O que é a Indústria 4.0 e quais são os impactos da nova era industrial

Dos primeiros equipamentos de produção às fábricas e escritórios automatizados, foram necessários mais de 300 anos de evolução industrial para deixarmos as primitivas e gigantescas máquinas a vapor e adotarmos os smartphones, como o que você tem em mãos, que hoje são capazes de controlar indústrias inteiras.

O que é a Indústria 4.0 e quais são os impactos da nova era industrial

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As máquinas a vapor e as linhas de produção são os maiores símbolos de um período histórico com transformações sociais sem precedentes.

Agora, cerca de três séculos depois, é a Indústria 4.0 que promete gerar um impacto profundo na sociedade ao introduzir soluções tecnológicas sofisticadas, sistemas autônomos e redes de informações integradas.

A também chamada 4ª Revolução Industrial descreve o processo de Transformação Digital que ocorre nas indústrias e oficializa a entrada de novas tecnologias nesse mercado como a IoT (Internet das Coisas), IA (Inteligência Artificial), impressão 3D, Big Data, computação em nuvem e diversas outras inovações que ainda estão por vir.

Neste artigo, abordaremos toda a trajetória da indústria, da 1.0 à 4.0, e veremos que, embora esteja ganhando popularidade na internet e na mídia, a introdução efetiva desses recursos tecnológicos nas fábricas pode levar vários anos, principalmente no Brasil.

Também apresentaremos os impactos que essa transformação acarretará no mercado e na economia, especialmente no que diz respeito às crescentes automatizações que preocupam estudantes e profissionais do mundo inteiro.

Pronto para entender 300 anos de história em um só post? Então, boa leitura!

As primeiras revoluções industriais e suas transformações

Os últimos séculos foram marcados por mudanças bruscas nas mais distintas áreas, entretanto, as revoluções industriais sempre tiveram um enorme destaque devido às grandes mudanças estruturais e comportamentais que causaram.

Temos, então, três períodos que antecedem a Indústria 4.0:

  • Indústria 1.0 (fim do século 18): marcada pelas primeiras máquinas e equipes de trabalho;
  • Indústria 2.0 (fim do século 19): quando surgiram as primeiras linhas de montagem;
  • Indústria 3.0 (a partir de meados de 1970): quando a eletricidade e a tecnologia da informação foram introduzidas.

A Indústria 1.0

A Primeira Revolução Industrial inaugura a corrida pela industrialização e aprimoramento dos processos produtivos com a introdução de novos equipamentos como o tear e a máquina a vapor.

O setor têxtil foi o primeiro a apresentar equipamentos mecânicos e hidráulicos, mas logo esses inventos se estenderam para os transportes, agricultura, metalurgia e outras áreas econômicas.

Em termos sociais, a Indústria 1.0 fez com que a principal fonte de renda e riqueza das cidades mudasse do comércio para a atividade industrial.

A Indústria 2.0

A Segunda Revolução Industrial começou por volta da segunda metade do século XIX a partir do progresso científico e tecnológico que se instalava na Inglaterra, França e Estados Unidos.

As famosas linhas de montagem de Ford (Fordismo) são uma das mais marcantes inovações da época, porém vários outros avanços foram testemunhados, em especial a descoberta de novas fontes de energia como o petróleo, o urânio e a água (para usinas hidrelétricas).

A otimização da cadeia de processos industrial fez com as fábricas celebrassem recordes históricos de produtividade, o que também ampliou a oferta de produtos e trouxe mais recursos para o ser humano.

A Indústria 3.0

Após a Segunda Guerra Mundial, a humanidade ingressou em um momento de profundas transformações no campo tecnológico.

A Terceira Revolução Industrial foi pautada no conhecimento e na pesquisa aplicados à indústria e, por isso, é também conhecida como Revolução Tecno-científica.

Nessa fase, as empresas passam a se focar em produtos de maior valor agregado e as atividades fabris começaram a ser influenciadas por computadores, softwares, chips e sistemas elétricos.

Outro destaque foi a expansão das transmissões de rádio, telefonia, televisão e internet, as conquistas da indústria aeroespacial e as descobertas no campo da biotecnologia.

A Indústria 4.0 e suas definições

Nas últimas décadas, pudemos testemunhar um grande salto nas iniciativas de digitalização e automatização, não apenas nos processos industriais, mas principalmente nas atividades de escritório e na publicidade.

