Quem pensava que um universo virtual estava muito distante da atualidade pode estar surpreso agora. Interações com robôs, máquinas mais inteligentes que humanos, realidades virtuais e experiências digitais imersivas fazem parte do metaverso, um futuro que já chegou.
O conceito de metaverso já existe há bastante tempo, mas entrou nas conversas das redes sociais, nos telejornais — e até nos almoços de família — depois que Mark Zuckerberg anunciou o nome do Facebook Inc. para Meta, apostando em um futuro em que a vida digital vai ser mais importante que a experiência física.
Embora o assunto ainda seja abstrato para muitas pessoas, o metaverso já está aí, e muitas empresas já estão investindo nele. Se você também quer participar desse novo universo virtual e pensar estratégias de marketing digital nesse contexto, vamos explicar tudo agora sobre o metaverso e como investir nisso. Acompanhe!
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O que é metaverso?
Metaverso é um universo virtual que utiliza tecnologias de realidade virtual, realidade aumentada, inteligência artificial e a conectividade da internet para criar uma realidade digital imersiva.
O conceito ainda é bastante discutido e está em construção, assim como as suas aplicações práticas. Mas é possível visualizar as possibilidades do metaverso pensando no universo dos jogos digitais, que permitem que os gamers interajam com realidades virtuais como se estivessem vivendo nelas.
Porém, o metaverso abrange muito mais que o entretenimento dos jogos. É possível pensar em todas as esferas da vida no metaverso, como as transações bancárias, as aulas da escola, as reuniões da empresa, os encontros de família, as compras no shopping e muito mais.
Atualmente não faltam especialistas trazendo a sua visão sobre o metaverso e dizendo que todos estão errados sobre o assunto.
A Gartner traz uma conceituação interessante do metaverso como um espaço virtual coletivo, criado pela convergência da realidade física e digital virtualmente aprimorada, que independe de dispositivo e não pertence a um único fornecedor.
Outra visão interessante sobre o metaverso, que viralizou na internet, foi trazida por Shaan Puri em uma thread no Twitter. O empreendedor questionou: e se o metaverso não for um lugar, como todos pensam, mas um tempo?
Na sua visão, o metaverso seria um momento no tempo em que a nossa vida digital vale mais que a nossa vida física. Não se trata de uma mudança da noite para o dia, mas uma construção de décadas que já estamos vivendo.
Pare e perceba: já estamos vivendo essa nova realidade, embora ainda não completamente. Segundo uma pesquisa da Squarespace, 60% da Geração Z e 62% dos Millennials acham que como você se apresenta online é mais importante do que como você se apresenta pessoalmente. Isso já dá uma ideia da transformação que já vivemos.
Além disso, impulsionadas pela pandemia de coronavírus, as experiências digitais tomaram conta das nossas vidas — nas reuniões do Zoom, nas lives de cantores e cantoras e nos áudios do WhatsApp, por exemplo.
Porém, as experiências no metaverso vão muito além da tela do notebook ou do smartphone. Novos dispositivos já permitem que as pessoas interajam com as realidades virtuais como se estivessem vivendo dentro delas, por meio dos seus avatares virtuais. Atualmente, os óculos inteligentes fazem esse papel, mas as tecnologias ainda podem evoluir muito.
Como surgiu esse conceito?
Em 2021, Mark Zuckerberg anunciou o rebranding da sua empresa: o Facebook Inc. passaria a se chamar Meta, em referência ao metaverso, o futuro que Zuck quer construir.
Esse anúncio colocou o termo “metaverso” nas conversas de todo o mundo, virou meme e chegou até ao Fantástico. Afinal, todo queriam saber o que isso significa. Mas, embora pareça que o Facebook esteja criando o metaverso, esse conceito já existe há muito tempo.
Acredita-se que o termo tenha sido usado pela primeira vez no romance de ficção científica Snow Crash, de 1992, em que as pessoas interagem como avatares programáveis em um espaço virtual tridimensional. Porém, nesse caso, o metaverso é uma distopia violenta — uma ideia que provavelmente não gostaríamos de seguir…
Embora o termo não tenha se popularizado na época, a ideia inspirou outros livros, filmes e jogos. Hoje, quando se fala em metaverso, muitas pessoas remetem ao jogo Second Life, criado em 2003, que teria sido o primeiro metaverso. Naquela plataforma, as pessoas podiam interagir com seus avatares em mundos virtuais 3D, como se tivessem uma “segunda vida”.
Nos últimos anos, as plataformas de games — Roblox, Minecraft e Fortnite — impulsionaram ainda mais o conceito de metaverso, mesmo antes do anúncio do Facebook. Além disso, os dispositivos de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR), cada vez se tornando mais comuns, tendem a colocar o metaverso no dia a dia das pessoas em pouco tempo.
