Show me the money!
Posso apostar tudo que tenho agora dentro do meu bolso (no caso, nada) que você sabe de onde tirei essa frase para contextualizar meu post e contar como entender os clientes me fez ganhar mais dinheiro como freelancer.
Se você é fã de comédias românticas-dramáticas, Tom Cruise, Cuba Gooding Jr., Reneé Zellweger, crianças fofinhas, histórias de amor e viradas de sucesso, amou o filme Jerry Maguire quando assistiu, não é mesmo?
Mas se ainda não viu, sugiro que coloque urgentemente na sua lista e me perdoe antecipadamente, porque IN SPOILERS WE TRUST e vou precisar falar algumas coisas do filme para explicar minha tese. Vamos lá?
Jerry Maguire freelancer: gente como a gente
Para começar, o filme é de 1996, e vou te dizer: é a história de muito freelancer que conheço por aí, viu? Não sou boa de resumos, mas para o bem deste post, vou tentar.
Jerry Maguire era um agente bem-sucedido de jogadores de primeira linha — no nível em que estão, juntos, Neymar Jr. e Cazares (#semclubismo) —, só que no futebol americano. Estava prestes a se casar com uma mulher lindíssima e sofisticada, sempre ganhava aqueles brindes maneiros, frequentava festas VIPs, tinha foto com famosos tipo o Tom Cruise (oi?) e tals.
Mas, por um “puxão de tapete”, viu toda a sua carreira e sua vida pessoal desmoronarem. Então, um a um, todos os seus jogadores agenciados foram sendo roubados por outro cara da empresa. E como existe esse tipo de situação na vida real, né? Aliás, só para constar, o filme é baseado na história verdadeira de um agente esportivo chamado Leigh Steinberg.
O desespero do Jerry foi muito bem interpretado pelo supergato ator Tom Cruise, que muito loucamente tentou levar consigo os melhores contratos, mas só conseguiu mesmo o mais trabalhoso deles: um jogador polêmico, de personalidade forte, exigente, com atuação irregular no campo e que o fez gritar, durante uma ligação, a frase icônica SHOW ME THE MONEEEEEEEEEEEEY para mostrar o quanto o queria como cliente, saca?
No fim desse dia pavoroso, o agente saiu do escritório todo amassagado, com aquela tradicional caixa de papelão hollywoodiana para pessoas demitidas levarem seus pertences, e fez um discurso muito louco para dizer que aquele mercado era muito tóxico e traiçoeiro e que acharia uma nova forma de trabalhar que tivesse significado para ele.
Lógico que aquela era uma fala cheia de rancor e medo: o cara estava sem rumo e tinha sido ludibriado, né? A galera do escritório, é claro, ignorou totalmente. Menos a mocinha do filme (a futura Bridget Jones), que tinha um crush nele e embarcou na sua ideia. Não julgo.
Foi a partir daí que Jerry Maguire se cadastrou na plataforma de freelancers da Rock Content e viveu feliz para sempre. Seria legal, né?
Bom, mas foi quase isso, porque ele montou um home office e os dois, juntos, começaram a viver a montanha-russa que é trabalhar na Gig Economy e lidar com clientes dos mais diversos perfis e exigências.
Lembrou um pouco da história do filme ou entendeu o enredo? Que bom, porque não é só pelo chute no mercado formal que essa história se parece com a nossa, mas por tudo o que o Jerry Maguire aprendeu e ganhou lidando com seu cliente treta.
Mas, claro, isso aqui também é uma coluna freela, certo? E até onde sabemos, não existe — AINDA — uma sessão dedicada ao cinema no Blog da Comunidade Rock Content, né? (#ficaadica, Dimitri!)
Então, agora vou unir minhas experiências com a do personagem do guru da cientologia nessa ficção para dar algumas dicas de como se sair bem como freelancer, certo? Aí vai!
Dica nº 1: conheça seu cliente e saiba como representá-lo
Seja lá em 1996 (ano de lançamento do filme), seja nos dias atuais, conhecer seu cliente é fundamental para que você personalize os serviços prestados. Meu amigo Jerry aprendeu isso na marra, porque enquanto ainda seguia as regras do mercado, dava um tratamento meia-boca para a maioria dos clientes e puxava o saco só de alguns.
Amigo Jerry, puxar saco é ser só legalzinho, e nada é mais superficial que isso, não é mesmo? Se funcionasse, todos os seus clientes teriam ido junto com você para qualquer nova empreitada, e não foi isso que aconteceu.
Ok, primeira lição aprendida: envolva-se de verdade com o sucesso de quem solicita seu serviço.
Nos primeiros momentos que Jerry teve como “freelancer” cuidando da carreira do jogador Rod Tidwell (Cuba Gooding Jr.), também deu muita cabeçada até começar a pegar o espírito da coisa e entender as cobranças que o jogador tinha da sua família, suas inseguranças e suas necessidades.
Aliás, se você pensar bem, gritar loucamente “SHOW ME THE MONEY” foi um pedido do jogador para avaliar se o agente teria uma identificação com ele, se estaria pronto para falar sua linguagem e agir como ele e pelo sucesso dele.
