Parece que já estamos vivendo no futuro. Quando falamos de inteligência artificial, machine learning, robôs e metaverso, ainda tratamos como temas de ficção científica. Mas tudo isso já faz parte do nosso dia a dia.
Um dos exemplos de que isso está acontecendo naturalmente é a ascensão dos influenciadores de inteligência artificial. Eles não existem na vida real, mas são capazes de conquistar fãs e construir uma audiência fiel. Eles são feitos de algoritmos, não de carne e osso, mas podem influenciar comportamentos de pessoas reais.
Mas o que explica isso? O que faz as pessoas admirarem e seguirem alguém que “não existe”? Como esses personagens virtuais adquirem esse poder de influência?
Se ainda tinha muita gente tentando entender o motivo do sucesso dos influenciadores digitais, esses influenciadores de IA chegam para desafiar ainda mais a nossa compreensão. Mas quem trabalha com marketing digital precisa estar de olho nesses fenômenos, que podem transformar a relação com os consumidores nos próximos anos.
Por isso, trouxemos aqui tudo o que você precisa saber sobre os influenciadores de IA, quem eles são e como podem integrar suas estratégias de marketing digital. Acompanhe!
O que são influenciadores de inteligência artificial?
Influenciadores de inteligência artificial são personalidades virtuais, gerenciadas por marcas ou agências de mídia e criadas com tecnologias de computação gráfica e algoritmos de aprendizado de máquina.
Eles são uma versão virtual e computadorizada dos influenciadores digitais, que são pessoas reais que conquistaram fama e influência por meio de redes sociais, blogs e outros canais online.
Da mesma forma que eles, os influenciadores de IA têm milhões de seguidores, uma audiência fiel e engajada e o poder de influenciar o comportamento e estilo de vida dos seus fãs. Por isso, eles também estão na mira das marcas, que querem se associar a personalidades poderosas e influentes — mesmo que elas não existam no mundo real.
Embora sejam muitas vezes usados como sinônimos, AI influencers podem ser entendidos como uma evolução dos influenciadores virtuais, que são criados com imagens geradas por computador (computer-generated imagery ou CGI). Por isso, também são chamados de CGI influencers.
Já os influenciadores de IA contam com uma camada de tecnologia baseada em inteligência artificial e aprendizado de máquina, que adiciona ainda mais complexidade aos seus personagens.
Dessa maneira, essas personalidades podem não apenas aparecer em fotos ou se movimentar em vídeos para as redes sociais. Elas também podem interagir virtualmente com os usuários, como se fossem pessoas reais, de forma automática, sem qualquer intervenção humana — a não ser no desenvolvimento desse sistema.
À medida que esses robôs interagem com os usuários, em forma de texto ou em realidades virtuais, eles aprendem sobre a linguagem e o comportamento humano, e se tornam cada vez mais próximos de pessoas reais.
Quais as diferenças em relação a outros influenciadores?
Uma das principais características dos influenciadores de inteligência artificial é algo que encanta, mas, ao mesmo tempo, preocupa: a sua perfeição.
Influenciadores reais são “gente como a gente”. Embora propaguem um ideal de beleza e estilo de vida nas redes sociais, bastante criticado atualmente, eles são vulneráveis. Podem errar, discutir, ser criticados — simplesmente porque são humanos.
Por outro lado, AI influencers tendem a ser perfeitos. As características de aparência e personalidade desses influenciadores são pensadas milimetricamente para atender a determinados objetivos. E, se eles representam uma marca, não podem ter defeitos nem cometer qualquer erro.
Essa perfeição, porém, abre discussões sobre a busca de padrões inatingíveis, especialmente por crianças, adolescentes e outros públicos vulneráveis. Isso já é discutido no universo dos influenciadores digitais, mas se torna ainda mais complexo com os influenciadores de IA, que sequer são pessoas reais.