Críticas ao metaverso: que futuro estamos construindo?
Como toda novidade, o metaverso também não foi bem recebido por muita gente. O anúncio de Mark Zuckerberg, mas também o próprio conceito de metaverso, já sofreram algumas críticas de jornalistas, influenciadores e especialistas de tecnologia.
Para muitas pessoas, o rebranding do Facebook para Meta tem um motivo claro: tirar o foco das acusações que Mark Zuckerberg vem enfrentando nos últimos anos. Problemas com privacidade de dados, interferência em processos eleitorais, negligência com fake news e doenças mentais estão nas costas do criador do Facebook.
Por isso, nada melhor que criar um fato novo para as pessoas deixarem um assunto tão espinhoso de lado, não é? Melhor falar de um futuro que instiga e encanta as pessoas, certo? Neste artigo da The Atlantic, o jornalista Brian Merchant fala mais sobre isso.
Aliás, muitos desses problemas não vão ser esquecidos no metaverso — pior ainda, podem se acentuar. Você já imaginou quantos dados sobre os usuários o metaverso pode gerar? E quantos transtornos mentais as realidades virtuais podem criar? Ou seja, a segurança dos usuários e a saúde mental vão continuar sendo questões sensíveis.
Mas as críticas não param por aí. O metaverso que os entusiastas da ideia imaginam talvez seja um cenário distante, senão impossível para os próximos anos.
Isso porque a infraestrutura atual de software e hardware ainda não é capaz de suportar esse universo virtual. Assim, o metaverso está impedido de alcançar escala, como afirma Lauren Jackson em artigo para o NYT.
A infraestrutura necessária, aliás, é também uma ameaça ao meio ambiente, como mostra o WEForum. A quantidade de energia e equipamentos que o metaverso exige, além do lixo eletrônico que pode gerar, podem não fazer sentido em um planeta que precisa de soluções sustentáveis.
Se pensarmos que quase 20% da população brasileira não tem acesso à internet, segundo a pesquisa TIC Domicílios 2020, também fica claro que o problema não é apenas de infraestrutura, mas uma questão social. E se considerarmos a possibilidade de comprar um dispositivo de VR ou AR, o metaverso fica ainda mais inviável…
Então, como afirmar que o futuro vai ser em um novo universo, se grande parte da população não vai estar lá?
Ian Black, em artigo para o Meio & Mensagem, fortalece o debate sobre as questões sociais em torno do metaverso. Para o CEO da New Vegas, o metaverso está sendo criado sob a mesma lógica colonial — agora aplicada ao digital — que é a base para tantas desigualdades e violências no mundo real.
Embora o conceito traga a ideia de um sistema descentralizado, o que vemos são as grandes corporações dos países mais ricos do mundo se colocando à frente do projeto. É isso que queremos de novo para o futuro?
Portanto, não é um tema simples. O hype do metaverso pode provocar a nossa curiosidade, mas ainda tem muita coisa a resolver antes de invadir a vida das pessoas.
Como acessar o metaverso?
O metaverso pode ser entendido como um lugar que acessamos para viver as nossas vidas digitais. Atualmente, você pode fazer isso pelo seu computador ou celular mesmo ou, para ter uma experiência mais imersiva, por meio de um dispositivo de realidade virtual ou aumentada.
Estamos falando de equipamentos como o Oculus do Google (imagem abaixo) e o Ray-Ban Stories. É claro que a aquisição desses dispositivos ainda é inviável para muita gente. Mas o aumento da produção por diferentes empresas, à medida que o metaverso evolui, pode baratear os custos.
Além disso, você deve usar uma plataforma que ofereça acesso a uma realidade virtual, como o Roblox, Decentraland, Axie Infinity, The Sandbox ou até mesmo o Second Life, que ainda tem usuários, principalmente nos Estados Unidos.
É importante saber que essas plataformas não são o próprio metaverso. Elas oferecem acesso a experiências virtuais, que têm início e fim e permitem uma atuação limitada ao usuário. Já o conceito de metaverso, embora ainda abstrato, envolve uma vida em realidade virtual, não apenas atividades pontuais.
Como investir no metaverso?
Como o metaverso se tornou um assunto em alta, os olhos dos investidores se voltaram para lá. Criptomoedas e NFTs já movimentam bilhões de dólares pelo mundo inteiro — e são considerados ativos essenciais para a experiência no metaverso.
Além disso, como vamos ver logo mais, já existem também terrenos e casas virtuais à venda, para quem quiser garantir o seu espaço no metaverso ou vender por valores mais altos no futuro.