Entretanto, esse assunto só ganhou um apelo oficial em 2011, quando, pela primeira vez, foi definido como Indústria 4.0 na famosa Feira de Hannover — um dos maiores eventos sobre automação industrial do mundo, realizado na Alemanha todos os anos.

O governo alemão é pioneiro nas iniciativas tecnológicas industriais. As indústrias e os centros de pesquisa alemães são, atualmente, as principais referências mundiais na área de engenharia de controle e automação.

O que a Indústria 4.0 sinaliza não é apenas uma modernização estrutural dos meios de produção, mas uma mudança de paradigma na maneira como planejamos e executamos o desenvolvimento de produtos.

A proposta básica é conectar máquinas, sistemas e ativos em redes inteligentes capazes de controlar toda a cadeia de produção de maneira autônoma.

Tal como os famosos veículos do Google e da Uber que se locomovem sozinhos, podemos esperar fábricas capazes de operar de forma totalmente independente.

Dentro das áreas de gestão, podemos citar a automação de marketing, que já é uma necessidade constatada e revela que a comunicação e a administração das empresas também ganharão cada vez mais autonomia com o uso de softwares, computação em nuvem e análises de Big Data.

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Os 5 princípios da Indústria 4.0

Para esclarecer os fundamentos e propósitos da 4ª Revolução Industrial, autores como Klaus Schwab e Philip Kotler tomam como base cinco princípios para o desenvolvimento e a implementação da Indústria 4.0.

1. Operação em tempo real

Se no passado qualquer mudança no produto ou no processo produtivo exigia longos ajustes complexos em toda a cadeia de produção, agora a proposta é criar unidades flexíveis capazes de trocar dados de maneira instantânea.Ou seja, controle em tempo real de toda a atividade industrial.

2. Virtualização

O comando das operações, os ajustes de maquinário e a identificação de problemas não serão mais realizados de maneira direta, mas em modelos virtuais capazes de descrever detalhadamente toda a atividade das fábricas a partir de sensores espalhados pela planta.

Além de o controle de todos os processos ser realizado via internet a partir de computadores ou smartphones, por exemplo, a detecção de falhas é imediata e os ajustes realizados são muito mais precisos, evitando desperdícios e poupando tempo com eventuais reparos.

3. Descentralização

As máquinas não apenas receberão ordens dos sistemas ciberfísicos (que integram entidades físicas com arquiteturas computacionais), como também serão capazes de gerar seus próprios dados, permitindo que os diferentes módulos da instalação atuem de maneira descentralizada.

4. Orientação a serviços

Com a virtualização de toda a estrutura operacional das indústrias, será possível programar softwares para tomarem decisões instantâneas de acordo com as necessidades da produção.

Isso permitirá uma otimização em tempo real de todas as atividades dentro da empresa, além da integração com outros recursos e bases de dados.

5. Modularidade

Uma das mais importantes propostas da Indústria 4.0 é promover o alinhamento entre a demanda e a produção e facilitar a personalização de produtos.

A ideia é tornar o processo produtivo mais flexível com o acoplamento e desacoplamento de módulos, aumentando as possibilidades de produção sem a necessidade de alterações complexas na cadeia produtiva.

As novas tecnologias e seus potenciais

A tecnologia é a grande estrela da Indústria 4.0. As inovações disruptivas e seus imensos potenciais podem moldar um novo dia a dia dentro das indústrias, mas também no mercado e no marketing. Vamos falar agora sobre algumas dessas importantes ferramentas.

Manufatura aditiva

A manufatura tradicional funciona de “cima para baixo”, isto é, a matéria-prima bruta é cortada, moldada e lapidada para conferir forma aos produtos.

O problema é que esse processo envolve um enorme desperdício de material e está sempre restrito a moldes pré-fabricados.

A manufatura aditiva, também conhecida como impressão 3D, consiste na adição gradual de materiais para formar as peças; nesse caso, o processo ocorre de “baixo para cima” com o mínimo desperdício de material e possibilidades de modelagens praticamente infinitas.

Inteligência Artificial

Um dos principais pilares da automatização, a Inteligência Artificial, consiste na criação de softwares capazes de simular a capacidade humana de analisar dados, racionalizar e tomar decisões a fim de automatizar veículos, máquinas e outros dispositivos.

