“Pinterest é pequeno? O que aconteceria se metade dos 45 milhões dos usuários de lá acessasse seu negócio ao mesmo tempo?”, diz Liliane Ferrari, Pinterest Expert

jam session liliane ferrari

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O Pinterest pode ser até considerado por muitos profissionais o patinho feio das redes sociais, mas não é o que empresas como O Boticário e Quinto Andar pensam, diz a especialista em Pinterest Liliane Ferrari. Com 450 milhões de usuários ativos no mundo – e 45 milhões no Brasil – a profissional conta que conseguiu atingir milhões em tráfego pela plataforma entre seus clientes.

A Rock Content  recebeu Liliane em sua Jam Session, nosso webinar com os maiores especialistas do Brasil e do mundo em marketing digital. Ela é consultora, professora da USP e, precursora da internet no Brasil, foi considerada uma das cem profissionais que mais marcaram a história da web no país pela revista Locaweb, em 2020.

“Tem pessoas que falam para mim que, comparando com o número de um Facebook, de um Instagram, 45 milhões é pouca gente e não tem ninguém no Pinterest. Acho tão interessante essa fala, porque qualquer empresa, qualquer pessoa, se tivesse metade dessas pessoas entrando em contato, o que aconteceria? Vai bugar tudo, porque nenhuma empresa tem condições de atender 23 milhões de pessoas ao mesmo tempo e estou falando de metade da plataforma! Não é pouca gente!”

A especialista diz que ainda há tempo de ser pioneiro na ferramenta e que, hoje, a simples presença – e não atuação, como fazem no Facebook e no Instagram – já é positiva e pode trazer resultados interessantes às empresas.

No papo, Liliane compartilhou vários insights muito interessantes sobre o Pinterest. Ela aponta, por exemplo, que o comportamento do usuário na plataforma é mais “ativo”, ou seja, a pessoa busca pelas informações que quer ver, semelhante a um mecanismo de busca.

Além disso, Liliane observa que, ao contrário do que se pensa, o Pinterest é muito usado para realizar buscas por compras, e não apenas para marcas com conteúdo visual. Os nichos ali dentro são variados, indo de advocacia até bens imóveis.

Outra boa notícia é que fazer marketing no Pinterest não demanda esforço extra. É possível utilizar conteúdos divulgados em outros canais e, com uma boa otimização, conseguir uma ótima visibilidade.

Confira tudo isso e muito mais no vídeo da entrevista (se preferir ler, também transcrevemos a íntegra logo abaixo):

Sobre a Jam Session

A Jam Session é uma série de entrevistas com profissionais e especialistas de diversas áreas do mercado que trazem para a conversa tendências e insights sobre marketing, vendas, conteúdo, estratégias e muito mais.

Transcrição:

[Vanessa Dias – Rock Content] Olá, pessoal! Boa tarde, Liliane, todos que estão nos assistindo, sejam bem-vindos. É um prazer imenso estar aqui com vocês para mais uma Jam Session da Rock Content. Vou começar me apresentando, sou a Vanessa Dias, sou Content Specialist aqui na Rock Content e estou com a Liliane Ferrari, expert em Pinterest, para bater um papo com vocês. Seja muito bem-vinda! 

[Liliane Ferrari – Especialista] Muito obrigada, é sempre bom ter a oportunidade de falar do Pinterest para bastante gente. Eu fico feliz porque a audiência de vocês é um público com quem eu gosto muito de me comunicar. Quando falamos para nossos clientes identificarem quem é o público e tal, com certeza o meu público está olhando para os conteúdos que vocês produzem e está interessado em ver todos esses blogs, webinários e Jam Sessions que fazem muito bem para o mercado. Estou muito feliz de estar aqui hoje. 

[Vanessa Dias – Rock Content] Com certeza, vamos falar bastante sobre o Pinterest e várias outras coisas hoje. Mas antes da gente começar com o conteúdo, eu gostaria de apresentar o que é a Jam Sessions para quem está assistindo pela primeira vez. Essa Jam Session faz parte de uma série de webinários onde a cada episódio a Rock traz um especialista diferente do mercado para falar sobre diversos temas pertinentes como marketing, vendas, conteúdo, mídia paga, tudo que interessa para a estratégia de marketing digital com o objetivo de ter um momento de trocas, dar conselhos, compartilhar tendências e melhores práticas. A convidada desta edição é a Liliane Ferrari e vou ler um pouquinho do currículo dela para que todo mundo possa ter um pouco da dimensão de tudo que ela faz.

A Liliane é palestrante, especialista em mídias sociais e marketing de influência, professora de MBA ESALQ/ USP, ESPM e outras, foi considerada uma das 10 mulheres mais influentes da internet no Brasil pela revista TPM e uma das 100 profissionais que marcaram a história da internet pela Locaweb; é Pinterest expert desde 2017 e fundadora da Pinterest Expert – a primeira agência do Brasil especializada em Pinterest. Já trabalhou com muita marca legal como Quinto Andar, Piracanjuba, O Boticário, Miss Universo Brasil e várias outras – é bastante coisa! – e Li, mais uma vez seja muito bem-vinda à nossa Jam Session, estamos muito felizes de te ter aqui.   

[Liliane Ferrari – Especialista] Muito obrigada! É bom ouvir uma elencada do nosso currículo, porque às vezes a gente vai vivendo a roda viva dos anos e não percebe quanta coisa a gente fez. Eu fico sempre feliz quando tem uma apresentação porque eu fico: “Nossa. é verdade, a gente trabalha bastante, paga bastante boleto, né [risos]”.

[Vanessa Dias – Rock Content] Aquela sensação de “caramba, já fiz tudo isso, nem lembrava!” 

[Liliane Ferrari – Especialista] E também porque eu acabo sendo mais veterana neste mercado.

[Vanessa Dias – Rock Content] Vamos começar nosso bate papo exatamente por aí, queria falar um pouco da sua trajetória profissional. Você está no mercado desde 1998. Queria saber o que te fez entrar nesse mundo, como foi o início da sua trajetória?

[Liliane Ferrari – Especialista] Bom, você citou o ano de 1998, que foi quando eu comecei a trabalhar em uma empresa de internet. Internet pra mim era aquilo que a gente ligava meia noite, e eu e meu irmão brigávamos para não deixar cair, e em 1998, eu já tinha até me formado na faculdade. Conversamos um pouco antes de começar o evento e eu perguntei a idade média das pessoas. E é interessante, porque eu sempre alerto isso quando dou aula: olha quanta coisa que já vivi, não fiquem comparando a trajetória de vocês com 20 e poucos anos, pois realmente eu estava viva em 1998 e já estava trabalhando em uma empresa na área de comunicação. Era um banco latino-americano e eles, como toda empresa que pensa em investimento, futuro e tendência, compraram na época uma empresa de internet. Mandaram eu, que era da área de comunicação, para a nova empresa, e eu disse “ah, tá bom“! Acabei realmente indo e foi muito legal porque foi possível ter a experiência junto com toda a área do processo que era implementar um site. 