Na verdade, podemos questionar se os influenciadores reais, que publicam apenas imagens “instagramáveis”, geralmente editadas, são de fato reais ou apenas uma versão irreal de si…
Apesar das discussões, é importante perceber que a perfeição é apenas uma face do que os influenciadores de inteligência artificial oferecem: a liberdade de criação.
Você pode criar do zero a personalidade que quiser, com características e histórias autênticas, em vez de procurar um influenciador que se pareça com a persona que você quer encontrar.
Também é possível desenhar estratégias e ações sob medida para as marcas, sem depender das limitações de um influenciador real. Você pode até criar influenciadores que não se parecem com humanos — mascotes, por exemplo, podem ser influencers. Para as marcas, isso é valioso e abre um grande leque de possibilidades de ações.
De qualquer forma, a liberdade de criação tem limites. Afinal, a personalidade do influenciador virtual precisa ser coerente, então não dá para pensar em ideias extravagantes que fogem do seu comportamento habitual. Se não, a audiência que acompanha o influenciador pode estranhar e deixar de crer naquele personagem.
Além disso, o influenciador virtual não existe sozinho. Ele tem uma equipe por trás, geralmente de uma empresa de mídia que administra sua “carreira”. Então, toda ação passa por uma negociação com a empresa, que também define as diretrizes e possibilidades.
O que explica o fenômeno dos influenciadores de IA?
Os influenciadores de inteligência artificial podem ainda parecer uma ideia muito distante, até mesmo um pouco delirante, não é?
Talvez você esteja se perguntando que loucura é essa que a sociedade está vivendo, quando um personagem que sequer existe pode ser tão influente assim na vida das pessoas. Mas a verdade é que esses personagens existem na vida das pessoas…
E o ser humano é capaz de se relacionar, sentir empatia e até mesmo tratar robôs como pessoas. Interagimos com o mundo a partir do nosso corpo e dos nossos comportamentos; por isso, somos capazes de interagir socialmente com coisas irreais.
No caso dos influenciadores de AI, estamos falando de robôs que são realmente muito parecidos com os seres humanos. Em alguns casos, podem até não se parecer com humanos, mas são capazes de se expressar como nós.
Eles têm uma personalidade própria. E, como seres humanos que somos, eles são capazes de despertar nossa identificação e empatia. Da mesma forma, eles também podem nos decepcionar e magoar. Então, eles podem até não existir fisicamente, mas certamente têm um significado na vida de quem os segue e admira.
É preciso ainda entender o poder dos influenciadores de inteligência artificial no contexto da era digital em que vivemos. Essa ideia se torna mais compreensível quando começamos a falar do metaverso, ou seja, de um futuro digital imersivo, em que vamos viver boa parte de nossas vidas em realidades virtuais.
A ascensão das NFTs também está nesse contexto em que a vida digital se torna mais importante que a vida física. Obras de arte e itens colecionáveis, que só existem virtualmente, são vendidos por milhares ou milhões de reais — em moedas que também são virtuais.
Então, se a vida vai se tornar (ou já está se tornando) essencialmente digital, é mais fácil entender por que as pessoas estão se relacionando naturalmente com personagens virtuais. Também se compreende que as marcas olhem para esses influenciadores com atenção, já que eles têm poder de se relacionar e comunicar com as pessoas nesse novo universo.
No metaverso, por meio de avatares, essas interações provavelmente não vão ser tão estranhas como parecem agora.
Por que as marcas devem usar influenciadores IA no Marketing Digital?
O marketing deve acompanhar as mudanças da sociedade, sempre de olho nas tendências do futuro. Então, se os próximos anos apontam para o metaverso, as marcas devem começar a entender o poder dos influenciadores de inteligência artificial e como eles podem entrar nas suas estratégias.
Assim como os influenciadores digitais humanos, os influenciadores de IA também têm a confiança e a admiração do seu público, influenciam estilos de vida e comportamentos e podem associar seus valores à imagem das marcas. É por isso que o marketing de influência ganhou tanta relevância nos últimos anos.