Então, se você também quer aproveitar o hype do metaverso e ganhar dinheiro com isso, precisa começar a traçar um plano. Esses ativos digitais que citamos — criptomoedas, NFTs e terrenos digitais — são bons exemplos do que pode render dinheiro nos próximos anos, quando o metaverso se popularizar.
Porém, esse tipo de investimento ainda é considerado de risco. Se você quiser ganhar dinheiro em ativos digitais, estude bem antes para não cair em furadas e utilize apenas plataformas confiáveis. Quanto mais olhos se voltam para o metaverso, mais chances de atrair picaretas.
Se você quer se informar mais sobre investimentos no metaverso, confira estes posts:
- Por que a promessa das criptomoedas de mudar a forma como fazemos negócios ainda não se concretizou
- NFT cresce 11.000% em um ano: é uma boa ideia para as marcas pensarem nisso como uma estratégia?
- Metaverso é perigoso? Conheça seus 6 maiores perigos e como se proteger
Como o metaverso pode transformar a era digital?
A Gartner prevê que, até 2026, 25% das pessoas vão passar pelo menos 1h do seu dia no metaverso. Veja que a previsão é para logo! Então, vamos entender melhor o que as pessoas vão fazer nesse novo universo, que pode transformar a maneira como vivemos.
Entretenimento
Na área do entretenimento, já podemos ver o metaverso dando os primeiros passos nos jogos digitais, que apresentam as mais robustas plataformas de experiências imersivas atuais.
Além disso, podemos pensar também na possiblidade da realização de eventos virtuais, como shows, festivais, jogos e campeonatos. Se, durante a pandemia de coronavírus, ficamos acostumados com as transmissões online ao vivo, agora elas podem se tornar mais interessantes no metaverso.
Um exemplo já aconteceu com o EDC Las Vegas, primeiro festival de música que foi transmitido na plataforma de games Roblox.
Arte e cultura
Se o metaverso pretende levar todas as esferas da nossa vida para lá, então a arte e a cultura também devem estar presentes.
Atualmente já temos um gostinho disso com o estouro dos NFTs, que podem revolucionar o mercado da arte e se transformar em ativos valiosos.
Outras instituições, como museus, bibliotecas, cinemas e salas de teatro, além de espaços que são patrimônio cultural, também podem invadir o metaverso em breve. Já imaginou andar pela Muralha da China só usando seus óculos de realidade virtual dentro de casa?
Educação
Na educação, as salas de aula virtuais podem se tornar uma nova forma de aprender e interagir com professores e colegas. O metaverso traz a possibilidade de um aprendizado imersivo, com inúmeras possibilidades de recursos digitais.
Nesse caso, as escolas não vão precisar criar uma infraestrutura, já que o metaverso vai oferecer o espaço e os recursos para isso. Pense nisso para o ensino desde os primeiros anos escolares até os cursos de especialização.
Trabalho
Interagir com colegas de trabalho por meio de reuniões virtuais já é algo comum. O desafio do metaverso é tornar essa experiência mais próxima e proporcionar uma verdadeira integração entre os colaboradores, por meio de seus avatares corporativos, em espaços de trabalho e de reuniões virtualmente aumentados.
Para as empresas, é a oportunidade de obter mais envolvimento de funcionários que trabalham à distância, algo que se tornou ainda mais comum durante a pandemia.
Economia
O metaverso também tem o poder de transformar a economia que temos hoje. Esse universo tem uma economia virtual independente, com suas próprias moedas digitais, tokens não fungíveis e transações descentralizadas por meio de blockchain.
Então, o metaverso pode transformar as nossas relações com o dinheiro e mexer com a atuação de bancos e instituições financeiras, que devem entender o seu papel nessa nova realidade.
Investimentos
O metaverso traz novas oportunidades de investimentos. É possível investir nas criptomoedas, como já vem acontecendo nos últimos anos.
Mas o novo universo virtual também está provocando diversas pessoas e empresas a garantir o seu espaço por lá, com a compra de terrenos e construção de casas virtuais. Assim como a especulação imobiliária no mundo físico, a expectativa dos investidores e construtoras virtuais é também ganhar dinheiro quando esses ambientes tiverem maior demanda.
A Shiba Inu, por exemplo, é uma criptomoeda descentralizada, que lançou o seu metaverso, com mais de 100 mil terrenos à venda, além de ruas e avenidas que compõem uma grande cidade virtual.
Varejo
O varejo deve ficar de olho no crescimento do metaverso. Já existem diversas lojas, principalmente de grandes marcas globais, criando os seus espaços nas plataformas de realidade virtual. Veja, por exemplo, a loja da NFL na plataforma Roblox.
