Conhecimento gramatical da língua portuguesa sempre é bem-vindo para nós produtores de conteúdo, experientes ou novatos.
Para ficarmos imunes aos erros de português no trabalho de copywriting, precisamos ter o domínio sobre os ensinamentos básicos do idioma.
Neste post vamos tratar de dois deles, essenciais à oração: o sujeito e o predicado. O emprego dessa dupla é importante para o redator freelancer, porque a ordem de cada um, no texto, atende à intenção discursiva do autor, que escolhe qual destacar para dar um sentido.
Antes de tudo, lembre-se de que a oração — a expressão verbal de um pensamento — apresenta geralmente um sujeito, mas, mesmo ele ausente, sempre haverá um predicado!
Bom, preparado para a lição? Vamos, então, começar pelo termo sobre o qual se diz algo numa oração: o sujeito.
O que é o sujeito de uma oração?
O sujeito é o ser de quem se diz alguma informação em uma oração. É importante observar que o verbo concorda em número e pessoa com ele, o qual nem sempre inicia a oração. Vamos aos exemplos:
- Bentinho e Capitu são personagens famosos da literatura brasileira.
- Soou no meio da madrugada o alarme.
- Às seis da tarde vovó e vovô foram à missa.
Repare que, ao identificar o sujeito, o restante da oração, nada mais nada menos, constitui o predicado.
Como extrair o núcleo do sujeito?
O núcleo do sujeito é a palavra que possui maior importância semântica em relação às demais que o formam. É pelo núcleo que sabemos o elemento sobre o qual é dito algo; esse mesmo elemento liga-se ao verbo e com ele estabelece concordância.
Há casos em que o núcleo é composto por mais de uma palavra — sobre isso veremos com mais detalhes em seguida. Por ora, saiba que o núcleo do sujeito pode ser expresso por:
1. Substantivo
- Exemplo: A igreja recebeu centenas de fiéis.
- Núcleo: igreja
2. Pronome substantivo
- Exemplo: Elas almoçaram com a gerente.
- Núcleo: Elas
3. Numeral substantivo
- Exemplo: Dois completam o time.
- Núcleo: Dois
4. Palavra substantivada
- Exemplo: O amar é poético.
- Núcleo: amar
Quais são os tipos de sujeito?
Existem cinco tipos de sujeitos na língua portuguesa. Para ficar bem esclarecido, vamos abordar cada um deles e dar exemplos de suas aplicações nas frases. Comecemos pelo sujeito simples:
1. Sujeito simples
Esse sujeito apresenta um núcleo, apenas, esteja no singular ou plural.
- Exemplo: Os funcionários bateram o ponto.
- Núcleo: funcionários
2. Sujeito composto
Já no caso do composto, existem dois ou mais núcleos. Leia o exemplo:
- Exemplo: Os livros e as revistas compõem o acervo da escola.
- Núcleos: livros, revistas
3. Sujeito oculto, elíptico ou desinencial
Esse tipo de sujeito não está expresso na oração, contudo, pela flexão do verbo conseguimos identificá-lo. Veja:
- Exemplo: Escrevo essa tarefa sobre sintaxe.
- Núcleo: (eu), identificado pela desinência “-o” de “escrever”.
Ou neste outro exemplo.
- Exemplo: Estávamos a sua espera.
- Núcleo: (nós), identificado pela desinência “-mos” de “estar”.
4. Sujeito indeterminado
O sujeito indeterminado é aquele que não se pode identificar na oração. Lembre-se de que a ocorrência se dá em duas situações:
- quando o verbo está conjugado na terceira pessoa do plural e o contexto não permite descobrir quem é o sujeito;
- ou quando o verbo está na terceira pessoa do singular justaposto ao pronome “se”, que, no caso, é o índice de indeterminação do sujeito.
Sendo assim, como encontrar o núcleo do sujeito?
- Exemplo: Telefonaram para confirmar o horário da consulta.
- Núcleo: ?
Também observável na seguinte situação:
- Exemplo: Precisa-se de vendedor experiente.
- Núcleo: ?