Internet das Coisas

A internet nada mais é do que uma grande rede de computadores interconectados. Agora, imagine conectar também acessórios, ferramentas, máquinas e até fábricas inteiras?

Essa é a proposta da chamada Internet das Coisas, que permite a troca de dados direta e instantânea entre diferentes dispositivos.

As aplicações são inúmeras, incluindo desde carros autônomos – que poderão analisar exatamente os trajetos e manobras de outros veículos, a fim de evitar acidentes e diminuir engarrafamentos – à integração completa de diferentes módulos em uma indústria, transformando-a em uma espécie de organismo vivo.

Sistemas ciberfísicos

Os sistemas ciberfísicos consistem na utilização de um “reflexo virtual” de todos os objetos físicos de uma indústria para que o controle das máquinas seja executado a partir de qualquer plataforma que tenha acesso a esses dados, seja um computador, seja uma central ou até mesmo um smartphone.

Biologia sintética

As inovações também se estendem às áreas de química, física e biologia, ciências que se beneficiam cada vez mais da computação e da engenharia para desenvolver compostos e até sistemas vivos em laboratório, como células, enzimas e circuitos genéticos.

A SynBio, como também é chamada, já levanta diversas discussões sobre as possíveis implicações da manipulação e criação de novos organismos, um avanço que ainda encontra barreiras culturais e políticas em vários países.

A Indústria 4.0 no Brasil

José Rizzo, fundador da Pollux, empresa brasileira especializada em automação industrial, apresentou algumas perspectivas sobre o cenário da Indústria 4.0 no Brasil.

Segundo ele, os especialistas consideram que a indústria brasileira, em grande parte, está no processo de transição entre as Indústrias 2.0 e 3.0. Ou seja, ainda estamos deixando as linhas de montagem tradicionais e implementando, pouco a pouco, recursos informacionais.

Estabelecendo uma comparação com o poderio industrial alemão, o Brasil precisaria instalar cerca de 165 mil robôs em suas fábricas para se aproximar da atual densidade robótica ativa na Alemanha.

Existem inúmeros fatores que justificam esses resultados, mas, ao que tudo indica, o Brasil caminha a passos lentos na inovação industrial.

Será preciso o apoio de diferentes setores (governo, gestores, empreendedores e instituições de pesquisa) para que a indústria brasileira não fique para trás nessa grande corrida tecnológica.

Os impactos da nova era industrial

O primeiro impacto gerado pelas mudanças desencadeadas pela Indústria 4.0 será a criação de novos modelos de negócio.

Os consumidores estão cada vez mais exigentes e já há um esforço empregado pelas empresas para entregar soluções mais específicas para cada tipo de cliente.

Com o uso amplo e frequente da internet, dados e softwares, as pesquisas e soluções de segurança em TI também deverão ser muito procuradas, não apenas pelas empresas, mas também por governos de todos os países.

Entretanto, o ponto mais discutido sobre esses avanços são os esperados impactos no mercado de trabalho e na demanda de mão de obra. O que se pode dizer é que as atividades manuais e repetitivas serão gradualmente eliminadas, mas é preciso tomar cuidado com essa abordagem de “desemprego tecnológico”.

Essa mudança de funções e competências profissionais acontece desde a Primeira Revolução Industrial. As novas gerações sempre contaram com opções de carreira muito diferentes das profissões exercidas por seus pais e avós.

O que se destaca no presente é a velocidade com que essas transformações se sucedem, por isso, nunca foi tão importante para os profissionais se manter atualizados e atentos às tendências. Muitas carreiras estão se tornando obsoletas, mas diversas outras já estão despontando no mercado.

Um estudo promovido pela Dell Technologies prevê que 85% das profissões disponíveis em 2030 sequer foram inventadas.

Isso revela um cenário um pouco mais otimista em relação à Indústria 4.0, mas ainda surpreendente. Certamente muitas pessoas precisarão se adaptar a essa nova era industrial, mas também é certo que grandes oportunidades estão por vir.

Este artigo fica por aqui, mas ainda temos muito conteúdo para você! Confira agora o que é Marketing de Varejo e como o Big Data vem transformando o setor.

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