Por isso, eu falo que para fazer um site demorava anos, até uma pesquisa – hoje é tudo tão rápido, dá para pesquisar no Twitter, e antigamente não tinha todos esses recursos. Foi muito legal porque eu vinha do jornalismo naquela época, e minha cabeça quando estava entrando na faculdade era muito de trabalhar em uma revista, uma TV, uma rádio, nunca ia imaginar internet, pois era uma coisa que não existia como um lugar onde se podia trabalhar. 

Foi muito legal, porque eu saí da faculdade e já abracei o novo, dançando conforme a música e foi maravilhoso! Estou aqui hoje conversando sobre essa experiência tão primordial da internet. Acho que, por isso, que eu gosto e sou muito despachada para fazer as coisas, porque eu lembro como era difícil no início e como hoje temos tantos recursos. Dá para fazer uma landing page em minutos, inserir um chatbot dentro do site em minutos e isso tudo dava muito trabalho antigamente. Comecei mesmo nesta empresa e eles eram muito ligados a sistema financeiro, economia, bolsa de valores, era muito nichado – e ali eu já aprendi o valor de ter um nicho. Essa foi uma das coisas, um paradigma, que a internet quebrou. Antigamente se falava muito para todo mundo, uma grande audiência e, se tivesse alguém ali interessado, ótimo. 

Mas é bem interessante porque a gente começou lá atrás, com tantas dificuldades e hoje são tantos recursos que eu fico sempre sedenta para usar todos! São tão legais e não podemos deixar de aproveitar. 

Talvez até por ter esse olhar de ver tantas coisas novas, eu fiquei bem viciada em querer coisas novas. Esse é um dos motivos pelos quais eu caminhei para o Pinterest

[Vanessa Dias – Rock Content] Legal. Quero muito saber por que você escolheu o Pinterest para se especializar. Mas antes disso eu queria te perguntar: assim como a tecnologia mudou nesses anos, sabemos que o comportamento das pessoas na internet também mudou ao longo desses anos todos. Eu gostaria que você listasse, na sua opinião, o que foi o principal, quais mudanças ocorreram de lá pra cá no comportamento das pessoas? 

[Liliane Ferrari – Especialista] A primeira coisa é a jornada de compra. Tudo parte de uma jornada. Um exemplo muito clássico que usamos é a compra de um carro. Quando se comprava um carro no anos 90, você saia um dia, pesquisava no jornal, sabia os preços, ia fazer um test-drive na concessionária, conhecia dois modelos de carro, mas você não sabia muita coisa, via os modelos novos, ia em outra concessionária, e meio que fazia essa busca. 

Hoje quando a pessoa chega para comprar um carro na concessionária, ela já viu tudo sobre esse carro na internet. Ela já comparou, já viu várias tabelas, viu vídeos no Youtube que falam dos prós e contras do carro. E isso muda completamente. Você recebe na sua concessionária um cliente muito informado.

Muda no sentido do que você pode entregar a mais para esse cliente, como que você pode trabalhar com ele essa informação a mais, e isso é para todas as áreas. Até nos consultórios médicos os pacientes chegam com informação da internet e tem médico que gosta e outros que ficam bravos. 

As pessoas hoje começam suas jornadas sozinhas buscando no Google o que precisam. E o Pinterest tem muito a ver com essas procuras que as pessoas fazem nessas novas jornadas de compra. A jornada é tudo quando a gente pensa na persona da marca, na persona do cliente, no timing, nos tipos de publicação, nos memes que essa pessoa vai curtir ou não.

Eu acho que esse aspecto é bem interessante – a jornada de compra é muito alterada e hoje eu vejo que é off e on. A pessoa pode ir numa loja ver várias geladeiras, voltar para casa e comprar online. E tem outros movimentos onde a pessoa vê tudo online, vai na loja e compra. E para cada categoria de produto é diferente, as pessoas não fazem sempre da mesma forma. Para carro é um jeito, alimentação é outro… 

Ao passo que essa jornada muda, vale também destacar a quantidade de dados que hoje podemos ter e como esses dados ajudam a gente a ser mais assertivo, a gastar menos tempo com teste, sabendo que tem coisas que dão mais certo que outras. A riqueza de dados que a gente tem hoje é maravilhosa. Já percebemos que o consumidor mudou porque ele faz uma busca diferente e essa busca que ele faz está em um ambiente que é quantificável – por exemplo, com um outdoor, eu não consigo dizer quantas pessoas passaram na frente e se gostaram – mas no ambiente digital eu sei quantas passaram, quanto tempo ficaram, quais foram as que fizeram o cadastro e vou tendo mais informações sobre elas. 

É muito a dinâmica do presentear. Pensa que seu cliente é alguém que você quer presentear: quando você quer dar um presente para alguém que gosta muito, você conhece essa pessoa, sabe o que ela gosta, você tem chances muito maiores de comprar alguma coisa que ela vai gostar muito. Você conhece ela e tem pistas e dados sobre ela. A gente também tem que aprender a pegar esses dados de movimentação das pessoas, do que elas falam e do que elas pensam também. Com isso, a gente entra em social listening, que eu acho que é de uma super riqueza e poucas marcas aproveitam. É muito bacana imaginar que a gente, como marca, consegue entregar uma experiência muito melhor com uma abordagem melhor através desses dados, até mesmo na criação de um CTA (call-to-action), uma chamada ou coisa assim para ser bem prática. 

[Vanessa Dias – Rock Content] Perfeito. Uma coisa que você fala tanto quanto de Pinterest, é sobre sua especialidade em marketing humanizado. Você pode explicar para quem está escutando a gente o que é marketing humanizado, essa filosofia?

[Liliane Ferrari – Especialista] Achei bonito o que você falou no final “filosofia” porque é muito mais filosofia do que alguma técnica que você consiga apertar um botão. Eu até costumo falar que nenhuma empresa que chega pra mim e diz “oi, Lili, tudo bem?” me humaniza, nunca aconteceu. 

Eu demorei muito para abraçar esse termo porque eu acho que ele fica simples demais para aquilo que significa de fato. Mas, se pensarmos, o próprio marketing hoje de 2022 não é o marketing dos anos 60, 70 ou 80, que era um marketing como uma disciplina, algo dentro de uma corporação que trabalha apenas com formas, comunicação e chamadas que me façam vender mais, ser mais desejado e ser mais conhecido. O marketing é muito mais amplo, hoje a concepção do que ele representa é mais ampla. O processo seletivo de uma empresa é marketing, a forma como ela trata seus funcionários num suposto momento de demissão coletiva é marketing humanizado, como ela compra matéria prima, quais fornecedores ela contrata, tudo isso é marketing humanizado.

Às vezes, me perguntam se o marketing humanizado é centrado no cliente. Não! Ele é centrado nas pessoas: pessoas que são clientes, que não são clientes, funcionários, fornecedores, todo mundo que está aí por fora. Eu sempre procuro frisar que minha especialidade dentro do marketing humanizado é na expressão das marcas. 

