Lançada em 2013, a biblioteca React se tornou logo uma das queridinhas de quem trabalha com programação web. Seu foco era solucionar problemas de desempenho e de carregamento em páginas web para facilitar a experiência do usuário e oferecer suporte a interfaces modernas. Então, como toda tecnologia, logo se pensou em expandir o seu uso para outros contextos.
Disso, nasceu o React Native, uma versão que mantém a programação javascript, mas para criar aplicativos em outras plataformas, além da web. Assim, o React se torna onipresente em nossos sistemas, celulares, tablets e lojas virtuais.
Para saber mais sobre essa poderosa biblioteca, confira os tópicos abaixo. Explicaremos em uma linguagem compreensível e didática o que é, quais as características, vantagens e funcionalidades. Veremos:
O que é React Native?
Primeiro, uma breve introdução ao React. Trata-se de uma biblioteca criada no Facebook para lidar com o problema de atualização das páginas na rede social. Ou seja, rapidamente, a tecnologia se tornou um ótimo padrão para as chamadas single-page applications, páginas que carregam elementos sem recarregar a página inteira (como quando uma mensagem chega, mas a página do feed continua inalterada).
O sucesso da biblioteca, o crescimento da comunidade e as boas performances conseguidas fizeram mais pessoas se interessarem pelo React. Assim, surgiu uma versão para desenvolvimento mobile, em Android e iOS, o React Native. O termo nativo decorre do fato de que o desenvolvimento se dá a partir de elementos nativos dos dispositivos.
Então, em suma, enquanto o React tradicional era voltado para sites web, o React Native é uma versão para criar apps para celulares e tablets. Aos poucos, também apareceu suporte à criação de apps desktop, para Windows e Mac OS.
O React Native funciona, de certa forma, como um tradutor, permitindo que o programador tenha o conforto de continuar lidando com o javascript. Ou seja, não é preciso dominar as tecnologias de desenvolvimento mobile, como Objective-C e Java. Ao mesmo tempo, os apps nativos feitos com React se diferenciam totalmente de apps híbridos.
Nos aplicativos híbridos, criam-se instâncias de webviews em HTML, CSS e javascript. Em outras palavras, a programação é feita com as mesmas tecnologias de um site web, como aqueles feitos com o WordPress, sendo que a interface é estruturada da mesma maneira. Contudo, um app híbrido não tem acesso direto aos componentes nativos de um dispositivo móvel, nem consegue um visual exatamente similar ao de um app nativo.
Por sua vez, o React Native ajuda a ter acesso aos elementos internos e a ter o visual de um aplicativo nativo. Isso porque há uma conexão com a API nativa nas respectivas linguagens de cada SO móvel (Objective-C ou Java), o que possibilita a manipulação de componentes e partes de uma interface padrão do sistema utilizado no dispositivo.
Recursos como a localização, a câmera, o acesso aos contatos e outros estão disponibilizados com facilidade para gestão dentro de um app criado com React.
Quais são as suas características?
Neste tópico, a ideia é explicar um pouco melhor como funciona de fato o React Native, em termos mais específicos. Como falamos, existe uma mágica no meio, que faz com que o programador, de um lado, use javascript e, de outro, consiga funcionalidades e um visual em outra linguagem como Java.
Para isso, há um tradutor, que é chamado de “bridge” (ponte). A bridge estabelece a comunicação entre diversas threads de processamento (pequenos sistemas que processam requisições) que lidam com os códigos e com as solicitações.
Em uma primeira thread, temos o lado nativo, que mostra componentes na tela e lida com interação com o usuário. Em uma segunda thread, o código de javascript é executado, com as regras de funcionamento e o “como” das funções do app. A bridge intercepta as requisições do javascript e as resolve do lado nativo, na linguagem de cada dispositivo.
Na programação do React Native, os programadores usam o mesmo padrão de linguagem do tradicional, o JSX (uma mistura de javascript e XML). Usam-se tags específicas, diferentes das tags conhecidas do HTML.
Vale pontuar que o React Native é, assim como a versão principal, declarativa. Então, essa biblioteca não requer que o programador altere todos os elementos no código, e permite uma certa abstração para a pessoa da programação. Desse modo, os códigos são mais simples e intuitivos, também.
Por que usar o React Native?
Um dos motivos para considerar usar a versão nativa é o seu sucesso. O React é uma tecnologia bem estabelecida e consolidada, com uma grande comunidade e muitos adeptos apaixonados. É uma das mais queridas bibliotecas do javascript e é uma das mais usadas em projetos de empresas grandes, como o próprio Facebook, o Uber e o AirBnB.
Isso acrescenta certa segurança ao desenvolvedor, que sabe que contará com pessoas para auxiliar nos problemas e nas dificuldades de usar o padrão. Outro ponto é a modernidade.
Apps com React são aplicações modernas, bonitas, completas, com as qualidades dos sites SPA e com o poder dos recursos nativos. Além disso, oferecem uma ótima performance, por conta de elementos que desenvolveremos melhor nos próximos tópicos deste texto (por enquanto, uma dica: live reloading).
