Marketing Político: entenda o que é e como funciona

O marketing político deve ser usado de forma responsável e elaborada para educar os eleitores e aproximá-los da vida política. Entenda!

Atualizado em: 12/02/2021
Marketing Político

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Talvez você não conheça esse conceito de marketing ainda, mas com certeza ouvirá falar bastante de marketing político nos próximos anos.

Com o avanço da tecnologia, descobrimento de novas técnicas e popularização da Internet, a propaganda política deixa de ser distribuição de santinhos e comerciais na TV e passa a ganhar um formato estratégico.

Tem muita coisa nova acontecendo na área e os resultados poderão impactar nossas vidas nos próximos anos.

Se interessou e quer saber mais sobre o assunto? Então continue lendo!

O que é marketing político e qual a sua importância?

Você ainda se lembra de quem votou nas últimas eleições para deputado, governador, vereador ou prefeito? Acompanha diariamente o que seus representantes têm feito em seu nome?

Se não está a par das ações dos candidatos que escolheu, pode ser que você não se importe muito.

Mas a culpa também pode estar do outro lado: é possível que o seu candidato não saiba fazer marketing político.

Em poucas palavras, marketing político é um conjunto de técnicas de publicidade para manter ligar um político ao seu eleitorado.

A ideia é permitir, através das suas estratégias, que um político específico possa se comunicar com o eleitorado que o elegeu e também conquistar mais votantes nas próximas eleições.

Sem boas ações de marketing político, não existe comunicação eficiente entre os políticos e os eleitores. Com isso, a população não fica ciente das propostas e intenções dos muitos candidatos e tem dificuldade de verificar o trabalho feito após a eleição.

Dica da Editora:
Marketing Digital: o que é, estratégias e TUDO sobre marketing online

Quais as principais estratégias do marketing político?

1. Desenvolver uma marca política

Uma das coisas mais importantes para um político é a criação da sua marca.

Alguns deles querem ser reconhecidos pelo eleitorado como um representante da saúde, da educação ou dos animais. Enquanto isso, outros querem ser vistos como entendedores de economia ou representantes de uma parcela minoritária e desfavorecida da população.

Seja qual for a marca desejada pelo político, o marketing pode ajudá-lo a construí-la na percepção do seu eleitorado.

Para fazer isso, os profissionais de marketing político precisam aplicar táticas de branding, que se assemelhams àquelas utilizadas por empresas como a Nike, Apple ou Coca-Cola, por exemplo.

Se você quiser se aprofundar sobre a utilização do Branding na sua estratégia de marketing, pode conferir nosso artigo especial sobre o tema ou nosso guia definitivo sobre o assunto.

2. Construir uma comunidade

Um político precisa do eleitorado ao seu lado se pretende ter força política necessária para tocar seus projetos, seja como um membro do Legislativo ou do Executivo.

Por isso mesmo, ele precisa se aproximar das pessoas e criar um sentimento de comunhão entre elas.

Se no passado a única maneira de fazer isso era através do ativismo e da militância política, hoje é possível atingir o mesmo resultado de outras maneiras.

Com a popularização das redes sociais, uma das ferramentas mais utilizadas para o marketing político é a criação de grupos. Mídias como o Facebook e o WhatsApp permitem que vários usuários se reúnam para debater e conversar sobre assuntos do seu interessante.

Uma estratégia esperta é reunir, pouco a pouco, eleitores alinhados com a movimentação de um político para cultivar uma comunidade ao redor desse mandato. Assim, garante-se que uma parcela da população ficará mais engajada na atuação política defendida por aquele representante público.

3. Investir em conteúdo

As estratégias de marketing de conteúdo podem ser aproveitadas por políticos e trazer muitos benefícios.

Utilizando a produção de um material de qualidade, seja por meio de redação de artigos ou textos opinativos sobre algum tema ou com vídeos diversos, um político consegue atingir 3 grandes objetivos na sua estratégia.

O primeiro é a educação do seu eleitorado. Com material de qualidade sendo publicado, o político consegue explicar para a sociedade que o elegeu qual a importância de certos projetos ou por que votar contra ou a favor de algo na Câmara.

O segundo é a propagação da sua imagem e aumento do seu alcance. Bons conteúdos tendem a ser compartilháveis nas redes sociais, apresentando o político e suas propostas para mais pessoas.

O terceiro grande objetivo alcançado é a condução de eleitores para a comunidade criada ao redor daquele mandato. Um bom material pode “converter” a pessoa em “lead” ao conduzi-la ao grupo no WhatsApp ou Facebook.

4. Marcar presença nas redes sociais

Um político que não possui presença nas redes sociais não é só negligente com o seu marketing, mas também com a comunicação com a população que o elegeu.

Somos no Brasil mais de 100 milhões de usuários de redes sociais, seja o Facebook, Twitter, WhatsApp, Instagram ou qualquer outra. Praticamente metade da nossa população está conectada na Internet através dessas plataformas.

