De Advogada a Redatora: como me reinventei sendo freelancer

Coluna Freela - Joanna Nandi

Na Comunidade da Rock Content a gente encontra várias pessoas que trabalham com a produção de conteúdo junto com outras atividades profissionais. Enquanto alguns fazem isso como um hobby ou complemento de renda, muitos desejam atuar dessa forma em tempo integral.

Comecei fazendo parte do primeiro grupo, mas me apaixonei pela área e abracei a carreira de redatora, mas a mudança não foi tão fácil. Eu me formei em Direito em dezembro de 2012 e atuei como advogada a partir de fevereiro de 2013.

Por muitos anos, essa foi a profissão dos meus sonhos — comecei querendo ser médica, na adolescência decidi fazer Física e fiz um semestre de Arquitetura. No fim, me apaixonei pelo Direito e mudei de curso.

Depois de todo esse percurso, parece difícil trocar de profissão e descobrir uma nova paixão, mas aconteceu comigo! A transição não foi tão simples: nesse caminho me deparei com algumas dificuldades e vários medos.

Aqui, vou falar um pouco sobre a minha história e como, de repente, me descobri uma produtora de conteúdo apaixonada, enquanto a advocacia se tornou a atividade complementar. Vamos lá?

Caindo de paraquedas na redação

Em 2017 comecei a escrever para a Rock Content como freelancer. O objetivo era complementar a renda: na época, mãe de uma criança de 10 anos e recém-casada, sentia falta de um rendimento constante e queria um dinheirinho extra para dar aquela turbinada no orçamento.

Um belo dia, durante minhas horas de procrastinação em um grupo de meninas originado no falecido Orkut, fui apresentada à Rock. Achei a ideia ótima, afinal, sou advogada e escrever faz parte das habilidades que desenvolvi na faculdade. Então pensei: por que não unir o útil ao agradável?

Organizei a agenda, fiz o curso de produção de conteúdo, enviei a minha candidatura e no dia 4 de maio recebi o e-mail com a avaliação e aprovação da Mérian Provezano, seguido das boas-vindas da Luiza Drubscky.

Lembro da data exata porque o e-mail chegou quando eu estava em um jantar romântico, comemorando 5 anos de namoro com o maridão num restaurante — com o bom motivo, ele perdoou minha distração com o celular.

Curtindo a carreira como freela

Comecei a escrever para a Rock aprovada apenas em Lei e Direito, então me mantinha sempre nos assuntos jurídicos, que já faziam parte do dia a dia. Entre um atendimento e outro do escritório, procurava tarefas disponíveis e adiantava os textos. Às vezes, fazia umas horas extras como redatora quando chegava em casa.

Com o passar do tempo, a agenda começou a apertar — era hora de reduzir os freelas e focar na carreira de advogada, certo? No meu caso, errado! Foi aí que começaram as dúvidas. A essa altura eu já estava inscrita em várias categorias, falando sobre produção de eventos, gestão e administração, gastronomia e turismo. Eu realmente gostava dessa variedade na rotina!

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Além disso, como tinha alguns projetos de assuntos bem diversificados, conseguia me aventurar em outras áreas também. Porém, sempre sentia o peso de ter estudado tanto pra ser advogada, com toda a trajetória de preparação e aprovação para a OAB, duas pós-graduações e tudo mais. Isso me deixava insegura, me sentindo uma “intrusa” no mundo da redação.

Renda Extra vs. Trabalho Integral: a grande batalha

No meio disso tudo, algumas pessoas me perguntavam por que não expandir e procurar clientes além da Rock já que eu gostava tanto. Aqui, o dilema era o mesmo: como fazer isso sem formação na área e sendo advogada? Essa dúvida, junto com o medo de julgamentos, me fez continuar na moita.

Na mesma época fui surpreendida pela Rock: ganhei o Rocking Freela no mês de março de 2018 (quem nunca quis ser o funcionário do mês?). Além do reconhecimento, ganhei acesso aos cursos da Rock University, então aproveitei para me especializar e turbinar o currículo.

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Foi aí que pensei “quem sabe eu sirva mesmo para isso” e resolvi que, nesse momento da minha vida, eu preferia ser redatora do que advogada. Tudo resolvido? Não, de novo. Começou o dilema parte dois.