O que é expressão das marcas? Assim como eu tenho meu Instagram, as marcas tem o Instagram delas, e lá elas se expressam: quem ela é, como ela quer ser vista, o que ela gosta – isso é a expressão da marca. Só que isso é a ponta do iceberg do marketing humanizado 2022, porque hoje é a transparência que impera. Não adianta uma marca falar, ser super legal ali, fazer memes, e não cuidar bem dos clientes, ou jogar dejetos em um rio que vai prejudicar uma comunidade, entende? Por isso eu vejo as pessoas não entenderem o marketing humanizado, pois focam somente na comunicação e o marketing realmente é maior que isso e permeia todas as estruturas da empresa, a liderança, etc. 

Um exemplo muito clássico que todo mundo conhece é do Magazine Luiza. As pessoas podem dizer que é uma marca super humanizada porque tem a Magalu, descolada, faz memes, está interagindo com outras marcas, tem uma atuação de gente,e esse é o ponto. 

Mas não é só isso, porque isso é expressão humanizada. Mas quando a gente fala do marketing como um todo, vem a Luiza Trajano falando que vai apoiar o movimento para compra de vacinas, vem o movimento de trainees para pessoas pretas em lugares e posições de decisão na empresa, é todo um conjunto da obra. É também quando eles não demitiram ninguém na época da pandemia, tudo isso são elementos do mosaico que forma uma empresa humanizada. E para concluir, porque isso é muito importante falar, não é porque é uma empresa humanizada, que tem essa liderança humanizada, que tem certos aspectos, que ela não vai errar. Ela vai errar, até porque se pegarmos o clichê de “errar é humano”, então, claro que ela vai errar. E essa humanização vai mostrar se ela é verdadeira ou não neste momento. Na hora que ela precisar pedir uma desculpa, fazer uma retratação, é isso que te faz humano.  

Tem uma especialista em marketing que se chama Meredith Ulmer, ela é americana e fez a estratégia da Wendy’s. Ela diz que o que importa é a marca conversar como se fosse uma pessoa com quem você gostaria de conversar. Aí que está o segredo, mas isso fica mais lindo quando é suportado por uma empresa que é assim de dentro para fora, não só para o cliente, mas para todo mundo, para a natureza, os animais, para tudo. O que é o sistema B? É exatamente isso, critérios que colocam sua empresa num lugar onde ela cuida da natureza, das pessoas, da comunidade, até do produto, da embalagem, como ela recicla aquilo que ela colocou no mercado. 

[Vanessa Dias – Rock Content] Perfeito. Eu acho isso de uma importância fundamental. A gente estava falando de como na internet as pessoas têm diferentes canais, hoje as empresas são praticamente transparentes, podemos ter uma visão que antigamente não era possível antes da internet. Acho muito legal sua especialização ir de encontro com o Pinterest. Você comentou sobre a expressão visual da marca que é só a ponta do iceberg. É muito bacana, pois a gente pensa no Pinterest e pensa em elementos visuais, mas trabalhar em 360 é muito bom.

[Liliane Ferrari – Especialista] Só ia complementar uma coisa do que você está falando. Uma característica que podemos falar de técnica do marketing humanizado, para não dizer que é só filosofia, é a não interrupção. A não interrupção não é só o inbound marketing, é uma plataforma como o Pinterest também. Ela não é interrompida, ela tem o momento dela, fazendo o que ela quer, dando as ordens que ela quer, saindo do lugar mais passivo de ficar ali recebendo. Isso é muito humano, você entender que você é uma marca – e eu falo que as marcas deveriam fazer terapia, na verdade as lideranças. Eu já trabalhei bastante com lideranças muito diferentes, pessoas com backgrounds muito diferentes, de lugares muito diferentes e negócios muito diferentes, mas uma coisa que sempre percebo: tudo vai partir do quanto aquela liderança banca dentro da empresa, o quanto ela quer que aquilo realmente aconteça – se não passar por ali não dá. Tem também aspectos técnicos como um anúncio ser menos intrusivo e ser mais participativo, sem ser pelo algoritmo, e sim a partir dos desejos do cliente.

Eu dou aula em faculdade de publicidade, pós de marketing, e acho que a primeira coisa nesse processo terapêutico é entender que as pessoas pagam para não ver publicidade. As pessoas não querem ver. Eu pago, você paga, viva o Spotify – nós pagamos para ouvir o negócio completo, por que isso? Por que as pessoas pagam para não ver? Porque aquilo está interrompendo e interromper é muito chato. Será que a gente não consegue, – e digo nós enquanto categoria, pois somos tão inteligentes, – será que a gente não consegue pensar uma coisa que seja mais legal?

Até para nosso próprio uso. Tudo que há de ruim que a gente vê e aponta no mercado, uma promoção muito ruim, uma abordagem ruim, foi feita por colegas. Somos colegas e estamos aí neste espaço e talvez nós mesmos somos responsáveis por uma aversão das pessoas à própria publicidade que vivemos dela e que paga nossas contas. 

[Vanessa Dias – Rock Content] Com certeza. Inclusive estou bastante curiosa para saber depois um pouquinho de como o Pinterest Ads se comporta com todos esses conceitos que a gente abordou. Mas falando agora um pouco do Pinterest, a primeira coisa que eu queria saber é porque você escolheu o Pinterest para se especializar e abrir sua agência.

[Liliane Ferrari – Especialista] Eu sempre gostei de coisas novas, o meu esquema de trabalho há muito tempo na consultoria é trabalhar projetos, eu não entrego para o cliente o conteúdo de um fee mensal, são projetos. O projeto de um concurso, uma websérie, influenciadores embaixadores, tudo projeto. 

Estava até falando esses dias, tenho uma cliente desde 2010, já fizemos diversos projetos e eu me sinto tão à vontade de estar com eles e dar várias ideias que eu sei que eles vão fazer se gostarem. 

Eu sempre olhei coisas novas para oferecer para meus clientes, pensando no meu negócio. Então eu termino um projeto e o que eu posso fazer, o Instagram ele já tem, o Facebook ele já faz, o que ele não tem e o que ele pode ter de legal? 

Isso é uma das coisas que de cara já me atraiu: poder levar algo novo. Quando eu vi a dinâmica na plataforma em si, me agradou muito. No sentido de que as pessoas ficam bastante tempo, fazem vários tipos de pastas com coisas que amam, que querem colecionar, que querem fazer como uma receita, um bolo, um corte de cabelo, uma decoração em casa. 

Isso me trouxe uma sensação de mais utilidade. O que eu quero dizer? Eu estou me incluindo em tudo que estou falando, mas às vezes o Instagram traz aquela sensação de “o que eu estou fazendo aqui, porque eu estou vendo isso, porque estou vendo tal pessoa”, e se formos para o Facebook isso ainda piora, pois ele quebrou um aspecto de rede social que é muito importante, que é a conexão de pessoas por interesse em comum. 

Eu me conecto à Vanessa porque a gente ama conteúdo e queremos nos falar. A Vanessa pode morar em Moscou e eu em Santiago do Chile e não tem problema, estamos conectadas por um interesse. E o Facebook virou um tanto de pessoas que se conhecem e estão conectadas a um perfil, e não a interesses. Aí você coloca lá uma coisa e as pessoas estranham, como quando eu digo que gosto de BBB: já recebi várias mensagens de pessoas surpresas. Porque ali não tem o aspecto de rede social, e o Pinterest recupera esse aspecto de rede social que eu sempre amei. Pensa que sou raiz, lá do passado, que a gente se conectava numa comunidade do Orkut porque realmente odiava segunda-feira, tinha uma questão muito específica para estar naquele grupo. E o Pinterest tem essa possibilidade, sem métricas de vaidade, sem seguidores e likes, é você com você mesmo, sem ter que posar para toda uma sociedade e mostrar quem você é, isso cansa. 

