Esqueça aquela clássica cena desesperadora de Wall Street com um monte de investidores gritando por causa das indecisões do mercado. Hoje, o cenário é mais tranquilo e compensador.
Talvez você ainda não saiba, mas a Bolsa de Valores é um dos investimentos que tem os retornos mais altos e arriscados do mundo. Enquanto a poupança rende 0,5%, a Bolsa de Valores é conforme a sua capacidade, a diferença é relativamente gigante e os resultados também.
Para ajudar você a entender melhor o que é e como funciona a Bolsa de Valores, produzimos este conteúdo — começando pelo básico.
O que é a Bolsa de Valores?
A Bolsa de Valores é o mercado em que várias empresas vendem os seus títulos (públicos, mistos e privados) e os investidores os compram em troca de dividendos ou valorização dos papéis. Em outras palavras, é como um empréstimo, mas quem ganha o dinheiro é você.
Dentro desse ambiente, existem as corretoras de valores, que são as responsáveis pela intermediação entre investidores e empresas, garantindo uma negociação rentável para ambas as partes.
Como ela funciona?
É aí que muitas pessoas fogem de investir no mercado de ações, porque ouvem histórias de investidores que perderam tudo, chegam a assemelhar o mercado com jogos de azar e loterias.
Para evitar esse cenário, as negociações são realizadas com base em análises detalhadas da empresa, divididas em:
- análise fundamentalista (longo prazo): dados econômicos, indicadores financeiros, capacidade de gerar valor a longo prazo, validar o valor da ação, a concorrência e o mercado em que a empresa está inserida;
- análise técnica (curto prazo): analisa os gráficos das ações, mensura por semanas, dias e horas, e apresenta os resultados mais precisos.
Além das ações, você poderá comprar os fundos de investimentos ou por meio da gestora de investimentos, como o serviço de carteira administrada. Agora, entenda um pouco mais sobre o processo de negociação no mercado de ações.
IPO: Abertura de capital (oferta pública inicial)
Tudo começa quando as empresas disponibilizam as parcelas da participação na empresa em troca de dinheiro. Elas fazem isso com o objetivo de levantar fundos para ampliações e renovações estruturais, entre outras coisas.
É como se as empresas abrissem um espaço para novos sócios se filiarem. Elas informam que vão abrir o IPO (Oferta Pública Inicial), e determinam o valor e o prazo em que serão lançadas as ações para o público.
Dentro desse período, você poderá reservar algumas ações com o preço que achar justo — tendo em vista que é só uma reserva e isso não é garantia de compra. Então, é só aguardar o dia da abertura para confirmar se a empresa vai aceitar o seu valor para emitir a ordem de compra e venda.
Mercado primário
No dia do lançamento, a empresa valida, começa a aparecer na Bolsa de Valores e capta os recursos de que precisava. Enquanto isso, restam duas opções para você: negociar imediatamente, ou esperar o momento certo para vendê-las.
Como a empresa estará na Bolsa, é nesse momento que os investidores manifestam interesse nas ações e o preço delas passa a ser determinado pelo mercado.
É importante frisar que você deverá estudar e muito o mercado para tomar a melhor decisão no momento certo e não ser consumido por especulações. O ideal é escolher uma corretora confiável que possa auxiliar nas negociações de renda variável.
Mercado secundário
Se o investidor demonstrar interesse, vai para essa fase, que é aquela em que as negociações são concretizadas. Porém, ainda tem uma próxima parte que você deve ficar de olho.
Nessa fase, o preço das ações é determinado pela oferta e demanda, ou seja, quanto mais investidores interessados, mais valorizadas serão as ações.
É importante lembrar que é também nesta fase que você terá que atentar para as empresas em que investirá. Se o seu objetivo for de longo prazo, as chances de lucrar com as ações são maiores que se quiser vender rapidamente.
Assim, a partir das combinações entre as ordens de compra e venda, os preços das ações agradam tanto ao investidor quanto ao comprador.
