Alguns de vocês (em especial quem trabalha comigo na Rock Content), devem ter entrado neste artigo, visto minha foto e pensado: “Mas logo você falando disso?”
Isso porque, com bastante frequência, recebo o feedback de que sou muito rápido nas tarefas de design que executo. E isso pode ser considerado muito bom em um processo no qual há muitas demandas com deadlines mais próximas. Mas, na verdade, é uma faca de dois gumes.
Creio que nem eu havia entendido a diferença que o tempo faz, até que, por ideia do Bruno (um dos designers da equipe), fechamos dois dias de nosso pipeline para realizar projetos próprios do time, organizando as outras demandas para que não atrapalhasse ninguém e realizando somente tarefas urgentes.
E foi uma das melhores experiências criativas que tivemos.
Então, venho compartilhar alguns dos aprendizados que tive com essa mudança na rotina.
Por que o tempo é importante?
Gostaria de dizer que meu descaso com o tempo nunca tivesse me atrapalhado. Porém, essa teimosia da minha parte me prejudicou ao longo da minha trajetória pelo Design, principalmente na vida acadêmica.
Quando tenho muito tempo para realizar uma tarefa, tendo (bastante) a procrastinar. E em certas ocasiões não é algo que atrapalhe muito. Arrumar sua cama às 7h ou às 18h só mudará a ordem do que você faria no dia.
Então, quando eu me deparo com uma tarefa criativa para os próximos 10 dias, tenho a (terrível) mania de deixar passar 5, 7 dias até me preocupar de fato e fazê-la.
Mas isso não funciona bem no processo de criação.
Como designers, nosso principal desafio é propor soluções diferentes para eventuais conflitos que possam aparecer. Seja “como representar um modelo de negócio SaaS visualmente” ou “como evitar que as pessoas se machuquem ao usar meu produto”.
E, para propor essas soluções, o ideal é que pensássemos no máximo de possibilidades possíveis e trabalhasse em cima delas para chegar na melhor (ou uma das melhores).
E isso demanda tempo. Bastante tempo.
Principalmente porque as ideias que geram as soluções precisam de amadurecimento, para que a análise sobre elas se torne mais fria e seus defeitos mais aparentes.
No início, ficamos apaixonados com a nossa ideia, defendemos com unhas e dentes. E, no momento que alguém de fora aponta um defeito simples de observar, mas que compromete totalmente o que você havia pensado, você nega, fica na defensiva.
Até que, mais a frente no processo, esse defeito vem à tona e o problema anterior segue sem solução.
Sei disso porque não passei nem uma ou duas vezes por essa situação. Eu passei diversas vezes, e sei o quanto isso é frustrante. E é algo que seria facilmente evitado se passasse mais tempo analisando a solução na qual cheguei e seus eventuais defeitos.
Um bom exemplo disso foi quando tive que atualizar a capa do post que falava sobre o aniversário do Google para o novo estilo da Rock. Estava com pressa para fazê-la, então atualizei e enviei:
Porém, havia um pequeno detalhe que eu deixei passar. No caso, já havia se passado um ano desde que eu tinha feito a primeira versão dessa imagem, e, aparentemente, o Google não envelheceu como deveria.
Então, lá fui eu voltar pra dar a idade correta para nosso querido provedor de buscas:
Outro exemplo interessante foi um CTA que fiz para a Imersão Freelancer da Comunidade Rock Content. E, bom, só havia me esquecido do próprio CTA mesmo.
Mas não é só após a criação que o tempo é importante. Na verdade, essa não é nem a parte do processo que a sua presença é mais imprescindível. E, com o próximo tópico, vou explicar por quê.
Sem tempo não há inovação
Assim que surge uma demanda, ou um problema é observado, tendemos a já começar a imaginar o que pode ser feito, como podemos lidar e o que podemos criar para resolver.
Porém, se o tempo é curto (seja por influência externa ou vontade de acabar o trabalho rápido), temos menos tempo para pensar e, com isso, menos ideias inovadoras virão a nossa mente.
Criações geniais não aparecem da noite pro dia. Quanto tempo você acha que Steve Jobs, Jony Ive e o time de desenvolvimento da Apple demoraram para chegar no conceito e no visual do primeiro iPhone? Com certeza não foram 2 horas. Ou algo menor do que 8 anos, já que em 1999 a companhia de computação registrou o site iphone.org.
Boas ideias só surgem com bastante tempo para serem criadas. Para pensar fora da caixa, é necessário que haja pensamento crítico, análise de todos os fatores envolvidos, observar o que já foi feito e procurar fazer algo melhor e inédito, estudando diversas possibilidades.
Claramente isso não é algo que se executa em 30 minutos.
Portanto, principalmente em projetos maiores, tome o tempo que precisar. O resultado valerá a pena.
E não é só no plano das ideias que o tempo é indispensável.
“A pressa é a inimiga da perfeição”
Gostaria de começar esse tópico dizendo que perfeição não existe. Pronto, agora que tiramos isso do caminho, seguirei com o texto.
É inevitável, quando temos mais tempo para mexer no projeto, mais atento a detalhes podemos ficar.
Podemos focar mais ainda em cada pequena parte, corrigir qualquer erro por menor que seja, e observar (e tentar resolver) algo que possa dar errado ao longo do processo.
Mas, como bons seres humanos, poder fazer não é sinônimo de que iremos fazer. Eu, inclusive, sou bastante culpado por terminar uma tarefa com tempo de antecedência e já partir pra outra.
Muitas vezes (muitas mesmo) meu foco é: feito melhor que perfeito. E, muitas vezes, eu esqueço de corrigir um erro e tenho que refazer depois.
Portanto, o objetivo não deve ser somente conseguir mais tempo para fazer as demandas.
Juntamente, precisamos buscar ter menos pressa para realizá-las. Apenas dessa forma será possível refinar seu trabalho até o ponto em que você se sinta genuinamente orgulhoso.
Não foque na velocidade. Foque nos detalhes.
Nas últimas décadas vimos um avanço da busca constante por rapidez. Quanto tempo demora para baixar 1 GB, quanto tempo a pessoa que eu gosto me demora para responder minha mensagem, quanto tempo demora para alcançar 100 mil seguidores no Instagram e quanto tempo demora para fazer 5 imagens de capa de post.
Talvez seja o momento de desacelerar. Em tudo. Ter mais paciência, cuidado e atenção para as pequenas coisas em nossas vidas é o primeiro passo para criar algo realmente único, algo completamente seu, diferente de tudo que está por aí.
E é daí que as melhores ideias surgem.
Espero que isso valha de lição para vocês assim como valeu para mim! Ainda estou aprendendo a respeitar mais o tempo, mas com o tempo a gente chega lá.
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