É oficial: novo Orkut vem aí. Mas será que existe espaço para ele em 2022?

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Esta semana uma notícia atingiu pessoalmente pessoas que já estavam na internet em meados dos anos 2000 e faziam parte da comunidade “Eu Odeio Acordar Cedo”. É oficial: o Orkut vai voltar.

Ou, ao menos, uma rede social muito similar. 

Orkut Buyukkokten, fundador da rede que fez sucesso no Brasil há 20 anos atrás, anunciou que lançará uma nova rede social com “resgate de valores” do até então falecido Orkut. Segundo ele, embora ainda não tenha data de lançamento, a nova rede social vai combinar 20 anos de aprendizado em mídias sociais. 

Para quem não entendeu a referência do primeiro parágrafo: “Eu Odeio Acordar Cedo” foi a maior comunidade do Orkut, com 6 milhões de membros

Os rumores de uma possível volta do Orkut já vinham desde abril, quando o domínio Orkut.com foi reativado com um post contra o ódio nas redes sociais após Elon Musk comprar o Twitter.

Não coincidentemente, uma semana após a internet virar de cabeça para baixo com Elon Musk assumindo como CEO do Twitter e Mark Zuckerberg orquestrando a maior demissão em massa da história da Meta, Orkut dá as caras novamente, desta vez para oficializar o lançamento de seu novo projeto.

Qualquer brasileiro que utilizou a internet nos anos 2000 sabe o quanto o Orkut foi grande por aqui — mais do que em qualquer outro lugar no mundo. Novamente, não coincidentemente, a notícia da nova rede social foi anunciada durante a passagem de Orkut na semana passada durante a Campus Party, em São Paulo.

Mas será que, em tempos de TikTok, creators, social commerce, algoritmos, engajamento, Geração Z… há espaço para o Orkut como era antigamente? 

Em terra regada por algoritmos, as pessoas sentem falta de conexões reais 

Entre 2004 e 2022 as redes sociais mudaram bastante. A maneira como nós interagimos online também mudou.

Muito antes de trends e dancinhas no TikTok, antes dos creators e das redes sociais serem sobre criação e disseminação de conteúdo desenfreado, a coisa era mais voltada para criar conexões entre os usuários. 

Era menos sobre likes e engajamento, e mais sobre socialização (não à toa, o nome é rede social). E este espaço desacelerado é algo que tem sido buscado pelos usuários cada vez mais. 

É justamente por isso que a Geração Z migrou para o Tumblr (você se lembra do Tumblr?) no início de 2022. E isso também motivou o rápido crescimento do BeReal, que passou de 2 milhões de usuários diários ativos em janeiro de 2022 a 10 milhões de usuários em agosto do mesmo ano.

Orkut sabe disso, e usa esta carta como seu principal trunfo em relação ao “novo Orkut”. Em suas palavras

“Se você pensar no orkut.com, as pessoas lembram como um lugar que as fazia mais felizes, que as colocava juntos. Esse é o propósito das mídias sociais.

Hoje, mídias sociais são sobre lucro e engajamento. Eles não têm respeito pela humanidade e pela sociedade. Então, eu estou trazendo todos os grande valores do Orkut.com de volta: afeto, gentileza, amor, compaixão, união e paixões”.

Os problemas que favorecem as mudanças 

Não é apenas a vontade de ter conexões reais nas redes sociais que alimenta esta onda de “novas redes”, como o BeReal ou este novo Orkut. O “jogo” de algoritmos e manipulação de dados jogado pelas gigantes das mídias sociais pode realmente causar danos graves aos seus usuários. 

No ano passado, o Wall Street Journal publicou uma pesquisa interna mostrando que uma em cada três meninas acha que o Instagram piora os problemas de imagem corporal e que o aplicativo social está causando ansiedade e depressão. A empresa sabia desses problemas, mas pensava mais nos lucros do que no bem-estar público.

Documentos revelados no caso Facebook Papers em 2021 mostravam que o Facebook dava prioridade a conteúdos que irritavam as pessoas em detrimento de ter mais envolvimento e manter a atenção delas por períodos mais longos. E nem preciso me alongar sobre o caos em que se encontra o Twitter neste momento.

Por fim, a nova rede social de Orkut Buyukkokten tem um último trunfo extra para seu “ressurgimento” em um cenário tão propício: os brasileiros simplesmente gostavam muito do Orkut.

O poder da nostalgia 

Por mais de sete anos, o Orkut foi a maior rede social do Brasil, e era usada aqui mais do que em qualquer lugar no mundo. 

Então, quando dizemos que um “novo Orkut” vai ser lançado, para nós, brasileiros, não se trata apenas de uma rede social nova. É quase como se reencontrássemos um “velho amigo” e voltássemos no tempo. 

Em 2004, só dava brasileiros no “site internacional de amizades”

E essa sensação de voltar no tempo, de nostalgia, é bastante poderosa. Remete à segurança. Conforto. Familiaridade. Isto não é nenhuma novidade, pelo contrário: parece que cada vez mais marcas, empresas e personalidades utilizam deste artifício para se conectar com o público.

