Entenda de uma vez o que é open source e como funciona

O conceito de open source não é só um termo famoso: é uma revolução na forma como softwares são usados e distribuídos. Está associado a uma flexibilização na lógica de propriedade de sistemas que era muito comum há décadas.

Com esse novo princípio, a transparência entra em cena como protagonista e dita as regras do jogo. Não é mais ruim para a competitividade que uma empresa divulgue seus códigos e suas estratégias. Assim, tudo é aberto para as pessoas personalizarem uma aplicação desktop, um app mobile ou um site com base no que a empresa divulgadora começou.

Esse novo momento abraça uma característica que sempre existiu no mundo da tecnologia: o senso de comunidade, de fazer as coisas juntos. Assim, a área pode avançar com o apoio de milhares de pessoas ao redor do mundo, sem restrições, de forma espontânea, democrática, livre e aberta.

É necessário, também, ter atenção aos conceitos similares aos de open source, como o software livre e o software gratuito. Neste artigo, veremos:

O que é open source?

Open source significa código aberto, em português. Quer dizer que uma aplicação tem seu código aberto e disponível para qualquer pessoa que pretende modificar e até redistribuir o software. Contudo, há restrições importantes quanto a como isso pode ser feito, o que visa a estabelecer certo controle e ordem.

É uma abordagem que muitas empresas encontraram com a finalidade de flexibilizar a administração de seus códigos e iniciar um diálogo com as comunidades de desenvolvedores no mundo. Também é uma forma de permitir a consulta do código para que outras pessoas possam aprender e usar a empresa como exemplo em produções acadêmicas.

Ao mesmo tempo, torna-se uma maneira de evoluir uma solução com o apoio de pessoas bem qualificadas ao redor do mundo. Open source é o contrário de closed source, que é um código protegido por direitos de propriedade e fechado apenas para a organização.

Em alguns casos, as empresas fecham seus códigos e sua lógica usada para evitar cópias indevidas e perdas competitivas. Por mais que o código aberto seja uma tendência, ainda é comum ver código fechado em muitos cenários, por ser mais vantajoso.

O código aberto é um dos frutos de uma revolução iniciada por Richard Stallman. No entanto, vale destacar, a grande contribuição de Stallman é, na verdade, o movimento do software livre, que trazia uma nova abordagem para a criação e para o uso de sistemas de informação. Veremos melhor a diferença entre código aberto e livre no terceiro tópico deste conteúdo.

Como o open source funciona?

Uma empresa que criou um software X, e detém os direitos sobre ele, disponibiliza o código de criação da aplicação para todos em um repositório público, como o github. Porém, ela determina as condições de modificação e de distribuição de novas versões e de correções daquele código.

Ou seja, mesmo que haja um grande grau de liberdade, ainda não é irrestrita, pois há certo domínio dos criadores. Entretanto, isso não impede que o open source produza evoluções incríveis e contribua como um todo para o mundo da tecnologia, de forma primorosa.

Qual é a diferença entre software livre e software open source?

Há muita confusão entre esses dois termos. Muitos até trocam os conceitos como se fossem a mesma coisa, o que é um equívoco. Há diferenças que pontuaremos com detalhes, nos parágrafos seguintes.

Um software livre é uma aplicação aberta para todos, sem nenhum tipo de restrição de criadores. É o objetivo principal da revolução de Stallman: liberar os sistemas do controle privado e permitir que as criações sejam comunitárias, democráticas e livres. Assim, pode haver novas versões que são distribuídas como cada pessoa desejar. Software livre traz a ideia de liberdade para:

• executar o sistema para qualquer propósito;
• estudar e compreender o que foi escrito;
• redistribuir;
• fazer upgrades e apresentar às pessoas.

Por sua vez, o código aberto diz respeito menos à liberdade e muito mais à questão da transparência. É como a remoção das barreiras que protegem os códigos e a permissão da entrada de pessoas para contribuir, só com que regras. Diferentemente do software livre, que abole as regulamentações.

Código aberto, geralmente, tem um dono, ao passo que o software livre elimina a noção de alguém que funciona como um proprietário.

É importante conceituar outro tipo de software, que também se diferencia desses dois: o gratuito. É comum que sistemas fechados sejam pagos para uso. Contudo, há casos de softwares de código fechado que são gratuitos. Assim como todos os softwares livres não têm cobrança. Por outro lado, nem todo sistema de código aberto é 100% de graça.

A gratuidade tem a ver apenas com o que se paga para usar um sistema, e não com a liberdade de modificar/distribuir.

Quais são os benefícios do software open source?

Um dos benefícios para a empresa que entra nesse mundo é a melhoria da reputação. Ao abrir os códigos, a companhia se torna uma parceira dos desenvolvedores e se mostra disposta a abrir mão de segredos de negócio para evoluir a tecnologia de certa área.

É uma atitude movida por ideologia e por paixão, o que reforça o branding humanizado daquela marca. Ademais, para as empresas, isso pode ser a abertura para boas sugestões a fim de melhorar seus produtos.

Para desenvolvedores, há a possibilidade de sempre melhorar uma aplicação e, inclusive, distribuir novas versões com menos bugs e com correções de segurança. Isso é crucial para evitar erros, ataques virtuais e problemas de instabilidade no uso diário.

Além disso, existe a chance de personalizar uma aplicação para o gosto e para as necessidades de um grupo de desenvolvedores. Da mesma forma, uma empresa pode personalizar uma versão de um software para seus próprios intuitos.

Quais são os exemplos famosos de softwares open source?

Um dos maiores exemplos de código aberto, sem dúvidas, é o Mozilla Firefox. A empresa que faz um dos navegadores mais famosos do mundo disponibilizou o seu código para todos e estabeleceu regras para que as pessoas produzam novas versões sob nomes diferentes do navegador. Ou seja, o nome é a restrição e o que caracteriza o modelo da Mozilla como open source.

Temos, também, o Visual Studio Code, uma IDE que ajuda na programação de sites para web e de sistemas desktop em diversas linguagens. As melhorias sugeridas pela comunidade ajudam os próprios programadores a desenvolver com agilidade, eficiência, menos erros e maior segurança.

O WordPress é outro ótimo exemplo. Com o código deles, a empresa permite que as pessoas criem sites e modifiquem páginas usando seus recursos, de forma simples. Desse modo, é possível desenvolver um site para uma estratégia de comunicação e um blog para uma ação de marketing de conteúdo.

Open source é o nome dado para o compartilhamento de código em plataformas públicas para que todos possam ver e modificar. Contudo, acrescenta regras quanto ao uso. Pode ser interessante para uma empresa como uma estratégia de branding e como uma forma de melhorar seus produtos. Ademais, pode ser importante para desenvolvedores como uma maneira de aprender e de criar seus próprios produtos.

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