além de lançar aplicativos está sempre aperfeiçoando as plataformas já disponíveis, o que é imprescindível para atrair o interesse do seu público.
O acompanhamento do crescimento do tráfego mobile, que às vezes não ganha tanto reconhecimento quanto deveria dos profissionais de marketing, também é um dos diferenciais do Facebook, pois permite os usuários dos seus serviços acessem os aplicativos de qualquer dispositivo e a qualquer momento.
CONTEÚDO CRIADO POR HUMANOS
Encontre os melhores freelancers de conteúdo no WriterAccess.
CONTEÚDO CRIADO POR HUMANOS
Encontre os melhores freelancers de conteúdo em WriterAccess.