Partícula apassivadora x índice de indeterminação do sujeito
Vamos, agora, dar atenção ao pronome “se”. É importante definir a função dele para saber se o sujeito é determinado ou não.
Quando o pronome “se” funciona como partícula apassivadora, há na frase um sujeito determinado.
A estrutura dele é a seguinte:
- verbo na terceira pessoal do singular ou do plural;
- pronome “se”;
- um substantivo, ou equivalente, não precedido por preposição;
- é possível, no caso da partícula apassivadora, transformar a oração para a voz passiva analítica.
Ainda não está tão claro? Leia, então, o exemplo:
- Exemplo: Contou-se uma mentira.
A oração acima tem preposição? Não. É possível colocá-la na voz passiva analítica? Sim! Veja:
- Exemplo: Foi contada uma mentira.
Na voz passiva podemos notar claramente que está determinado, sim, um sujeito — e ele é simples. Logo, o primeiro exemplo será classificado assim:
Contou: voz passiva sintética
Se: partícula apassivadora
Uma mentira: sujeito simples
Quando o “se” tem a função de índice de indeterminação do sujeito, a estrutura é a que se segue:
- verbo conjugado na terceira pessoa do singular;
- pronome “se”;
- substantivo com preposição, sem que seja possível colocar a oração na voz passiva analítica.
Exemplo: Falou-se da briga.
Note que não é possível transformar essa oração para a voz passiva. Portanto, a análise desse exemplo ficará assim:
?: sujeito indeterminado
Falou: verbo na voz ativa
Se: índice de indeterminação do sujeito
Da briga: objeto
Entendida a diferença entre partícula apassivadora e índice de indeterminação do sujeito? Ótimo! Então vamos ao último tipo de sujeito, o inexistente:
5. Inexistente ou oração sem sujeito
O próprio nome já explica: não ocorre um elemento na oração ao qual o predicado se refere. Os verbos, aqui, são chamados de impessoais. Conheça-os:
- haver: no sentido de existir, acontecer ou ao indicar decurso do tempo;
- fazer: ao indicar decurso do tempo ou fenômeno da natureza;
- ser: ao indicar tempo ou distância;
- verbos que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos:
- Houve tumulto durante o comício.
- Faz três meses que a visitei.
- É verão no hemisfério Norte.
- Ventava à beça na varanda.
O que é o predicado de uma oração?
No caso do predicado, nós o definimos como o termo que informa algo a respeito do sujeito e é estruturado em torno de um verbo. Ele pode ser composto por um elemento nominal — substantivo, adjetivo, advérbio — ou verbal. Exemplos:
- O presidente reúne-se com o chanceler nesta tarde.
- Meus irmãos estavam desesperados.
- Eloísa iniciou nervosa a palestra.
Na oração impessoal, ou seja, sem sujeito, o predicado é a expressão absoluta de um dado fato. Nesse tipo de oração, o verbo é conjugado na terceira pessoa. Veja:
- Já é 1h da manhã.
- Chovia demais nesta estação do ano.
E quais são os tipos de predicado?
1. Predicado verbal
É aquele quando o núcleo do predicado está centrado num verbo transitivo ou intransitivo. Em outras palavras, o dado relacionado ao sujeito encontra-se nos verbos.
- Exemplo: Os adolescentes amadureceram rápido.
2. Predicado nominal
Ele é formado por um verbo de ligação + o predicativo (adjetivo) do sujeito.
- Exemplo: O atleta está febril.
3. Predicado verbo-nominal
Ele apresenta dois núcleos: verbo transitivo ou intransitivo + predicativo do sujeito ou do objeto.
- Exemplo: O aluno afastou-se zangado dos colegas.
Compreender bem sujeito e predicado significa dominar a estruturação oracional, bem como a concordância e a relação existentes entre esses termos. O resultado será refletido na clareza do artigo e na ênfase que quer ser passada ao ordenar cada um deles numa oração!
Esta postagem foi útil para você? Então não deixe de aprofundar seu repertório gramatical por meio da leitura deste post sobre frase, oração e período. Boa leitura!