Pare de ser o chato da gramática

sirene da polícia da gramática

Frequentemente eu recebo mensagens de pessoas que apontam erros de gramática e grafia em conteúdos de todos os tipos que publicamos.

Às vezes, esses apontamentos são feitos em público, como em caixas de comentários e mídias sociais. E o mais interessante disso tudo é que os policiais da gramática costumam encerrar essas críticas de uma maneira peculiar (que explicarei adiante).

Espera aí! Receber feedbacks e correções é uma coisa ótima. As pessoas têm de saber quando estão erradas, pois assim vão melhorar aceleradamente. Certo?

Na verdade, não é bem assim.

A diferença entre uma crítica construtiva e uma crítica destrutiva começa com a intenção. E, por isso, vou explicar com detalhes por que você deve parar agora de ser o chato da gramática.

#1 — O chato da gramática não tem nada a perder

Se você é um redator freelancer, então você precisa ganhar a vida como qualquer outra pessoa, certo?

Então, se você está redigindo um conteúdo, ele possui um monte de variáveis que precisamos respeitar. Muitas delas, sequer estão relacionadas com a redação em si. Eis algumas delas:

  • Relevância do conteúdo;
  • Respeito à pauta ou proposta;
  • Ortografia; (<- você está aqui!)
  • Prazo;
  • Boa comunicação com o cliente;
  • Processo de contratação/pagamento.

Poderia listar muitas outras aqui. Isso significa que ser um produtor de conteúdo freelancer é dar o melhor de si em várias coisas ao mesmo tempo, não apenas com o português.

Os textos mais brilhantes da web (em português ou qualquer outra língua) têm milhares — às vezes dezenas de milhares — de palavras.

E, se eles são um sucesso de audiência, é porque os autores se preocuparam em entregar conteúdo relevante dentro do timing correto. Tenho certeza de que eles não substituiriam por um texto menos completo porém totalmente limpo de erros gramaticais.

“Feito é melhor do que perfeito.”

Quando você tem um prazo, você se esforça para entregar o melhor possível dentro daquele tempo. No entanto, um chato da gramática não tem essa necessidade, pois ser a polícia do português não é um trabalho. Assim, ele pode tecer uma crítica em mais tempo do que você gastou para produzir um texto inteiro.

#2 — O chato da gramática tem tempo de sobra

Existe uma coisa chamada custo de oportunidade. Basicamente, é o custo de você fazer uma coisa e não outra. O tempo todo fazemos esse tipo de juízo para as nossas vidas.

Se eu estou trabalhando (e não dormindo) neste momento, é porque trabalhar é o melhor a ser feito nesta hora. Na hora certa, dormir será o melhor a se fazer. Se eu simplesmente resolvesse dormir no horário de trabalho, essa seria uma das sonecas mais caras da minha vida!

Como eu mencionei anteriormente, essa é a razão pela qual eu não estou policiando a gramática de outros blogs!

Veja este post. Ele gerou meio milhão de reais em vendas para a Rock Content. Se você procurar, vai encontrar erros de português nele! E tem mais! Seu autor, o Peçanha, não é gramático, nem parente do professor Pasquale Cipro Neto.

Então, como ele conseguiu isso? Priorizando o que realmente importa!

Obviamente, esse texto passou por uma revisão gramatical, mas será que dobrar o tempo de produção investigando até as falhas mínimas e imperceptíveis faria o post gerar seu milhão? Provavelmente não.

Essa é a razão pela qual o Peçanha gasta seu tempo gerindo a Rock Content e escrevendo best-sellers. Caso contrário, estou certo que, em vez disso, ele estaria apontando publicamente os erros de gramática dos outros.

#3 — O chato da gramática também erra

Se você passa boa parte do tempo tentando policiar a gramática na internet, é bom estar preparado para receber isso de volta.

Um dos maiores paradoxos em termos de produção de conteúdo é a relação entre as circunstâncias e os resultados. Então, se você se propõe a cobrar uma coisa de outras pessoas, é preciso estar preparado para fazer isso muito bem em qualquer circunstância.

Evidentemente, nem sempre é esse o caso.

Ser o chato da gramática não é um trabalho, e também não dá dinheiro. Isso significa que esse tipo de coisa só é feita por pessoas que não estão ocupadas.

Se você trabalha produzindo conteúdo, tem um blog e está sempre publicando novos materiais, você está sujeito a cometer erros, e todos esses erros são públicos, para todo mundo ver!

Se a pessoa que está te criticando não tem compromisso com o público, tampouco escreve regularmente, algo de errado já começa por aí.

Verdadeiros revisores e gramáticos estão sempre praticando, por isso eles raramente cometem erros nesse ponto. E também é por essa razão que eles não ficam criticando a grafia dos outros quando não estão trabalhando.

#4 — O chato da gramática não quer ajudar

Verdadeiros revisores e gramáticos estão sempre praticando a escrita, além de terem métodos para um feedback efetivo.

Em suma, o objetivo deles não é somente encontrar um erro, mas incentivar o autor a corrigi-lo da melhor forma possível. Revisar conteúdos requer um bom canal de comunicação com o redator, quem tem experiência no assunto sabe disso.

E o chato da gramática?

Esse quase nunca tem a intenção de ajudar. Na verdade, na maior parte das vezes a sua ideia é parecer honesto em público, o que é uma atitude ruim.

Em vez disso, ele usa o seu “poder crítico” para pedir alguma coisa em troca. Diversas vezes, as pessoas fazem pedidos logo depois de criticar a grafia dos nossos textos. Posso listar algumas propostas que já recebi de policiais da gramática:

  • Postar um link para o blog dele.
  • Contratá-lo como revisor.
  • Ser um revisor na Plataforma Rock Content sem certificação.
  • Escrever uma retratação pública sobre erros de grafia no blog.

Entre outras coisas. Contudo, produzir conteúdo não é isso e, se essas pessoas tivessem mais conhecimento sobre Marketing Digital, saberiam que essas situações dificultam o alcance dos seus objetivos.

É por isso que, ao publicar artigos sobre gramática e português no nosso blog, estamos atraindo pessoas que têm o interesse de melhorar, e não indo atrás de quem comete erros.

E, o mais importante de tudo, admitimos nossos erros, mostramos que o problema está em não aprender com os erros, não em cometê-los.

Mais do que isso, no mundo da internet, quebrar as regras propositadamente pode ser um meio de interagir mais facilmente com o público, adequando o discurso à persona.

Por isso, se você está cansado dos chatos da gramática ou já fez isso um dia, tire a sua farda e gaste seu tempo revisando textos profissionalmente! Você verá que é muito diferente do que fazer críticas gratuitas.

Por isso, se você quer exercitar isso e aprender a dar feedbacks de uma forma saudável, seja um revisor na Plataforma Rock Content! Ou, se você tem um amigo chato da gramática, apresente esse conteúdo para ele. Talvez ainda possamos convertê-lo! 🙂

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