Na minha cabeça eu já estava percebendo que eu mesma enquanto pessoa já não aguentava mais e eu pensei que isso vai acontecer em algum momento com outras pessoas, elas vão querer voltar para um ambiente sem tanta notificação, sem julgamento, para um lugar onde ela cria pasta secreta, pasta aberta, pasta compartilhada…

E também porque como falamos no começo, comecei a trabalhar muito antes de 1998, bem antes disso, eu estava cansada de estar em algumas plataformas onde a qualquer momento cai uma bomba como no Instagram, vem um comentário, gera uma crise, tem o algoritmo que mudou de novo. É muito cansativo, é insalubre. 

Como eu já sou bem mais velha, eu sempre falo para a Marina Migliorucci que trabalha comigo em um tanto de projeto, eu já sou velha, não vou aguentar isso. Já passamos por várias coisas, então eu fui procurar um lugar gostoso onde eu tivesse prazer de trabalhar, onde eu pudesse entregar pro cliente resultado rápido e isso é muito gostoso.

Pegamos o perfil, inserimos o catálogo, ele vai lá pra cima e o cliente fica feliz! Ele não fica buscando seguidores, métricas de vaidade, likes, nada. É quantos cliques você teve, quantos cadastros foram feitos, é muito sobre isso.

[Vanessa Dias – Rock Content]  Muito legal. E o Pinterest não é uma rede social pequena, pelo contrário. Não sei se todos que estão vendo a gente sabe, mas o Pinterest hoje tem aproximadamente 450 milhões de usuários ativos mensalmente, e desses, mais de 45 milhões são brasileiros, e isso é quase ¼ da população do Brasil. É bastante coisa. Mas ao mesmo tempo, o cenário que a gente vê no Brasil não é das empresas darem prioridade ou sequer cogitarem o Pinterest em suas estratégias de marketing. Eu queria saber, na sua opinião, por que isso acontece?

[Liliane Ferrari – Especialista] Olha, eu podia fazer uma sessão só para falar disso. Mas vou pegar a primeira informação que você trouxe, 45 milhões de pessoas utilizando a plataforma. Tem pessoas que falam para mim que comparando com o número de um Facebook, de um Instagram, é pouca gente e não tem ninguém lá. Acho tão interessante essa fala, porque qualquer empresa, qualquer pessoa que esteja vendo a gente aqui se tivesse metade dessas pessoas entrando em contato hoje com eles, o que aconteceria? Vai bugar tudo, porque nenhuma empresa tem condições de atender 23 milhões de pessoas ao mesmo tempo e estou falando de metade da plataforma, não é pouca gente.

Existe outra coisa também que são vantagens competitivas, toda vez que uma marca entra primeiro em uma plataforma, ela já tem a vantagem competitiva do pioneirismo, essa vantagem não precisa nem ler o Philip Kotler para saber que ninguém tira de você, é sua sempre, pioneiro. 

Tem também o outro aspecto, as marcas ficam muito cansadas, os profissionais ficam cansados, pois já estão naquela roda vida de Facebook, Instagram, Whatsapp, Youtube, e muitas vezes, quando olham pro Pinterest, pensam: “mais uma coisa, nao vou aguentar, não quero saber”. Sem entender que o Pinterest tem uma outra dinâmica. 

Eu nunca pergunto para os clientes como está sua gestão do Pinterest. Geralmente, depois do projeto inicial, colocamos a marca lá dentro, fazemos as pastas estratégicas e falamos que ele tem uma manutenção do perfil. Não é um lugar onde ele tem que fazer 3 posts semanais, colocar coisas nas pastas, é um ambiente muito tranquilo.

Claro que você não vai pegar um perfil e deixar ele morto sem olhar para ele. Mas é um lugar onde os pins não acabam, os pins têm vida eterna.

Eu vejo essas três características: as pessoas que dizem que não têm muita gente na plataforma; quem diz que “isso não é pra mim”, pois desconhece e pensa que tem que fazer mais conteúdo ainda – e para quem é profissional do marketing e está nos ouvindo, o Pinterest é muito legal porque ele toca na dor do nosso cliente que é: está caro fazer conteúdo, então, quanto mais eu puder otimizar e potencializar o conteúdo em vários lugares, melhor. E por último, um desconhecimento mesmo sobre a dinâmica da plataforma. Eu acho que são essas três coisas que fazem com que a marca perca a oportunidade.

Porque a partir do momento que o Pinterest é mais aproximado de um buscador do que de uma rede social para eu ver meus amigos e falar com os outros, se eu sou uma marca, faz parte da minha obrigação estar lá para ser encontrada. É o mínimo eu colocar minhas coisas lá para ser encontrada nas buscas. 

Mas e quem trabalha com nutrição, com finanças, etc? Se vocês olharem o Predicts do Pinterest, vocês vão ver que as pessoas fazem buscas sobre finanças, sobre nutrição, sobre arquitetos que elas querem contratar, sobre muitas coisas, até B2B pesado como peças de carro… tem um universo ali.

Os profissionais devem considerar mais o Pinterest na estratégia como uma espécie de pré-treino ou pós-treino para a marca. Não é algo que vai mudar tudo, mas é um lugar importante. Se você toma o pré-treino ou pós-treino e faz ginástica, você tem um resultado diferente.

Por isso que eu dou esse conselho para não colocar o Pinterest como o principal na estratégia, mas como apoio, ele é super pós-treino e vale muito a pena. 

[Vanessa Dias – Rock Content] Eu acho que as pessoas que estão assistindo a gente agora devem estar impactadas nesse momento. Você comentou que o comportamento dos usuários dentro do Pinterest é muito diferente, por exemplo do Instagram onde tudo muito rápido, próximo, curto, a pessoa não sabe nem o que quer ver, ela só abre o feed e vai rolando. Gostaria que você explicasse para que a gente começasse a entender, como é o comportamento dos usuários dentro do Pinterest?

[Liliane Ferrari – Especialista] A maior parte das pessoas que usam o Pinterest estão ali pois desejam uma versão melhor de si mesmas, de suas vidas, têm desejos e sonhos e porque elas também gostam de alguns temas que são colecionáveis. Eu sempre posicionei essas duas coisas ali. 

Eu sou uma pessoa que adora ficar no Pinterest para minhas próprias coisas e percebo meu  próprio comportamento. Queria fazer uma parede de cimento queimado, ai procurei um tanto de parede e sala com cimento queimado, olhei, cliquei, entendi como faz, comprei a tinta e fiz em casa, pronto, realizei meu sonho, outra pasta. 