Mas, se você já entendeu o poder dos influenciadores, vamos mostrar agora por que vale a pena incluir os influenciadores de inteligência artificial no seu plano de marketing digital. Confira:
Maior engajamento
Este é um dos grandes objetivos das marcas ao fazer parcerias com influenciadores: aumentar o engajamento nas redes sociais. E, quando falamos de influenciadores virtuais, eles são capazes de engajar mais que os influenciadores humanos.
No gráfico abaixo, você pode comparar o percentual de engajamento de influenciadores virtuais (em laranja) e reais (em verde).
Essa diferença pode se explicar pela curiosidade que esse tipo de perfil ainda desperta nas redes sociais. As pessoas querem conversar com os robôs, ainda como algo inusitado.
Mas isso também pode se explicar pela relevância das interações — como são máquinas, eles sabem exatamente o que responder para ter mais engajamento.
Liberdade de narrativa
Quando as marcas negociam com influenciadores de inteligência artificial, não estão lidando com uma personalidade real.
Na verdade, elas negociam com uma equipe de mídia, que pode criar uma narrativa totalmente personalizada para a marca. Tudo pode ser da maneira como a marca parceira deseja — desde que as ações sejam coerentes com a personalidade do influenciador.
Portanto, as marcas têm mais controle da narrativa dos influenciadores e liberdade de criação para desenvolver o personagem ideal para as suas estratégias.
Poder de storytelling
Se os personagens e as histórias podem ser criados do zero, com liberdade de criação, é possível contar histórias ainda mais interessantes para o público.
Elas são criadas sob medida, por isso podem reunir os elementos mais envolventes do storytelling para alcançar os objetivos da marca. É possível criar um universo ficcional com criatividade e fantasia.
As origens do influenciador, as tarefas que faz no seu dia a dia, os desafios que enfrenta, os sentimentos bons e ruins — em um influenciador virtual, tudo isso faz parte da criação. Mas pode ser usado para contar uma história convincente e persuasiva para o público.
Associação com tecnologia e inovação
Criar um influenciador de IA ou fazer uma parceria com um deles é uma forma de mostrar que a sua marca está antenada no futuro.
Esse tipo de estratégia associa tecnologia e inovação à imagem da sua marca, já que estamos falando de inteligência artificial, aprendizado de máquina e metaverso. Então, se é interessante associar esses valores à sua marca, vale a pena fazer parcerias com AI influencers.
Veja, por exemplo, esse anúncio do Samsung Galaxy, que é uma parceria com Miquela, uma das influenciadoras virtuais mais conhecidas do mundo:
Conexão com novas gerações
Os Millennials e a geração Z ainda estranham algumas novidades da internet e da tecnologia. Mas a geração Alpha, nascida a partir de 2010, já cresce na era digital.
Essas novas gerações vão interagir com as tecnologias de forma muito mais natural e emocional. Elas vão ser protagonistas de uma era muito mais interativa e imersiva com as tecnologias, marcada por uma relação afetiva entre humanos e máquinas.
Portanto, a geração Alpha — e as outras que vierem na sequência — vão interagir com personagens virtuais com muito mais naturalidade e proximidade. Então, as marcas podem aproveitar as parcerias com essas personalidades para se aproximar desses novos consumidores.
Exemplos de influenciadores de inteligência artificial
Quer entender na prática como agem os influenciadores de inteligência artificial? Vamos ver agora alguns exemplos que já estão ativos nas redes sociais!
Mas é importante saber que esses perfis podem ter tecnologias de inteligência artificial envolvidas no seu desenvolvimento, mas ainda não interagem com os usuários de forma automática. Por enquanto são apenas CGI influencers, com uma equipe por trás que faz as postagens e interações com os usuários.
Porém, é provável que no futuro essas personalidades apareçam no metaverso e interajam com as pessoas naturalmente — como se estivéssemos em um episódio de Black Mirror!
Lu do Magalu
Você já deve conhecer a Lu do Magalu, não é? Logo que foi criada, em 2009, a Lu causou certa estranheza no público, mas agora já faz parte do dia a dia dos usuários e consumidores na internet.
