Meus primeiros passos como nômade digital e o que você pode aprender com eles

Coluna Freela

Eu me sentia mal quando pegava uma revista de carreira ou negócios e via algumas matérias com chamadas do tipo: Gustavo, 27 anos, MBA em Harvard e o mais novo head de inovação da Microsoft.

Eu sempre me vi a anos-luz de distância de caras como o Gustavo, pois me sentia muito perdido. Pior que cego em tiroteio. Por conta disso, aos 18 anos, em vez de ir para a faculdade, fui malandrar.

Pense na zueira. Papai não era rico, mas tínhamos uma vida com conforto suficiente para ele bancar minha vida fácil. Então, o esquema era mole: festas, roupas da hora, comida gostosa e tudo o quisesse na mão.

Mas, aos 19 anos, papai morreu e meu mundo desabou. Apesar disso, continuei um inútil por mais uns três anos. Aos 22, porém, o calo apertou, comecei a fazer jornalismo e a minha vida mudou.

Eu me descolei do status de malandro e ovelha negra da família. Ralei muito, fiz ótimos estágios, me formei e ainda fui escolhido como o melhor aluno da graduação, em uma sala com gente incrível.

Foi a glória. Imagina? De malandro a nerd. Mentalizei um #ChupaFamília daqueles. Finalmente havia me encontrado. SÓ QUE NÃO.

Não voltei para a malandragem, mas levou muitos anos para eu realmente me sentir protagonista da minha carreira e dos meus sonhos.

É uma longa história, tão grande que dá pra escrever um livro do tipo calhamaço. Por isso, vou me concentrar apenas nos últimos 6 meses, tempo em que vivo como nômade digital e continuo envolvido em alguns projetos que comecei há uns 8 anos.

Para quem não sabe o que é o nômade, basicamente é um profissional que faz um trabalho remoto, de qualquer lugar, contanto que tenha acesso à internet. Mas esqueça aquela história romantizada que muita gente conta no Instagram, com foto de laptop na beira da praia. Não tem nada disso.

Neste texto, vou falar um pouco da minha experiência nessa área. Conto detalhes dos primeiros passos como nômade digital e também aproveito para falar de uns hacks para otimizar a produtividade. Vamos seguir em frente?

O começo de tudo

Entrei nessa de nômade digital de forma despretensiosa. No fim de 2017, fiquei um pouco estafado com o excesso de consultorias (também ajudo pequenos empreendedores a alcançar resultados). Por isso, no início de 2018, viajei para o Nordeste com passagem só de ida.

Já tinha uns clientes de social media e já os atendia de forma remota. Além disso, era freelancer da Rock Content, mas, por conta das consultorias, não tinha muita agenda livre. No entanto, com tempo de sobra no Nordeste, engrenei a produção de conteúdo com a Rock e comecei a me desenvolver rapidamente.

Os analistas da empresa quase sempre são jovens de 20 e poucos e anos que, apesar da pouca idade, são extremamente talentosos. Eles me auxiliam em todo o processo e ainda dão feedbacks detalhados e precisos que sempre me fazem subir de nível. É possível crescer e, de quebra, ganhar um bom dinheiro.

Não tenho muita ideia de números, mas já redigi ao menos 300 mil palavras nessa parceria com a Rock. Meus clientes avulsos também estão crescendo e já estou próximo do meu limite para entregar serviços de qualidade.

Há 6 meses, ganho a vida de forma 100% remota. Basicamente, foi esse meu início como nômade digital. Atualmente, me encaixo em uma categoria de nomadismo digital, que é a de prestador de serviços. A ideia é continuar e evoluir, por exemplo, para um afiliado e/ou criador de infoprodutos.

Pra mim, não existe jogo em que eu entre para ser um nota 7. O mundo está cheio de pessoas medianas e eu não quero ser mais uma delas. É sangue nos olhos para surpreender e encantar. Ainda mais porque tenho um verdadeiro pavor dos meus tempos de malandro.

Próximos passos

Bom, tem muita coisa acontecendo e é difícil prever. Sabe minha viagem para o Nordeste? Pois é, o ciclo acabou. Inclusive, estou redigindo este texto nas alturas, em um voo de Maceió para Belo Horizonte. Não sou aquele nômade digital com o espírito de mochileiro no mais alto grau.

Curto ficar alguns meses em uma determinada cidade. Como sou de Nova Lima (região metropolitana de BH), agora vou matar a saudade da minha mãe e me envolver com alguns projetos mais curtos na capital de Minas, que exigem que eu esteja no espaço físico (não sou bobo de perder “oportunidades offline”, né?).

No entanto, a ideia é explorar outros lugares em breve. Tenho alguns planos, mas eles não são muito rígidos. Gosto de ouvir os chamados e ir atrás deles. Mas isso não significa que eu esteja perdido. Tenho metas e sonhos claros e sei exatamente aonde eu quero chegar.

