Vencedor de mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes, o aclamado publicitário brasileiro, Washington Olivetto, concedeu uma entrevista para o programa ‘’Poder em Foco’’, do SBT, no último domingo, para falar sobre o futuro da publicidade no pós-pandemia. A análise inclui desde o uso de métricas em plataformas online até a necessidade de reestruturar a equipe das agências.
O publicitário começou a entrevista ressaltando a importância da grande mídia para criar e desenvolver as marcas. Para tanto, segundo ele, é necessário que os veículos online e offline trabalhem em conjunto, unindo as suas vantagens para atingir o público-alvo.
As agências precisam desinchar
Washington Olivetto aponta que nos últimos anos tanto os anunciantes quanto as agências incharam. Essa é uma questão que já vinha sendo discutida antes da pandemia e que tende a ser resolvida após esse período, já que as agências precisam se reestruturar para cumprir as normas sanitárias e para apertar os cintos no setor de finanças.
‘’Conversei dirigentes de agência e todos disseram que trabalharam muito e ganharam pouco’’, disse o publicitário sobre o período em que as agências entram em home office por causa da pandemia. Ele também acrescenta que os anunciantes têm demonstrado maior interesse em negociar com ou dirigentes das agências ou com quem criou as ideias.
Isso mostra que as agências podem sobreviver desde que mantenham profissionais que tenham poder de decisão e capacidade de criação. Uma agência tida como boa pode ter o mesmo desempenho utilizando com a metade da sua equipe, ressalta Olivetto.
A presença física contínua importante para o processo criativo
De acordo com a Pesquisa Gestão de Pessoas na Crise covid-19, 46% das pequenas, médias e grandes empresas do Brasil adotaram o home office na pandemia, o que inclui as agências de comunicação. Uma das preocupações desse setor é que a ausência da presença física para a realização de brainstormings e briefings diminua a capacidade criativa dos funcionários.
Quanto a isso, o publicitário — reconhecido mundialmente por suas campanhas criativas — acredita que o gesto criativo é melhor quando envolve o companheirismo e parceria proporcionados pela presença física. Por isso, ele entende que embora cresça no pós-pandemia, o home office não vai ser totalmente implantado nas agências.
O Google deve se reinventar e oferecer um produto mais refinado
Um estudo da News Media Alliance revelou que o Google fatura cerca de US$ 4,7 bilhões por ano apenas com anúncios relacionados a notícias. Assim, é a empresa que mais fatura em publicidade no Brasil e no mundo. Porém, a forma de anunciar nessa plataforma tem gerado questionamentos entre as agências e anunciantes.
Atualmente, a equipe de publicidade define as campanhas e muitas delas entram na mídia programática. Uma vez lançadas no Google, essas campanhas são distribuídas em milhares de endereços. A responsabilidade de determinar onde fica o anúncio é da agência e do anunciante, pois a gigante de tecnologia oferece somente a plataforma.
Nesse contexto, torna-se impossível filtrar todos os sites em que o anúncio é veiculado, logo uma propaganda bem pensada pode parar em um site inadequado, e trazer pouco retorno. Para Olivetto, é preciso ter uma ideia central que possa estar em todas as mídias, mas quem deve escolher como ela vai ser veiculada é a agência e o anunciante.
As métricas são importantes, mas só é possível metrificar aquilo que acontece. E para acontecer é necessário seduzir. Atingir todo mundo não é interessante se você atinge o público errado. Nesse sentido, o Google deve se reinventar para oferecer um produto mais refinado, diz o especialista em publicidade.
Sem dúvidas, a pandemia impactou e tem modificado a estrutura, funcionamento e modo de pensar das empresas. Em uma área que se vive de criatividade, as agências de comunicação devem investir em soluções inovadoras para dar continuidade às suas atividades. Uma das ferramentas que podem ajudar nessa função é Gutenberg, um editor que facilita a edição de conteúdo no WordPress. Confira este artigo que produzimos sobre ele!
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