Uma das principais dificuldades de se trabalhar com revisão em inglês é, obviamente, lidar com um idioma que você não domina nativamente.
Há algumas particularidades em se trabalhar com a literatura produzida em outro idioma e a maioria delas diz respeito ao estilo. Embora gramática seja algo que possamos aprender com relativa facilidade, apenas a leitura ávida de materiais em uma segunda língua não é capaz de nos dar o domínio necessário para produzir e revisar materiais nela.
Entretanto, estamos aqui para ajudar. Levantamos os pontos mais desafiadores de uma revisão em inglês e mostramos para você o que é preciso fazer para se adaptar. Então, se está pensando em se enveredar por este caminho e começar uma carreira de revisor bilíngue, fique atento aos sete itens abaixo.
Tenha um dicionário em mãos
O maior companheiro da revisão em inglês para não nativos será um dicionário. Portanto, se você não possui um deve começar a avaliar esse investimento agora mesmo. No caso não estamos nos referindo, especificamente, a um dicionário inglês-português, que pode lhe ajudar com os significados e traduções, mas que não necessariamente avançará sua carreira como revisor.
A partir do momento que decidir trabalhar em uma segunda língua é seguro assumir que você tem domínio o bastante dela para lidar com um dicionário inglês-inglês. Esse material lhe dará noções como a categorização das palavras, algo imprescindível para a composição sintática. Assim como no português, as palavras no idioma bretão têm valores diferentes e podem arruinar uma frase quando aplicadas no momento errado.
“I’m good” e “I’m well” são dois casos em que essas diferenças se fazem muito claras. Enquanto “good” um adjetivo, na maioria das suas aplicações, “well” é um advérbio. Dizer que alguém nunca esteve “this good” (tão bem) ou “feels well” (se sente bem) tem valor sintático bastante diferente.
A aquisição de um bom dicionário vai ajudá-lo nesse tipo de situação. Prefira as versões digitais, todavia. Elas vão lhe dar agilidade na busca por palavras e acelerar o seu trabalho de revisão em inglês.
Invista em aprender as expressões idiomáticas mais comuns
Na língua portuguesa temos uma série de frases que não querem dizer exatamente o que dizem, certo? Pense em “esculpido em Carrara” (que com o passar do tempo se transformou em “cuspido e escarrado”) para denotar a semelhança entre dois objetos. Tentar explicar uma expressão dessas para um gringo pode colocá-lo em uma situação, no mínimo, inusitada.
Da mesma forma o inglês tem um monte de expressões que precisam ser entendidas plenamente para que possam ser aplicadas com o máximo de eficiência. Você já deve ter ouvido termos como “two peas in a pod” (literalmente “duas ervilhas em uma vagem”) para demonstrar a mesma ideia de semelhança, união, proximidade. Imagine revisar um conteúdo em que, por descuido, o redator grafou “two pieces in a pod” (“duas peças em uma vagem”) ou qualquer outra variação e não ter conhecimento da expressão original?
Você ficará perdido, na melhor das hipóteses, ou fará uma modificação que essencialmente removerá o sentido da frase. Por causa disso familiarizar-se com as expressões idiomáticas mais comuns de uma segunda língua é o que lhe dará a proficiência necessária para poder exercer a função de revisor também nesse idioma.
Desenvolva um raciocínio que vá além da literalidade
Outro problema com expressões idiomáticas é que a nossa tendência é analisá-las pelo valor semântico. Ou seja, trazê-las para a literalidade. E isso pode tirar muito do simbolismo de um texto e prejudicar o seu entendimento quando da revisão.
Portanto, o que você quer fazer ao dar início a uma revisão em inglês é perder o hábito de traduzir as coisas. Você vai notar, rapidamente, que a língua falada pelos americanos não tem tantos sinônimos quanto o português. E isso pode provocar um incômodo e fazê-lo varrer os quatro cantos da internet em busca de palavras para evitar a repetição.
No inglês ela é tão comum que é até assunto e forma literária em alguns dos poemas de Gertrude Stein. A diferença da repetição de “he he he and he and he and and he” no Poema de Picasso está na forma como lemos cada um dos “he” (ele) utilizados pela autora.
Se você for tomá-los como literais acabará numa sinuca de bico para entender cada uma de suas aplicações. Busque ler em inglês com as referências que você tem em inglês e fique atento ao próximo tópico para ver como aprender a fazer isso.
Comece a fazer leituras clássicas em seus originais
A melhor maneira de chegar ao domínio de um idioma é consumir suas principais peças culturais na linguagem original. Sabe como as pessoas dizem que “só é possível filosofar em alemão”? Pode até não ser verdade, mas quem ingressa na filosofia geralmente obtém ganhos ao aprender essa língua porque tantos de seus expoentes modernos produziram suas obras no idioma.
Da mesma forma se você quer fazer revisão em inglês precisa acostumar-se com a ideia de ler livros nessa linguagem. Comece pelos clássicos e quando vir já estará pronto para dominar obras mais complexas, como aquelas produzidas por James Joyce.
Aprender a apreciar o estilo literário dos grandes autores americanos, britânicos e australianos o fará compreender a língua para além daquela literalidade que citamos anteriormente e tornará você um revisor melhor.
Acompanhe mídias em inglês para praticar
Quer outro jeito de aprender expressões, entender seus contextos e conseguir utilizá-las no dia a dia? Comece a consumir a mídia feita para os nativos desse idioma. Séries, vídeos, filmes e músicas são uma ótima maneira de entender como os falantes da língua inglesa se comunicam entre si.
Elas lhe ajudarão a entender as particularidades em ditados como “you say tomato, I say to-mah-to” e deixarão o aprendizado do idioma mais leve.
Pratique principalmente as normas gramaticais que diferem entre as duas línguas
Há variações linguísticas que fazem com que escrever em inglês seja diferente de compor o mesmo texto em português. E até aquelas que diferem entre o inglês que se fala nos EUA e o que é utilizado no Reino Unido.
Por isso, estude-as. Um bom lugar para começar são as duplas negativas, que não existem no inglês (e estão gramaticalmente incorretas) e no português são muito comuns porque representamos questões por entonação. A flexibilidade na organização das palavras é outro ponto em que você deve focar o estudo para realmente dominar o idioma.
Concentre-se também nos falsos cognatos. Eles podem produzir frases que parecem naturais em português, mas no inglês são grandes equívocos.
Continue estudando o idioma bretão
Nunca deixe de estudar o idioma em que você está fazendo revisões. Seja ele o inglês ou o português lembre-se sempre que a língua é viva. Ou seja, ela evolui com o passar do tempo e torna-se mais ou menos maleável a depender do contexto em que está aplicada.
O estudo constante e a troca frequente de informações com pessoas nos dois idiomas que você fala vai lhe ajudar a se tornar um revisor melhor.
E aí, acha que consegue se adaptar para revisão em inglês? Apostamos que sim. Da mesma forma como no Português ter um Checklist de Revisão vai lhe ajudar o mesmo é verdadeiro para essa modalidade.
Por isso aproveite para conferir o checklist que preparamos para você. Com algumas adaptações ele poderá ser seu maior parceiro na revisão em inglês!