Aí, te pergunto: seu cliente está pedindo para você gritar alguma coisa por ele? Na minha opinião, sempre. Preste atenção em alguns pontos do briefing que às vezes passam batido.
- Como vamos ajudar? Na descrição da persona das tarefas da Rock, essa informação normalmente é preenchida com os argumentos de venda da empresa, ou seja, como ela apresenta seus diferenciais.
- Considerações gerais: sim, elas podem ser repetidas em todas as tarefas do cliente, mas trazem informações para a personalização do conteúdo e sempre podem ser atualizadas.
- Sobre o projeto: fica lá na descrição do cliente. Vem logo depois de uma explicação da empresa que já dá ótimos insights, mas esse tópico descreve os objetivos do projeto ao adotar as estratégias de marketing de conteúdo. Se direcionar seus textos pode ajudar a conquistar esses objetivos, é um bom motivo para continuar investindo na estratégia de parceria, certo?
- Com quem falar e abordar: essa informação é ótima para criar exemplos que estejam alinhados com a persona. Além disso, pensando na construção de links, as chances de criar associações relevantes crescem potencialmente.
- Linguagem: diz como você deve ser o porta-voz da empresa e falar como um membro da organização. Pode te dizer para gritar SHOW ME THE MONEY ou sussurrar MOSTRE-ME RESULTADOS FINANCEIROS, POR GENTILEZA.
Dica nº 2: trabalhe para agradar pessoas, e não robôs
Nas minhas primeiras redações no marketing de conteúdo, gastava um bom tempo na descrição do post e nas regras de SEO que sabia que precisava utilizar.
Queria atender milimetricamente a cada ponto da descrição, e mesmo sem muitos conhecimentos técnicos, arrasar no SEO também. Hoje, avaliando minha postura dessa época, posso dizer que queria conquistar mais os mecanismos de busca do que a persona ou o cliente.
Com o tempo, fui aprendendo com os feedbacks, notas ruins, pedidos de ajustes e afins para deixar o conteúdo muito mais relevante para a persona e para o cliente.
Em um conteúdo de atração, por exemplo, percebi que exemplificar um tópico com a solução ou os diferenciais do produto melhoraria a experiência de leitura da persona, sem necessariamente citar o nome do cliente. É como se direcionasse a reflexão sobre o post para a realidade do leitor. Faz sentido?
Como consequência, essa personalização do conteúdo também encantava o cliente, que pensava “poxa, essa redatora curte minha empresa”.
Antigamente, não existia o lance de favoritos nos projetos da Rock Content, mas não era incomum que um cliente pedisse que determinado redator ficasse responsável por todos os seus conteúdos.
Segunda lição aprendida: curta seu cliente, busque mais sobre sua realidade, assista a seus vídeos no YouTube e não canse de tentar agradá-lo.
Fazendo isso, você o ajudará a conquistar seus resultados, o fará perceber o valor do marketing de conteúdo e, principalmente, o incentivará a continuar investindo na estratégia. Em outras palavras, agradá-lo fará com que os projetos de que você participa perdurem por muito tempo e aumentem o volume de posts e conteúdos avançados.
Assim, você poderá, coleguinha freelancer, aumentar seu volume de jobs!
Dica nº 3: não se acomode se quiser ganhar mais dinheiro
Não é porque você foi favoritado que está tudo dominado. (Trabalhamos com rimas, também.)
Você precisa trabalhar em todo santo post para encantar o cliente, a persona e, na minha opinião, o analista responsável. Não para ter textos reservados para você ou coisa do tipo, mas para criar sua credibilidade profissional.
Nosso amigo Jerry não podia só ficar lidando com os desejos pessoais malucos do Rod, seu cliente; precisava também colocá-lo em um time para que pudesse fazer touchdowns. Essa, aliás, era uma cobrança do jogador como agenciado.
E como o agente esportivo do filme fez isso? Usando sua credibilidade profissional para convencer o dono de um time a fazer a contratação daquele running back tão instável.
Pausa: running back é a função do jogador de futebol americano que recebe a bola do quarterback e faz o touchdown. Pesquisei essa informação porque não queria passar vergonha com o Renato Mesquita. Não sei se ele é um bom jogador de futebol americano, mas os artigos dele são hinos de conteúdo! Recomendo.
Voltando ao assunto, muitos freelancers se sentem solitários na carreira, mas fazer networking e parcerias e trabalhar sua imagem pessoal pode ser determinante para gerar mais negócios e convites para jobs mais bem remunerados.
Ah, então, agora estamos falando de SHOW ME THE MONEY!
Isso faz total sentido. Imagine-se no lugar do analista. Você tem um conteúdo importantíssimo nas mãos para ser escrito, de um projeto em que o cliente preferiu aumentar o ticket de pagamento para ter um material mais especializado. A quem você confiaria a escrita?
Àqueles que, além de dominarem o assunto, também têm credibilidade.