Isso significa que, para se comunicar adequadamente com a população, um mandato não pode ignorar as redes sociais.

Como já deu para ver nesse artigo, várias boas estratégias de marketing político estão ligadas diretamente com as mídias sociais, como a criação de comunidade ou a produção de conteúdo para os eleitores.

Por isso, é importantíssimo estar atento à essa questão. Se você quer aprender sobre marketing para redes sociais, confira nosso ebook completo sobre o assunto!

Quais são bons exemplos de uso do marketing político?

Pronto para ver na prática como algumas dessas estratégias funcionam? Confira abaixo 3 casos de sucesso onde o marketing político fez a diferença.

Barack Obama e a Town Hall via Twitter

Barack Obama
Fonte: VOA News

Nos EUA e em outros países (como o Japão ou a Austrália), é comum a realização das chamadas Town Halls, ou encontros locais para a discussão de política.

Nessas reuniões, um representante político (normalmente um membro do Congresso ou do Senado) viaja até a região que representa para sentar e conversar com os eleitores daquela cidade sobre projetos políticos ou ouvir sugestões.

Em julho de 2011, com quase 3 anos de mandato, o então presidente Barack Obama resolveu usar as redes sociais para se aproximar da população.

Um evento no Twitter foi montado para simular uma Town Hall normal, como as que acontecem frequentemente. Qualquer usuário que utilizasse a hashtag #AskObama poderia fazer perguntas diretamente ao presidente, que responderia em vídeo, durante um streaming ao vivo.

Foram mais de 169 mil perguntas, com especial foco na área do emprego (23% das questões), orçamento público (18%) e impostos (18%). Além disso, presidente e população ficaram mais próximos ao estabelecer essa linha direta de diálogo.

Bernie Sanders e a revolução do conteúdo

Bernie Sanders
NBC News

Se você acompanhou as eleições presidenciais americanas de 2016, deve ter reparado em uma revolução improvável: a de Bernie Sanders.

Senador pelo estado de Vermont e filiado ao partido Democrata, Sanders enfrentou um cenário desolador: tinha menos de 3% das intenções de voto nas primárias do partido, sem apoio de ninguém e enfrentando a favorita de todos, Hillary Clinton.

Sem dinheiro ou apoio, Bernie virou o jogo elaborando uma estratégia para cada problema. Para resolver a falta de financiamento, a equipe do senador elaborou uma tática de arrecadação de fundos online, indo atrás de cada eleitor do partido com uma mensagem personalizada.

O resultado dessa campanha direcionada por um trabalho de análise de dados foi incrível: $218 milhões de dólares levantados com pequenos doadores, gerando uma média de $27 dólares por doação.

A questão da popularidade foi resolvida através da produção de conteúdo. A equipe pegou em câmeras, sentou com o senador e começou a gravar suas propostas e projetos. Foram 550 vídeos feitos exclusivamente para a campanha, que geraram mais de 42 milhões de visualizações apenas no Facebook.

O resultado? Os seus 3% de votos viraram 43% e ele quase venceu as primárias para ser o candidato do partido. O impacto de Bernie foi tão grande que, mesmo não sendo o escolhido para disputar a eleição, ele ainda recebeu 111 mil votos na disputa entre Clinton x Trump.

Donald Trump e a vitória da Big Data

Donald Trump
Fonte: Classic Hits

No começo de 2016, o empresário Donald Trump era tratado como um “fanfarrão” na luta pela presidência dos EUA. No final do mesmo ano, ele foi eleito o 45º líder da nação. Como isso aconteceu?

Uma das respostas mais convincentes é o uso de Big Data. Donald Trump contratou a empresa Cambridge Analytica para assessorá-lo durante a sua campanha presidencial, a mesma que foi responsável por parte da campanha do movimento Brexit, no Reino Unido.

Com uma quantidade massiva de dados e a utilização de um modelo elaborado pelos seus especialistas, a Cambridge conseguiu orientar a campanha de Trump em dois sentidos.

O primeiro era ao enviar mensagens direcionadas a ganhar os votos dos republicanos e indecisos pelo país. A empresa conseguia segmentar anúncios nas redes com base na personalidade das pessoas e, com isso, aumentar ao máximo a propagação da mensagem do candidato.

A outra estratégia era tentar diminuir a quantidade de votantes da adversária, Hillary Clinton. Como nos EUA a votação não é obrigatória, mas voluntária, a equipe de Donald Trump tentou manter certos grupos desmotivados para votar na candidata democrata.

A estratégia incluiu mais de 175 mil testes com diferentes variações de anúncios, desde tamanho da fonte até cor da imagem, para encontrar a melhor mensagem possível para atingir as pessoas.

Como deu para ver, uma das palavras-chave do marketing político é engajamento, seja durante as eleições ou depois. Se você quer descobrir como aumentar a participação do público com a sua marca, clique aqui e leia nosso artigo sobre o tema!

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