Management 3.0: o que é e como aplicar a gestão 3.0

Com o management 3.0, a sua agência consegue alinhar a ação dos diversos projetos, incentivando todos os membros dos times a se tornarem responsáveis pelo sucesso do cliente. Implemente metodologias ágeis, descentralize a responsabilidade e garanta eficiência e qualidade nas entregas!

Atualizado em: 12/02/2021
Management 3.0

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O management 3.0 é um excelente modelo de gestão, alinhado com as transformações digitais e processos colaborativos que, cada vez mais, fazem parte do universo empresarial. Dentro de uma agência, esse tipo de gestão contribui para a implementação de metodologias ágeis, além de promover lideranças com o fit atual, capazes de engajar e gerar autonomia aos colaboradores.

Como é comum, uma empresa de comunicação normalmente conta com vários projetos (cada um com necessidades diferentes) e um time criativo, que pode enfrentar os mais variados problemas, mas com a missão de criar algo dentro do prazo determinado. Por isso, é fundamental uma metodologia de gerenciamento que contribua para a colaboração de todos e que foque na qualidade e eficiência.

Entenda mais sobre o management 3.0 e descubra por que essa estratégia tem conquistado líderes de grandes empresas como a Pixar e o Google. Veja como as 6 visões dessa gestão podem escalar o atendimento da sua agência e confira como a gestão 3.0 pode ajudar a sua agência. Boa leitura!

O que é management 3.0?

O management 3.0, também conhecido como gestão 3.0, é um modelo no qual o líder consegue entender que ele não é o controlador dos seus funcionários. Apesar de ter um papel que pode contribuir para o desenvolvimento e performance de cada um, o gerente não é o fator decisivo para que o workflow da agência tenha sucesso, isso depende de cada colaborador.

No modelo da gestão 3.0, o papel do gestor é definir e apresentar as metas que precisam ser atingidas. Além disso, ele é o responsável por mostrar o caminho para os funcionários, estabelecendo tarefas e prazos. Entretanto, cada um é encarregado pelo cumprimento de cada entrega. O papel do líder consiste em acompanhar o desenvolvimento dos processos por uma perspectiva macro e focar nas tomadas de decisão.

Entenda como surgiu esse modelo de gestão

Assim como diversas metodologias ágeis, o management 3.0 surgiu na área de TI (tecnologia da informação). Foi o gestor Jurgen Appelo quem cunhou o termo com a publicação de um livro com o mesmo nome. A ideia, que surgiu em 2010, teve o objetivo de reunir a experiência que o autor desenvolveu com a sua carreira como agile manager.

Jurgen percebeu que para otimizar a gestão de projetos, era necessário mexer normalmente nas mesmas questões. Em outras palavras, os erros de gestão eram praticamente os mesmos, nas mais diversas empresas. O gestor observou a necessidade de valorizar mais as equipes e garantir um modelo que permitisse entregas rápidas que, além de tudo, propiciasse tempo para o gerente do projeto.

Vale destacar que, apesar de a gestão 3.0 permitir um processo mais ágil, isso não significa que management 3.0 seja o mesmo que metodologia ágil. Podemos pensar, por exemplo, em ferramentas de gerenciamento de projetos, como o PMBOK, que é uma ferramenta muito útil para o planejamento, mas que terá resultados bem diferentes de um projeto desenvolvido com design thinking

Confira os principais benefícios dessa estratégia

O simples fato de acompanhar as tendências da gestão já seria um grande diferencial do management 3.0, pois transforma a visão de posicionamento e os papéis do gestor. Confira as principais vantagens:

