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Publicado em 17 de setembro de 2018. | Atualizado em 25 de julho de 2019
Ajustar-se às mudanças de mercado e de comportamento é uma necessidade para as empresas que desejam sobreviver nos dias de hoje. Nesse sentido, as abordagens top-down e bottom-up surgem como duas vertentes da administração capazes de modelar a operação de um negócio de acordo com as perspectivas e interesses de cada empreendimento.
Top-down e bottom-up são duas abordagens baseadas na decomposição de um sistema, com o propósito de entender os seus componentes e ordená-los de acordo com uma hierarquia ou modelo de operação.
O top-down sugere uma orientação descendente do fluxo de informação e o bottom-up uma orientação ascendente.
Essa metodologia tem aplicação nos mais variados campos: indústria, engenharia de software, psicologia, humanística, marketing e, principalmente, na gestão de organizações, como veremos em detalhes neste artigo.
Afinal, como uma empresa deve conduzir a sua tomada de decisões? De cima para baixo (top-down) ou de baixo para cima (bottom-up)?
Continue por aqui e entenda como essas abordagens podem ser trabalhadas, suas vantagens e desvantagens e como escolher o modelo ideal para o seu negócio. Boa leitura!
Os conceitos top-down e bottom-up são usados para ordenar as diferentes partes de um todo e direcionar a execução de tarefas ou a tomada de decisões — possibilidades que podem ser empregadas das mais diversas formas e nas mais distintas áreas. Veja só!
Dentro dos sistemas industriais, o conceito top-down pode ser entendido como uma orientação da produção no sentido do “macro” para o “micro” e a bottom-up do “micro” para o “macro”.
A produção tradicional de produtos costuma apresentar um caráter top-down, ou seja, materiais brutos são separados, cortados e modelados para dar forma ao produto.
Por outro lado, um dos destaques da Indústria 4.0 que promete revolucionar os processos industriais é a impressão 3D.
Com essa tecnologia, também conhecida como manufatura aditiva, a produção de peças é realizada de baixo para cima a partir da adição precisa de material, camada por camada.
As principais vantagens desse modo de produção bottom-up são o desperdício praticamente nulo de materiais e as infinitas possibilidades de modelagem.
Na engenharia de software, todo sistema é composto por vários subsistemas que, por sua vez, contêm uma série de componentes integrados.
O modelo top-down aplicado nesse contexto considera todo um sistema de software como uma entidade para, então, o decompor em seus diferentes subsistemas e definir as funções mais específicas.
Já na abordagem bottom-up, inicia-se pelos componentes mais básicos e segue-se um desenvolvimento construtivo até que todo o conjunto seja arquitetado.
Na psicologia, esses conceitos são utilizados para designar os sistemas que estimulam o cérebro e, consequentemente, influenciam o comportamento de um indivíduo.
O bottom-up é o sistema inconsciente responsável pelas emoções (dores, desejos e prazeres) e se caracteriza pela constante busca por recompensas imediatas.
O top-down é o sistema consciente ou racional, no qual a mente conduz o comportamento de maneira deliberada.
Os modelos top-down e bottom-up também podem ser adotados no Marketing de Conteúdo, principalmente na produção de materiais informativos.
Um ótimo exemplo é a reutilização de conteúdo, prática que consiste na disponibilização de peças publicadas em outros formatos de consumo.
Nesse caso, o modo top-down consiste na decomposição de materiais ricos (como e-books e cursos) em materiais menores (blog posts ou vídeos para o YouTube). O exato oposto é o modo bottom-up que se resume em reunir conteúdos mais simples e incorporá-los em um material maior.
Já nos aproximando das aplicações do top-down e bottom-up na gestão, temos o Net Promoter Score, uma métrica utilizada para avaliar a percepção de satisfação e a fidelidade dos clientes de uma marca.
Quando realizamos a pesquisa adotando o modelo top-down, os dados são coletados periodicamente por meio de pesquisas sazonais realizadas com amostragens do público — a mesma metodologia empregada na realização do Censo Demográfico, por exemplo.
Já na orientação bottom-up, os dados do consumidor são coletados durante a compra ou, ainda, na interação dele com a marca, seja nos canais próprios da empresa, seja em suas páginas nas redes sociais — o chamado Social Listening.
Além de todas essas aplicações, os modelos sistemáticos também podem desempenhar um papel fundamental na orientação da administração.
Como veremos a seguir, as gestões top-down e bottom-up apresentam características distintas e são recomendadas para diferentes cenários e empreendimentos.
Entre os modelos de gestão top-down e bottom-up, provavelmente o primeiro é o mais conhecido e difundido.