Agora eu quero uma estante. Falo isso porque eu mudei de casa, então é o que eu penso. Tem pessoas que fazem isso com maquiagem, beleza, cabelo, um vestido. Essa pasta eu tenho: tem um casamento que vai acontecer em breve e eu e minha filha queremos ir muito lindas, então, eu fiz uma pasta para pensar no vestido, no modelo, o que vestir, o que queremos. São sonhos, coisas que você vai realizar. 

O comportamento da pessoa que está no Pinterest não é nunca para se posicionar para o outro. Ela não está ali para falar dela, para comentar, e o que eu acho lindo e mágico, – e que complementa o que já falei, – é que as pessoas não brigam no Pinterest. Você não vai chegar num post e ver alguém falando mal da imagem, porque ali você vê o que você quer, você se relaciona com o conteúdo que você gostou, o algoritmo é muito legal e ele não vai só navegar pelas palavras, ele repara o tipo de imagens que você salva e começa a te apresentar isso. É muito legal a relação das pessoas com suas pastinhas. O Pinterest tem muita pesquisa.

98% das pessoas que entram no Pinterest responderam que entram na rede para se inspirar para uma coisa que querem comprar ou fazer. A intenção é muito importante.Temos que entender que quando olhamos o tempo de permanência do usuário no Instagram e no Pinterest, este último é menor, mas pensa que o Instagram tem a dinâmica de ver o que está acontecendo na vida do outro, mostrar sua vida, aquilo está acontecendo todos os dias. Quando a pessoa vai para o Pinterest ela está mais em um projeto, mais em alguma coisa, uma receita, uma viagem, algo que ela quer estudar, está voltada em um projeto de vida. É um momento em que a pessoa está mais tranquila, não está trabalhando, e no Instagram não, você vê durante o trabalho e está ali naquela loucura, tem uma hora que você nem sabe o que faz ali. 

A intenção sai de um lugar da passividade. Às vezes, eu mesma me pego pensando o que estou fazendo ali no Instagram. E no Pinterest é diferente, por mais tempo que eu gaste lá, vendo coisas aleatórias e salvando as coisas, é gostoso, estou no meu tempo, é uma coisa minha, estou me satisfazendo e não prestando contas para a sociedade do que estou fazendo. Essa é a principal característica.

E são pessoas que compram também, a faixa etária é um pouco mais alta, são pessoas que têm um poder aquisitivo, têm um cartão de crédito na mão. Não temos nenhuma pesquisa específica do Brasil em termos de valores e ticket médio gasto, mas o ticket médio gasto por uma pessoa no Pinterest é de 125 dólares, é muito maior que o ticket médio de um Facebook ou Instagram, por exemplo. 

[Vanessa Dias – Rock Content] O pessoal da equipe de marketing aqui da Rock Content disse que 65% da galera nos assistindo não trabalha com Pinterest na estratégia de marketing ainda. E eu acho que pode ter muito a ver com um dos motivos que você mencionou, da pessoa achar que não tem a ver com o segmento dela. Você comentou que as pessoas procuram muito de moda, decoração, são os nichos mais óbvios do Pinterest. E para o profissional de marketing que não trabalha nesses nichos, trabalha com um tema que não é tão visual, não é tão tangível, como ele pode aproveitar o Pinterest estrategicamente?

[Liliane Ferrari – Especialista]  Muito boa sua pergunta, porque a gente tem a oportunidade de desmistificar algumas coisas. Eu deixei para a gente falar sobre o Predicts mais para o final e separei dois cases. Mas para te responder vou usar um deles, uma pesquisa que saiu nas previsões, nas tendências que o Pinterest mostra que estão se consolidando na plataforma. Vou ler termos de busca: busca por dicas de investimento, dicas para renda passiva, educação financeira, planejamento e investimento em imóveis para iniciantes tiveram aumento de 195%. Isso é para mostrar que as pessoas procuram por tudo dentro do Pinterest

Se você é da área financeira, como pode trabalhar? Criando infográficos, trabalhando com imagens ou até vídeos que você produz para os stories. Tem o Idea Pin que é basicamente um story eterno, que não apaga. Você pode levar esse tutorial para lá. O importante é ter uma presença. 

Eu digo que o Pinterest está num momento onde é importante ainda usar essa palavra, presença digital. As marcas precisam ter uma presença digital. No Facebook e no Instagram, já passamos da fase da presença digital das marcas e temos que ir para um novo espaço que é da atuação digital. Como você vai atuar para ser percebido neste novo espaço cheio de gente, ultracompetitivo?

Por isso que o Pinterest está num momento que é só presença, só estar ali por enquanto já é muito. Outro dia eu estava falando com uma arquiteta e ela contou que usa muito o Pinterest para pesquisa, e com pastas secretas, mas que nunca colocou as coisas dela lá. Pensa: do mesmo modo que ela se inspira com outros portfólios ali, outras pessoas podem se inspirar com o portfólio dela. 

Tem que extrapolar o pensamento e ir um pouquinho além, porque às vezes as pessoas pensam assim: eu tenho uma loja física aqui no meu bairro, vou colocar no Pinterest. As pessoas vão lá e acham aquela imagem bonita, selecionam, clicam mas nunca vão vir no meu bairro e nunca vão me visitar. Mas essa pessoa no mínimo clicou no seu site e mostrou que o site tem tráfego. Mostrou para o Google que alguém estava ali e se interessou pelo conteúdo. 

Trabalhamos também com muitos blogs corporativos e damos sempre essa dimensão para o cliente, de uma generosidade digital onde você faz o conteúdo e tem dois públicos – aliás tem um cliente que explicou isso maravilhosamente bem. 

Ele disse que tem um público que compra – e ele sabe disso porque está no mercado de luxo e sabe que não vai ser todo clique que vai reverter em venda. le sabe que tem um público que é o que compra e sabe que tem o público que é para o Google ficar feliz e ver que tem pessoas lá que gastam tempo no site. Isso também é uma espécie de cliente que temos que levar em consideração.  

[Vanessa Dias – Rock Content] Muito legal. Vamos falar um pouco sobre o tráfego orgânico dentro do Pinterest. Algumas pessoas até perguntaram no chat sobre o tráfego orgânico, elas estão querendo saber. E eu sei que você tem alguns cases muito interessantes em relação a isso. Na sua opinião, quais são as principais estratégias que as empresas podem aplicar para ter um resultado orgânico interessante dentro do Pinterest?

[Liliane Ferrari – Especialista] Eu gosto demais de trabalhar o orgânico. Não sou uma pessoa de mídia paga, de tráfego pago e o Pinterest também teve essa peculiaridade de ser totalmente orgânico até abril do ano passado (2021). Não tinha anúncio para comprar, nem patrocinado para fazer, a gente trabalhava o orgânico e não tinha outra opção. 

A primeira coisa em termos de estratégia é o conteúdo que você faz hoje, que você já produz para um blog, para o Instagram, para o canal do Youtube, para o TikTok, enfim, o conteúdo que já é feito hoje, pode ser levado para o Pinterest, é só entender para onde você quer remeter. 