Para você saber onde estou e o que ando fazendo, é só me acompanhar em algumas das minhas redes sociais. Estou sempre ativo no Instagram, no LinkedIn, no Facebook e no Twitter. Além disso, meu blog acabou de nascer e meu canal no YouTube será retomado em breve.

Como o trabalho está aumentando e o tempo não, o jeito é estudar e aplicar alguns hacks para otimizar minha vida de nômade. Tudo que você lerá logo abaixo é o que vivo no meu dia a dia — ou ao menos busco viver.

Hacks de produtividade

Leitura

Desde a faculdade de jornalismo eu leio muito. Meus temas preferidos são empreendedorismo, negócios, autoajuda e biografias.

Um livro excelente que me marcou há pouco foi “Ferramentas dos Titãs”, do Tim Ferriss. Além disso, estou abrindo minha cabeça para outros temas, como romance e poesia.

Em relação à bibliografia de nômade digital, recomendo o clássico “Trabalhe 4 horas por semana”, do Tim também (gosto pouco dele, né?), e atualmente estou envolvido e gostando muito de “Férias Sem Fim”, do Bruno Picinini (curto os livros físicos, mas também leio muito no Kindle).

No que diz respeito a blogs, o Feedly é sempre salvador. Para quem não conhece, é um agregador de feeds e eu consigo mapear umas 200 páginas em uma só.

Também consumo conteúdo no LinkedIn de muita gente boa, como Matheus de Souza, Laíze Damasceno, Dimitri Vieira, Murillo Leal, Flávia Gamonar, Marc Tawil, Edu Costa e mais uma galera.

Também gosto de revistas, podcasts e audiobooks. Assino o ubook (espécie de versão brasileira do Audible, da Amazon), ouço podcast no Spotify (acho a experiência melhor do que no aplicativo para podcast do iPhone) e recomendo o canal Mamilos. Por fim, às vezes, compro a Revista Vida Simples na banca.

Ler muito me deixa mais preparado para criar, produzir e entregar conteúdos memoráveis para os meus clientes. Não sou um superman, tá? Aliás, estou longe disso. Consumo todos esses materiais de forma relaxada e natural.

Até porque não sou e nem pretendo me tornar um workaholic. Gosto que sobre tempo para beijar na boca e aproveitar minha família e amigos.

Sono

Se tem algo que me ajuda a ser altamente produtivo é uma ótima noite de sono. Tento dormir 8h toda noite, mas nem sempre dá. Em média, durmo 7h. Se eu dormir menos de 6h, por exemplo, meu dia seguinte é muito complicado. Processo as coisas de forma lenta mesmo.

Há algum tempo venho tentando entrar para o 5 a.m. club. Ainda não consegui uma grande sequência, mas já senti resultados incríveis. Acho que o melhor cenário é ir para a cama às 20h com o kindle e ler até 20h40, agradecer, rezar, pegar no sono às 21h e acordar às 5h.

Alimentação

Alimentação é meu calcanhar de Aquiles. Tenho um problema de compulsão (taurino, né?) e tudo é motivo para comer muito. Eu surto se você me aparece com um bolo de chocolate recheado (sério). Vivo entrando e saindo da dieta. Quando consigo manter uma rotina saudável, é o melhor dos mundos para a minha produtividade.

No café da manhã, por exemplo, a ideia é consumir apenas proteína e gordura boa. Minha alimentação perfeita nessa hora é café com manteiga ghee, um copo de vitamina de abacate (misturo whey protein isolado e água) e dois ovos mexidos.

No decorrer do dia, tento segurar a onda nos carboidratos, doces e refrigerantes, mas ultimamente está bem difícil. Tenho fé de que vou chegar lá. Às vezes, o que salva é a aveia, pois ela me deixa saciado e evita que eu vá para as refeições querendo devorar as paredes.

Esportes

Se alimentação é meu calcanhar de Aquiles, os esportes são minha válvula de escape. Sou atleta amador e já disputei 5 maratonas (42 km) — veja os últimos 200 metros da minha primeira maratona (recomendo ir direto para o ápice do vídeo, a partir de 3 minutos e 48 segundos) —, umas 20 meias-maratonas (21 km), além de dezenas de provas de 10 km e 5 km. Também sou praticante de musculação e futebol.

De forma geral, os esportes me deixam muito mais preparado e atento para realizar qualquer tipo de trabalho.

Bom, é isso. Apesar de todos os contratempos, os primeiros passos como nômade digital têm sido muito gratificantes. Nos últimos dias, até me assustei porque achava que quase todo mundo conhecia o conceito. Só que não. Perdi as contas das pessoas que me mandaram mensagem falando que só ouviram falar do termo por minha causa. Legal, né?

Isso significa que existe um oceano azul para ser explorado, concorda? Espero que você tenha gostado deste texto e que aproveite as dicas. Na próxima quinta (19/07), às 17h, falarei disso e muito mais em um webinar que farei junto com a Rock. Você é meu(minha) convidado(a). Inscreva-se gratuitamente!

Essa foi a história do Renato!
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