  • autonomia no trabalho — como o gestor delega as tarefas e os prazos para que cada um se organize, os funcionários também sentem maior independência;
  • valorização de todos os colaboradores — diferentemente dos modelos anteriores de gestão, o management 3.0 permite uma comunicação horizontalizada. Nesse modelo, a opinião de cada um tem o mesmo valor, sem distinção de cargo ou influência dentro da empresa;
  • integração das equipes — a agência se alinha naturalmente com esse modelo de gestão, pois como cada um se torna responsável por determinadas demandas, é natural que as pessoas estejam mais conectadas com outros membros do mesmo projeto;
  • bom clima organizacional — nessa gestão, a liderança sai do modelo autoritarista-centralizador. Assim, cada um se sente responsável por determinados resultados, mas não há a pressão constante do chefe supervisionando e delegando tarefas arbitrariamente;
  • fit cultural — quanto melhor a gestão da agência, mais forte permanece a cultura da empresa. Afinal, pontos importantes serão destacados e os colaboradores respirarão os princípios da empresa. Isso é excelente para a contratação de novos talentos, pois melhora o fit da agência;
  • produtividade — aumentar a quantidade de clientes é diferente de fazer contato com 10 novos prospects todos os dias. O management 3.0 deixa claro qual o papel de cada um para garantir o sucesso da empresa, melhorando também a eficiência do trabalho;
  • engajamento — outra vantagem é a motivação e o engajamento dos funcionários, focados em entregar o que for solicitado e atentos para sugerir melhorias nos processos da agência;
  • processos mais ágeis — é bem possível que a sua empresa de comunicação já utilize o kanban para controlar o fluxo de produção. A gestão 3.0 é ideal para que outros processos na agência fiquem mais ágeis;
  • crescimento do grupo — a competição pode ser saudável para impulsionar uma agência, mas quando se trata do público interno, certamente a colaboração conta com grande vantagem. Com a transparência desse modelo de gestão, é possível trabalhar duas possibilidades com a equipe, pois a transparência deixa claro quem está em dia com suas entregas e quais estratégias estão funcionando de forma eficiente.

Descubra por que sua agência deveria considerar a gestão 3.0

Imagine que você consiga dobrar a quantidade de clientes ou que tem a oportunidade de pegar uma conta grande na sua agência. Sua atual estrutura teria condições de atender à nova demanda? A gestão 3.0 tem a vantagem de adaptar as agências rapidamente de acordo com as necessidades que surgirem.

Seja a quantidade de tarefas, o nível de complexidade dos processos ou os problemas com clientes, o gestor deve estar sempre à frente de todas essas questões. O que acontece muitas vezes é que não é possível ter uma tomada de decisão eficiente, pois a quantidade de informações para acompanhar é absurda.

Entretanto, uma das necessidades da atualidade é justamente saber identificar quando é a hora da mudança e conseguir fazer a manobra, adaptando a agência rapidamente. Contar com uma gestão que tira a verticalidade e distribui as responsabilidades já é parte do caminho, porque promove mais tempo para que o gestor desenvolva sua visão e os membros dos times estarão cientes das melhores soluções.

Quais as diferenças para o management 1.0 e 2.0? 

Dependendo da sua idade, pode ser que você já tenha participado por vários anos de empresas com os outros modelos de gestão. Para diferenciar o management 3.0 dos demais, Jurgen Appelo define os estágios management 1.0 e management 2.0. Lembrando que é possível encontrar agências em diferentes fases ou mesmo num mix dessas. Afinal, nem todos estão preparados para mudar com o mercado.

No caso domanagement 1.0, encontramos uma visão que se casa com o termo “recursos humanos”. Ou seja, os funcionários são vistos como parte da estrutura da empresa, como engrenagens de uma máquina. Isso significa, por um lado, a desvalorização e a generalização dos membros da empresa e, por outro, a tendência à mecanização.

Neste estilo de gestão, o modelo funciona em uma estrutura vertical, na qual os que estão acima têm poder sobre os demais. Por isso, as ordens são apenas transmitidas e devem ser seguidas, e nunca questionadas. Outro ponto da gestão 1.0, é a falta de preocupação com a qualidade de vida do trabalhador. Afinal, ele representa apenas uma peça que deve ser substituída em caso de defeito.

O management 2.0 é uma espécie de transição entre o primeiro modelo e a nova ideia proposta por Jurgen Appelo. Nesse caso, já existe uma preocupação com o colaborador, com uma gestão de pessoas modernizada. Entretanto, a hierarquia ainda exerce um papel importante. Isso torna os processos da empresa mais lentos e burocráticos, consequentemente, as tomadas de decisão também sofrem com isso.

Como o management 3.0 funciona na prática?

Diferentemente de outros métodos para a gestão de projetos, o management 3.0 é uma metodologia. Isso significa que não existem todos os passos descritos que a agência precisa seguir para conseguir alcançar esse formato de gerenciamento. Entretanto, existem algumas diretrizes que contribuem para a sua implementação.

Maior desenvolvimento de habilidades dos profissionais

Uma agência de comunicação precisa de uma equipe com várias competências e todos os dias surgem novas demandas para a área, principalmente se o foco for nos serviços digitais. Com o management 3.0, todos os membros da equipe desenvolvem uma visão do que é preciso para que a empresa alcance o sucesso.