Quando você já está lidando com aplicativos nativos, o React é uma boa opção para expandir ou acrescentar funcionalidades. Afinal, ele suporta a integração com funções internas e lida com componentes nativos.
Se você não tem tempo para se aprofundar em tecnologias específicas, como o Objetive-C da Apple, o React é uma boa saída, também. Com uma tecnologia que programadores web já dominam, eles conseguem se aventurar em outro território e extrair bons resultados em termos de desempenho e segurança.
Sobretudo, os apps criados com React conseguem ser melhores do que web apps e do que apps híbridos, com um esforço de criação que não dá tantas dores de cabeça.
Quais são as vantagens do React Native?
Agora, vamos comentar as principais vantagens do React Native.
Uso multiplataforma
Como falamos, um dos benefícios que chamam a atenção para essa nova tecnologia é a sua versatilidade. Com a versão nativa, o React pode ser aplicado em celulares e em computadores, mesmo com a simplicidade e a clareza já conhecidas do desenvolvimento web.
Essa portabilidade (uso em muitas plataformas) faz com que a tecnologia seja muito usada e com que a comunidade continue crescendo. Uma comunidade grande, por sua vez, significa mais ajuda das pessoas para a solução de problemas.
Desse modo, é mais fácil para os desenvolvedores, pois eles não precisam dominar muitas soluções, e não correm o risco de perder tempo criando softwares inconsistentes.
Reuso
Outra vantagem é a capacidade de reuso de código. O código utilizado em um componente para o app pode ser reaproveitado para uso no site, e vice-versa. Esse reuso facilita a vida das pessoas que programam, pois economiza tempo e simplifica o processo de produção de um novo sistema.
Melhor experiência do usuário
O app criado com React Native é mais fluido no uso diário do que web apps que rodam no mobile. Isso porque web apps consistem apenas em uma experiência de navegador, mas com uma leve adaptação. O app nativo feito com o React proporciona um leque de possibilidades de manipulação, de modo que aproveita ao máximo os recursos de processamento do dispositivo.
Dessa forma, o usuário será beneficiado e se sentirá bem ao utilizar esse aplicativo, com uma melhor experiência. Ele poderá controlar o que precisa com agilidade e conseguirá integrar bem o uso daquele app aos outros que já tem.
Melhor desempenho
Aplicações desenvolvidas com React nativo são mais rápidas e respondem melhor do que outros tipos de apps híbridos. Eles oferecem uma manutenção mais ágil, bem como um carregamento mais preciso.
Quais são as suas principais funcionalidades?
Neste tópico, exploraremos as principais funcionalidades do React Native para explicar melhor como a biblioteca oferece soluções.
Geração de código nativo
Como já pontuamos, o código escrito em React Native é em JSX, uma versão do javascript. Para o programador, é como uma forma de javascript.
Contudo, nos bastidores, a ponte estabelece a conexão e outros recursos realizam a geração de um código nativo correspondente. Justamente por rodar com esse código, esses apps apresentam um melhor desempenho — uma das vantagens do tópico anterior.
Utilização de plugins
O React Native apresenta um recurso poderoso para reforçar e estender suas funcionalidades: os plugins. Eles são opções de componentes prontos que ajudam a resolver problemas específicos (e técnicos) dentro da codificação.
Componentes
A modularização é um aspecto importantíssimo acerca do React. Em outras palavras, ele divide o aplicativo em partes independentes, de modo que seja possível alterar cada parte, sem interferir em outras, ou simplesmente reusar uma parcela. É uma lógica similar à de microsserviços no back-end do desenvolvimento web.
Assim, o menu é um componente, a barra lateral é outro, e assim por diante. Para fazer alguma alteração em um dos elementos, o desenvolvedor não acessa a árvore inteira, mas somente os elementos específicos, o que torna o processo de alteração mais ágil e seguro.
Live Reload
Mudanças em um app criado com React nativo são atualizadas em tempo real graças ao Live Reload. Não é preciso um processo completo de compilação geral, mas somente a compilação de algumas partes enquanto o sistema está rodando.
É algo semelhante à ideia de atualizar uma página em tempo real, enquanto o usuário usa uma das partes: a modularização ajuda a compreender isso, já que as partes independentes funcionam como pequenos sistemas distintos, interagindo entre si para formar um sistema maior.
O React Native é uma tecnologia relevante em nossos tempos. Permite a criação de apps mobile consistentes, ágeis, robustos e seguros, com suporte a atualizações para melhorias constantes. Ou seja, é uma biblioteca que oferece aos programadores e aos gestores o poder para satisfazer as demandas do mercado, nesse momento de transformação digital. É um grande adicional ao javascript que permite fazer ainda mais com a linguagem.
Gostou deste conteúdo? Aprendeu mais sobre esse padrão? Então, entenda melhor como otimizar o javascript de suas páginas para obter melhor desempenho.
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