É possível pensar na possibilidade de fazer compras em lojas e shoppings virtuais, por meio do comércio imersivo. Os consumidores podem comprar ativos digitais, que podem ser usados no próprio metaverso ou, se integrado às lojas físicas, comprar virtualmente produtos que possam retirar fisicamente.
Nesses casos, um desafio se torna ainda mais evidente do que já é no e-commerce: o varejo omnichannel. Com mais uma possibilidade de canal de venda online, é preciso integrar todos os seus pontos de contato com o consumidor.
Mas imagine também as possibilidades de experiências de marca, que vão além da compra. Você pode proporcionar uma imersão digital no universo da sua loja.
Como o metaverso impacta o marketing digital?
O hype em torno do metaverso surgiu em 2021, e o conceito já se tornou uma das principais tendências de marketing digital para os próximos anos. Mas o que essa nova realidade pode trazer de novidade para os profissionais de marketing? Diversas possibilidades, como vamos ver agora:
Influenciadores virtuais
Os influenciadores digitais se tornaram um dos principais caminhos das marcas para se comunicar com o seu público. Mas, no metaverso, esse tipo de parceria dá um passo à frente: agora, quem se destaca são os influenciadores virtuais ou influenciadores de inteligência artificial.
Eles não existem no mundo real, apenas na realidade virtual do metaverso. Eles até podem ser vinculados a uma pessoa real, como a Satiko da Sabrina Sato ou o Luks do Lucas Rangel (imagem abaixo). Mas eles têm uma vida digital independente.
É com esses influencers que as pessoas (ou os seus avatares) vão se relacionar no metaverso. Então, o marketing digital deve voltar seus olhos para eles.
Branding imersivo
Se o metaverso propõe uma realidade imersiva, você pode explorar esse universo para oferecer experiências imersivas com a sua marca.
Muitos mais que vender produtos ou ativos digitais, você pode mergulhar os consumidores em experiências memoráveis, com recursos que não seriam possíveis no mundo real. É possível pensar em pop-up stores no metaverso, eventos virtuais, encontros com influenciadores virtuais e muito mais.
A Nike, por exemplo, criou a Nikeland no Roblox, onde os usuários podem visitar o showroom da marca, praticar esportes, interagir com os amigos e outras diversas atividades. Portanto, não estamos falando apenas de vendas, mas de branding no metaverso.
Anúncios no metaverso
No metaverso, abre-se um novo universo de possibilidades de anúncios para as marcas. Assim como aconteceu nas redes sociais, por exemplo, a tendência é que as plataformas de realidade virtual também pensem em espaços para anunciantes, a fim de monetizar a presença das marcas.
Porém, é importante que as marcas pensem em anúncios relevantes para os usuários, não aquela publicidade chata e interruptiva. Lembre-se de que as pessoas vão viver no metaverso e não querem ser incomodadas nos seus momentos pessoais.
Mas, para criar anúncios relevantes, as marcas dependem de dados sobre os usuários. Embora ainda não esteja claro como o metaverso vai lidar com a privacidade, já existem leis de proteção de dados pessoais em diversos países (como a LGPD, no Brasil), que valem também para as realidades virtuais.
Por isso, as discussões sobre a publicidade no metaverso vão passar invariavelmente pelo debate da privacidade dos usuários.
Redes sociais de avatares
As redes sociais já representam hoje uma vida paralela para muitas pessoas. No Instagram, por exemplo, selecionamos apenas determinados momentos para exibir aos outros, a fim de construir a nossa identidade digital, muitas vezes atravessada por filtros e emojis.
E se essas redes sociais migrarem para o metaverso? Você vai interagir com seus seguidores, mas provavelmente por meio de avatares.
Para as marcas, é a oportunidade de criar um avatar que personalize o seu branding, como a Lu da Magalu ou a Rennata da Renner (imagem abaixo). Apesar de serem personagens virtuais, permitem humanizar a marca e interagir diretamente com os clientes da empresa.
Perceba que existem inúmeras possibilidades, e ainda podemos nos surpreender muito. Novas tecnologias, novos dispositivos e novas estratégias vão surgir no caminho até a consolidação do metaverso, que não vai acontecer da noite para o dia — se é que vai acontecer, porque tudo ainda é aposta.
Então, com cautela, fique de olho nas novidades que estão surgindo. Ainda estamos no início dessa transformação, mas acompanhe tudo de perto para não ficar para trás.
Aproveite agora para ler mais sobre o marketing no metaverso e provocar ainda mais a sua criatividade para essa nova realidade.
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