Nele, as decisões são tomadas por um núcleo central (topo) que define todas as diretrizes e estratégias dos demais (baixo) baseando-se, muitas vezes, em consultorias e tendências.
É a visão tradicional da gestão na qual os empresários ou dirigentes controlam todas os setores e operações desenvolvidas por seus funcionários, assim como desempenham o papel criativo no desenvolvimento de novos produtos e serviços.
Em geral, há uma hierarquia muito bem definida que organiza todas as autoridades e seus respectivos subordinados.
Embora, nesse caso, os colaboradores não influenciem diretamente as decisões tomadas pela empresa, não quer dizer que os núcleos administrativos sejam inacessíveis. Os gestores também precisam levar em conta as necessidades do seu pessoal para garantir a produtividade no trabalho.
A principal vantagem de uma gestão top-down certamente é a uniformidade que ela proporciona aos processos em geral.
Além disso, uma grande referência comum entre todos os diferentes setores e profissionais favorece a congruência nas atividades realizadas, o que ajuda a agregar solidez ao negócio. Algumas outras vantagens importantes são:
A maior desvantagem do modelo top-down são as maiores chances de desarmonia entre o topo e as bases, um problema que pode se originar de diferentes formas como:
Além disso, a abordagem top-down, por seu caráter comumente fechado, por vezes se revela bastante inflexível, o que é capaz de gerar um desagaste generalizado das equipes de trabalho.
Na gestão bottom-up (ou de baixo para cima), embora o núcleo administrativo da empresa ainda assuma a palavra final nas decisões, todos os setores participam ativamente das definições estabelecidas na empresa.
Pode também ser entendida como uma abordagem horizontal da administração, na qual as relações hierárquicas são atenuadas e a opinião dos colaboradores é valorizada. A ideia é criar um núcleo comum, permitindo que os diferentes níveis da empresa se aproximem e o potencial criativo de todos seja estimulado e aproveitado.
Comparando as abordagens top-down e bottom-up, percebemos que a tomada de decisões no primeiro caso é mais solitária, enquanto a segunda se baseia nas opiniões de um grupo de pessoas que, inclusive, podem fazer parte de diferentes níveis hierárquicos.
O envolvimento de pessoas e setores distintos permite que a as relações entre todos os indivíduos que participam do empreendimento sejam beneficiadas, ou seja, há um impacto muito positivo no clima organizacional.
Além disso, o olhar amplo no qual diferentes perspectivas são compartilhadas é capaz de tornar as ações tomadas por uma empresa muito mais ricas e construtivas.
Algumas outras vantagens desse modelo são:
👉 Comunicação interna: entenda o que é e como isso impacta sua empresa
👉 Turnover: o que é e como diminuir a rotatividade da empresa
👉 Cultura organizacional: o que é, tipos e como definir a sua
Embora o modelo bottom-up apresente uma visão mais integrativa e humanizada, seus parâmetros podem trazer alguns desafios para a gestão como:
Além disso, a valorização dos colaboradores é capaz de promover resultados distintos, incluindo desfechos problemáticos como competição e rivalidade, desgaste por trabalho excessivo ou exigências fora do alcance da empresa.
As metodologias top-down e bottom-up permitem adotar uma estratégia de gestão muito mais eficiente de acordo com os propósitos, as características do negócio e as circunstâncias de cada empresa.
Em geral, uma gestão de cima para baixo costuma facilitar a realização de contratos, fechamento de parcerias ou a resolução de problemas pontuais.
Porém, é um modelo que está mais sujeito a erros e conflitos, o que exige uma vigia constante por parte dos gestores.
Por outro lado, quando se deseja encontrar soluções colaborativas com efeitos prolongados, a abordagem de baixo para cima é o melhor caminho, mas serão necessárias avaliações e debates mais eficientes e aprofundados.
Sendo assim, a abordagem do tipo top-down é mais interessante para empresas que precisam lidar com decisões rápidas, contenção de danos ou questões comerciais mais complexas.
Já o modelo bottom-up é recomendável para estratégias de gestão de longo prazo ou modelos de negócio mais flexíveis.
Entretanto, isso não é uma regra. Uma companhia pode perfeitamente alternar os seus métodos de gestão de acordo com as necessidades da empresa ou a maturidade do negócio.
Os conceitos top-down e bottom-up, embora sejam modelos sistemáticos, não são inteiramente rígidos e podem (e devem) ser adaptados de acordo com a realidade de cada empreendimento.
Este post chegou ao fim, mas ainda temos muito conhecimento para compartilhar! Continue no blog e descubra como usar a gestão de processos para potencializar a eficiência do seu negócio!
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