Quero remeter ao meu próprio Instagram. Não tem problema, remete para lá. Quero levar para o meu site, leva para lá. A primeira coisa a pensar é que o conteúdo já foi produzido, conteúdo é caro, então vamos fazer ele render mais, ter uma vida maior que na timeline onde ele vive pouco e depois de um tempo já cai, não continua aparecendo para as pessoas. 

A segunda coisa a pensar é: é um e-commerce? Loja online? Tem que estar com seu catálogo dentro do Pinterest, porque é uma indexação automática. Você faz essa indexação e alimenta para sempre a plataforma com seu produto e seu catálogo. O Pinterest, ao contrário de outras plataformas onde recomendamos produzir muito editorial ou dizemos que não pode usar logo, ele incentiva a logomania, incentiva o uso de logos, porque em awareness é o que se faz para a marca aparecer nas buscas. É muito legal que mesmo que a pessoa não tenha clicado, ela guarda uma memória do que você colocou ali. 

Então é fundamental estar ali, porque dois terços do conteúdo do Pinterest são catálogos de marcas. É maravilhoso, a gente entra para ver o produto. Eu fico brava quando não vejo produto. E o site tem umas funcionalidades muito legais. 

Por exemplo, eu faço minhas buscas de decoração, então eu escrevo lá “cortina”, “persiana térmica” e aparece ali um explorar. Do lado aparece a aba “comprar”. São catálogos que já estão no Pinterest e já oferecem a compra. A Flávia, que é minha sócia na agência de Pinterest, fica muito brava quando ela quer comprar alguma coisa e clica, mas não tem link para a compra.

Isso é a primeira coisa: você tem que estar lá, não pode desperdiçar. Abre um perfil, conta comercial, XML, tem que estar lá dentro. Tem depois alguns outros macetes, é possível separar o catálogo por categorias, por exemplo, mas isso aí é um outro capítulo.

Essas duas atitudes são muito importantes. Fazer o upload de conteúdo e preencher todas as características do pin: título, descrição e link de destino. Todo mundo que está assistindo, isso é importante, nunca pode postar um pin da marca que não tenha um link para arremeter. Temos que buscar esse orgânico, como falamos. 

Quando a gente instalou em agosto de 2019 o XML do O Boticário, que é uma marca que tem um inventário gigantesco de produtos, jogamos com uma operação milhares de produtos dentro da plataforma e vimos resultados imediatamente, porque o algoritmo vai te levar, ele não vai ficar esperando ter seguidores. 

A busca no Pinterest é muito interessante porque ela é diferente da busca no Google. No Google, você faz uma busca e quer uma resposta, você já sabe mais ou menos o que quer, quanto custa, quer achar um parecido. Quando você vai no Pinterest você vai com mais tempo e aberto a muitas possibilidades. Você fica se relacionamento por mais tempo com o conteúdo. Essa jornada que a gente fala de chamar a atenção, ser visto, selecionado, colocado numa pasta, faz a pessoa se relacionar mais tempo com o conteúdo do que seria somente com um post corrido na timeline.

Eu sempre falo que o Pinterest é muito específico, ele leva a leads muito qualificados. Já ouvi feedback de uma marca que levou 250 pessoas através de um pin específico, mas só 7 compraram. Eu pensei: “Opa! Só 7 compraram? Eu já estou muito feliz!”, pois fizemos muitas campanhas de Instagram e recebemos um monte de cliques e, às vezes, não tem nem um cadastro. E por que esse fenômeno acontece? Porque a pessoa já está na intenção daquilo, ela já quer muito aquilo e na hora que ela encontra, é isso. 

[Vanessa Dias – Rock Content] Estágio do funil mais fundo. 

[Liliane Ferrari – Especialista] Muito. Antes de falar com você, eu estava falando que a gente pode fazer a campanha de três formas, em três momentos e o orgânico é importante quando a gente fala do patrocinado. Muitas marcas, assim que abre o patrocinado, patrocinam sem nada de orgânico. Aí mora o perigo. A marca vem com criativos, com CTAs e uma memória de segmentação de outras plataformas com outras dinâmicas e quer aplicar isso no Pinterest. É pegar uma bolinha e tentar encaixar em um triângulo: não vai entrar. Tem gente que acha que a campanha foi boa, mas não foi boa. Você tem alguma coisa de orgânico, você implementou seu catálogo? O catálogo do O Boticário como eu falei, inserimos milhares de produtos de uma vez só e conseguimos chegar em 2,3 milhões de views. Para uma marca desse porte é muito importante estar neste lugar, ocupar esse espaço. Ser vista e relacionada. 

Fora isso, eu acho que o Pinterest, principalmente agora – sendo super realista – não dá aquele tráfego orgânico imenso, porque a partir do momento que o site implementou o anúncio, é business. Mas como Deus ajuda quem cedo madruga e também quem faz sua entrada antes na plataforma, marcas que já estavam ali e já tinham seus catálogos, pastas e tudo mais, já tinham um ritmo. E quando você consegue um ritmo no Pinterest, é muito difícil te frear, você já tem um bom desempenho. 

Tanto que eu estou com um cliente que agora em março vai fazer um ano de orgânico, é uma marca grande, e está feliz com o orgânico e com essa inteligência conquistada ao longo do ano inteiro vai começar a investir. 

Os anúncios são bárbaros, têm formatos incríveis e tem uma retenção muito boa, mas é importante – não sou uma profissional inconsequente – é preciso ir aos poucos e ser responsável.

Eu falei para vocês que estava vendo campanhas e se ia fazer de consideração, de awareness, pois dá para fazer de tudo no Pinterest, funil, conversão, tudo. Mas eu pensei que me preocupo muito com o ROI disso, quanto a gente vai entregar para o cliente. Não adianta pegar uma verba, jogar lá e opa! Não, eu preciso dar satisfação para meu cliente. 

Nessa realidade, eu preciso dizer que o orgânico não traz 10 milhões de views como antigamente, Ele é muito bom, tanto que eu acho que foi na entrevista que vocês fizeram que eu usei o exemplo do Ateliê Baobá, que é um e-commerce pequeno, regional de São Paulo, e quando a gente implementou o e-commerce com cerca de 800 peças. Não deu um mês e ele teve 78 mil views no catálogo. Então, é disso que estou falando. 

Antes dos anúncios seria possível chegar a 250 mil views, mas já entreguei 78 mil e a cliente está muito feliz. 

[Vanessa Dias – Rock Content] Muito legal, Liliane. Temos tempo para mais uma última pergunta, e na verdade você já listou alguns cases, como o Boticário, o cliente que você falou agora… Tem mais algum case para nos mostrar, antes da gente abrir para perguntas?

[Liliane Ferrari – Especialista] Olha, vou usar o case de um cliente meu mais antigo que é a Live!. A marca aposta desde 2017 no Pinterest, quer potencializar o trabalho das influenciadoras, quer que o conteúdo tenha uma vida mais longa já que eles têm muitas peças clássicas, que são atemporais – eles têm que estar lá. É uma marca que, agora que surgiram os anúncios, entrou bem nos patrocinados. A primeira verba investida já foi uma verba muito assertiva porque já vinha com uma memória daquilo que funciona dentro do Pinterest.