Esse fechamento é concretizado em uma plataforma digital que as corretoras costumam fornecer para os seus investidores operarem no mercado de ações. É por meio dela que você fará todas as operações na Bolsa de Valores.
Principais mitos e verdades da Bolsa de Valores
Será que só pode investir quem tem muito dinheiro? Vamos desvendar este e outros dos principais mitos e verdades da Bolsa de Valores agora.
1. Ações são apenas para quem tem muito dinheiro?
Você pode e deve investir com pouco dinheiro. À medida que ganhar confiança e entender melhor o mercado, poderá dar passos mais largos para conseguir maiores rentabilidades. É importante, inclusive, verificar o seu perfil de investidor e escolher como deseja iniciar e aplicar seu dinheiro em rendas variáveis.
Ainda assim, fique ciente das taxas de corretagem com as quais você terá que arcar ao investir muito ou pouco. Pensando por esse lado, escolha um valor considerável, como R$200,00, e inicie a sua aventura no mercado de ações.
O ideal é pesquisar bastante sobre o tema e traçar um planejamento inicial. Mais à frente, explicaremos sobre ele.
2. O retorno é rápido?
Muitos investidores que entram na Bolsa de Valores compram e vendem ações no mesmo dia (Day Trade). Só que os pesquisadores da FGV constataram que 91% dos investidores que se limitaram a isso tiveram prejuízos milionários com a operação.
Por isso, o ideal é investir a longo prazo, sem pressa ou ansiedade por resultados imediatos.
3. É fácil ganhar muito dinheiro?
Por trás de grandes resultados, existe muito estudo e dedicação. Ao contrário do que muitas pessoas falam, o mercado de ações não é uma loteria de adivinhação.
Tudo é pautado por estudos de cenários, em que várias variáveis são analisadas:
- fundamentalista, responsável por medir a saúde da empresa;
- técnica, que avalia as variações de preços das ações.
Então, trate de esquecer essa história de ficar milionário da noite para o dia. É melhor focar seus investimentos em ações com a diversificação da sua carteira de empresas.
Enquanto isso, trabalhe nos seus freelas tranquilamente. Agora que derrubamos as maiores mentiras, vamos para a verdade absoluta. Está preparado?
4. É preciso entender de gráficos e acompanhar o mercado!
Calma que você não precisa ser especialista em gráficos, mas deve interpretá-los a ponto de analisar as variações e entender os dados apresentados.
Comece com a análise diária e, depois, verifique as oscilações semanal e mensalmente. Aos poucos, você vai adquirir confiança e expertise.
5. Investir na Bolsa de Valores é sinônimo de correr mais riscos!
Quanto maior o investimento, maior a possibilidade de ter retornos e riscos. Como a Bolsa de Valores varia constantemente, você deve estar ciente que, a qualquer momento, as suas ações podem se valorizar ou desvalorizar.
Aqui, vale a ideia de respirar e inspirar profundamente para tomar a melhor decisão. Sabe aquela ideia de inteligência emocional? Pois bem, você deve ser capaz de dominar as suas emoções e tomar as melhores decisões quando o mercado tiver uma reviravolta.
De fato, é isso que determinará os seus rendimentos a longo prazo. Um emocional equilibrado fará com que você pense e aja conforme a sua mente, e não as suas emoções.
Agora, mesmo assim, se as sessões de respiração não ajudarem a relaxar, esqueça a ideia de ações e parta para outro investimento como renda fixa (que não seja a poupança).
6. É necessário conhecer a empresa antes de investir!
Conhecer o terreno em que vai pisar é fundamental na hora de você realizar a sua plantação. Afinal de contas, quando o mercado oscilar, ele vai impactar as ações de todas as empresas.
Por isso, você tem que estudar as organizações em que vai investir para ter retornos no longo prazo. Opte por empresas que:
- sejam sólidas financeiramente;
- adotem boas práticas de governança corporativa;
- apresentem liquidez financeira;
- tenham boa reputação no mercado.