Terceira lição: para ganhar bem, é preciso construir sua autoridade e diferenciais como freelancer.
Dica nº 4: não fuja dos projetos e clientes mais exigentes
Se eu pudesse dizer qual é minha dica favorita, seria essa: não fuja daqueles clientes que dão mais trabalho.
Clientes que ainda estão em fase de adaptação, que estão insatisfeitos por algum motivo ou que são naturalmente mais exigentes e cheios de especificidades podem pedir muitos ajustes e dar notas mais baixas, o que, às vezes, mina nossa alegria nos dedos (alguns têm alegria nas pernas, outros, nos dedos. Novamente, #semclubismo), não é mesmo?
Mas aí vão algumas razões para amá-los:
- esses são os clientes que mais nos ensinam e nos tiram na zona de conforto. Uma nota 4 (de um total de 5) não te diz nada, mas uma pontuação 3,7 dói na alma e te faz pensar que algo em seu processo criativo e estudo do cliente não foi bem realizado;
- se eles são exigentes com você, são com os analistas e demais envolvidos no projeto também. Lembra que falei sobre networking? Trabalhar verdadeiramente em equipe nesses casos pode trazer resultados e, claro, empatia. Quando me vejo em projetos assim, minha boa prática é mandar um e-mail para o responsável pelo projeto, pedir mais detalhes do cliente, perguntar se existe um post recente de outro freelancer com uma nota melhor que possa servir de referência etc. Também gosto de deixar claro para o analista meu desejo de conquistar o cliente e, em 100% das vezes, todos foram solidários comigo e comemoraram junto quando o objetivo foi alcançado;
- outros freelancers do projeto que não pensem dessa forma priorizarão outros clientes, ou seja, a oferta é mais abundante. Além disso, você não será todo mundo (vivo falando isso para meus filhos!);
- perseverar, continuar se aprimorando e, por fim, conquistar o padrão do cliente será muito (mas muito mesmo) gratificante.
No filme do Jerry Maguire, todo mundo do mercado considerava seu cliente uma treta de duas pernas. Ele tinha muitas exigências, personalidade forte e, em diversas ocasiões, tirou todo mundo do sério. No campo, tinha excelentes atuações e outras desastrosas.
Mas nada disso fez com que o Jerry desistisse. Ele via o potencial do jogador, e como era sua única e última chance naquela temporada, se virou para que desse certo, mesmo que isso significasse ter que mudar o mindset do atleta.
Segura aí a quarta lição: enxergue tudo como aprendizado, inclusive as críticas.
Dica nº 5: trabalhe por sua satisfação pessoal (e não só pelo dinheiro)
Mindset, ou forma de pensar sobre a vida e a carreira, é algo que todo freelancer muda com o tempo. Quando o Maguire precisou fazer isso com seu cliente, acabou tirando a conclusão para si mesmo.
No filme, as atuações inconstantes do jogador estavam atrapalhando suas chances de renovação contratual com o time, então — é aí que a história dá uma virada —, o agente pergunta para o jogador se quando ele era criança também só jogava futebol americano para ganhar dinheiro.
Trabalhar só focado no quanto você vai receber não dá prazer, não te faz feliz. Não estou dizendo para você adotar uma filosofia de que “a natureza proverá”, mas sim te alertando para que isso não estresse suas horas de trabalho. Todo mundo sabe como a pressão atrapalha na criatividade e na produtividade.
Quinta lição: fuja do burnout e trabalhe com prazer
Se quiser aprender ainda mais com a Amanda Gusmão, autora deste artigo que você está terminando de ler, faça sua inscrição para o webinar Produtores de conteúdo: de hobby a profissão!
Parece filosófico demais dizer que para ganhar mais dinheiro é preciso tirar o foco dele, já que os boletos estão aí, vencendo loucamente para nos lembrar da importância de ter bons resultados.
Mas o sucesso construído com bases fortes de qualidade, comprometimento e amor pelo que faz é muito mais perene. Já conquistei muitas coisas, regularizei minhas finanças e até consigo fazer alguns investimentos para o futuro sendo freelancer.
Eu poderia ganhar ainda mais? Com certeza! Se eu refizesse minha organização pessoal, caberia mais um postzinho aqui, outro acolá. Mas, assim como o Jerry Maguire, também percebi que viver só em função do dinheiro e da profissão poderia me custar horas com a família, minha mais valiosa recompensa. E não foi para isso que chutei o balde, não é mesmo?
Espero que minhas dicas possam te ajudar, divertir ou inspirar. Se você ainda não é redator e chegou aqui só por causa do Tom Cruise, aproveite e entre nessa carreira também: a plataforma da Rock Content é um ótimo começo. Tenho certeza de que não será uma Missão Impossível, mas sim uma experiência incrível.
Amanda Gusmão
Administradora de Empresas que vive a maternidade e a carreira de freelancer integralmente. Tudo junto, misturado e com muitas emoções.
Você tem alguma história de vida como freelancer que gostaria de compartilhar com a gente? Confira o form abaixo.