O Pinterest é surpreendente. Atendemos no ano passado a Damyller, uma marca de jeans que eu amo e adoro, e eu nem sabia que eles faziam peças masculinas. Quando começamos a lidar com o catálogo, com as peças, e olhamos no próprio analytics do Pinterest, ficamos surpresos: olha como tem retorno, como as pessoas salvam as peças masculinas! Será que, quando a gente pensar numa ação criativa, a gente não pode focar em cima disso?

Fora essa, acho que vou citar mais uma, só para trazer algo diferente, para citar uma ação de ponto de venda. O Pinterest tem uma integração Pin Code, como um QR Code, só que bonitinho. Utilizamos no ponto de venda  de um supermercado de SP, o Santa Luzia, que tem só uma unidade, bem premium. Fizemos uma campanha da Búfala Almeida Prado dentro do mercado com o pin code, onde as pessoas podiam ver pratos que usam o produto feitos por um chef . O Pinterest é muito rico, falamos muito do arroz com feijão que é aproveitar conteúdo, trabalhar seus e-commerces, mas existe todo um outro universo ali para marcas que estão mais maduras como por exemplo a Live! que todo projeto tem um pedacinho de Pinterest, seja uma pasta nova, sejam videos de tutorial no formato de Idea Pin. 

Agora, inclusive, estava em manutenção a XML, talvez a aba de e-commerce não esteja lá, mas tem uma aba de comprar que as pessoas já clicam e vão direto. É o famigerado clique direto no link da bio. 

[Vanessa Dias – Rock Content] Tem duas perguntas que vou juntar em uma para você ajudar duas pessoas. Uma perguntou se faz sentido um corretor de imóveis se posicionar no Pinterest e outra tem um cliente que trabalha com adaptação postural em cadeira de rodas, se também faz sentido estar no Pinterest

[Liliane Ferrari – Especialista] Vou começar pelo mercado imobiliário. Entregamos no final  do ano passado o projeto da Quinto Andar. Eles têm um blog, uma série de trabalhos com influenciadores, produção de conteúdo, guia de cidades, conteúdo editorial mesmo. Aqui não estamos falando de produto, mas de relacionamento da marca. Falamos tanto de conexão de marca com as pessoas, só que conexão é igual amizade, para ser melhor amiga tem que se ver, encontrar, tem todo um trâmite para fazer essa conexão. É muito bom para a marca fazer o próprio posicionamento, o branding, a awareness. Foi um perfil que a gente pegou do zero e só com o orgânico no final do primeiro mês já tinha 58 mil views orgânicos. Recentemente, atingiram 10 milhões de visualizações com os patrocinados, muito por conta do trabalho que já era orgânico, que é a raiz, a fundação e potencializa o dinheiro também. 

E só para lembrar, uma das buscas em alta que está nas previsões do Pinterest é o investimento em imóveis para iniciantes. Se você puder ser um corretor que ajuda as pessoas, que tem dicas de como elas fazem para tirar um financiamento, como comprar o primeiro imóvel, como chegar no imóvel que se quer, isso é muito positivo. Dá para ter e aproveitar muitos conteúdos. 

A segunda pergunta é sobre um nicho muito específico de reeducação postural para pessoas em cadeira de rodas. Tem algumas buscas no Pinterest sobre postura, fisioterapia, bem-estar e o Pinterest é muito inclusivo, é uma plataforma que pensa na diversidade mesmo, desde as equipes, e sabemos que o marketing humanizado é muito de dentro para fora. O Pinterest tem ótima acessibilidade, tons de pele, por exemplo, se você quiser fazer busca por um batom, dá para achar diversos tons de pele. E neste sentido é um conteúdo muito bem-vindo dentro da plataforma. 

O Pinterest tem uma busca chamada busca empática, ele lê o que as pessoas estão buscando e ao menor sinal de baixa autoestima, depressão, são acionados os pins de CVV para a pessoa, ou de outras formas que ela pode sair do aplicativo e se cuidar. Aliás, até no Predicts do Pinterest existe uma categoria inteira de bem-estar, acessibilidade, pessoas com algum tipo de deficiência e isso está em alta também dentro da plataforma. Se você souber produzir conteúdo que case com a plataforma, pode dar certo sim. É mais um espaço para vocês estarem presentes. 

[Vanessa Dias – Rock Content] Estamos quase chegando em uma hora de webinário, e está tão bacana esse papo, vamos falar do Predicts. Os dados que você trouxe anteriormente são deste ano? Pode aproveitar e emendar o que tem de interessante dentro do Predicts para as pessoas entenderem as tendências? 

[Liliane Ferrari – Especialista] Então, acho que falta a palavra específica, chamamos de tendência, mas é um pouco mais que isso. Quando somos uma marca, uma tendência é algo que está acontecendo agora e vendendo agora, e o Pinterest não é uma plataforma de hoje, é uma plataforma do futuro, o que é ótimo porque podemos nos planejar. 

Peguei aqui no Predicts uma previsão de moda, o que estão procurando. Imagina que eu tenho uma loja e descobri que vestido de pérola aumentou em mais de 30% a busca. Termos como “festa temática pérola”, “colar de pérola masculino”, “casamento em pérola”, tudo aumentou. Isso vai acontecer – eu tenho tempo de me programar, criar um conteúdo, até de comprar o produto se for o caso. O Predicts tem muitas previsões para diversas categorias como gastronomia, bem-estar, beleza e viagens.

Separei um de viagens. Olha o que estão procurando: melhor resort all inclusive. Aquele que você vai e fica lá o dia inteiro, que é maravilhoso. A segunda busca, que aumentou em 60%, looks de viagem em resort.

Viagem é um ótimo indicativo, pois a jornada de compra é mais longa. A pessoa não fala que vai para Machu Picchu amanhã. É toda uma conversa, pesquisa… E é maravilhoso nesse sentido de olhar o que vai acontecer e se preparar para oferecer isso. O Pinterest fez há alguns anos uma pesquisa de tendências/previsões para o carnaval e apareceu que as buscas com maior aumento – porque não estamos falando das buscas mais populares, mas sim das buscas que aumentaram fora do padrão normal – eram fantasias para homens e para casais. 

Se eu tenho uma loja de fantasia, eu vou no fornecedor que tem esses produtos e trago para minha loja. Depois eu vou e crio pastas “fantasias para casais até 99 reais” –  tem também o SEO que não falamos, o Pinterest tem um SEO e existem algumas técnicas para você se posicionar bem e rápido nas buscas. As pessoas costumam fazer buscas mais abertas, então quanto mais aberto você puder deixar, melhor. 

Eu lembro que a gente fez para o Quinto Andar algumas pastas que são muito abertas, como banheiro, quintal, lavanderia, varanda – e não importa porque isso ajuda nas buscas. Eu vou buscar possibilidades e não uma resposta correta final, então, a pessoa vai olhar banheiros e depois refina o que quer. 

[Vanessa Dias – Rock] A Cintia Costa perguntou: agora que o Pinterest está dando um super peso na Idea Pin, que não tem link de saída, até alcanço um número legal de views, mas nada de cliques. Como gerar tráfego para o site neste cenário? 