A Lu é a brand persona da Magazine Luiza. Em 2020, ficou no topo do ranking de influenciadores virtuais com mais seguidores no Instagram: 5,7 milhões. Mas é importante ressaltar que ela representa apenas uma marca e tem alcance apenas no Brasil.
A Lu é descrita no perfil da Magazine Luiza no Instagram como “Influenciadora Virtual 3D”, “Especialista Digital do Magalu” e “Criadora de Conteúdo”. Portanto, é com ela que os consumidores aprendem a comprar na loja e recebem dicas de produtos, além de entenderem o que a marca pensa e quais são os seus valores.
Miquela
Miquela já é uma das influenciadoras virtuais mais consagradas. A personagem foi criada em 2016, como um personagem virtual com uma narrativa própria. No início, porém, ninguém foi avisado de que se tratava de alguém que não existia na realidade.
Porém, a perfeição do seu visual e o cabelo sem um fio fora do lugar começaram a intrigar os seguidores. Então, Miquela revelou: “I’m a robot” (“eu sou um robô”).
Desde então, Miquela passou a fazer parcerias com marcas — Calvin Klein e Prada, por exemplo — e se posicionar em temas importantes, como o Black Lives Matter.
Noonoouri
Noonoouri é uma influenciadora e modelo virtual que advoga por uma moda livre e sustentável. Nas redes sociais, posiciona-se como ativista e vegana.
Seu visual é um pouco diferente das demais influenciadoras. A personagem não se parece exatamente com uma pessoa, porque tem olhos exageradamente grandes. Claramente é uma criação gráfica, não um ser humano.
Essa opção visual é interessante para evitar o Vale da Estranheza. Esse conceito é uma hipótese científica, segundo a qual as pessoas sentiriam repulsa quando uma réplica humana se comporta de forma muito semelhante — mas não idêntica — aos seres humanos.
Mas, quando fica evidente que não se trata de um ser humano, a relação tende a ser mais positiva e empática.
Knox Frost
Percebeu como os principais exemplos de influenciadores de inteligência artificial são mulheres? Por isso, trouxemos aqui também um perfil masculino: Knox Frost. Aliás, esse é o influenciador masculino com maior número de seguidores no Instagram.
Knox é como um garoto da sua idade, quer se encaixar no mundo e ter um estilo próprio. Mas ele nunca deixa e contribuir e retribuir à sua comunidade. Durante a pandemia de coronavírus, a Organização Mundial da Saúde fez uma parceria com o influenciador para conscientizar os jovens sobre os cuidados com a Covid-19 e a saúde mental.
Satiko
Satiko é a influenciadora virtual da Sabrina Sato. Mas elas não são a mesma pessoa, ok? A influenciadora foi criada para ser uma personagem única, que pode viver experiências virtuais que a própria Sabrina não pode. Assim, abre-se um universo de possibilidades de criação, interações e parcerias com marcas.
A Satiko veio ao mundo virtual em 2021 e gerou curiosidade no mundo do marketing e dos influenciadores. Embora o Brasil já conheça a Lu do Magalu, ainda não havia uma personagem como essa, que representa uma influenciadora real em vez de uma grande empresa.
Agora você já conhece alguns nomes de influenciadores virtuais que tendem a ser cada vez mais conhecidos e admirados. Assim como os influenciadores digitais, eles podem movimentar o marketing, fortalecer o branding e potencializar o relacionamento com os consumidores.
Mas, agora, tudo isso conta com uma tecnologia mais avançada, que tende a transformar as relações entre humanos e robôs nos próximos anos.
A partir de agora, não podemos mais falar que os influenciadores digitais não existem na vida real. Eles só não existem fisicamente, mas já existem nas estratégias de marketing e na vida dos seus seguidores.
Depois de conhecer os influenciadores de IA, aproveite para saber mais sobre as estratégias de marketing para influenciadores e como se comunicar com as novas gerações por meio deles.
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