As suas chances de lucrar serão ainda maiores — mesmo em caso de indecisões no mercado de ações.
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Como começar a investir em 7 passos
Depois de tantas informações assim, já quer sair investindo? Calma que, antes, você precisa estar por dentro destas dicas que separamos logo abaixo!
1. Planeje as finanças
Primeiro, você precisa traçar um planejamento financeiro e reduzir os seus gastos. Em seguida, destine parte dos seus freelas para investimentos, usando o mantra: se pague primeiro.
Vamos supor que, se você ganha R$5.000,00 como freela, destina 10% para investimentos variáveis. É importante que eles não sejam parte do seu suprimento financeiro e que você não dependa deles para o curto prazo.
2. Defina objetivos para os investimentos
Depois você elenca quais são os seus reais objetivos com esse investimento: comprar uma casa, investir em um curso de marketing digital, viajar para o exterior, comprar o automóvel dos sonhos, dedicar um tempo sabático (férias prolongadas), entre outras possibilidades.
Com esses objetivos bem definidos, a sua mente se encarregará de lhe auxiliar na concretização e nos meios para alcançá-los.
3. Abra uma conta em uma corretora
Após definir os seus objetivos, escolha uma corretora em que você confie. Hoje, existem várias corretoras online e que não cobram taxas para iniciar o investimento.
Algumas delas, inclusive, oferecem ebooks e cursos grátis para você aprender sobre o mercado de investimentos e não sair por aí dando tiro no pé.
4. Escolha a ação correta
Agora que já escolheu a corretora, estude as empresas que estão mais sólidas financeiramente e que são as mais procuradas na Bolsa de Valores. Tome cuidado com as ações de empresas que tem os preços baixos, mas são menos procuradas no mercado.
Esses resultados vão interferir na sua lucratividade, porque, se você ficar comprando ações menos movimentadas, não terá compradores e isso vai gerar os temíveis prejuízos.
5. Envie a ordem de compra
Nos horários estipulados, ocorre o pregão, que é o momento em que os investidores e empresas estão a postos para negociar.
Você entra com o seu preço e a empresa analisa. Sabe aquele negócio de oferta e demanda? Pois bem, os preços das ações são calculados com base nessa lei. Quanto mais pessoas interessadas, maior é o preço ofertado.
6. Acompanhe os investimentos
Investir a longo prazo não significa que você vai comprar ações e ficar esperando o lucro na sua conta. No entanto, será preciso que você estude as variações do mercado, as análises financeiras e aguarde o melhor momento de comprar ou vender os papéis para outros investidores.
7. Mensure os lucros
Sem dúvidas, esta é a melhor parte: mensurar os lucros dá uma sensação de dever cumprido e, agora, é só esperar o dinheiro na sua conta. Será que é tipo quando aquela tarefa foi aprovada com a nota máxima e você já recebe o valor? Só que o mercado de ações é contínuo e, mesmo lucrando, você terá que ficar acompanhando a lucratividade.
Lembre-se de que as ações podem despencar e a sua lucratividade ir embora! Por isso, frisamos mais uma vez: escolha uma corretora confiável e estude o mercado por sua responsabilidade. Aprenda com o Isaac Newton, tomando a sua própria decisão racionalmente.
Chegamos ao final, mas, antes, lembre-se de um dos melhores conselhos de Warren Buffett, um dos maiores investidores: “Investir é simples, mas não é fácil”. De fato, foque em resultados a longo prazo e comece aos poucos.
Acredite em você, estabeleça os seus objetivos, relaxe a sua mente e suas emoções e, enquanto o dinheiro é investido, realize muitos freelas.
Com essas informações, você já pode se organizar para começar a investir na Bolsa de Valores. Enquanto é tempo, baixe a nossa planilha exclusiva de planejamento e controle financeiro e comece hoje mesmo a programar os seus investimentos!