“Que comecem os jogos, e que a sorte esteja sempre em seu favor!” Você conhece esta frase? Soa familiar e você não sabe de onde conhece?
Então, veja se consegue identificar os autores dos seguintes ganchos que, de tão famosos, acabaram se transformando em bordões:
- Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante…
- Missão dada, parceiro, é missão cumprida.
- Nós somos mais populares do que Jesus Cristo.
- Toda unanimidade é burra.
- Ser ou não ser: eis a questão!
E então? Qual seu score? Se acertou o autor de todas as frases e, ainda por cima, descobriu onde cada uma delas está presente, você já conhece o poder e o impacto que um gancho bem escrito e planejado tem!
O gancho nada mais é que uma tática utilizada normalmente por grandes escritores, artistas, jornalistas, publicitários e roteiristas e que consiste em desenvolver uma sentença de impacto para captar a atenção do público para o que está por vir: seja as próximas cenas de um filme, uma propaganda, uma declaração contundente, etc.
Mas escrever bons ganchos não é só uma questão de criatividade e talento. É preciso conhecer elementos importantíssimos antes de botar os dedos no teclado e ativar a cachola, como público-alvo e contexto, conforme você irá aprender neste artigo. Confira.
Conheça seu público
Independentemente se você está escrevendo um artigo, blog post ou roteiro de cinema, conhecer seu público é o pré-requisito não só para criar ótimos ganchos, mas para concluir o objetivo de passar sua mensagem sem ruídos.
Imagine que seu gancho, em questão, promova um trocadilho engraçadinho com alguma música da boy band One Direction. Ora, se você estiver escrevendo num blog voltado para um público adulto, sua frase super descolada vai passar despercebida e talvez o leitor tampouco se interesse em continuar lendo.
Mas se sua persona é a típica pré-adolescente antenada em tudo que é dito sobre os astros, seu texto tem muito mais chance de ser lido imediatamente e até compartilhado.
Avalie sua audiência
Já percebeu que, na hora de escrever um projeto de conclusão de curso, normalmente não nos preocupamos se o texto terá ganchos legais para manter o leitor atento? Isso porque o leitor, no caso, são professores pagos para realizar essa tarefa, cabendo a nós o bom-senso de escrever uma tese que, pelo menos, não os faça dormir.
Em relação aos textos “comerciais”, não contamos com uma audiência cativa, ou seja, precisamos usar os melhores ganchos possíveis para atrair os leitores para o nosso trabalho diante de uma vasta oferta de bons conteúdos por aí.
Pense na linha de assunto de um e-mail marketing: ela precisa ser curta, criativa e impactante para convencer o destinatário a clicar. A mesma ideia vale para o gancho.
Se ligue no contexto
Maldição! Uma das razões pelas quais tendemos a nos lembrar de ganchos (como os 5 citados acima) é pelo simples fato de que todos eles tinham tudo a ver com o contexto (ou a falta de contexto) no qual foram criados.
Bem, se você estranhou o xingamento logo no início desse parágrafo (mas mesmo assim continuou lendo para saber do que tratava essa obscenidade), meus parabéns: você é vítima de um gancho fora de contexto, ou seja, é tão absurdo (e ao mesmo tempo arriscado) que desperta a atenção. Já os ganchos dentro de contexto sempre buscam referências no tempo e na cultura para se fazerem polêmicos (e eternos).
Defina o tipo de emoção que deseja passar
Urgência, temor, reflexão, raiva, pânico… Um bom gancho é o ponto de partida para sintonizar o leitor ao teor do seu conteúdo. Já viu as manchetes dos jornais sensacionalistas que normalmente prendem o nosso olhar? É mais ou menos por aí!
Uma reportagem, por exemplo, pode destacar, como gancho, uma estatística assustadora para gerar indignação. Um blog post sobre marketing digital, entretanto, pode se beneficiar de um gancho que simule um senso de urgência e que desperte no leitor a vontade de investir hoje mesmo nessa área promissora para escapar da crise.
Por fim, se estiver produzindo um post “comportamental”, introduzir uma piadinha em forma de gancho pode surtir o efeito esperado de divertir o leitor. Tudo vai depender do tipo de emoção que você deseja despertar, até mesmo o desejo de comprar. Afinal, como todo publicitário já sabe, ganchos são ótimas frases para vender.
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CTA e Gancho: unidos e tão diferentes
Se o seu nicho é o marketing de conteúdo, deve estar se perguntando como poderá aplicar o conceito de gancho aos botões de ação. Bom, embora o sentido de “provocar” o leitor com uma chamada ousada e criativa continue o mesmo, o CTA não pode abrir mão do seu propósito concreto de convencer o visitante de um blog ou site, por exemplo, a clicar para receber algo em troca, no caso, uma oferta.
Ou seja, um botão de CTA não pode se dar ao luxo de ser abstrato ou diferente demais, sob a pena de o leitor que, dentro da estratégia de marketing de conteúdo, é um prospect, não entender o seu propósito.
Foque na introdução do texto
Conforme já dissemos, nós, escritores, sofremos grande concorrência e temos apenas pequenas chances de atrair o leitor para os textos que produzimos. Portanto, o melhor lugar para se inserir um gancho matador é mesmo na introdução e, de preferência, na primeira frase que abre esse parágrafo crucial, que consiste no primeiro contato do leitor com o que você escreveu (após o título, é claro).
Na verdade, não há limite de palavras e frases para o gancho: ele pode, inclusive, transformar-se em toda a introdução do seu texto. O ideal é que você consiga, além de falar diretamente para o seu público, ser sempre o mais econômico e certeiro possível, como veremos a seguir.
Escolha as palavras certas
“O Pelé calado é um poeta“. Da combinação acertada entre palavras, contexto e objetivo surgem ganchos inesquecíveis, como esse dado pelo ex-atacante Romário em uma de suas entrevistas. Se de todo texto que escrever, você conseguir ao menos uma frase de efeito como a de Romário, não tenha dúvida: é ela que será seu gancho.
Que tal abrir seu texto com ela e retomá-la na conclusão com uma outra abordagem, fechando com perfeição sua sacada criativa? Fique atento a trocadilhos, sinestesias, paródias e metáforas: todos são bons recursos linguísticos para ajudá-lo a chegar às palavras certas.
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Agora que você ficou por dentro de algumas táticas para inventar ganchos que vão nocautear seu leitor de tanta satisfação, é hora de praticar e, ainda, buscar mais e mais referências. Cinema, teatro, literatura, jornais diários, revistas, o blog do blog da Comunidade Rock Content…
Não importa o meio, tem sempre alguma coisa que nos inspira a desenvolver nosso próprio estilo, até o ponto em que seremos lembrados (quem sabe, né?) por algum gancho bem colocado.
E então? Também quer aplicar a estratégia de gancho nos botões de CTA’s e gerar taxas de conversão assombrosas? Pode ser uma boa, hein? Dá só uma olhada neste artigo. Ah, sim, está esperando o resultado do desafio lançado no início do texto? Vamos lá:
1- Franquia Star Wars/ 2- Capitão Nascimento (Filme Tropa de Elite)/ 3- John Lennon em entrevista/ 4- Nelson Rodrigues em muitas de suas crônicas/ 5 – William Shakespeare, na peça “Hamlet” .
PS: Sobrou mais um gancho não identificado no texto. Você consegue descobrir qual é? Revele aí nos comentários!