Além disso, por um lado, é de responsabilidade do gestor entender quais capacitações são necessárias para que o time siga atendendo às demandas da agência. Por outro lado, o modelo também estimula cada colaborador a entender suas limitações e ter o impulso de buscar uma solução para isso (seja por conta própria ou como uma solicitação de um treinamento para a agência).

Alinhamento das ações

Também é preciso definir as regras e os combinados. Quanto maior a participação das equipes, mais claros ficarão os acordos. Por exemplo, no caso de prazos urgentes, qual será o protocolo da agência? Pode ser que uma parte do time faça o trabalho remotamente, mas caso as entregas não sejam atendidas, é possível continuar nesse modelo de trabalho?

São questões sobre o dia a dia da agência que precisam ser observadas e, a partir daí, serem desenvolvidas regras claras (até mesmo sobre o que fazer no surgimento de situações novas). Dessa maneira, todos têm segurança nas ações, e certamente a criatividade fluirá em um ambiente com suporte no lugar de barreiras.

Aumento de engajamento das equipes

Outro foco no management 3.0 está na conexão entre os times que precisam se comunicar. Em vez do gestor se tornar um mensageiro, mediando a troca de informações entre equipes ou colaboradores, o foco será ligar as pessoas que precisam conversar, construindo um fluxo de trabalho eficiente.

Quais são as 6 visões da gestão 3.0?

Confira os pontos que Jurgen Appelo define como fundamentais no management 3.0 e garanta o sucesso na gestão da agência!

1. Energizar pessoas

O primeiro ponto está ligado na motivação do time. É papel do gestor acompanhar e saber como está o engajamento dos colaboradores. Ele deve assegurar que o time esteja com o seu potencial criativo pleno. Outro KPI importante nesse sentido está ligado à cultura organizacional.

Os funcionários precisam vestir a camisa da empresa. Só assim, eles conseguirão direcionar sua energia para encontrar as melhores soluções para a agência. O gestor deve entender se a visão do conjunto é, de fato, dar o melhor de si, ou se ainda se mantém a visão conservadora de cumprimento de horários, quando muito, de tarefas.

2. Empoderar equipes

Antes de mais nada, o empoderamento de um time já contribui para que todos se sintam motivados para entregar o seu melhor. Afinal, é um processo que transmite para o colaborador o sentimento de ser um pouco dono do projeto que participa. Isso não é uma transição simples, pois envolve crenças limitantes tanto por parte de quem abre mão do poder quanto de quem assume novas responsabilidades.

Por isso, é importante preparar o time para desenvolver uma visão estratégica e ser capaz de tomar decisões, mesmo em situações complexas. Nesse ponto, vale destacar que não significa que todos do time concordarão com as ações propostas. Quando surgirem impasses, talvez não todos concordem, mas é importante que toda a equipe aceite a proposta.

3. Alinhar restrições

Enquanto os modelos de gestão anteriores focavam nas regras, o management 3.0 usa as restrições. O objetivo com isso é trazer consciência em relação à questão que precisa ser contornada, em vez de apenas apresentar ações que podem enrijecer os processos dentro da empresa e até mesmo se voltar contra a estrutura.

Por exemplo, uma agência pode obrigar todos os membros da parte de criação a participarem do briefing com o cliente (o que poderia se transformar em um desastre). Nesse outro formato, a restrição pode ser que o pessoal da criação deve passar todas as dúvidas que precisa esclarecer com o cliente até um dia antes do briefing e usar as respostas para nortear o trabalho.

4. Desenvolver competências

Quantas estratégias de marketing e novos canais de comunicação surgem a cada ano? Se pensarmos além, até mesmo o modelo de atendimento da agência tem melhorado. Para a gestão 3.0, é importante que todos se preocupem em se atualizar e conquistar as habilidades necessárias para entregar o trabalho com excelência.

Para isso, é importante que o gestor demonstre a importância das capacitações, traçando, ele mesmo, um caminho de desenvolvimento pessoal. Além disso, é fundamental oferecer treinamentos relevantes e incentivar ações nesse sentido dentro da empresa. O colaborador deve se sentir confortável para também solicitar capacitações.

5. Aumentar as estruturas

Certamente, a agência pensa (às vezes até mesmo planeja) sobre o seu crescimento. Isso é muito positivo, e com a gestão 3.0, tal ponto precisa fazer parte do cotidiano da empresa. Dessa forma, o foco é criar times enxutos para os projetos, e também é importante que eles pratiquem uma excelente gestão do tempo. Assim, mesmo com as transformações, a produtividade continua em alta.