É só olhar para a Xuxa fazendo propaganda da Amazon e da Shopee. A Oreo reunindo o elenco de Castelo Rá-Tim-Bum.

Até o filme oficial da Nike para a Copa do Mundo 2022 apela para a nostalgia, utilizando realidade virtual para reunir versões clássicas de craques ao som da trilha de “Weird Science”, famosa por ser tema do filme “Mulher Nota 1000”.

Em um cenário onde pesquisas apontam os millenials (nós, a galera que utilizava em peso o Orkut) como a geração mais nostálgica da história, é de se esperar que o Orkut ganhe pontos só por mencionar que está voltando com uma nova rede social. Não precisamos saber nada sobre ela para saber que gostaríamos de testá-la assim que lançada. 

Será que nesta nova rede social vamos poder nos avaliar como “confiável”, “legal” e “sexy”?

Mas nem tudo são flores: duas décadas de transformação digital pesam muito

Mas, antes que você comece a desativar a sua conta do Facebook e preparar a comunidade oficial da sua marca… calma. 

Não podemos esquecer que vinte décadas separam o momento em que o Orkut prosperou como principal rede social aqui no Brasil de como as coisas funcionam hoje. E, embora as pessoas estejam inclinadas a buscar por conexões e desaceleração nas redes sociais, novos comportamentos não podem ser ignorados.

O TikTok não se tornou gigante à toa. Fez isso com a maestria de um algoritmo extremamente preciso e personalizado, e a fomentação de conteúdos com potencial de envolvimento e retenção do usuário de dar inveja em literalmente todas as outras redes vizinhas.  

Ir contra esta maré sem perder a atenção do usuário não é uma tarefa tão simples assim. O próprio BeReal é um exemplo disto. Embora siga crescendo em número de downloads pelo mundo, uma pesquisa mostrou que apenas 9% dos usuários ativos da rede social nos dispositivos Android estão de fato abrindo o app todos os dias. E por que isto?

A verdade é que, como usuários, embora não estejamos totalmente felizes com as mídias sociais atualmente, nos acostumamos (e gostamos!) de alguns comportamentos e funções que simplesmente não existiam na época do Orkut. 

Gostamos da democratização de conteúdo e do infotenimento (informação + entretenimento) tão presente atualmente. Do dinamismo de busca que fez com que a Geração Z passasse a usar mais o TikTok do que o próprio Google para encontrar informações. Das possibilidades nas redes sociais que vão muito além do social. 

Será que a nova rede social do Orkut conseguirá unir a conexão e humanização que promete sem abrir mão do dinamismo das redes sociais de duas décadas depois? Até agora, esta parece ser uma artimanha que nenhuma outra mídia social conseguiu administrar. 

E a monetização?

Por fim, um último fator vital para que a nova rede social do Orkut prospere é a monetização – outro fator que não é tão simples de incluir quando você está nadando contra seus concorrentes mais agressivos. 

O próprio BeReal tem sido pressionado por investidores para introduzir novos recursos que poderão ajudá-lo a não ser uma “moda passageira” como o Houseparty ou o Clubhouse, e tem estudado a melhor forma de monetizar a plataforma sem prejudicar a experiência dos usuários.

E aqui, estamos falando não apenas de anúncios especificamente, mas de toda a roda econômica em torno das redes sociais. 

Estamos falando do espaço dos creators e influenciadores, da estratégia de inbound dentro das redes sociais para levar o seu seguidor até um possível interesse em seus produtos e serviços. Estamos falando de social commerce e lançamentos feitos inteiramente nas plataformas de mídia. 

É claro que ninguém está esperando que esta nova rede social seja exatamente como o Orkut — aliás, o próprio fundador disse enfaticamente que não se trata da volta da rede social popular nos anos 2000. 

Ainda assim, criar uma rede social que englobe o “melhor dos mundos”, onde haja espaço para marketing, marcas, influenciadores, anúncios, algoritmos e métricas… simultaneamente onde há conexão, humanidade, desaceleração e gentileza, será um desafio em tanto.

Se o Orkut será a primeira rede social a conseguir essa proeza, só o tempo irá dizer. 

Pode ser que o “novo Orkut” seja lançado e entre em ascensão e queda tão rápido quanto o Kwai ou o Clubhouse (você chegou a usar essas redes?). 

Ou pode ser, quem sabe, que o Orkut seja aquele que vai desbancar a liderança das gigantes TikTok, Instagram, Facebook (seria uma vingança e tanto hein, Orkut?) e mudar, mais uma vez, nosso comportamento em relação às redes sociais.

Independentemente de como seja, estaremos aqui para seu lançamento. Seja para voltar para ficar, ou para ser apenas uma boa onda passageira de nostalgia. 

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Vanessa Dias Rock author vector
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