[Liliane Ferrari – Especialista] Eu particularmente não gosto de nada que não tenha link, porque isso é o principio da internet, navegar, sair de um lugar para o outro. O que é importante, se você já tem uma produção feita desses vídeos, já tem esse conteúdo produzido em MP4, é reaproveitar e colocar como pin. Mas como ele pode efetivamente te trazer tráfego? O Pinterest tem muito um comportamento que não é de se unir a pessoa. Ou seja, eu vejo um conteúdo bacana e não necessariamente quero seguir a pessoa, somente aquela pasta. É aquele pensamento: Onde ela postou isso pode ter mais coisa boa” que faz a pessoa ficar curiosa e buscar mais pastas e com isso ela se relaciona mais com seu conteúdo. Não é uma coisa direta, pois não tem como fazer um clique direto. 

Se seu usuário está sempre ali na Idea Pin, e por exemplo, ele gosta de ver preparação de drinks, pode acabar clicando no usuário para ver se tem mais conteúdo que interessa em uma pasta. É um caminho mais difícil, tem que fazer um esforço a mais, é como sair do post para ir no link da bio. Mas quando isso acontece, a pessoa já está muito filtrada para você, já está muito triada, ela não vai ali se não fizer sentido para ela.

É tudo uma combinação de fatores, precisa fazer um pouco de tudo para o conjunto da obra ser bom. Usar o conteúdo que já tem, fazer com que esse conteúdo gere teaser para outras pastas, levar para outros canais, pensar em ir comendo pelas beiradas, mas eu também fico triste que não tenha link.  

[Vanessa Dias – Rock Content] Para fechar, uma última pergunta que muita gente pediu, como elas podem aprender mais sobre o Pinterest, tem algum curso, algum material que você indica onde elas podem aprofundar mais sobre o tema? 

[Liliane Ferrari – Especialista] O próprio Pinterest tem um canal no Youtube. No PinterestBr, eles tem uma playlist que é um minicurso. São vários vídeos onde eles vão explicando sobre a plataforma, qual o propósito da plataforma, até chegar nos Ads. Quem tiver vontade de saber mais pode ver esses vídeos em ordem aleatória ou nã, e é muito legal porque está tudo ali disponível gratuitamente. Uma coisa que eu acho que faz o aprendizado ser acelerado é fazer na prática. Vai na plataforma, abre um perfil, crie pastas, brinque – eu costumo falar que nada explode, então pode mexer e usar tudo para ver. 

O analytics é uma delícia de olhar. Na agência, sempre que a gente entrega o projeto, faz uma sessão de capacitação com a marca e a gente mostra o que foi mais salvo, o que foi mais ampliado.É gostoso porque a gente entra num território que é muito amarrado no retorno, no ROI, no quanto o meu cliente está tendo de volta. Lembro até de algumas lideranças que trabalhei que eram muito voltadas para o resultado na planilha, e provavelmente eles iam falar para mim: “Liliane, o que você está fazendo no Instagram? Teve esse engajamento, mas e daí?”. 

Às vezes a gente perde um pouco o foco e o Pinterest faz voltar o foco e ver o quanto da marca está sendo interessante para as pessoas, se elas estão salvando, estão entrando, fazendo o cadastro, comprando o produto. Isso me traz um pouco para o mundo concreto, não o mundo de likes. E como eu já sou cringe, não acho que isso seja o mais importante para as marcas. Acho que elas precisam ter um olhar um pouco mais pragmático para o que elas fazem, botar mais na ponta do lápis o custo que elas têm com conteúdo que vai para uma plataforma e vive pouquinho, acho que é isso. E também me procurar! Pode mandar mensagem para mim no meu Inbox, falar que viu essa sessão e eu vou ter prazer em responder vocês. 

[Vanessa Dias – Rock Content] Li, antes da gente encerrar, você quer dar um último recado, uma última dica para quem está assistindo? 

[Liliane Ferrari – Especialista] Meu último recado é: usem Pinterest para suas vidas, seus projetos, mas entendam que a marca que vocês trabalham pode estar lá. Como a Vanessa falou no início, eu fundei a primeira agência focada 100% no Pinterest no Brasil, então, não fazemos nada além do Pinterest, o nome é pinterestexpert.com.br e estamos pretendendo colocar alguns mini e-books e vídeos para as pessoas entenderem um pouco mais sobre a plataforma e como ela pode ser um aliado para a marca. 

Muito obrigada a vocês, eu adorei estar aqui! Uso as camisetas da Rock, sou bem fã de vocês. 

[Vanessa Dias – Rock Content] Muito obrigada pelo papo, foi um prazer conversar com você! Queria agradecer também a todo mundo que assistiu, sempre é um prazer fazer as Jam Sessions com especialistas tão maravilhosos como você.  

[Liliane Ferrari – Especialista] Obrigada, gente!

[Vanessa Dias – Rock] Um beijo e até a próxima Jam Session.

Conteúdo extra

Pinterest Predicts 2022

Todo ano, o Pinterest divulga uma lista de tendências sobre o que provavelmente vamos experimentar no próximo ano. A lista organizada pela plataforma é feita com base nos dados globais de pesquisa no Pinterest. A deste ano compreendeu o período de outubro de 2019 até setembro de 2021.

As tendências de 2022 têm tudo a ver com cores e diversidade. Dá para filtrar as tendências por público e categoria. Vale a pena conferir!

Pins de produto

Como Liliane comentou durante a entrevista, o Pinterest não é mais apenas uma rede social voltada para o compartilhamento de imagens, ilustrações, designs e demais artigos visuais. É também um ótimo lugar para se fazer ecommerce.

Em setembro de 2021, a rede introduziu a opção de incluir um botão de “comprar” em Pins de produto. Se o usuário clicar ali, é enviado para o site do anunciante. Nos EUA, é possível fazer isso sem sair do Pinterest inclusive. No ano passado, a plataforma introduziu outras duas features para melhorar o relacionamento com o anunciante: as parcerias pagas por meio do rótulo “Idea Pins” em julho e o “Pinterest Ads” em abril no Brasil.

Uma pesquisa do eMarketer ainda mostra um futuro brilhante para o social commerce no Pinterest. De acordo com a previsão, o número de compradores na plataforma pode chegar a 17 milhões em 2025. Veja o gráfico abaixo.

Uma rede que privilegia a diversidade

Assim como o relatório de tendências deste ano é marcado pela diversidade, assim acontece na gestão do Pinterest. Dos 10 membros diretores, duas são mulheres negras.

Em junho de 2020, foi montado um comitê independente de diversidade para revisar a cultura interna da companhia. Desde então, a empresa vem tomando ações para que haja cada vez mais igualdade de gênero e raça no local de trabalho.

Ainda há um caminho longo a percorrer. No último relatório de diversidade da empresa, de maio de 2021, 70% dos cargos de liderança ainda eram ocupados por homens e apenas 4% destes mesmos cargos eram ocupados por pessoas negras.

Como já falamos por aqui, a promoção da diversidade tem que começar dentro da empresa para somente daí incluir isso na marca. É preciso ter a diversidade e igualdade no cerne do negócio, para que as campanhas de marketing reflitam naturalmente a característica da empresa.

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