Como as equipes vão se transformando cada vez mais em times multidisciplinares, então, o modelo sugere a inserção de novos funcionários nos times, quando houver necessidade, mas evitando a criação de times na linha entre a produção das campanhas e a entrega ao cliente. Quanto menor for essa distância, menor também será a probabilidade de criar um “telefone sem fio”.

6. Melhorar tudo

O monitoramento constante do desempenho da agência é essencial. Para isso, é importante que tenha ocorrido um start, com definição de objetivos, metas e prazos. Isso não significa que uma meta anual vai gerar o acompanhamento e a criação de relatórios de gestão apenas uma vez por ano. Entretanto, pode fazer com que o gestor divida a meta em pequenas entregas, mensurando-as.

Para isso, diversas ferramentas como a matriz SWOT, que cruza oportunidades, ameaças, forças e fraquezas, podem servir para entender o quanto as estratégias estão funcionando. Também, é importante checar o desempenho dos funcionários para garantir a melhor performance de cada um.

Existem empresas que já usam esse modelo de gestão?

Grandes referências no mercado já implementaram o management 3.0. Por exemplo, tanto o Google quanto o Facebook oferecem para que seus colaboradores usem 20% do tempo desenvolvendo projetos de melhorias no seu setor. Isso significa que os funcionários trabalham focados na criação de novas ideias.

Uma medida dessas trabalha não só a visão para a melhoria de tudo, como também o empoderamento de equipes, que certamente terão maior sinergia, pois receberão instruções e novidades partindo de membros de dentro do time. Além disso, o foco dessa ação é engajar e motivar os funcionários.

Outra que aposta nas visões da gestão 3.0 é a Zappos — uma empresa dos Estados Unidos que vende calçados e foi comprada pela Amazon. A marca aposta no empoderamento de equipes, então, os funcionários podem ter ações proativas, sem a necessidade de aprovação de superiores.

Assim, em vez de seguir um roteiro de atendimento, por exemplo, o pessoal do call center tem autonomia para prosseguir com a conversa. Também surgem casos destacados, como o envio de flores para uma cliente que ficou viúva. Tudo isso somente pode acontecer porque o alinhamento das restrições é bem claro: foco na excelência no atendimento.

A Pixar também trabalha com a gestão 3.0, e por isso é conhecida por fazer uma revisão ao final de cada filme. A proposta é apontar o que deu certo e o que deu errado durante a produção. Essa é uma ação que estimula a melhoria contínua dos projetos.

É importante entender que, nesse caso, o foco da empresa não é descobrir quem errou ou quem teve ações fantásticas. Na verdade, o objetivo é justamente separar a questão pessoal das ações, para permitir que todos tenham uma visão do projeto e possam entender o impacto de cada processo como um todo. Assim, em vez de gerar desentendimento, todos focam no sucesso.

Como o management 3.0 pode ajudar na gestão de projetos da sua agência?

Nem sempre uma agência conta com muitos profissionais. Então, é fundamental que a empresa adote estratégias que estimulem o trabalho multidisciplinar, encontrando os melhores resultados para esse modelo de atuação. Além disso, a gestão 3.0 colabora para o empoderamento da equipe, proporcionando tempo para que o gestor acompanhe outros processos.

Além disso, o management 3.0 energiza as pessoas, empoderando os times a assumirem sua posição da empresa, fortalecendo a cultura da companhia. Imagine que o foco da agência seja entregar tudo em prazos apertados. Possivelmente, os times trabalharão para conseguir, cada vez mais, otimizar o tempo.

Outro aspecto importante para a agência, é o desenvolvimento de competências. Afinal, a área da comunicação surpreende com novidades a todo momento. Então, é importante que o time se mantenha atualizado além de identificar quais são as habilidades que precisam ser adquiridas e o que tem maior chance de ser um novo sucesso no universo das mídias.

Viu como o management 3.0 é uma excelente estratégia para ser implementada na sua agência? É importante entender que esse modelo de gestão não é uma metodologia. Então, apesar de contar com várias ideias e posicionamentos, não existe um jeito exato de implementar e continuar executando essa gestão. Obviamente que um software de gestão para a agência é uma ferramenta aliada nesse momento, oferecendo precisão, escalabilidade e agilidade nos processos.

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