Mas você vai jogar o seu diploma fora!

Esse é, sem dúvidas, o maior mito quando se fala em mudança de carreira. Aquele velho clichê “conhecimento nunca é demais” é absolutamente real! Não usar o seu curso superior como fonte de renda não significa que o investimento foi “pro lixo” ou que você perdeu tempo ao se dedicar.

O que você aprendeu ainda pode ser usado de outras formas. No caso da produção de conteúdo, o conhecimento da faculdade e a atuação na advocacia foram bem importantes para produzir materiais de qualidade na área jurídica, principalmente quando envolvem temas técnicos, como interpretação da legislação e decisões judiciais.

E, bom, entender as leis ajuda em muitas situações no nosso dia a dia, né? Isso vale para qualquer profissão: sempre existirão oportunidades para usar os seus conhecimentos!

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A transição de advogada para redatora

O medo de mudar e me aceitar foi o que mais atrasou essa transição de advogada para redatora e de-vez-em-quando-advogada — ainda tenho alguns processos ativos e faço algumas coisinhas da área para me manter por dentro da profissão (e compensar a anuidade da OAB).

Como lidei com isso? Foi um processo longo, mas existem algumas dicas que me ajudaram e resolvi dividir com vocês.

Organize o orçamento

Mudar de carreira geralmente afeta as finanças. A transição para outra profissão pode trazer alguns períodos de “baixa”, mas os boletos não param de vencer. Então é importante ter um bom controle do orçamento e contar com uma reserva na hora de se preparar para essa mudança.

Não se importe com os julgamentos

Sempre vai ter alguém para opinar de forma contrária ao seu desejo por diversos motivos. Eu ouvi várias frases de apoio (#sqn), tipo:

  • Ah, mas advogar dá mais dinheiro!
  • Se não tá gostando tanto de advogar, por que não tenta um concurso?
  • E escrever texto “pra internet” é profissão?
  • Tem certeza que dá de pagar as contas fazendo isso?
  • Mas e o seu diploma? Tanto esforço para nada….
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Nem sempre é fácil lidar com os comentários, mas confie no que você deseja. Escute o que os outros têm a dizer, mas analise o que vale a pena absorver e o que deve ser ignorado. Não tenha medo de julgamentos, principalmente porque ninguém sabe melhor do que você mesmo o que te fará feliz.

Planeje a mudança

A parte mais difícil é dar o primeiro passo, mas para ter segurança nesse momento, planeje-se. Pesquise os cursos que você deve fazer, as oportunidades de trabalho na área e as estratégias que podem ser adotadas.

No meu caso, a mudança de carreira já estava adiantada, então só migrei de renda extra para profissão em tempo integral. Porém, precisei me organizar para não ir mais ao escritório, ajustar meu tempo para me dedicar aos textos e buscar formas de aumentar a demanda. Também me regularizei como MEI e montei meu home office, porque o conforto é importante na hora de trabalhar.

E se não der certo? É só recomeçar!

Essa é outra pergunta que causa medo da mudança: se a nova profissão não der certo ou no futuro você descobrir, de novo, que isso não te faz tão feliz? A resposta é simples: não tem problema!

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Se não der certo, você ainda tem a profissão anterior e existem milhares de opções para você se reinventar no mercado de trabalho. O importante é saber quais são os seus objetivos e entender que nesse caminho, é normal acontecerem mudanças — entre ser advogada e me encontrar como redatora, passaram-se 6 anos!

A consciência de que não tem problema mudar e de que se não der certo, tudo bem, foi o passo principal para realmente eu me enxergar como redatora e entrar com tudo nessa carreira.

Saiba que vão aparecer vários obstáculos e crenças limitantes que podem atrapalhar a mudança de carreira. Aqui, a dica é se planejar e se preparar para enfrentar os medos! Pode ter certeza de que, no final, a recompensa chega. Eu consegui liberdade e flexibilidade para ficar com os filhotes em casa e fazer algo que realmente me traz satisfação. E você, deseja o que na sua vida profissional?

Se você também tem uma história legal sobre a vida de freelancer ou dicas para compartilhar com a nossa comunidade, que tal escrever uma coluna freela? Compartilhe a sua história com a gente!

Joanna Nandi

Advogada por formação, redatora por paixão, mãe de um guri lindo (de cão e gato também)!

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